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Era mais uma véspera de Natal, onde Itachi já havia aceitado que passaria em sua própria e única companhia. Mas após uma estranha aparição e uma milagrosa "poção mágica", o Uchiha teve o presente de natal desejado. Ele só não esperava que fosse temporário.


Fanfiction Anime/Manga Déconseillé aux moins de 13 ans.

#drama #Angst #itasui #Shiita #misticismo
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Único.

A bengala de Itachi se arrastava pelo chão coberto por neve, deixando uma trilha única por onde passava.

Era manhã do dia vinte e quatro de dezembro e o Uchiha de cabelos longos estava indo a uma feira próxima a sua casa, para comprar algumas frutas e completar a sua ceia da noite.

Mesmo que fosse passar a data mais uma vez só, ele não quebraria essa tradição, até pelo fato de ter sido algo sempre tão bem comemorado e planejado em toda sua vida, principalmente quando Shisui se fazia presente.

O rapaz de cabelos ondulados adorava a semana natalina; adorava o momento em que podia retirar do sótão as caixas com os inúmeros enfeites, começando a espalha-los pela parte interna e externa da casa. Abusando sempre das luzes coloridas e caprichando em cheio na árvore de Natal.

Eram sempre as mesmas decorações e enfeites; exceto pela estrela que enfeitava o topo do árvore.

Shisui fazia questão de mudar anualmente a estrela e fazer uma própria a mão. A cada ano ele inovava em sua nova estrela, fosse ela feita de gesso, argila, ou até mesmo de plástico. Não importava, segundo ele, montar sua própria estrela e decora-la de acordo com seus desejos para o próximo ano, trazia sorte. Era por isso que ele se empenhava em sempre caprichar mais a cada ano em sua nova decoração de topo de árvore.

Essa ficou muito linda... Eu disse! Sempre que você me ajuda as coisas saem ainda mais belas, Tachi!

— É mas, eu poderia estar começando a assar as coisas para nossa ceia. Mas estou aqui, com os dedos cheios de tinta vermelha que entraram até em minhas unhas.

Shisui gargalhou baixinho e abraçou seu amado por trás. Ambos estavam sentados no tapete da sala de estar diante da mesa de centro. O móvel estava forrado com jornais e uma estrela de gesso acabava de ser decorada por ambos.

Haviam usado suas digitais para dar a pintura ao novo enfeite, optando pelo vermelho, porque segundo Shisui, era a cor do amor e amor era o que mais sentia quando estava com Itachi e o que desejava sentir por todos os seguintes anos de sua vida.

— Pare de ser um reclamão! Vamos lavar as mãos e eu ajudo você com o jantar enquanto a estrela seca. De noite a colocamos no topo da árvore. Quero aproveitar cada minuto com você hoje já que consegui ser liberado no natal.

— Ainda estou radiante com isso! Meu melhor presente de natal.

— Vem, eu te ajudo!

Itachi abriu um sorriso ao ver Shisui se levantar do chão e estender as mãos para si. O mais novo se agarrou as palmas abertas e se levantou devagar, se apoiando-se em Shisui até que alcançasse sua bengala e pudesse caminhar devidamente até a cozinha.

— Acho que vou jogar essa bengala na lareira e te usar de apoio sempre. É bem mais confortável e atrativo você segurando minha cintura para me ajudar a caminhar do que esse pedaço de madeira.

— Hum... É mesmo? Você gosta das minhas mãos em sua cintura?

O mais velho sorriu com malícia se colocando atrás do outro. Suas mãos firmes se agarraram a fina cintura de Itachi enquanto seu nariz se metia entre os longos fios de cabelos soltos, inalando daquele aroma gostoso, sentindo cada vez mais como Itachi cedia aos seus toques, ficava cada vez mais mole em suas mãos até derrubar a bengala e ficar completamente a sua mercê.

— Não queremos que você se desequilibrei e caia então me deixe te colocar em um lugar mais confortável.

Itachi riu daquela desculpa fajuta e se permitiu ser pego no colo e sentado sobre a mesa. Recebeu Shisui entre suas pernas e segurou o seu rosto em busca de um beijo repleto de paixão enquanto sentia a cacharel preta que usava ser pouco a pouco erguida do seu corpo.

— Acho que o preparo da ceia pode esperar um pouquinho.. — o mais novo disse entre o beijo, fazendo Shisui rir e concordar com um manear.

— Eu também acho... O que não pode esperar mais é a saudade que senti de você!

O mais novo escolheu algumas frutas para uma sobremesa que faria naquela noite e as colocou em uma cesta que levava em um dos braços após pagar por elas. Tinha de ser rápido pois, em breve, a nevasca iria se intensificar e seria difícil voltar a sua casa com sua perna manca e aquela bengala que se afundava cada vez mais na neve fofa.

Ele encarou a cesta notando que já havia pego tudo o que precisava, porém, ao se deparar com uma tenda bastante exótica, seu cenho franziu e sua curiosidade se despertou.

Uma placa grande e velha carregava consigo o nome de "poções do desejo", e atrás daquele velho balcão, o Uchiha pôde ver uma senhora de aparentemente uns sessenta anos de idade e alguns pequenos caldeirões em um fogo mantido por lenhas.

Ele olhou tudo a volta e suspirou. As barracas de doces, frutas e até outras besteiras estavam cheias, menos a daquela senhora. Talvez fosse o fato de estar muito frio e a nevasca piorando, as pessoas só desejassem ir para suas casas logo. Ou talvez fosse o puro receio ou falta de vontade de ir ver o que existia naquela barraca mais afastada e sem muito luxo.

Não negava que era bastante estranha, e o aspecto de lugar velho trazia consigo o conceito de pouca higiene para algo que provavelmente servia ao público para o próprio consumo. Mas ele imaginou Shisui ali consigo e não conteve uma risada. Sem sombra de dúvidas, Shisui teria o arrastado até a barraca por pura pena daquela senhora, teria puxado conversa e provado as tais poções seja o que fosse aquilo.

E com suas próprias reflexões, ele caminhou em direção a barraca, mantendo um sorriso gentil nos lábios. Deixou sua cesta cuidadosamente sobre o balcão para não se desequilibrar devido ao problema que tinha em sua perna e não precisou dizer nada para ter toda a atenção daquela senhorinha.

— Bom dia meu jovem! Você deseja algo?

"Eu desejo?"Perguntou ele a si mesmo em pensamento. Havia ido ali apenas por curiosidade e pensamentos de que Shisui provavelmente iria até lá se estivesse ali naquela véspera de natal. Mas não poderia dizer para a mulher que havia ido até lá apenas por pena, tinha de ser mais gentil.

— Eu fiquei curioso com essas "poções". São chás?

— As chame do que desejar, meu jovem. Chá é um bom termo.

Itachi sorriu um pouco tímido e mordeu o lábio encarando os pequenos caldeirões. Ao menos o cheiro daquelas bebidas eram boas e a fumaça que saia dali mostrava o quão quentinho aqueles chás deveriam estar.

— Hum..e quanto está as doses desse chá? Está bem frio talvez seja bom eu beber um pouco antes de voltar para casa. A nevasca está aumentando e talvez isso me aqueça e me de energias para voltar.

A senhora o analisou em silêncio e lhe dedicou um sorriso doce, pegando em seguida uma xícara consideravelmente grande, a servindo com uma generosa quantidade de concha do líquido aquecido pelo caldeirão.

Itachi franziu o cenho ao ver que a cor era meio arroxeada, se questionou o gosto daquilo e já se preparava para manter sua expressão neutra caso aquele chá fosse ruim.

Porém, ao ver a xícara sendo posta diante de si, ele inalou a fumaça que vinha da bebida de procedência duvidosa e se surpreendeu ao ver que o aroma não era tão ruim quanto o que se via ali.

Seu dedo se emaranhou na asa da xícara de porcelana e ele a trouxe para próximo da boca, assoprando suavemente antes de dar o primeiro gole e notar que não era tão ruim quanto imaginou.

— Me desculpe a pergunta. O que houve com sua perna? — a senhora perguntou após apoiar os cotovelos no balcão e encarar Itachi com curiosidade.

— Ah isso.. — ele riu fraco e deixou a xícara de volta sobre o balcão. — Isso foi consequências da guerra. Eu servi por muitos anos o exército, desde os meus dezenove anos até mais ou menos os vinte e oito. Eu caí em uma armadilha inimiga em meio a um combate e perdi parte da minha panturrilha, afetou meu tornozelo, então isso me impede de andar normal ou ter um equilíbrio. E desde então eu fui afastado e também não consegui mais trabalhos.

— E você sente falta do exército? Digo, não deve ser nada fácil. Você saber que está em combates colocando sua própria vida em risco por outras pessoas... Não é em vão que você se feriu gravemente e adquiriu uma sequela para o resto da vida. Deveria ser um alívio ser afastado disso, mas você fala com tanta saudade do exército.

— Não sinto falta dos combates, das guerras, dos treinamentos. Mas eu sinto falta das pessoas de lá. Inclusive se não fosse ser um soldado de guerra a anos atrás, eu não teria conhecido uma pessoa.

Ele sorriu de forma apaixonada e boba, fazendo a senhora sorrir junto por entender o que ele estava dizendo. Observou Itachi beber mais um pouco do "chá" e então novamente o questionou sobre.

— Arrumou uma paixão por lá?

— Conheci o amor da minha vida no terceiro semestre em que estava servindo. Ainda estava em fases de treinamento e Shisui já era um guerrilheiro. Ele me ajudou, me ensinou tudo o que sabia. Nos tornamos grandes amigos e companheiros ali dentro, ou mais que isso. Assumimos uma relação só entre nós porque era estritamente proibido relações entre os membros. Sem contar o preconceito dos demais... Dos superiores.

— Hum.. entendo. Então não foi fácil. Mas vocês conseguiram levar a relação por baixo dos panos pelo visto.

— Sim! Inclusive acredito que até hoje ninguém saiba disso. Só pense que éramos muito amigos, algo assim. Eu fui afastado quando tinha vinte e oito e atualmente tenho trinta e três. Shisui continuou a servir o exército. E levamos assim. Cada vez que ele era liberado em datas festivas ou feriados, ele vinha para minha casa.

— Hoje é uma data festiva. Ele não vem, meu jovem?

Itachi abriu um sorriso doce mesmo que seu olhar fosse triste. Ele assoprou mais um pouco do chá de sua xícara e negou com a cabeça.

— Não. Ele não vem! Mas acho que é o que eu mais desejaria. Se papai Noel existisse, eu iria pedir para Shisui passar o natal comigo.

A senhora abriu um sorriso compreensivo e antes de Itachi beber o restante daquele líquido, ela o segurou cuidadosamente pelo pulso evitando que o gole fosse ingerido assim.

O Uchiha a olhou desconfiado e travou a xícara rente aos seus lábios, ainda não ingerindo a bebida para saber o que ela queria.

— Beba e faça um pedido mentalmente de natal. Peça para que ele esteja com você hoje. Eu disse que você poderia chamar de chás. Mas são poções mágicas. Dura pelo tempo que estiver em seu organismo. Você pode acreditar ou não...

Itachi reprimiu os lábios para não rir. Aquela senhorinha falava aquilo com tanta convicção, que mesmo sendo o cético que era, não tinha nada a perder seguindo o que ela desejava.

Ele bebeu o restante da poção pedindo mentalmente para que a passagem do natal viesse carregada com a presença do seu amado. Definitivamente, seria o melhor presente da sua vida, por mais impossível que isso fosse.

Ele suspirou deixando a xícara de volta ao balcão e então pegou a cesta dali de cima, apoiando sua outra mão na bengala enquanto tentava alcançar a carteira no bolso da calça.

— A senhora não me falou quanto custa a bebida. — ressaltou enquanto conseguia puxar a carteira do seu bolso, e quando olhou mais uma vez para frente, sentiu seu corpo bambear ao ver um imenso vazio.

Era o fim da feira, existiam árvores cobertas de neve mas não existia barraca ou senhora alguma ali.

Itachi franziu o cenho, confuso e um pouco nervosos. Ele olhou tudo ao arredor e estava normal. Era a feira que havia percorrido para comprar o restante das coisas para a ação de graças. Porém, diante de si, só existiam árvores para a entrada da floresta e mais nada.

— Mas que porra..

Dando cuidadosamente alguns passos para trás, o Uchiha se afastou do lugar acabando por esbarrar em uma mulher que estava em uma barraca próxima e a olhou com certa irritação po seu desastre.

— Me desculpe eu..

— Deveria ficar em casa e não em meio ao público nesse estado caótico, seu drogado de merda!

— Como? — piscou algumas vezes confuso e viu a mulher limpar a neve do próprio casaco. — eu só me desequilibrei me desculpe eu..

— Ah pelo amor. Todo mundo viu você conversando sozinho, fingindo beber algo bem ali. A feira é um lugar público e existem crianças sabia? Não deveria sair tão alcoolizado ou drogado. Ainda mais em um data como a de hoje.

— Mas eu não estou bêbado e muito menos drogado! Eu só estava comprando um chá e conversando com a senhora daquela barraca que estava bem ali? Mas acho que ela..

— Que barraca? Que senhora? Sai da minha frente! É melhor parar de se drogar! Já está alucinando.

E após dar um esbarrão e Itachi, ela seguiu seu caminho deixando um Uchiha ainda mais confuso para trás.

Itachi então decidiu retornar a sua casa e não sair mais dela durante aquela véspera de natal. Talvez a neve e o frio abundante houvesse afetado sua cabeça ou.. talvez estivesse com fome demais já que não havia tomado café da manhã?

Ele tentou durante todo o percurso até sua casa pensar em uma justificativa para não ir nesse meio tempo a um psiquiatra pedir um auto internamento. Porque ele só podia estar enlouquecendo.

Quando chegou em seu lar, deixou os seus casacos pendurados no hall de entrada assim como suas botas, ambos cobertos por neve. Ele caminhou até a cozinha com a cesta, apoiando seu corpo sempre em sua bengala. Como seria apenas ele naquela véspera de Natal, não iria fazer tanta comida. Talvez assaria algo e faria uma sobremesa com as frutas frescas que havia comprado. Sendo assim, ele começou a preparar as coisas para a noite, acompanhado por uma garrafa de vinho branco, cantarolando algo em sua mente, se distraindo na cozinha como tanto gostava de fazer.

Já havia feito uma bela sobremesa que ficaria gelando até o jantar e havia temperado muito bem uma carne com vinho tinto, esta que demoraria toda a tarde para assar, sendo assim, teria de se ocupar pelas horas para não ficar entediado e triste por estar sozinho. Detestava deixar sua mente vazia, detestava não estar fazendo nada, mas ele não tinha muito o que fazer naquele momento.

Sentado na poltrona de sua sala, Itachi terminava o vinho branco que havia começado a beber mais cedo; tentava também não pensar no fato estranho que havia lhe corrido com aquela senhora.

Encarando sua árvore de Natal, ele notou como a mesma estava muito bem enfeitada, exceto pela ausência da estrela do topo. Ainda tinha as caixas com as estrelas dos demais natal que Shisui fez, mas era uma tradição inovar a cada ano, seria um crime usar uma estrela passada, mas não sentia vontade alguma de fazer uma.

E observando aquele topo vazio, Itachi relaxou em sua poltrona, não demorando a pegar em um sono ali mesmo, onde sua mente divagou a anos atrás, ao momento em que as coisas com Shisui, seu superior no exército, já estavam fluindo as escondidas e onde Itachi tinha certeza de que havia encontrado o amor de sua vida. Ele teve essa absoluta certeza no momento em que pensou que fosse perder a sua perna por um todo ou a sua vida.

Ele adorava sonhar com Shisui, mesmo que fossem sonhos desse dia tão cruel, ainda era um sonho com seu amado, um sonho no dia em que não teve dúvidas de que Shisui era para si a necessidade que um corpo humano precisa de oxigênio continuamente. Então não importava o quão ruim e doloroso aquela data havia sido. Shisui estava lá. E ele jamais esqueceria aqueles cuidados e olhos de preocupação sobre si.

ITACHI! MERDA, O QUE ACONTECEU? ITACHI???

— S-Shi...Shisui.. a minha perna..

— DESGRAÇADOS! ISSO VIROU A PORRA DE UM CAMPO MINADO.

Ele gritava completamente nervoso e trêmulo sem saber o que fazer. Porra, já havia tido quantos treinamentos sobre situações assim? Mas nunca imaginou que na realidade seria tão difícil e doloroso. Mas no fundo ele sabia que não era só isso! Era o fato de ser Itachi ali e isso tornava aquela missão ainda mais difícil para si.

— Itachi.. isso vai doer! Mas é pro seu bem. Confia em mim?

— Shisui... — ele chamou o nome do mais velho com a voz trêmula e sua respiração ofegante. Sua dor era tanta que ele sequer conseguia raciocinar. Já havia perdido muito sangue mas tentava focar sua vista e sua atenção ao máximo em Shisui pois sabia que tinha de lutar para se manter consciente em uma situação como essa. — Você tem que ir! Isso.. não acabou e você está se distraindo demais comigo Shisui, pode acabar sendo baleado ou ser pego em uma armadilha como eu.

— É muita ingenuidade sua achar que vou te deixar aqui.

— Sua obrigação é salvar os civis, proteger a área e não a mim, você sabe disso!

— Que se dane a minha obrigação. Não vou conseguir proteger ninguém das guerras se eu não tiver você na minha vida.

Shisui dizia aquilo enquanto retirava alguns escombros das pernas de Itachi. Quando notou aquela ferida, tentou esconder sua expressão de tristeza e dor. Jurou que Itachi perderia toda sua perna, mas não queria apavorar o mais jovem, por isso forçou um sorriso e o encarou, aproximando seus rostos, limpando com seu polegar aquele rosto sujo do Uchiha de cabelos longos até poder encostar os seus lábios aos dele.

— Me beije, Itachi.

E o mais novo não entendeu o motivo daquele pedidonaqueleinstante. Só compreendeu o porquê do pedido quando sentiu Shisui o erguer e parte da sua panturrilha agarrada a armadilha descolar do restante da sua perna, lhe causando uma dor descomunal. A língua quente e apaixonada de Shisui lhe distraia o mínimo que dava. Itachi chorava enquanto sentia sua língua ser acariciada pela do outro. Tentou se apegar a aquilo e ignorar a dor maldita que lhe invadia. Cravou fundo suas unhas na nuca de Shisui gritando contra sua boca, sentindo suas vistas turvas. Seu corpo tremia, estava soando frio, não aguentava mais lutar para não desmaiar.

Mas a última coisa que se lembra antes de perder a consciência, era de Shisui lhe deixando em uma maca de uma das bases montadas um pouco mais afastada no campo de guerra. Era a tenda mais próxima onde médicos e enfermeiros atendiam os feridos da guerra.

E foi isso que Itachi se lembrou, de um Shisui tendo seu rosto sujo pela tinta de camuflagem ser limpado pelas lágrimas ao lhe deixar ali na maca. Ele sentiu seu braço ser perfurado para uma medicação no soro e no mesmo segundo, sorriu fraco ao ouvir um "eu te amo" do seu amado antes de desmaiar de vez.

Quando despertou, notou que existiam mais macas em torno de si com outros feridos. Alguns despertos, outros ainda desacordados. Não iria mentir. Seu corpo doía demais ainda, mas não sentia mais a sensação de que morreria pela dor a qualquer instante.

Notou um acesso em seu braço e um soro lhe hidratando; notou também que todo seu corpo estava coberto lhe impedindo de ver o que houve com sua perna. Queria tentar move-la para ver se ela ainda estava lá mas não tinha forças para Isso.

Suspirou frustrado e deitou sua cabeça novamente na maca encarando o teto daquela tenda. Fechou os olhos em lamentação por imaginar que, independente do que tenha acontecido, ele não seria mais capacitado a estar ali, servindo e protegendo os seus.

E em meio a esses pensamentos, ele sentiu o toque suave em sua testa, descendo por seus cabelos, lhe acariciando com zelo e cuidado.

Quando abriu os olhos, sorriu ao ver Shisui. Desejava falar algo, perguntar, mas sua garganta estava seca demais, e sua voz não saiu como desejou. Por isso, apenas olhou para o mais velho de uma forma que desse a entender o que queria saber.

— Não amputaram a sua perna. Mas você vai ter que fazer muita fisioterapia, provavelmente terá sequelas para o resto da vida. Sua panturrilha e tornozelo foram muito afetados mas.. já já vão te encaminhar ao hospital junto com mais alguns feriados e você passará por uma cirurgia, até agora só estabilizaram sua situação e estancaram seu sangue. Você vai ficar bem meu amor... Mas sua trajetória aqui no exército chegou ao fim.

Itachi abriu os olhos um pouco assustado pelo sonho e sua primeira reação foi encarar a janela da sala. A nevasca estava bastante intensa e o sol já estava começando a se por.

Ele se levantou com cuidado indo até a cozinha checar a carne que estava assando. Virou a mesma e jogou o vinho que banhava a forma sobre o outro lado, deixando que ela novamente voltasse a assar.

Retornou para a sala onde se acomodou mais uma vez em sua poltrona; puxou uma manta que costumava ficar ali nos sofás e cobriu seu corpo. Seus olhos já haviam se fechado, estava prestes a cochilar novamente, estava quase na verdade, até ouvir o som da porta batendo e em seguida alguns passos.

Os seus olhos cansados e sonolentos se abriram com estranheza, e ele arregalou os olhos em choque ao ver Shisui bem ali, caminhando diante de si enquanto limpava a neve dos ombros e dos cabelos.

— Sério que vai passar a véspera de natal dormindo?

Itachi o encarou ainda incrédulo e boquiaberto. Piscou algumas vezes esfregando os olhos e os abriu mais uma vez, se deparando com um Shisui sorrindo enquanto o analisava.

— O que foi Itachi? Parece que está vendo um fantasma. Não vai me abraçar? Eu consegui vim passar a véspera com você!

— Eu...

— E olhe só.. eu não posso ficar longe que você já quebra nossa tradição. Cadê a estrela do topo da árvore?

— Shisui... Como.. como.. o que está..

— Menos perguntas e mais ação, Tachi. Eu senti tantas saudades.. e temos muito a fazer até a meia noite. Você não é nada caprichoso com nossa árvore de Natal.

— Shisui...

Ele sentiu seus lábios serem calados pelos lábios gelidos de neve do mais velho. Um beijo casto, suave, acompanhado de uma carícia em seu rosto quente que se arrepiou ao ter o contato com as digitais praticamente congeladas do outro pelo frio que fazia lá fora.

— Vem Tachi.. eu te ajudo.

E ao ver as mãos do mais velho estendidas a si, para o ajudar a se levantar, Itachi sentiu seu coração bater forte e seus olhos marejarem, ele abriu um largo sorriso e as segurou, se levantando e deixando que Shisui conduzisse aquele resto de tarde e início de noite como desejasse.

— Temos argila?

— Não.

— Gesso? — perguntou enquanto pegava mais caixas do sótão para enfeitar ainda mais aquela árvore de Natal.

— Também não.

— Você pretendia mesmo não colocar uma estrela no topo? — perguntou com indignação, começando a colocar mais enfeites nas árvores assim como as meias na lareira.

— Desculpe... — disse cabisbaixo, encarando os próprios pés, sentindo-se culpado por isso. Sabia como era importante para Shisui. Mas era doloroso demais seguir isso quando ele não estava ali.

— Tudo bem..vamos improvisar então.

Itachi se surpreendeu com o beijo repentino que foi deixado em sua testa e sorriu ao ver Shisui se sentar diante da mesa de centro com alguns materiais, estendendo mais uma vez a mão para que Itachi ficasse ali com ele.

O Uchiha mais jovem a segurou e com cuidado, se abaixou, se sentando em frente ao corpo do mais velho, começando a ver ele riscar um pedaço de isopor em forma de estrela, separando depois algumas tintas e outros enfeites.

— Qual será a cor desse ano? — perguntou enquanto recortava com um estilete a estrela da placa de isopor, apoiando seu queixo sobre o ombro do menor.

— Podemos pinta-la de branca e verde?

— Branca e verde? — perguntou curioso mas não se opôs a isso, apenas separou as tintas que Itachi havia escolhido.

— O branco é mais do que uma paz generalizada. É uma paz interior e uma paz de espírito e ele também remete a purificação física, espiritual, transformações e mudanças. E o verde, atrai a esperança... liberdade, equilíbrio, vitalidade, renovações, aceitações.

— E você precisa disso tudo? — perguntou baixinho, afundando os dedos de Itachi na tinta, rindo da careta do mesmo por aquilo.

— Acho que nós dois precisamos. Principalmente paz de espírito e aceitações.

Shisui sorriu sem dizer mais nada e fez como da última vez. Deixou as digitais de Itachi sobressaírem as suas maiores naquela estrela. As cores se bagunçavam naquele isopor e sinceramente, ambos sabiam que aquilo estava horrível, mas nenhuma das estrelas anteriores eram belas então, por que isso importa agora?

— Acho que a carne está pronta. Melhor tirar do forno antes de queimar.

— Eu te ajudo! Deixe a estrela secar, depois colocamos no topo.

Itachi anuiu e se permitiu ser erguido por Shisui, que o segurou pela cintura e caminhou com ele até a cozinha.

Eram poucos passos de um cômodo para o outro, mas eram os passos mais bem dados por Itachi mesmo com sua atual condição, porque ele tinha os braços de Shisui o segurando com todo o zelo, carinho e cuidado do mundo. E a quanto tempo não sentia isso? A quanto tempo não sentia o amor da sua vida lhe sustentando dessa maneira carinhosa que o fazia ter vontade de largar a bengala na lareira?

— Eu amo sentir você me dando equilíbrio.

— Eu amo fazer isso por você. Deveria saber disso..

— Não estou falando só dá minha perna. — Itachi abriu um sorriso e acariciou o rosto alheio. — eu sou quem sou hoje por sua causa. Você é a minha base Shisui. O equilíbrio da minha vida.

Shisui segurou aquele rosto com extrema delicadeza e o acariciou como se tocasse a coisa mais frágil e delicada de todo o universo. O seu polegar se arrastava tão suavemente pela pele de porcelana de Itachi. Sentia que se colocasse força em excesso poderia quebra-lo por tamanha fragilidade que era o amor de sua vida. Como o mais belo e frágil dos cristais.

— Eu te amo muito, Itachi. Isso nunca mudou.

— E eu sempre vou amar v... Merda, a carne!

Shisui voltou a realidade junto com o outro e riu ao sentir um cheiro de queimado. Quando Itachi abriu o forno, tossiu ao ver a fumaça que saiu dali. Bufou irritado por ter se distraído ao extremo. Havia temperado e feito tudo com tanto cuidado e agora, bem agora, que Shisui estava ali consigo, o prato principal de sua ceia estava queimado.

— Merda, merda e merda! Arggg! — jogou a forma sobre a pia com irritação e forçou um choro dramático. Mesmo que não chorasse de fato, tinha vontade disso.

— Calma.. essas coisas acontecem.

— Estraguei nossa ceia! Só tem sobremesa agora! Não tem mais nada pronto!

Shisui riu da forma que Itachi velava aquela carne queimada e caminhou até a geladeira, abrindo a mesma e averiguando o que podiam fazer. Retirou do freezer uma pizza congelada e a colocou sobre o balcão, buscando uma forma redonda pelo armário, abrindo a embalagem do que agora, seria a ceia de ambos.

— Pizza não é tão ruim assim, Tachi.

O Uchiha mais novo negou com a cabeça com os seus olhos ainda marejados e acabou por dar risada enquanto assistia Shisui agora preparar a pizza para ambos comerem.

E enquanto o observava, sua mente faziam inúmeros nós de "como?" "Por que?" "Isso é real?". O seu dia já havia se iniciado de uma forma nada comum, e agora tudo isso estava acontecendo. Porém, tudo estava bom demais para ele questionar, e se fosse um sonho, que durasse muito tempo.

Por isso não contestou absolutamente mais nada das dúvidas que tinha. Apenas começou a conversar com Shisui sobre as novidades de sua vida, ouvindo histórias das guerras que Itachi não esteve presente. Riam, se xingavam, se divertiam em meio aquela ceia que nada mais era do que uma pizza de mercado congelada e uma sobremesa de frutas que Itachi fez.

Até mesmo limpar a cozinha havia sido algo divertido entre ambos como a muito tempo não acontecia.

Quando beirava a meia noite, Shisui levou até a sala duas xícaras de chocolate quente, flagrando um Itachi que tentava colocar no topo da árvore a estrela de isopor que já estava seca.

— Eu te ajudo..

A bandeja com as xícaras foram deixadas na mesa de centro e Shisui se aproximou do outro, o segurando pela cintura, o erguendo o suficiente para Itachi conseguir colocar aquela estrela no suporte do topo da árvore.

Quando sentiu os pés de volta ao chão, ele tentou reprimir os lábios para não rir, mas havia sido sem sucesso. Começou a gargalhar da situação péssima que ficou aquela estrela e em resposta, recebeu uma leve cotovelada do mais velho que em seguida puxou uma mecha dos seus cabelos.

— Não ouse rir dos meus dons para a arte.

— Oh.. me perdoe Picasso.

Shisui revirou os olhos rindo e ambos se sentaram em frente a mesa de centro. A lareira queimava as lenhas enquanto ambos bebiam seus chocolates quentes e encaram o relógio de ponteiro preso a parede, acompanhando mentalmente aquela contagem regressiva até que os ponteiros marcassem as exatas meia noite.

— Feliz natal, Tachi.. — Envolveu o menor em seus braços e deixou um beijo carinhoso estalar em sua bochecha. — eu te amo muito. Eu sempre vou te amar. Espero que tenha gostado das poucas horas que estive aqui hoje.

— Não poderia ter presente melhor de natal do que você comigo novamente.. — ele sorriu docemente e se permitiu deitar sobre aquele tapete da sala, com sua cabeça descansando sobre o colo de Shisui. — Feliz natal, meu amor.

Ele sorriu para Shisui. O sorriso mais belo e doce e fechou seus olhos quando sentiu os seus cabelos serem acariciados. Aquilo lhe dava sono, mas ele não queria dormir. E se tudo aquilo fosse um sonho. Ele não queria acordar.

— Não precisa temer.. eu estou aqui, Tachi.. me diga, como foi seu dia?

— Hum... Eu saí cedo para ir a feira comprar frutas. E algo bem esquisito aconteceu...

— Esquisito? O que aconteceu?

— Eu vi uma barraca bem velha no início da floresta. E eu fiquei curioso porque ali vendia alguns chás e era uma senhora que estava cuidando. Ninguém estava na barraca dela e eu tive dó.. lembrei de você na hora.

— Eu com certeza iria até a barraca dela, beberia um chá com ela e conversaria horas com ela!

— Eu sei! — ele gargalhou e voltou a falar. — eu fiz isso. O chá não tinha uma boa aparência mas eu o bebi. Conversei bastante com ela também. Contei sobre nós dois.. hum, então ela me disse para beber o chá e fazer um pedido de natal. E eu pedi você aqui comigo hoje. Será que ela é uma feiticeira? — falou com humor, se embalando no sono ainda mais ao receber aquelas carícias em seu rosto.

— Talvez ela seja... — disse com humor. — ao menos você ganhou o que queria.

— Sim. Mas.. o esquisito é que quando eu ia pagar o chá, ela sumiu. Quer dizer, ela relamemte sumiu Shisui. Ela, a barraca dela. E o pior nem foi isso! O pior foi que eu esbarrei em uma mulher e ela me chamou de drogado. Disse que eu deveria ficar em casa e não por aí... que eu estava conversando sozinho.

Shisui não disse nada, apenas riu da indignação alheia e manteve suas carícias enquanto notava como Itachi pouco a pouco se embalava ao sono.

— Você não é um drogado e nem está ficando louco, amor... Existem coisas na vida que nada e nem ninguém explica. Só quem viveu sabe... Somente quem as vive..

Itachi respirou fundo e sorriu, beijando a mão do mais velho, sentindo seu corpo leve como a muito tempo não sentia. Não existia coisa melhor do que estar com Shisui.

— Tenha um feliz natal Itachi.. eu amo muito você meu amor. Para sempre!

Sussurrou e ficou ali assistindo aquele rosto delicado e sereno adormecer em seu colo. E Itachi se sentiu confortável para se entregar ao sono. Um sono que a muito tempo não tinha. Estava tão relaxado.. tão bem.

Mas quando despertou, sentiu suas costas doerem. Ao abrir os olhos, encarou o teto de sua casa e notou que havia passado a noite no tapete da sala. Já estava de dia, sua cabeça doía um pouco pelo desconforto de dormir no chão, mas jamais iria reclamar. Teve o natal dos sonhos e, ao lembrar do dia anterior, abriu um sorriso animado e se levantou do chão o mais rápido que pôde, agarrando sua bengala e seguindo até a cozinha.

Como toda manhã natalina, Shisui estaria na cozinha fazendo panquecas doce para acordar Itachi. Mas ao chegar ali, ele não estava. E ele não estava também na sala, nem nos quartos e muito menos no sótão. E então, Itachi sorriu fraco, vendo como a realidade batia em sua porta de forma impiedosa.

— Foi um sonho...

Balbuciou cabisbaixo e se dirigiu ao próprio quarto. Iniciou o seu dia tomando um banho quente e vestindo roupas quentes e colocando em seus bolsos o necessario. Agora era Itachi que iria iniciar sua manhã de natal como havia sido seu costume nos últimos anos.

Ele deixou sua casa, e ignorando toda a nevasca, ele caminhou acompanhado de sua bengala por alguns quilômetros.

Demorou um pouco até conseguir abrir aqueles portões de ferro que eram envolvidos apenas com uma corrente que estava quase congelada. Era óbvio que aquele lugar estaria vazio nessa nevasca, ainda mais em uma manhã de natal. Ele caminhou em direção ao seu destino, retirando do bolso do sobretudo uma vela de sete dias e uma caixa de fósforo.

Repousou o fundo da cera com facilidade sobre aquela lápide e a acendeu, mesmo que a chama não fosse durar tanto por conta da neve. Ele acendeu aquela vela e sorriu fraco, limpando com os dedos a fotografia de Shisui que estava congelada por conta do frio da época do ano.

— Feliz natal meu amor. É terrível passar essas datas sem você. Mas eu vou sobrevivendo um dia após o outro até o dia em que vamos estar novamente juntos.

Itachi estava dormindo quando seu celular começou a tocar de forma incessante. Ele se remexeu na cama frustrado por ser acordado dessa maneira e apalpou abaixo do travesseiro em busca do aparelho.

Quando viu que era um número do pavilhão de Shisui, abriu um sorriso largo, saltando da cama logo em seguida. Shisui só viria para casa semana que vem, mas existiam as excessões de quando ele conseguia adiantar suas tarefas e ser liberado mais cedo.

— Itachi?

— Sim, sou eu! — ele falou com certo estranhamento ao ver que a voz não era de Shisui.

— Eu sou o soldado Yahiko. Eu sinto muito te ligar a essa hora ainda mais para dizer algo assim por telefone mas.. preciso que venha até aqui assinar algumas coisas em nome do seu amigo Shisui. Você era o contato de referência e.. eu sinto muito Itachi. Shisui faleceu na madrugada em meio a uma invasão inesperada.

E naquele minuto, Itachi soube que seu mundo nunca mais seria o mesmo. Não há como viver uma vida sem a sua vida. O seu equilíbrio.

Itachi voltou para sua casa, sentindo um vazio tremendo mas ao mesmo tempo um conforto por ter tido um sonho tão bom com seu amado. Ele se sentou na poltrona após retirar suas botas e casacos e, quando se afundou no estofado confortavelmente, ele encarou a árvore de Natal, arregalando os olhos ao ver a estrela de isopor verde e branca presa no topo.

Seu coração bateu forte e no mesmo segundo ele encarou a mesa de centro, vendo as duas xícaras de chocolate quente sujas ali.

Seu corpo estava trêmulo; ele pegou sua bengala ainda descrente ou se achando apenas um louco mediante a tudo aquilo. Ele seguiu para a cozinha e engoliu o seco ao ver sobre a pia a forma ainda com a carne queimada e a embalagem da pizza no lixo. Dois pratos, dois copos... E a cereja do bolo foram suas unhas com mínimos resquícios da tinta verde. Sua mente viajou no dia anterior onde Shisui segurou seus dedos e os afundou na tinta.

Tudo aquilo era uma tremenda loucura. O seu dia anterior já havia começado com essa loucura total e ele agora se questionava se alguém havia entrado em sua casa e passado o dia com ele fingindo ser Shisui. Mas era impossível, era Shisui, era sua aparência, sua voz, seu carinho, seu amor.

Sentado novamente na poltrona, ele soava frio tentando achar uma resposta para o acontecimento com aquela senhora e com a tarde em que viveu com seu falecido namorado.

E no fim das contas, não existiam respostas para isso.

"— Você não é um drogado e nem está ficando louco, amor... Existem coisas na vida que nada e nem ninguém explica. Só quem viveu sabe... Somente quem as vive.."

A voz de seu amado ecoou em sua mente e ele sorriu como um bobo, abraçando a própria manta que cobria seu corpo enquanto os seus olhos se inundavam pela emoção do momento. Não tinha uma justificativa para aquilo mas Shisui esteve ali e aquela senhora o ajudou com isso. Ele teve seu presente de natal. Algumas horas com seu amado. Em espírito ou em um fruto fértil de sua imaginação, não importava. Ele esteve ali com Shisui, seu cheiro ainda exalava no ambiente.

eu sempre vou estar com você, Itachi.. mesmo que você não me veja. Estarei sempre com você!— afirmou o mais velho em um sussurro, mesmo que soubesse que seu amado não o ouviria. Shisui o abraçou pelo pescoço por trás da poltrona e beijou o topo de sua cabeça, fazendo o menor se arrepiar sem entender.

Mas ele não precisava entender. Apenas sentir. Shisui estava ali com ele e algumas coisas só devem ser vividas e sentidas, não explicadas.

Porque ninguém explica o que a força de um amor verdadeiro é capaz de fazer. Até mesmo romper o véu entre a vida e a morte.

— Sempre comigo..

18 Mars 2022 03:43 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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La fin

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