roxy_amy Roxy Württenberg

Lilian é filha da união entre uma fada e um humano e essa natureza única pode parecer terna, mas ela não espera os perigos que virão com isso. A mudança repentina em sua vida e os ataques de criaturas misteriosas contras os entes de Lilly farão ela e sua melhor amiga terem de enteder suas habilidades o mais rápido possível ou perder aqueles que amam. Lilian e Akemi terão de descobrir o passado de suas famílias para salvar o presente pois não há tempo para chorar os poderes indesejados. Quem foi sua mãe ? Quem matou os funcionários do campus? Elas terão de descobrir com pressa ou mais sangue será derramado.


Fantaisie Épique Déconseillé aux moins de 13 ans.

#Lgbt #fantasia #inkspiredstory #fadas #brasileiro #folclore #magia
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O tino

FORTEM FATUM

Maior que tudo

Será sempre magia

Que viu lá no fundo

A humildade

No âmago longínquo

Da alma humilde

Reside uma fada

De coração escarlate

Ambivalente, vai forte e potente

Cheio de fúria

Meu nobre humilde

Salvar seu povo

Do poder da matéria.  



Lilian acelerava os passos enquanto o semáforo ainda estava aberto. A avenida estava congestionada e as buzinas dos condutores inquietos só pioravam a situação. O dia de Lilian não havia sido dos mais calmos, era sua primeira semana no campus e acabou por perceber que a vida universitária não seria o que imaginava. Em poucos minutos chegou ao seu destino, a praça em frente a basílica da cidade. Embora religiosidade não fosse um interesse de Lilly ela não podia deixar de admirar os imponentes pilares de mármore que ornavam a fachada do santuário, mas logo foi interrompida pelo chamado das suas amigas que acenavam do gramado da praça.

- Tu foste rápida – Disse Akemi oferecendo um gole da vitamina de guaraná que tomava para Lilian enquanto ela se sentava no gramado.

- E olha que foi difícil de sair do campus, a polícia ainda está investigando o caso dos corpos no celeiro.

- Que horror! – Falou Kayla com um semblante de pavor e nojo – Eu vi isso no noticiário hoje, o que acham que foi isso?

- Não faço ideia – começou Lilly – Nunca senti uma atmosfera tão pesada na minha vida toda, era como se o ar úmido do campus tivesse congelado.

- Eu me senti meio estranha essa madrugada, meu sono foi uma merda – disse Akemi.

- Também, não tive uma noite muito boa – respondeu Lilian – Mas foi por causa da vadia da Jessica que deixou tudo da parte dela no nosso trabalho pra última hora e eu que acabei me fodendo pra terminar o resto.

- Que terror viu – disse Kayla – essa garota te atormentou o ensino médio inteiro e agora tá te atormentando na faculdade, já pensou em fazer uma limpeza espiritual?

- Tu sabe que eu não acredito nessas coisas, e eu tenho meus próprios meios de lidar com esse tipo de pessoa.

- Ok gente, não queremos falar de vadias preguiçosas, vamos combinar nossos cosplays pro Anime Geek – falou Akemi - Nossas fantasias estão quase prontas, minha mãe falou que até o meio de junho elas vão estar completas!

Akemi e Kayla eram amigas de Lilian desde o 9° ano e eram, junto com seu pai, o seu porto seguro. Akemi era calma, mas sempre assertiva em suas opiniões, já Kayla era extremamente bem-humorada e supersticiosa e as duas interagiam muito bem com a personalidade ativa e inquieta de Lilian.

- Que tudo! – disseram Kay e Lilly em sincronia.

- Não vamos ter aula esses dias, podemos fazer algo – falou Lilly.

- Podemos ver isso que a gente tiver na tua casa – Disse Akemi enquanto passava os stories do seu Instagram até ver uma postagem que tirou sua atenção – Gente, olha isso, o Davi da limpeza foi preso como suspeito.

- Sempre é o mais indefeso que leva culpa – retrucou Lilian com um tom de desgosto.

- Estão falando sobre suspeitas de relação com satanismo e rituais ocultistas aqui no post, aquele papo clichê e intolerante religioso de novo.

- E aparentemente o único quimbandista conhecido da equipe é dado como suspeito, fala sério, isso é desumano. Eu odeio a polícia desse país!

E a conversa continuou sobre as teorias do crime na universidade, mas logo foram interrompidas pelas nuvens derretendo sobre elas. Levantaram-se apressadas e correram para baixo da mangueira que ficava a poucos passos do gramado. Elas se despediram e Akemi junto com Lilian seguiram caminhando no chuvisco para uma rua próxima onde elas pegariam o ônibus para suas casas. Elas logo embarcaram em seu ônibus e iriam para casa de Lilian juntas. De volta aos arredores da praça Kayla atravessou a rua e já em frente a uma loja, tirou o celular da bolsa e pediu um Uber para sua casa, que logo chegou.

- Boa tarde, Kayla? – Disse o motorista.

- Boa tarde – Respondeu – O dia está mais frio que o normal né, a cidade ficou bem cinza depois do que aconteceu de hoje.

- Sim minha criança, que tragedia terrível! Você sabe de algo sobre esse incidente?

Kayla estranhou o modo de falar e o sotaque do motorista que soava estrangeiro, mas não disse nada apenas respondeu:

- Não faço ideia moço. Minha amiga Lilian estuda no campus falou que as aulas foram canceladas até que eles achem o culpado.

- Ah minha criança, ouça minhas palavras. Não hão de encontrá-lo.

Kayla começou a se sentir estranha, como a presa se sentindo observada pelo predador, seu estomago começou a revirar-se. Mas seus instintos de sobrevivência apareceram tarde demais. Kayla começou a se sentir tonta e sua visão ficou turva e mesmo assim notou o motorista a sua frente mudando de forma. Ferrões começavam a sair de sua cabeça e seu braço mudou de textura para algo escuro e de aparência pedregosa. Ao virar a cabeça, Kayla contemplou a feição monstruosa e demoníaca da criatura que dirigia o carro. E antes de apagar completamente escutou:

- Ah minha inocente criança, espero que compreenda não é nada pessoal, mas você é o único modo de chegarmos à fada.

Enquanto isso no ônibus, Lilian observava pelo vidro frontal do veículo a chuva que continuava caindo até que o cobrador perguntou num tom de ameaça:

- Ei! Vocês duas não vão pagar a passagem?

- Vamos né, mas quando a gente tiver perto de descer – disse Lilian

- Vocês não podem ficar aqui na frente não mano – retrucou o cobrador – São os assentos preferenciais.

- A gente sabe, mas não tô vendo nenhum passageiro preferencial aqui no momento – Falou ao cobrador com um tom de autoridade que o fez calar-se.

- Lilian, por que tu sempre tem quer arrumar barraco em algum lugar mulher? – Falou Akemi sussurrando enquanto dava uma risada discreta.

- Não, precisaria se não encontrasse um abusado como esse todo dia, seria até justo eu não pagar levando em conta a condição dessa lata-velha e tu sabe que se rolar um assalto aqui na frente é mais seguro.

Akemi concordou e as duas seguiram a falar das condições e de alguns incidentes peculiares pelos quais passaram nos ônibus da cidade até que Akemi começou a sentir-se estranha. Colocou a mão sobre o peito e abaixou a cabeça apoiando-se com o antebraço direito no assento a sua frente.

- Akemi, o que foi?

- Uma sensação ruim, desespero e medo ao mesmo tempo, como se tivesse algo se remexendo dentro de mim.

- Meu deus, amiga a gente pode passar numa UPA se tu quiser, tem uma perto de casa.

- Não precisa, foi só uma sensação ruim, mas já passou.

- Tá bom então, a UPA da Marambaia não conseguiria te atender mesmo, sempre lotada – Disse Lilian num tom cômico.

Embora a sensação houvesse ido embora, no fundo Akemi sabia que não era apenas um fenômeno do seu organismo, a sensação de tentáculos vasculhando seu interior era muito real e junto com a sensação de pânico e horror tão vividos, era como a de um cervo sendo devorado por um leão, mas ainda consciente o suficiente para sentir a dor das mordias e acompanhar suar carne sendo dilacerada. Os sentimentos haviam sido chocantes o suficiente para colocar Akemi num estado de silêncio e reflexão profunda e ela não tinha ideia do que houvera causado aquilo, mas as respostas para isso viriam para atormentá-la em breve.

- Chegamos - Disse Lilian levantando, passando seu cartão e colocando R$5,40 em cima da caixa do cobrador.

- Finalmente – falou Akemi – Eu ainda não almocei, tô morrendo de fome.

- Relaxa mana, o papai é ótimo na cozinha e deve ter caprichado sabendo que tu tava vindo.

- Espero mesmo – Falou Akemi num tom irônico de autoridade – Mas dá pra gente passar na farmácia antes? Preciso comprar meu bloqueador.

- Claro amiga, e aproveitar pra comprar uns remédios caso aquela fraqueza volte.

Akemi se sentiu desconfortável ao lembra do acontecido, mas seguiu para farmácia junto de Lilian e logo depois acompanhou-a para sua casa que ficava a poucos passos dali. Embora ainda apreensiva por conta de suas lembranças não deixou de se deslumbrar com a quantidade desproporcional de farmácias alinhadas uma após a outra na avenida. Caminharam até uma rua pavimentada ao mesmo tempo com asfalto e desalinhados paralelepípedos onde Lilian morava e entraram na primeira casa a esquerda delas. O pai de Lilly estava sentado a mesa da cozinha na entrada da porta, afogados em pilhas e mais pilhas de papeis e um simples notebook no meio da bagunça. Ao ver as duas, Anderson abriu um sorriso em seu semblante afadigado e arregalou seus olhos que sobrepunham as suas olheiras.

- Oi lindas, tudo bem? Eu tava preocupado com tudo que aconteceu hoje, vocês estão com fome? – Disse Anderson bombardeando as meninas com perguntas enquanto elas iam ao seu encontro para abraçá-lo

- Sim pai, estamos bem e a Akemi tá morrendo fome, eu consegui comer no RU antes de interditarem o campus.

- Eu ainda tô pasmo com esses acontecimentos, é realmente algo pra se preocupar, mas não acho que o responsável não tenha deixado nenhuma pista pra um crime dessa proporção.

- Seria legal dizer que a polícia faria o trabalho dela, mas depois que prenderam preventivamente a última pessoa no mundo que faria isso eu não acho que isso vá terminar diferente daqueles casos mistérios envolvendo “satanistas” – falou Akemi

- A polícia desse país é realmente uma piada salvo alguns casos, como servidor publico eu posso dizer que o sistema está de longe de ser ao mínimo humanizado.

Akemi pediu licença da conversa e foi pegar um prato para servir-se, o aroma que exalava das panelas entreabertas era divino e só aumentava o apetite dela. Com seu prato cheio se sentou a mesa enquanto Lilly a esperava terminar.

Após isso elas foram para o quarto de Lilian. Akemi logo se acomodou na cama bagunçada de Lilly enquanto sua amiga sentava-se no chão e pegava seu celular para checar suas mensagens e enquanto desbloqueava seu celular começou a sentir uma queimação em sua testa que era como colocá-la a poucos centímetros da boca de um fogão. As paredes ao seu redor descascavam como fossem de papel e os moveis junto com Akemi eram consumidos por uma chama como a ponta de um cigarro aceso. Quando se deu conta estava no chão de uma floresta e comtemplava uma trilha de uma substância esverdeada e viscosa que seguia adentrando a floresta em um caminho que parecia ter sido aberto com muita violência. Ela então prosseguiu seguindo a trilha até que chegou numa clareira também aberta recentemente com a mesma ferocidade do caminho que seguira e se deparou com uma criatura humanoide de estatura monstruosa. Possuía dois grandes espinhos de aparência metálica que saiam de onde seriam os ossos da escapula e ao olhar para o chão a frente vislumbrou Kayla desacordada aos pés da criatura que a circundava em tentáculos que saiam também de suas costas o corpo de sua amiga no chão

- Kayla! – Gritou Lilian no calor do momento com a esperança asfixiada de que aquilo fosse ajudar de alguma forma.

A criatura olhou para onde o som vinha, mas parecia não a enxergar. Lilian permaneceu estática no chão em posição de fuga, mas logo tudo voltou ao normal e seu quarto parecia se reconstruir enquanto ela abria os olhos.

- Amiga, o que acontece? Tu apagou do nada.

Lilian estava atônita e não fazia ideia do que acabara de presenciar, mas sentia dentro de seus ossos que precisava fazer algo por sua amiga em perigo. Ao olharem para o chão perceberam que um círculo incandescente com escritas e símbolos enredados e inteligíveis. Enquanto isso elas escutaram batidas firmes a porta da frente e os passos de seu pai indo com pressa atender. Lilian apontou para o tapete amarrotado ao pé da sua cama e Akemi prontamente esticou seu braço para pegá-lo, então as duas o colocaram sobre o rabisco místico do chão e então foram averiguar o que se passava nos cômodos a frente.

– Cadê a Lilian e Akemi? – Falou Renata, mãe de Kayla em prantos e com a voz trêmula.

– Elas estão no...

– Aqui – Disse Lilian interrompendo o pai – o que aconteceu?

– Meu deus, vocês sabem onde está a Kayla? Ela não dá notícia desde que foi se encontrar com vocês no CAN, ela chegou a encontrar com vocês?

– Sim, depois a gente pegou o ônibus e ela ficou esperando o Uber – falou Akemi – Ela não voltou pra casa?

– Não, ela não atende e nem recebe as mensagens que eu mando, eu tô desesperada.

– Calma – Falou Akemi segurando a mão de Renata – A gente deveria chamar a polícia agora.

– Sem dúvidas – Disse Anderson tomando seu celular em mão e digitando 190.

Enquanto Akemi acalmava Renata, Lilian voltou ao seu quarto e suavemente moveu o tapete que cobria o talhado no chão, que ainda brilhava em um tom azul real que encantava tão como amedrontava Lilly. Ela então pôs a mão sobre a linha do círculo exterior do desenho e sentiu uma forte onda de energia ascendendo seu braço e seguia até sua cabeça. Seus olhos começaram a chamejar no mesmo tom de azul do círculo e sua visão tornou ao mesmo lugar que esteve há poucos momentos era como se não fosse visível aos olhos pois nem ela conseguia enxerga-se. Ao invés da criatura havia apenas uma mulher alta e com longos cabelos loiros e com uma armadura que cobria todo o seu corpo com exceção de suas mãos e sua cabeça. Em uma das mãos, ela empunhava uma espada de aspecto marmorizado e com detalhes turquesa que ornavam seu sulco até seu pomo e incandesciam, iluminando o solo escuro da clareira.

- Quem está aí? – Disse a mulher misteriosa autoritariamente – Eu posso sentir sua magia espírito.

Então repentinamente a mulher lançou uma rajada de energia que cobriu o perímetro onde estava, assim atingindo também Lilian que sentiu o impacto e a eletricidade do ataque. No momento que ela voltou a focar na mulher, ela também a encarava com um semblante maquiavélico e foi então que Lilly percebeu que aquele ataque de alguma maneira havia a tornado visível.

- Fada! Não esperava projeção astral de alguém inexperiente como você, mas não importa, pelo menos isso deixara meu trabalho menos árduo – Disse a mulher enquanto estendia a mão que era coberta por uma nuvem energia de em direção a Lilian.

A garota então num último momento antes da mulher a sua frente realizar seu ataque olhou para sua direita e viu as ruínas do antigo engenho que se localizava em seu campus. E nem um segundo após isso a sua vista se tornou num clarão e ela estava de volta no seu quarto. Lilian ainda estava assustada com a situação, mas a imagem final de sua projeção havia sido suficiente, ela não sabia o que faria, mas sabia aonde ir.


4 Juillet 2022 23:16 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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