miss_read_again Gabriela Cruz

FLUFFY | Jikook | Friends-to-Lovers Depois de um período intenso de trabalho no supermercado e fazendo bacharelado em nutrição. Jimin acha apenas a noite para rever os conteúdos da faculdade. Então em um momento, decidi parar para fazer um pequeno lanche. Patrocinado pelo seu amigo e morador do apartamento em que vive. Só não esperava receber uma declaração do mesmo assim que se virasse após pegar o docinho. E ainda receber um selinho do próprio. Ainda mais ao perceber que ele estava em seu modo sonâmbulo novamente. Contaria no dia seguinte para Jungkook ou não o que aconteceu na madrugada?


Histoire courte Tout public.

#jikook #jungkook #jimin #bts #fluffy #friends_to_lovers
Histoire courte
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Ele disse isso mesmo?

Deixei meu livro da faculdade aberto sobre a mesa de centro. Massageando meus olhos, tinha que conseguir deixá-los só mais um pouquinho abertos. Mesmo que a todo momento que tentava voltar minha atenção ao papel parecia que estava lendo em outra língua. Soltei um suspiro. Eu estava fazendo aquilo por apenas um objetivo e iria conseguir, só preciso me esforçar um pouco mais. Então tentei, mais uma vez, manter meu olhar mais firme sobre aquela página com mais e mais conceitos de nutrição.

Eram nesses momentos que me focava mais ainda no que eu iria conseguir com tudo aquilo. Mais conhecimento sobre uma área que eu amava. Ajudar as pessoas a terem uma alimentação melhor. Quem sabe descobrir mais formas de emagrecer por meio de outros tipos de dieta. Não tão agressivos para as pessoas. Ou a reter mais energia com determinados alimentos. Aprender a manusear melhor a comida na cozinha. E quando eu me formasse finalmente — não naquele ano, já que ainda me faltava mais algum tempinho — iria enfim conseguir realizar tudo isso.

Apesar de eu saber que não tinha umas das melhores rotinas, pois acordar cedo, me arrumar, comer (admito que algumas vezes era cereal sabor chocolate, porque tinha que me dar algum mimo pelo meu esforço diário). Fazer a comida de Jungkook, que acordava depois de mim na maioria das vezes. Quase sempre atrasado e como eu não comeria uma coisa saudável nessas ocasiões, então fazia isso para ele não comer qualquer coisa. Depois ir para o meu trabalho no supermercado. Mais algumas horas arrumando os produtos e fazendo o supervisionamento dos caminhões descarregando os alimentos no armazém. Voltar para casa tomar um banho, me arrumar de novo e enfim ir para faculdade. Quando voltava já eram em torno de 19 horas, então com muito esforço eu fazia minha parte nas tarefas da casa.

Comia o jantar feito por Jungkook — ou por mim, dependia do dia. Já que quando ele estava no seu décimo sono não comíamos juntos. Provavelmente cansado da rotina pesada também. Ele estudava jornalismo, na parte da manhã. Trabalhando como telemarketing na parte da tarde. Era bem louco a forma que quase não nos víamos durante a semana quando estava no final do semestre. Afinal, mal parávamos em casa. É por isso que infelizmente nunca adotamos nenhum animalzinho, então talvez mais para frente adotássemos um peixe. Ainda tenho que conversar com ele sobre isso.

Me ajeito novamente com as costas encostadas no sofá, mas sentado no chão. Pegando novamente meu livro e um marca texto roxo. Já tive distrações demais. Agora é hora de estudar Jimin. Concentra.

Não deu.

Minha barriga logo deu um pequeno ronco. Será que eu realmente deveria fazer aquelas saladas de frutas para comer de pouco em pouco enquanto estudo? Que nem eram mostrados nos study vlog? Hm, da próxima vez eu faço. Melhor do que ficar desconcentrado pensando em comida. Me levanto, colocando o livro em cima da mesa e guardando alguns utensílios de volta ao estojo. Calço minhas pantufas verdes, começando a caminhar até a cozinha.

Abro primeiro o armário. Macarrão, arroz, feijão, temperos. Aff, nada rapidinho para comer. Apesar de que o Jungkookie disse que havia feito uma coisa para mim e deixado na geladeira. Me viro totalmente na direção da mesma. Com a boca já começando a aguar. O que será que ele havia feito para mim dessa vez? Rio um pouco.

Gosto tanto desse cuidado que temos um com o outro, mesmo sendo somente amigos. É até engraçado pensar em como nós começamos a nos juntar mais, até ter a decisão de virar colegas de apartamento.

Lembro que apesar de Hoseok ter falado sobre ele — Bom, mais precisamente quando ele disse ter reencontrado um amigo do fundamental na faculdade — Logo me inteirando sobre como era a infância agitada dos dois. Eles faziam de tudo um pouco, desde colocar sal ao invés de açúcar, até mesmo colocar baratas falsas no sofá da sala das suas mães. Fico me perguntando às vezes se existe alguma pessoa que nunca se ralou, ou aprontou algo em seus anos de infância.

Melhor fase realmente. Brincar, dormir, estudar, fazer o que quiser na hora que quer, sem ter nenhuma preocupação com o dia de amanhã. Pena que às vezes eu ficava tão preocupado em como seria quando fosse finalmente adulto, ao invés de aproveitar meu tempo fazendo coisas que eu gostasse, me enchendo de preocupações desnecessárias.

Com essa breve explicação, lembro de um homem de cabelos ruivos que chegou em nossa mesa. Puxando um papo com meu amigo enquanto eu apenas observava tudo. Calado, até ele começar a conversar comigo também. Nosso próximo encontro foi bem inesperado.

Tinha saído em mais uma de minhas corridas de manhã. Quando o encontrei no meio da trilha. Engatamos numa conversa bem animada para se ter às 7 horas. Tenho quase certeza que a maioria das pessoas ainda está bem sonolenta nesses horários. Apesar que eu mesmo fico sonolento em qualquer horário. Voltando. Depois desse dia, sempre combinamos de fazer caminhadas juntos num parque que ficava perto da faculdade. Sempre é bem legal. Jungkook consegue deixar o clima bem leve. Me animou bastante quando eu não queria nem correr 1 metro no parque. Ou com suas brincadeiras de quem chegava primeiro em tal ponto, nunca perdia a graça.

Abro a porta da geladeira após ouvir novamente minha barriga fazendo um belo barulho. Vendo lá um lindo, com certeza saboroso, pudim. Com a calda ainda descendo por sua estrutura. Sinto novamente água em abundância em minha boca. Já tirando o doce e me afastando um pouco da porta para fechá-la. Me viro para sair da cozinha. Quando vejo Jungkook em minha frente com os olhos totalmente focados em mim. Inclino minha cabeça para o lado, não entendo o porquê ele ainda estava acordado. Normalmente ele está dormindo agora. Será que o acordei?

— Eu gosto de você, Jimin — Senti minha sobrancelha levantando. Como assim, não fazia sentido suas palavras. O que ele queria dizer com isso? — Como namorado. — Assim que termina sinto meu coração disparar. Coloco o prato de pudim na bancada que estava ao meu lado. — Quero tanto beijar você, posso?

Nem sei reagir a isso direito. Tudo está dando pane com o que ele disse. Porque ele diria isso tão de repente. Ele gostava de mim realmente como disse? Como não havia percebido isso? Mas ele me fez uma pergunta e eu preciso respondê-la. Mas eu nunca pensei nele assim. Claro que no início eu tive um leve interesse em sua pessoa. Mas...

— Sim — Acaba saindo da minha boca. Penso mais no que falei. Ele ainda não havia se movido. Será que tinha paralisado? Talvez não esperasse minha resposta. Assenti com a cabeça confirmando mais ainda o que falei. O vejo se aproximar de mim e colocar as mãos na minha cintura. Também me aproximo mais. Tocando meus lábios nos seus. Sentindo a maciez da sua boca. Apesar de estar meio seca, devia ser porque não bebia água há um certo tempo.

Apesar de ser um selinho, me confirmou muitas coisas.

Eu aceitei esse beijo justamente para saber o que eu sentiria com ele. Jungkook é bonito? Sim muito. É uma boa pessoa? Sim de fácil convivência, aliás. Mas é tão diferente pensar nele com mais intenções além de conversar, dar abraços, beijar sua bochecha, ou... Bom qualquer coisa que seja no quesito "ainda somos amigos".

Só que o senti se afastar. Ainda continuo no meu lugar e sinto um revirar no meu estômago. Me pergunto agora se é pela "surpresa" ou de fome mesmo. Ainda com meus olhos fixos em Jungkook o vejo se afastar mais e seguir andando pela cozinha. Agora me vem a resposta certa para o porque ele fez isso.

Ele está no modo sleep de novo. Não acredito que esqueci de seu sonambulismo. Passo a língua pelos meus lábios enquanto o vejo andar pela cozinha. Deixando um suspiro escapar da minha boca. Pego novamente o prato e começo a caminhar para a sala. Sei que de uma forma ou outra ele acaba voltando para sua cama. Sempre é assim. Mas nem quero comprovar se vai ou não.

Não é como se não soubesse que ele tem esse distúrbio. Mas hoje realmente me pegou de surpresa suas ações. Acho que até mais do que aquela vez em que eu o vi deitado no chão o beijando. Rio um pouco disso. Me sento no sofá rosa claro e começo a comer o pudim. Apreciando cada momento em que o doce esteve em minha boca. Realmente Jungkook é bom em tudo que faz. Até mesmo quando meio que me beijou hoje. Céus não, não. Não vou pensar isso do meu amigo, ele estava completamente inconsciente e eu aqui pensando nessas coisas.

Melhor eu dormir, vou deixar isso para o futuro Park Jimin de amanhã resolver.

😘

Ah Meu Deus. Meu amigo me beijou. Foi a primeira coisa que pensei assim que acordei. Incrível que mesmo depois de horas esse assunto ainda permaneça firme e forte na minha cabeça. Será que se eu transformar o que estou sentindo em algo poético me ajude? Talvez uma canção? Acho que em algum lugar do mundo deva ter uma música assim. Deveria ser um sucesso depois de lançada. Até poderia recompensar o artista por trás dela.

Céus não. Jungkook realmente me deu selinho. Foda-se se estava dormindo ou sonambulo ele fez. Ah, não acredito. O que eu faria? Contaria para ele? Mas aí iríamos ficar estranhos um com o outro provavelmente.

Depois de fazer minha skin care. Tive a brilhante ideia de tentar falar com Hoseok. Talvez o loirinho saberia o que fazer para me ajudar. Mas mesmo depois de conversarmos eu ainda estava meio perdido.

Já que mesmo assim ele não conseguiu me ajudar tanto quanto eu queria. Em suas palavras um simples: "Kookie você me deu um selinho ontem e não sei o que faremos a seguir". Já ajudaria na questão. Mas eu sinceramente não via da mesma forma. Até porque ele é meu amigo. F R I E N D. Nada além disso. Será que não foi só o estado sonolento dele falando? Ou sua carência, já que não tínhamos muito tempo na nossa rotina para tentar embarcar em um relacionamento. Quase vivendo reclusos a somente a nossa panelinha: Hoseok, Jungkook e eu.

Mas tinha essa outra parte dentro de mim.

Essa que só queria entender porque caralhos isso me afetou tanto. E se era algo a mais que eu não estava conseguindo enxergar? Me lembro que existiam piadinhas da minha amizade com Jungkook. Principalmente sobre seu jeito comigo. Mas será que era mesmo assim?

— O que eu faço mãezinha...

É isso vou ligar para minha mãe.

Peguei meu celular na cabeceira da cama. Abrindo o aplicativo de contatos, logo apertando no ligar. Ouvi o barulhinho de espera, já batucando os dedos na capinha do celular enquanto espero minha mãe me atender.

Era sábado, ela estaria em casa às 10 horas, certo?

Estava. Me atendeu bonitinho assim que a chamei. Talvez um pouco afobado demais, já que ela estranhou a ligação fora do comum. Poxa, tenho que ligar mais para ela. Mas praticamente escutei a mesma coisa que meu amigo falou. Tinha que conversar com o próprio Jungkook.

Mas ela ainda acrescentou mais coisas, como: "Porque você está tão surpreso filho? Você sabe desse distúrbio, então porque te afeta tanto. Poderia ser qualquer um. Será que não é um sentimento aí dentro?". Claro que neguei tudo, mas tive que levar o conselho deles adiante.

Por isso que agora estou com uma bandeja (recheada) de café da manhã. Em frente ao quarto que ele dorme, no nosso apartamento. Bati na porta e após não ouvir nada além da minha própria respiração. Entrei. Tentando equilibrar a bandeja ainda sobre minha mão. Caminhando um pouco às cegas pelo quarto um pouco escuro dele. Deixei o suporte sobre a mesa e liguei a luz do quarto.

Assim que cheguei perto da cama. Vi como ele estava tão absorto em seu sono. Com o cobertor no quadril, mostrando sua blusa verde do monstro S.A. Com seu lado direito do rosto sendo completamente escondido pelo travesseiro. Com os lábios formando um biquinho. A bochecha também tinha algumas marquinhas. Ele deveria se mexer bastante enquanto dorme. Talvez fosse também devido ao seu sonambulismo ou não. Ah preciso tocar sua bochechinha. Está muito fofo para eu ficar somente olhando.

Então fui colocando um joelho de cada vez e comecei a engatinhar por ela. Chegando bem próximo do corpo desacordado de Kookie. Me ajoelhei ao seu lado. Passei a mão por sua testa meio que tirando a franja ruiva que cobria quase tudo dos seus olhos. Desci um pouco a mão para seu maxilar bem marcado. Começando um carinho na sua bochecha, tentando não fazer muita força para não acordá-lo.

Entretanto comecei a ver seus olhinhos começando a se mexer um pouco. Mesmo assim não parei o movimento dos meus dedos. Até que ele abriu os olhinhos, ainda como uma fresta. Senti meus lábios já se abrindo em um sorriso. Nem tentei segurar. O que acontecesse aconteceria.

— Bom dia Jungkookie. — Abri mais ainda um sorriso. Que ele logo tentou corresponder. Porém ainda estava muito sonolento pelo sono. Então apenas ficou metade de um sorriso (muito estranho) em seu rosto.

Tratei de me sentar direito na cama. Estendo minha mão para ele se sentar. Assim que se impulsionou, começou a mexer a cabeça para os lados. Acho que para espantar o sono. E olhou melhor no meu rosto.

Gostaria que ele se lembrasse sem que eu tenha que falar o que aconteceu na noite passada. Mas mesmo que a gente se olhasse — eu bem concentrado em tentar passar a notícia telepaticamente — eu sabia que ele não se recordaria do que fez na noite passada. Nem o que disse.

Então me levantei um pouquinho mais rápido para pegar a bandeja na mesa.

— Você fez café da manhã para mim? — Sua voz ainda era bem fraquinha. Um pouquinho rouca. Olhando ainda para mim. Assenti com a cabeça, voltando para a cama e me sentar à sua frente. — Mas fosse também tem suas coisas para fazer Ji, não precisa ficar me mimando assim.

— Ei eu fiz também para mim, tá. Não precisa ficar assim não. Você sabe que eu não me incomodo de fazer comida. E olha só eu fiz um suquinho de limão natural sem muito açúcar, como eu sei que o senhorzinho gosta, hm — Percebi assim que levantei a cabeça (que estava olhando a bandeja) seus olhinhos mais abertos. Até com um leve brilho nas íris. Senti um quentinho pelo meu corpo. — Alguns pãezinhos com manteiga também.

— Então vamos atacar. — Disse todo animadinho. Já tomando um gole do suco. O mais legal era ver que realmente gostava mais do suquinho puxado ao natural do que com mais açúcar. Que tapava o azedo.

Então num instante eu também estava com meu pote de cereal em mãos. Já o devorando. Partindo pro pãozinho que ficou com leve gosto de chocolate pelo alimento anterior. Finalizando com meu queridinho das manhãs, o café.

Ele também estava acabando de comer suas uvinhas. Engoli em seco. Conversar. Conversar com ele sobre tudo. Sobre se ele sentia realmente algo por mim. Sobre seu selinho na noite passada. Sobre sua fala. Sobre um talvez nós. Seria agora.

— Posso fazer um xixi? Depois conversamos melhor. — Eu havia falado algo? Nem percebi. Mas inclinei meus ombros um pouco para frente. Começando a morder a parte interna da minha bochecha. Logo agora Jungkook?

Apenas assenti com a cabeça notando ele se levantar. Virei minha cabeça em sua direção notando ele sair do quarto. Ainda vestido com seu pijama Monstro S.A. Mas acho que foi bom, agora posso pensar em como iniciar esse assunto com ele. Talvez um: "Jungkook, você já sentiu algo além de amizade por mim?". Não, isso não ia funcionar. Tenho que ser mais sutil. "Seu sonambulismo reflete seus desejos internos?". Não, isso também não.

Ouvi a porta se fechando do banheiro.

Será que talvez um: "Jungkook você me deu um selinho noite passada e ainda falou que me ama como namorado, o que quer fazer depois disso?"

— O que eu fiz? — Ouvi um grito. Coloquei minhas duas mãos em frente a minha boca como se pudesse fazer as palavras voltarem para ela.

E essa também não ia funcionar.

Merda. Merda. Merda.

— Ah. Você me deu um selinho quando eu estava na cozinha ontem Jungkook. — Falei novamente. Era para eu fazer? Puts tudo errado. Volta, volta todas as minhas palavras. Vi seu rosto ainda confuso — Mas você estava sonâmbulo. Eu acho que não era por querer. Não se preocupe, isso não é um pedido de namoro ou algo assim. Eu nem mesmo sei se você é gay ou bi. Aí caralho, não era isso Jimin. — Falei tudo muito rápido. Sentindo minhas mãos suarem.

Sou muito atrapalhado? Sim ou claro?

— Ei ei, me explica direito. Eu te dei um selinho e me confessei para você ontem? — Jungkook chegou mais perto de mim enquanto falava. Notei suas bochechas um pouco mais rosadas. Pegou minhas mãos fixando seu olhar no meu. Tomara que ele não perceba o quão molhadas estão. Droga. — O que aconteceu Jimin? — Abaixei um pouco o olhar até seus lábios. Notando como cada palavra sai de sua boca. E como sua voz saiu meio baixa.

— Você me deu um selinho.

— Aí carambolas. Não, não.

— Isso é algo ruim? Tipo me beijar? — Perguntei quando ele soltou minhas mãos se levantando da cama. E começando a andar em círculos pelo quarto.

— Jimin eu preciso te falar algo. Na verdade eu já te disse. Mas não era para sair assim. — Assenti com a cabeça. — Eu gosto muito de você, mais que um amigo. — Meu coração disparou. Porra ainda sou novo para ter um ataque cardiaco. Em plenos 25 anos, meu coração só disparou quando acertei pela primeira vez uma cesta de basquete. Com Jungkook do meu lado vibrando comigo — Fala alguma coisa, eu tô nervoso.

— Eu também tô nervoso.

— Porque estamos nervosos?

— Eu não sei. — Ok admito que minha voz saiu mais mimada do que o comum. Quase como uma criança que não aceita que sua mãe não vai comprar aquele brinquedo e começa a fazer um show na loja — Eu não sei Jungkook.

— Você...

— Eu.

— Quer tentar algo comigo? Tipo de ficarmos ou se não quiser tudo bem. Você pode não sentir o mesmo. Mas eu gostaria que você me desse uma chance. Mas se não der tudo bem também. Óbvio que não vou te forçar a ter algo comigo. Até porque seria muita cara de paulice minha se te forçar a algo que não queira. E é meio chato quando os dois não sentem o mesmo.

— Jungkook. — Ele parou na hora. Olhando para mim em seguida. — Eu — Falei um pouco devagar. Ok, agora estou entendendo um pouco as coisas. Posso falar seguramente que. — Eu não sinto o mesmo por você. — Notei seus olhos fraquejarem um pouco e olharem para o chão. — Mas... —Seu olhar retornou ao meu. — Mas eu tentaria algo com você. Acho que podemos dar certo.

— Sério?

— Sério. — Dei um pequeno sorriso em sua direção. Merda. O que fazemos agora? Saco minha mente está um completo vazio. Que humilhação não saber como seguir uma relação aos 25 anos. Saco, saco e saco Jimin.

Até que senti uma movimentação na cama e levantei meus olhos em sua direção (que nem percebi quando tinha se abaixado). Ele continuou se aproximando até ficar de joelhos na minha frente. Ainda com os olhos firmes no meu. Levantou sua mão a trazendo para meu maxilar. Me puxando para sua boca. Juntou sua boca com a minha e pude sentir novamente aquela pele macia. Havia sido mais um selinho.

Nos afastamos um pouco para ver o rosto um do outro. Depois ele me puxou novamente. Mais um selinho. E mais outro e mais outro. Até que no próximo eu decidi abrir minha boca um pouco. Não fiquei parado, muito menos ele. Que começou os movimentos. Me fazendo sentir sua boca ainda melhor. Macia, muito macia. E com um gosto de uva azeda. Mas não liguei muito para o gosto e sim pelo que significava. Eu iria dar uma chance para ele. Espero não me arrepender.

Continuamos assim. Mais um beijo — Ainda sem a língua — um pouco lento. Outro selinho. Outro beijo. Ainda com nossos olhos se encontrando quando nos afastamos no final. Nos afastamos. Senti minha bochecha também ardendo um pouco.

E seguimos assim pelo resto da tarde.

😘

Ok. Vamos repassar um pouco do que aconteceu depois daquela manhã. Já haviam se passado quatro meses. Tempo o suficiente para contar ao Hobi, que faltou estourar fogos de artifício. Falando que havia sido nosso cupido, que sempre shippou nós dois juntos. Enfim esse aí nem me surpreendo mais. Porém não posso negar sua influência em me fazer aceitar conversar com o ruivinho.

Mas logo corri para contar a novidade para os meus pais. Principalmente minha mãe. Que quase fez festa junto com Hoseok quando fizemos um encontro na festa de natal. Ficou muito animada mesmo. Meu pai ainda olhou meio torto para Jungkook, apertando sua mão com força, mas sabia que meu namorado (sim namorado, conto mais sobre depois) era forte o bastante para manter a cara firme.

Pelo menos por um minuto.

Já que no outro já estava pedindo para meu pai não fazer tanta força. Se possível soltar a mão dele. Meu pai apenas respondeu um: "É isso que enfrenta se machucar o Minnie, pense bem caro rapaz". Eu já estava rindo da cara de Jungkook que ficou pálido, pálido.

Ok. Também começamos a estudar juntos. Por sugestão do mais novo. Que falou que não queria que eu acabasse ficando até tarde. Antes de ajudar os outros eu tinha que dar o bom exemplo, em suas palavras. Até para ele mesmo, como mais velho.

E tinha como negar algo a aqueles olhinhos castanhos?

Não. Claro que não.

Nossas noites também foram mais quentinhas. Eu acabei mudando para seu quarto. E tomando um lado daquela cama de casal. Me aconchegando por trás de Jungkook que se engolia até ficar bem próximo de mim. E eu passava meu próximo por sua cintura. A minha posição preferida para dormir com certeza agora era ele entre meus braços.

E nossas manhãs. Já conseguindo olhar cada vez mais traços de Jungkook. E o quanto ele ficava fofo com o rosto amassadinho. Até nascia uma pseudo-discussão de quem era mais fofo. Já que ele me falava a mesma coisa. E eu logo rebati que era ele quem ficava mais fofo. Mas era só ameaçar não beijá-lo, que logo ele abria mais os olhos e negava com a cabeça.

Para depois repetir como eu ficava fofo com um bico nos lábios.

Ah, nossos momentos de corrida também ficaram mais divertidos. Já que fazíamos minis competições de chegar até um lugar distante. Empatamos quase sempre. Mas sempre sai um riso dos meus lábios. Quando ele começou a ficar realmente mais a frente de mim. E então começava a me zoar um pouco falando que eu tinha pernas pequenas demais para vencê-lo. Correndo ao meu redor em círculos.

Ah mas aí eu aumentava a velocidade e o capturava em meus braços e enchia seu pescoço de beijos. E pronto a distração feita, eu voltava a correr como um raio.

Mas também tinha os dias que estávamos tão tão cheios que nem conseguimos levantar um dedo direito. Então ficamos na banheira da sua suite. Nos ajudando a tomar banho. Tocando a esponja um na pele do outro com delicadeza. Às vezes fazendo uns penteados no seu cabelo. Como um topete em um formato de onda do mar. Nos enxaguamos, secamos e fomos direto para sua cama só com uma cueca mesmo. E nos abraçávamos até pegar no sono.

Ah teve o dia em que eu o pedi em namoro.

Levei-o ao cinema. E enquanto o filme já estava lá para o seu meio, cheguei pertinho do seu ouvido e perguntei. Logo seu rosto virou para o meu lado. Abrindo um sorriso lindo. Eu sempre vou achar tudo nele lindo é isso. E fez que sim com a cabeça para depois falar em voz alta (nem tão alta por conta do local) que sim. Dei rápido um selinho em sua boca. Seguimos o filme todo com as nossas mãos juntas.

Assim que chegamos em casa corri para pegar a aliança escondida no meu guarda-roupa. Colocando no seu dedo anelar e ele no meu. Assim que olhei em seu rosto vi uma lágrima escorrendo até chegar em nossas mãos juntas. E as minhas também vieram.

Teve um dia que ele me ligou de repente na parte da tarde. Fiquei confuso já que era o número da operadora em que ele fazia telemarketing. Logo atendi e ele começou a falar. Meio roboticamente me oferecendo os planos. Mas não era da operadora. E sim se eu aceitava sair com ele para um restaurante, esse era o plano A. O próximo, chamamos uma pizza para comer à noite. E por último o C, ouvir a notícia agora. Falei para ele, mesmo entre risos, parar de brincadeiras e me contar logo o que aconteceu.

Jungkook foi demitido da empresa de telemarketing.

A boa notícia é que tinham selecionado um dos trabalhos para ser colocado numa empresa televisiva. Ou seja, tinha chances de ele ser contratado por um canal de TV se gostassem dos serviços prestados por ele. Pulei no meio do refeitório da faculdade. Notando as pessoas me olhando estranho imediatamente. Porém não deixei de lhe dar parabéns.

A partir daí várias coisas mudaram. Ele acabou não sendo contratado por aquela emissora, porém mandaram emails de recomendação para outras. O que acabou divulgando o trabalho de Jungkook que finalmente acabou sendo admitido como o mais novo funcionário de uma. O que nos levou a conseguir comprar um apartamento maior.

E como presente de um mês de namorados. Como o mais clichê que poderíamos ser, ele adotou uma cachorrinha. Brincadeira, isso ainda teria que esperar um pouco mais. Então ele me "deu" um casal de peixinhos. Colocamos o nome de da fêmea de Ray e o macho Alex. Para minha alegria. Nos primeiros dias ele ficava (se eu deixasse) a noite toda acordado observando os peixinhos se movendo de um lado para o outro no aquário.

Compramos uma bombinha. Potinho para colocar a ração. Tudo certinho. Ele os mimava bastante. Comprava variados brinquedinhos para colocar na casinha deles. Confesso que eu também, mas não tinha como falar não para ele, muito menos de não gostar daquele balanço em miniatura.

Às vezes acho que tenho que parar de ser tão boiola.

Não poderíamos estar mais completos. Nossa pequena família toda em casa nos fins de semana. Eu com minha cabeça apoiada no seu braço, nós dois deitados no sofá. Que assim que desviava meu olhar da televisão para o aquário via aqueles dois peixinhos nadando.

Tem como ficar melhor?

Ah minha decisão, mesmo com receios, de ficar com ele nunca poderia ter sido melhor. Queria ter eu mesmo tomado a iniciativa antes, se soubesse que seria tão bom ter sua companhia. Não como amigo, mas como parceiro ao meu lado.

10 Janvier 2022 20:40 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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La fin

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