─ Não quer mesmo ir bater uma bolinha com a gente, Hatake? ─ A voz de Yamato se fez presente, fazendo o grisalho negar com a cabeça enquanto apalpava os próprios bolsos em busca de seu isqueiro.
─ Tenho um compromisso. ─ Respondeu de forma breve, já achando o objeto no bolso da calça, o retirando dali para acender o cigarro preso entre os lábios.
─ Compromisso ou o marido não deixa? ─ Iruka perguntou em meio a um riso.
─ Os dois! — Sorriu, mantendo o humor do diálogo.
─ Então, até amanhã Kakashi! Eu vou bater uma bolinha com os rapazes, sabe como é né? Sinto o poder da juventude me corroer de dentro para fora! ─ Guy falou em um alto e bom som, o suficiente para incomodar os rapazes que estavam ao lado dele. ─ Tenho muita energia para gastar! Vou fazer esses dois aqui oh, comerem grama! ─ Ele continuou, agora esboçando um largo sorriso, expondo os seus dentes brancos e bem alinhados, enquanto esticava o braço e fazia um joinha para Kakashi.
─ Então boa partida para vocês. Na próxima eu deixo esse seu poder da juventude no chinelo! ─ O grisalho brincou, acenando para os rapazes que riram da situação e passaram a caminhar em direção ao local onde a partida ocorreria.
Kakashi se sentou sobre o capô de seu veículo. Puxou com intensidade a fumaça para si, tragando a mesma, a prendendo por alguns segundos ali em seus pulmões. Observou a cinza cair daquele cigarro que já beirava a metade e encarou o céu nublado. Havia chovido a alguns minutos mas, aparentemente, a chuva não iria atrapalhar o dia de hoje. Com muita sorte, o céu ficaria até mesmo sem vestígios de nuvens e totalmente estrelado.
O homem finalizou o seu cigarro após alguns minutos e se desencostou daquela lataria. Adentrou em seu veículo se acomodando sobre o banco, girando a chave que já estava no contato. Deu partida no veículo e seguiu para sua casa.
A residência estava vazia e todas as luzes apagadas. Provavelmente, seu marido não estava ali. Seguiu pelos cômodos em passos lentos, a cada lugar vazio, tinha mais certeza de que ele havia saído.
Deixou os pensamentos de lado e se conduziu até o banheiro do quarto. Se despiu das roupas que vestia e se mesclou a água morna que saia de seu chuveiro. Sentiu os seus músculos se relaxarem instantaneamente, não havia coisa melhor do que um banho quente após um dia cheio e cansativo.
Ficou bons minutos naquela água mas não se deu o luxo de demorar, afinal, ainda desejava sair, beber...
Finalizou seu banho e suas higienes, seguiu para o seu quarto onde secou rapidamente o seu corpo e passou a se vestir. Uma cueca boxer na cor preta, uma calça jeans de lavagem escura e uma camiseta também na cor preta. Perfumou todo seu corpo em uma essência amadeirada, ajeitou os seus cabelos com um pouco de pomada na ponta dos dedos deixando os fios acinzentados como o costumeiro.
Calçou os seus sapatos pretos e se dirigiu até a saida do cômodo, mas antes, alcançou a sua jaqueta de couro, puxou a mesma do suporte em que estava pendurada e a vestiu, caminhando em direção a saída de casa.
Retornou ao veículo que estava estacionado na rua, em frente a casa. Colocou a chave no contato, ligou o som do carro, abaixou os vidros encarando o céu, que já estava escuro e, como previsto, sem nuvens e em um belo estrelado. Deu partida e quinze minutos pelas ruas, logo havia chego em seu destino. Um bar localizado na saída da cidade. Aqueles típicos bares fuleiros onde os motoqueiros adoram se encontrar para jogar uma sinuca, tomar uma e falar sobre recentes aventuras.
O local não era grande, e também não estava tão cheio, o que era de se esperar para uma quarta-feira. Caminhando em direção a entrada, Kakashi guardou as chaves do veículo no bolso da jaqueta de couro e pisou no lugar chamando a atenção de alguns ali.
Haviam alguns rapazes jogando sinuca, um trio de amigos mais ao fundo competindo a melhor mira nos arremessos de dardos, algumas pessoas ocupavam as pequenas mesas do local e por fim, haviam alguns gatos pingados nas banquetas diante do balcão.
O homem por de trás do balcão era aparentemente um senhor de quase sessenta anos. Ele com certeza trabalhava aqui a um bom tempo ou era dono daquele bar. A maestria dele em preparar as bebidas, abrir aquelas garrafas em frações de segundos, sua postura, isso dizia muito. O velho parecia bastante empolgado com aquela noite. Ele quem colocava as músicas que ecoavam naquele pequeno e humilde bar. Na noite de hoje, o senhor estava optando por uma escolha bastante agradável para todos, ou até mesmo nostálgica.
Estava ecoando pelo bar músicas dos anos 70/80. Ele cantarolava trechos das mesmas em um tom de voz baixo, enquanto intercalava a sua atenção entre servir os seus clientes, secar aqueles copos com o pano que estava deitado sobre o seu ombro esquerdo e por fim, dar alguns pequenos socos no velho rádio, o fazendo voltar a funcionar, permitindo que o ambiente fosse tomado por aquela boa escolha de músicas antigas.
Mas entre tudo aquilo e todos aqueles seres, somente um chamou a sua atenção. Era um homem, sendo mais específico. Aparentemente um pouco mais alto que si, cabelos em um tom castanho escuro, pele bronzeada e o que mais chamou a atenção aos olhos do Hatake, era o fato de que metade do rosto daquele homem era repleto de marcas e cicatrizes. Ele usava um óculos escuro e, por estar de óculos escuros dentro de um ambiente sem sol e em plena noite, ele logo deduziu que o rapaz pudesse não ter a visão daquele determinado olho e se sentia mais confortável assim.
Talvez não fosse a melhor das hipóteses um homem comprometido ir se sentar para beber com outro que acabará de avistar em um bar. Mas ele mesmo assim fez.
Um sorriso quase bobo surgiu em seus labios enquanto ele caminhava na direção daquele belo homem bem vestido, o oposto do seu estilo. Precisou se controlar no meio do caminho para não parecer um idiota de sorriso frouxo interessado.
Sentou-se na banqueta vaga ao lado dele. Sua presença não demorou a ser notada pelo mesmo. O que chamou a atenção do rapaz a princípio, fora aquele cheiro gostoso de essência amadeirada que exalava, e que se mesclando com o forte cheiro de whisky que pairava por todo o bar, deixava o aroma ainda mais atrativo. Era intenso.
Agora, ele podia prestigiar seus olhos com a bela vista bem diante de si. Aquele moreno usava roupas sociais, um relógio aparentemente caro em seu pulso e sim, como previsto desde que entrará no bar, aquelas cicatrizes eram tremendamente atraentes naquele rosto másculo e misterioso. Era errado mas... merda, porque sua imaginação e seus desejos tinham de ser tão férteis desde sua adolescência?
─ Mais um whisky, senhor? ─ A voz do velhinho que preparava os drinks daquele bar, ecoou diante dos dois, quebrando aquele transe que eles vivenciaram por alguns segundos.
O de cabelos escuros acabou por rir da situação ao notar como era analisado e como não se sentiu desconfortável com tal ato. Carregar cicatrizes no corpo já é algo difícil e carrega-las em seu rosto tendo de rever e lembrar diariamente de um trágico acidente de seu passado era ainda pior. Sempre recebia olhares curiosos e até de repulsas. Na maioria das vezes se incomodaria em ser tão observado descaradamente mas... estranhamente, se sentia confortável com o olhar alheio.
─ Eu aceito! Com uma pedra gelo! ─ Ele disse de forma educada e amigável, deslizando seu copo vazio pelo velho balcão de madeira.
─ Whisky?! Qual seu predileto? ─ O Hatake indagou curioso e admirado pelo bom gosto. ─ Oh.. desculpe-me a intromissão. Só fiquei curioso e..
─ É sobre o Whisky da minha preferência que você realmente está interessado? ─ Ele o interrompeu, em meio a uma baixa risada. Uma risada gostosa e contagiante para os ouvidos do grisalho.
─ E você, o que vai querer? ─ O senhor perguntou após entregar uma nova dose de whisky para o de cabelos escuros.
─ Dose dupla de whisky, sem gelo, por favor! ─ respondeu brevemente, retomando o seu olhar para o homem ao lado de si. ─ E voltando ao assunto, sim. Fiquei curioso sobre qual será sua preferência para um whisky, analisando seu estilo, convenhamos que é surpreendente um homem como você está em um bar... Como esse... Talvez meu paladar ainda não conheça o refinado, você pode me dar uma boa sugestão!
─ Bourbon é a minha preferência! — ele sorriu e suspirou voltando a falar. — Digamos que nem sempre o lugar mais renomado é capaz de me trazer boas surpresas como este aparentemente está fazendo. Eu gosto de inovar e me arriscar. Pesquisei um bar aleatório no google, joguei o endereço no GPS e cá estou. Serve para refletir..
─ Aconteceu algo para você estar nessa situação? Digo... querer uma experiência inovadora assim.. ─ Ele perguntou, novamente curioso, enquanto agradecia com um gesto o mais velho que acabará de lhe servir sua dose dupla.
─ Você é bem curioso, hum?
─ Acredite, eu não sou! Mas estranhamente, estou curioso em saber sobre você!
─ Não existe um motivo em específico. Acho que é toda uma junção. Quando você vive uma rotina robótica, sair dela e inovar, mesmo sendo em um bar fuleiro, se aventurar o quanto puder com mínimas coisas.. Já é o suficiente. ─ Disse com humor dando um belo sorriso que fizera o outro suspirar ─ Mas e você, costuma vir a bares? Por que está aqui em plena quarta-feira?
─ Bares faziam parte da minha antiga rotina, agora não tanto. Mas hoje, estranhamente eu quis vir até aqui. Beber um bom whisky, ouvir uma boa música, assim como você.. ─ Ele sorriu e deu um gole em sua bebida quente ─ Seria o destino me induzindo até esse bar, só para conhece-lo?
─ Está flertando comigo? ─ Perguntou de forma direta, enquanto mexia o gelo no interior do seu copo.
─ Depende, eu teria chances? Estou me saindo bem? ─ Respondeu com humor, arrancando um sorriso alheio.
─ Depende, isso em seu anelar.. é uma aliança de casamento? ─ Perguntou novamente, de forma direta e ácida.
─ Depende, isso no seu me parece ser uma também.. ─ Ele falou dando uma piscadela para o rapaz, que encarou o próprio dedo e gargalhou.
─ É.. você me pegou! ─ Admitiu. ─ Bem, muito prazer, o meu nome é Obito...
─ O prazer é todo meu, Obito! Me chamo Kakashi! ─ Ele falou expondo aquele belo sorriso quase raro que fizera o outro entrar em transe instantâneo.
O Uchiha o observou em silêncio após aquela apresentação breve. Existia algo no olhar de Kakashi que o deixava como um adolescente, agitado, ansioso. Talvez fosse o fato de estarem flertando feito dois jovens descabeçados ignorando suas responsabilidades, não importava o que era... Sabe aquela sensação? De que você está do lado da pessoa que nasceu para mudar a sua vida?
─ Então, Obito, me fale mais sobre você.. ─ Ele quebrou o silêncio, enquanto balançava o copo em sua mão por pura mania.
─ Eu sou mágico! ─ Disse rindo.
─ Mágico? Como? ─ Perguntou ele mais uma vez confuso nas respostas vagas e sugestivas do homem.
─ Mágico, ilusionista, me apresento em eventos, shows, tiro o coelho da cartola, cerro as pessoas ao meio, sumo por de trás de uma capa. ─ Ele falou rindo ao ver a expressão do homem.
─ Uau, eu não imaginava isso.. ─ Respondeu de forma franca, enquanto sorria como um bobo, somente por ver o sorriso dele.
─ Talvez eu possa lhe mostrar um dos meus truques depois. ─ Ele se virou naquela banqueta, se colocando de lado, mas ficando frente a frente para o albino, apoiando o cotovelo sobre o balcão, descansando sua cabeça sobre a própria mão. ─ E você Kakashi, o que faz da vida?
─ Sou...sou.. Hum.. leitor profissional.. ─ Respondeu e virou sua dose de uma vez, fazendo um gesto para que o mais velho pudesse preencher novamente o copo.
─ Leitor profissional é? Do que exatamente?
─Eu.. sou um.. revisor de livros de romance! ─ Falou rindo, arrancando uma risada ainda mais eufórica do Uchiha que o olhava perplexo.
A dose do Hatake novamente foi preenchida. Papearam cada vez mais enquanto usufruíam dos líquidos em seus copos. Se sentiam tão confortáveis na presença um do outro, que a palavra vergonha ou timidez era desconhecida. Gargalhavam alto, brincavam um com o outro, cantarolavam aquelas músicas antigas e falavam cada vez mais de si um para o outro, o que era mais motivos de risos histéricos, afinal, suas respostas para as questões impostas a eles mesmos, eram completamente aleatórias e exóticas.
─ É bom de mira, Uchiha?
─ Por que? Vai me desafiar nos dardos?
─ Quero ver se é tão bom nos dardos quanto é em me comer com o olhar por baixo desses óculos escuros. ─ Disse na lata, fazendo Obito morder seu inferior e sorrir.
─ Talvez eu não acerte a mira tão facilmente, afinal, eu já bebi generosas doses de whisky.
─ Sem desculpas, Uchiha! ─ Falou sorrindo, se levantando da banqueta. Aproximou-se dele e colou seus labios diante do ouvido do homem. ─ Você tem três chances. Se acertar um dos dardos em meio a essas chances, no alvo, de forma precisa, sua recompensa irá te esperar naquele banheiro.. ─ Falou apontando para o único banheiro do estabelecimento.
─ E se eu perder? ─ Sussurrou de volta no ouvido alheio, repousando sua destra na cintura do grisalho sobre a sua jaqueta de couro.
─ Se você perder, quero que a minha recompensa esteja me esperando naquele mesmo banheiro!
Sorriu subindo seu olhar para ele e conscentiu. Os olhos se cruzaram por aqueles segundos, tão pertos, tão próximos, o brilho que exalavam daqueles globos oculares, dignos de um casal protagonista de um bom filme de drama, onde o homem perde sua vida, deixando seu amado desolado visitando seu túmulo diariamente enquanto revive suas lembranças mais belas.
─ Eu topo! ─ Quebrou o silêncio e se levantou daquela banqueta.
Com o braço envolvido na cintura do mais baixo, caminhou até o fundo do bar, onde um alvo estava posto na parede, e ao redor do mesmo, haviam dezenas de furos na parede, indicando o quão as pessoas erravam aquilo.
Obito pegou todos os dardos fincados naquele alvo e segurou os azuis, entregando os vermelhos para o de cabelos grisalhos. Tomaram uma distância considerável do lugar e se entreolharam com um sorriso desafiador nos labios, consumindo aquela estranha e gostosa rivalidade.
─ O que seu companheiro ou companheira diria se lhe visse bebendo e jogando dardos com outro em um bar? ─ Perguntou curioso, lançando o primeiro dardo, fincando o mesmo na parede, o que arrancou uma breve risada do albino.
─ E o que o seu homem diria se lhe visse bebendo e jogando dardos com outro em um bar? ─ Respondeu aquela pergunta com outra igualitária, arremessando o dardo, acertando o mesmo quase em seu centro.
─ Então vamos esquece-los por está noite! ─ Sugeriu, arremessando o seu segundo dardo, que acertou o objeto exposto na parede, mas longe do centro. ─ Droga!
─ Por que eu sinto que está errando de propósito? ─ Falou com humor, arremessando seu segundo dardo, acertando ainda mais próximo do centro. ─ Eu aceito a sua idéia de esquecer nossos compromissos por essa noite...
─ Por que eu sinto que você está se segurando para não acertar o alvo de uma única vez? Por que tanto suspense para mostrar que é bom de mira? ─ O Uchiha retrucou sorrindo, o encarou e arremessou aquele dardo, acertando o alvo facilmente.
─ Para ter mais emoção.. ─ Ele respondeu também o encarando, arremessando o seu último dardo, também acertando em cheio o alvo.
Eles sorriram e olharam para a parede. O dardo vermelho e o azul estavam lado a lado naquele centro. Os dois haviam acertado em suas últimas chances.
─ Acabamos de nos conhecer, mas parece que nos conhecemos tão bem, você não acha, Kakashi? ─ Deslizou o indicador sobre a camisa abaixo da jaqueta do grisalho, sentindo os músculos por baixo daquele tecido.
─ Talvez sejamos almas gêmeas, que o destino decidiu unir hoje...
─ Nesse bar? Em plena quarta feira? Você é péssimo flertando! ─ Manteve o questionamento, descendo mais o dedo, agora sentindo o abdômen definido por baixo da peça escura.
─ Acho que o destino não liga muito para coerência. O que você queria? Que ele esperasse pelo sábado? Em meio a um esbarrão no centro da cidade?
─ É.. você tem razão! ─ Concordou e retirou sua mão dali, se virando de costas, começando a caminhar por aquele bar. ─ Empatamos então... acho que ambos ganhamos isso! Eu vou ao banheiro, lhe espero lá para entregar seu prêmio.
─ Ok! Logo te encontro lá para dar o seu! ─ Retrucou com malícia, contendo a mordida em seu próprio lábio por saber como aquilo seria insano por mil motivos.
Ele seguiu para o balcão e se sentou naquela banqueta. Se serviu de mais uma dose de whisky e bebeu a mesma de forma apressada, observando o movimento do bar.
We're talking away
I don't know what
I'm to say I'll say it anyway
Today's another day to find you
Shying away
I'll be coming for your love, ok?
A música take on me ecoava naquele estabelecimento. Kakashi adorava aquela música, foi impossível não cantarolar e se sentir ainda mais cômodo naquele lugar fuleiro.
Virou o restante de sua dose e se levantou daquela banqueta, ajeitou a jaqueta em seu corpo, seguindo até o banheiro dos fundos. Deu dois toques na porta e a mesma logo foi destrancada, revelando a si a personificação do melhor pecado da sua vida.
─ Porra...
Obito estava encostado em uma das paredes com seus braços cruzados em frente ao corpo. Ele ainda vestia suas roupas sociais e bem opostas das de Kakashi, entretanto, o de cabelos platinados só sabia manter os seus lábios crispados para não babar com aquele ser humano que lhe comia a distância.
Sua camisa estava desabotoada expondo seu belo peitoral e abdômen; a calça desabotoada mas ainda em seu corpo, porém, abaixada o suficiente para Kakashi notar o volume bem atrativo que estava coberto por aquela cueca boxer. Queria dizer algo mas a forma que estava sendo encarado só com o olhar lhe tirava o fôlego. Na ausência de palavras, ele não se limitou em mostrar com seus olhos como Obito havia facilmente o excitado só por ser quem era.
Sua mão escorregou pela porta atrás de si e ele a trancou novamente, e no segundo em que se aproximou do outro, sentiu a gravata que antes ocupava o colarinho da camisa branca e atualmente desabotoada, ser envolvida por seu pescoço, o obrigado a matar definitivamente a distância que existia entre ambos.
Kakashi gemeu baixo quando o impacto de suas materias se fez presente e logo sentiu seu corpo ser encurralado contra uma das paredes daquele lugar. Teve seus lábios tomado com ferocidade e não se limitou em absolutamente nada nada pra retribuir o ato, explorando aquela boca quente com sua língua, deixando que as mãos ansiosas do Uchiha passeassem da forma que desejasse sobre si; adentrando em sua camisa, tocando seu abdômen, arranhando e acariciando seus mamilos, descendo consecutivamente até o cos de sua calça jeans, a desabotoando com impaciência enquanto uma fricção se mantinha com suas ereções necessitadas.
─ Say after me, it's no better to be safe than sorry? ─ O grisalho cantarolou baixinho aquele trecho, desfrutando da sensação boa que era os lábios de Obito possuindo seu pescoço com beijos e mordidas.
─ Take on me, take me on, I'll be gone, in a day or two... ─ Retribuiu o cantarolar, sussurrando o refrão contra aquela pele quente e branquinha, que na verdade, já começava a ficar bem avermelhada devido os seus lábios possessivos.
Kakashi sorriu e revirou os olhos quando seu corpo foi virado de costas para o outro e novamente empurrado contra a parede. Sentiu Obito abaixar sua calça jeans junto da cueca até o meio de suas coxas, levando dois dos próprios dedos até sua boca e usando a mão livre para masturbar sua ereção sensível que parecia pulsar ainda mais só com o calor da palma daquela mão.
─ Não temos muitos minutos... logo aquele velho vai notar nossa ausência e notar que o banheiro está ocupado a um bom tempo... ─ O Hatake murmurou ofegante assim que os dedos do moreno abandonaram sua boca, achando tudo aquilo uma loucura que só lhe excitava mais devido às circunstâncias.
─ Não preciso de muito tempo, só preciso te sentir, ao menos um pouco, que seja... só preciso desses minutinhos com você.. ─ Obito proferiu, espalhando sua saliva por aquela pequena abertura estreita que enchia sua boca d'água e fazia seu pau pulsar ainda mais por baixo das roupas.
Kakashi sentiu o primeiro dedo se impulsionar para dentro de si fazendo suaves movimentos de vai e vem; não demorou para o Uchiha adicionar o segundo, intensificando aqueles movimentos, afastando seus dedos cuidadosamente para expandir aquele canal estreito e prepara-lo devidamente para si.
─ Se eu soubesse que você é tão lento, eu teria ido flertar com algum outro cara dessa bar... ─ Provocou, contendo o riso, sentindo as consequências de suas palavras imediatamente ao ter seu pau esmagado pelos dedos alheios.
─ Acho que alguém está querendo muito o divórcio. Deixe seu companheiro saber que você está prestes a dar para um desconhecido e falando que deveria ter ido atrás de outro.
Kakashi gargalhou ao ouvir aquilo e logo seu riso se cortou quando sentiu os dedos de Obito irem fundo em si, o explorando, pressionando sua próstata de um jeito tão avassalador que se ele persistisse naquilo, naquele toque, gozaria facilmente.
Mas para seu alívio e frustração, os dedos abandonaram seu corpo e sua ereção também fora solta. Espiando por cima do ombro, Kakashi pôde ver o moreno pegar em sua carteira um preservativo. Era incrível como ele era sexy com aquele terno desleixado em seu corpo e aqueles óculos escuros caído até a ponta do nariz, confirmando que o de cabelos escuros não tinha uma das visões.
Mas não é como se aquilo fosse um empecilho. Obito era lindo e tremendameen sensual, aqueles óculos escuros só contribuíam com aquela beleza toda e a cada segundo o albino só desejava ser devorado por aquele ser tão surreal que deslizava o látex pela própria ereção.
─ Já que você gosta de rapidez, vamos ser rápidos com isso. Uma rapidinha bem bruta para satisfazer a vadia insaciável que você é!
As palavras para retrucar aquele xingo vieram na ponta da língua de Kakashi mas foram engolidas e substituídas por um gemido baixo e arrastado ao ser penetrando de um jeito rude. Seu corpo todo foi empurrado contra a parede e ele sentiu cada centímetro do Uchiha dentro de si, pressionando sua próstata certeiramente por já ter tido contato usufruindo dos seus dedos.
Os cabelos grisalhos foram envolvidos nos dedos indelicados de Obito e a mão livre do moreno voltou a abraçar a ereção negligenciada do Hatake. Ele iniciou uma masturbação rápida começando a se mover dentro daquele corpo de forma ainda mais rápida.
Sentia as paredes internas de Kakashi abraçarem seu falo, sentia como cada centímetro seu era massageado bem gostoso por aquelas dobras contraídas... Mas nada se comparava com os gemidos fogosos do outro; nada se comparava com a nuca de Kakashi descansando em seu ombro, entregando-se ainda mais para si, lhe deixando ser devorado da forma que o outro assim quisesse.
─ Mais.. forte.. ─ suplicou em meio a um revirar de olhos, começando a mover lentamente seu quadril contra aquelas brutas investidas em seu corpo. Sentindo cada vez mais e mais seu ponto doce ser maltratado. ─ Não para.. eu vou...
─ Pode gozar... ─ acelerou ainda mais o ritmo daquela punheta, lambendo, mordendo suavemente o maxilar do albino, remexendo seu quadril em movimentos circulares para explora-lo mais e mais. ─ você é uma delícia...
Kakashi sorriu em meio a sensação de êxtase e virou o suficiente seu rosto para beijar aquela boca tão atrativa e sensual. Um ósculo desajeitado se iniciou devido a posição em que estava mas, foi em meio às suas línguas se tocando de forma afoita que ambos atingiram o ápice.
Quando o de cabelos platinados gemeu em meio ao beijo, pulsando na palma da mão de Obito, expelindo seu sêmen contra ela, havia sido o limite do outro, que se enterrou uma última vez naquele corpo preenchendo a camisinha com seu prazer.
Kakashi apoiou as mãos contra a parede arfando baixo enquanto sentia a testa do outro descansar em sua nuca. Sorriu, de um jeito cansado e suspirou quando seu interior foi deixado.
─ Eu vou sair daqui primeiro.. ─ falou ao pegar alguns papéis e limpar os resquícios do seu sêmen. Em seguida, ajeitou suas roupas e lavou as mãos,observando rapidamente Obito que jogava fora aquela camisinha. ─ Te espero no balcão.
O Uchiha assentiu e terminou de se limpar calmamente no banheiro. Passado alguns minutos que Kakashi havia saído, ele deixou o lugar, respirando aliviado ao ver que só uma pessoa estava na porta o aguardando para usar o local, provavelmente havia chego a pouco tempo.
Ajeitando seu traje social, o Uchiha se dirigiu ao balcão, observando que Kakashi agora bebia um drink com muito gelo, diferente dos seus anteriores pedidos que eram whisky uma bebida já quente, sem gelo.
─ Parece que algo te deixou com calor!
O grisalho riu e observou de soslaio que o outro mexia na carteira deixando o valor do consumo sobre o balcão. Franziu o cenho ao deduzir que ele já iria embora, porém, não se surpreendeu. Que desconhecido iria ter mais assunto com um outro desconhecido após uma transa no banheiro?
─ Foi um prazer te conhecer, Kakashi. Mas agora preciso ir... nos vemos.. por ai!
─ O prazer foi literalmente todo meu! ─ sorriu com malícia e o observou de soslaio deixar o local também com um sorriso nos lábios.
Finalizou sem muita pressa seu drink gélido e também pagou o consumo da noite deixando o valor com gorjeta sobre o balcão
Quando deixou o bar, suspirou pesado, lembrando que agora, a realidade bateria em sua porta.
Se enfiou em seu carro colocando de imediato um cigarro entre seus lábios. Por ser tarde da noite, as ruas não estavam congestionadas e ele não demorou para chegar em sua casa, notando que, diferente de horas atrás, mais um carro ocupava a segunda vaga da garagem.
Seu marido havia chego.
Deixou os pertences sobre a mesa de centro e jogou sua jaqueta sobre o sofá. Caminhando em direção ao próprio quarto, podia ouvir o som do chuveiro ligado vindo de lá. As roupas jogadas no chão mostravam que seu companheiro estava tomando um banho, que fora bastante atrativo para si ao ver aquela cortina de fumaça sair por baixo da porta.
─ Será que posso me juntar a você no banho? ─ ele perguntou, adentrando no banheiro já se despindo, sorrindo ao ver a bela silhueta por de trás do box embaçado.
─ Depende! ─ respondeu sério. ─ quem me garante que esses últimos minutos você não foi flertar com algum outro cara do bar já que eu sou lento demais?
Kakashi gargalhou ao ouvir aquilo e adentrou no box junto de seu companheiro. Sorriu, achando adorável a expressão enciumada. Segurou firme aquele belo rosto cheio de marcas que tanto amava e o beijou com todo amor.
─ Só disse aquilo para te irritar. Gosto quando perde o controle na hora H.
─ Hum... ─ ele acabou por desfazer aquela carranca e passou os braços pela cintura do grisalho. ─ quarta que vem, é a sua vez de escolher algum lugar. Mas vê se capricha sobre o que você vai ser. Fala sério, avaliador de livros? Não pensou em nada melhor? Certeza que estava com algum livro pornô na mente para dizer aquilo.
─ Olha só quem fala... O mágico ilusionista! ─ Kakashi riu ainda mais da expressão alheia e o puxou para um beijo. ─ suas mágicas são péssimas.
Obito revirou os olhos e riu.
─ Nós dois fomos péssimos essa noite. Mas foi bem gostoso fazer amor com um "desconhecido" por uma aposta de dardos.
─ Semana que vem, podemos ser um homem desiludido porque tomou um bolo da sua mulher em plena noite de aniversário de casamento. E o outro, o cliente curioso que não deixou de reparar no choro silencioso e foi ser prestativo com os sentimentos feridos alheio..
─ Uau... parece ser interessante! Sem dúvidas eu serei o desiludido. Assim você pode me consolar na cama de um motel, ou em uma hidromassagem pela madrugada..
─ Safado!
─ Com você eu sou... com você, eu sempre vou ser o que você desejar! ─ abraçou fortemente o corpo alheio e deixou um beijo carinhoso em sua nuca. ─ eu te amo, Kakashi. Posso encenar até ser seu pior inimigo e ameaçar fazer uma guerra. No fim... Eu sempre me renderei a você porque eu te amo!
─ Anotei essa idéia de sermos inimigos! ─ ele respondeu com humor e segurou o rosto molhado de seu marido, roçando os seus narizes. ─ eu também te amo muito... para sempre!
Cada relacionamento tem seus desejos e fantasias. E quando se existe amor infinito, uma paixão e desejo incessante com duas mentes brilhantes e criativas, suas almas gêmeas podem se despir e se vestir sendo quem desejar. Porque no fim das contas, continuavam se amando cada vez mais, como insanos, em todos os seus papéis e os seus verdadeiros eu.
Merci pour la lecture!
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