yura-neves Yura SugaLipidio

Park Jimin devia ser a pessoa mais nerd da face da Terra, sempre estava fechado na biblioteca da faculdade enquanto jogava algum video-game estúpido no computador ou lendo algum livro mais antigo que sua avó ou estava em casa assistindo star wars pela milésima vez. - Ele já devia saber todas as falar daquela porcaria! Jimin era tão focado em seus jogos de nerd anti social que sequer reparava nos vários olhares que recebia quando caminhava pelos corredores da faculdade enquanto jogava alguma coisa no celular... Ou no nintendo DS... Ou no game boy. - Sim ele ainda tinha um desses. Entre esses olhares estava o de Jeon Jungkook, o menino gostosinho com uma boa quantidade de seguidores no instagram. Era fato que, Jimin era tão viciado em internet que, se Jungkook não o comesse, o google comeria.


Fanfiction Groupes/Chanteurs Interdit aux moins de 21 ans.

#jikook #kookmin #romance #lgbt #gay #lemon #yaoi #jungkook #jimin #taehyung #v #bts #bangtan #kpop #fanfic
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Case comigo, não com o Google

-Star Wars, de novo? - Perguntei, fazendo uma careta. Já devia ser a milésima vez que combinavamos de assistir aquilo. - Já vimos todos os filmes! - Exclamei, num quase grito.

Kim Taehyung revirou os olhos antes de me responder.

-E o Jimin já sabe todas as falas desse filme de cor, de trás pra frente. Foi você quem teve a ideia de fazermos a noite nerd, então para de me encher! - Disse ele, um dos dedos apontando meu peito com autoridade.

Fechei a cara na mesma hora.

-As coisas que a gente faz por amor… - Murmurei antes de pegar alguns livros do armário aberto. Hoje teríamos poucas aulas, o que era bom já que significava que eu não ficaria carregando mil livros pesados por aí, de baixo dos braços.

-Por falar em “Nerd”... - Disse Taehyung, espiando o corredor cheio de alunos tagarelas.

Franzi as sobrancelhas e segui seu olhar, olhando além do amontoado de alunos e logo encontrando a pessoa mais linda do mundo passando por entre todos ali.

A faculdade sempre era cheia neste horário, ainda mais contando o fato de que haviam vários cursos diferentes ali, eram garotas se maquiando, garotos rindo de alguma coisa babaca, gente comendo rápido antes que as aulas começassem, o barulho das portas dos armários abrindo e fechando sempre presente, mas, ainda assim, sempre que Park Jimin passava por aquele corredor entupido era como se todas as pessoas que por ali circulavam desaparecessem e só ele e seu brilho chamassem a minha atenção. Park Jimin era como o sol em meio a várias nuvens, mesmo que estes tentassem encobri-lo, ele sempre dava um jeito de iluminar tudo e eu era apenas um girassol que acompanha seu brilho não importando onde ele vá.

Jimin era o garoto que eu estava de olho, o que seria completamente normal se não levarmos em conta que já haviam três anos que eu não piscava.

Por algum motivo, a maior parte do pessoal da faculdade não reparava muito nele, talvez porque ele não se incomodava muito em se vestir bem ou em passar um boa impressão, talvez por ser muito tímido, não sei, mas eu sempre o olhava como se fosse a última estrela acesa do mundo.

Park Jimin brilhava como o Deus da luz.

As feições eram belas como as de um anjo; olhos pequenos num tom de castanhos brilhantes, como duas jóias raras e escuras; lábios fartos macios como uma almofadinha rosada no meio da face; nariz pequeno e delicado; o maxilar era bem delineado e reto, firme e bonito; e os cabelos loiros o davam um ar inocente e eram seu único sinal de vaidade, mesmo estando sempre uma bagunça amarela. Sentia vontade de alinhar seus fios sempre que o via passar pelos espaços da faculdade com os olhos presos em algum video game… Ah, sim, tem mais esse detalhe, o motivo de todo o meu sofrimento. Park Jimin era a pessoa mais nerd da face da Terra, o maior nerd do mundo, sério. Ele estava sempre vestido com roupas sobre alguma série antiga de ficção-científica, com algum vídeo game em mãos, ou com algum livro daqueles bem grossos que mais parecem Bíblias - Isso quando não são maiores que estas. - ou estudando na biblioteca da faculdade, e quando não estava fazendo nenhuma dessas coisas, estava com Kim Taehyung - Sim, ele mesmo. - conversando sobre essas coisas.

Pois é… Complicado… Eu não entendia nada sobre o universo nerd e tinha certeza de que Park Jimin nunca ficaria interessado em mim. Apenas realidades. Foi por isso que me mantive admirando o loiro em silêncio, escondido, mas eu nunca fui lá muito discreto com olhares e Kim Taehyung, o melhor amigo de Park Jimin, logo notou meu interesse.

Taehyung ficou bem irritado comigo na hora, me lembro muito bem disso porque o olhar dele era assustador quando veio me enfrentar frente a frente. Foi neste momento que descobri que Jimin sofria muito bullying dos colegas de classe por estar sempre com os olhos presos num videogame qualquer. - Muitas vezes um bem infantil e velho, tipo o game boy do pokémon green version… Pois é, ele ainda tinha essa antiguidade… - Os garotos de sua turma sempre o ridicularizavam de alguma forma e riram por suas costas e, como o bolinho - Apelido carinhoso para Park sol da minha vida Jimin. - era tímido demais para se defender, Taehyung era quem cuidava de si e o protegia sempre.

Claro que Kim Taehyung achou que eu era uma ameaça para o bolinho.

Bem, eu tive que explicar para o melhor amigo do cara que eu estava amarrado que ficava olhando para o loiro porque tinha uma queda - Penhasco / Fossas Marianas / Buraco para o centro da Terra. - por ele e não porque queria rir de si ou algo do tipo e Taehyung até entendeu, mas ficou extremamente desconfiado - Aparentemente, eu era o único que já havia reparado em Park Jimin e, modéstia a parte, eu tinha tantos seguidores no instagram e admiradores na faculdade que poderia dar uns pegas em quem quisesse, então soou bem estranho para o Kim. - ficou tão desconfiado que ameaçou contar tudo sobre o meu interesse para o Park e, quando eu entrei em total desespero e agarrei seu braço, como um coala, para impedi-lo de realizar aquele ato, ele entendeu que eu realmente falava sério.

Depois disso, nem eu sei exatamente como, nós viramos melhores amigos. Pois é, eu e Jimin tínhamos o mesmo melhor amigo e ainda sim o Park não me notava, sempre estava focado demais em seus joguinhos inúteis e eu só queria que ele olhasse para mim. Sempre que eu o admirava, ele tinha os olhos presos em algum jogo estúpido que encontrou na internet. O bolinho olhava tanto para aquele celular que era como se quisesse casar com ele e construir uma vida com aquela máquina e eu não duvidava que eles convivem tanto que o Google aceitasse casar com o loirinho.

De fato, se eu não comesse a bunda maravilhosa de Park Jimin, o Google comeria.

Taehyung dizia que eu precisava entender das coisas que Jimin gostava se quisesse que este se interessasse em mim e foi assim que nasceu as noites nerd que eram basicamente noites em que eu e Taehyung íamos até minha casa para assistirmos filmes de nerd ou jogarmos jogos estranhos, mas irados. Bem, eu continuava não entendendo porcaria nenhuma sobre o assunto, mesmo depois de quase dois anos de noite nerd todas as quartas e sextas, mas o que vale é e intenção. Eu queria entrar no mundo do bolinho e, para isso, precisava me dedicar.

-Jungkook! - Taehyung me chamou, deixando um tapa em meu ombro que chamou minha atenção para si. - Pare de encarar, ele pode acabar notando.

Fiz uma careta e revirei os olhos, logo notando que Jimin já virava o corredor e sumia do meu campo de visão - Devo dizer que a bunda dele é bem redondinha e que um dos meus grandes sonhos de vida é dar um tapinha ali, ou deixo isso em off? - começando a fechar o armário de livros.

-Aish, Tae. Nós dois sabemos que ele não olha para lado nenhum que não seja aquele joguinho estúpido. - E um tapa foi desferido em minha cabeça, bagunçando os fios escuros. - Ai! - Exclamei, massageando a área.

-Fui eu quem deu o jogo para ele. Malvado. Foi um ótimo presente! - E Taehyung empinou o nariz perfeito antes de caminhar na minha frente. - Você não devia ter ciúmes de um videogame.

-Não teria se ele olhasse para mim de vez em quando… - Resmunguei, ainda massageando a cabeça, caminhando logo atrás do meu melhor amigo, alguns livros debaixo do braço direito. - Talvez eu devesse colocar uma foto minha na tela daquele videogame. - E sorri com a ideia.

Taehyung riu debochado.

-Ai sim que ele não vai abrir aquilo nunca mais. - E tornou a rir quando viu minha careta. - Sem falar que tem tantas fotos suas no instagram que, eu te garanto, se ele estivesse interessado ele mesmo iria atrás da sua cara.

Bufei alto.

-Não precisa pegar pesado… - Soltei baixinho. - Não entendo como é possível mais da metade da faculdade me seguir no instagram e ele nem olhar para mim. Ele, pelo menos, sabe o meu nome?

-Claro que sabe. - Taehyung respondeu, sorrindo pequeno. - Já tentei falar de você pra ele, mas ele não dá muita bola. Seu instagram é, basicamente, foto de abdomem sarado e Jimin não perde muito tempo com isso, ele prefere os pokémons ou o Mario.

Tive que rir da ideia que se passou em minha mente logo em seguida.

-Se eu usar uma camisinha de Mario, você acha que ele vem? - Perguntei, rindo ainda mais ao verbalizar aquilo.

Taehyung jogou a cabeça para trás e riu alto.

-Olha, ele eu não sei, mas metade dessa faculdade vai até sem a camisinha.

XXXXXXXX

-Não acredito que estamos assistindo isso de novo… - Resmunguei enquanto vasculhava algo no instagram. - Prefiro quando assistimos Marvel…

-Marvel é nerd, mas nunca será tão nerd quanto star wars. - E Taehyung se virou para mim, enfiando mais algumas pipocas na boca. - Jimin nunca sequer teria uma amizade com alguém wue não conhece star wars, tenho certeza absoluta disso.

Revirei os olhos.

-A vida seria muito mais fácil se ele fosse fútil e só gostasse de abdomen definido… - Resmunguei, ainda passando as fotos do aplicativo.

-Pare de reclamar, rato de academia. Assista o filme. - Repreendeu Taehyung, tornando a comer a pipoca.

-Jimin postou uma foto… - Tornei a resmungar, desanimado.

Taehyung riu baixinho antes de me responder, a voz abafada pelo monte de pipocas na boca.

-Pelo seu tom, não foi uma selfie, de novo.

Revirei os olhos. Um fato sobre Park Jimin: Ele nunca postava selfies.

-É uma divulgação sobre algum evento nerd… Até pensaria em ir, mas é do outro lado da cidade… - E suspirei. - Poxa, é pedir demais pra ele tirar um selfie, só de vez em quando?

Taehyung deu de ombros.

-Os idiotas da turma dele, com certeza, zoariam ele para sempre se pegassem uma selfie dele na internet então, sim, é pedir demais. Sem falar que, o Jimin tem uma baixa auto estima impressionante, então não curte muito se expor assim, de graça.

-Eu pagaria por uma foto dele… Sobrevivo com a selfies que vocês tiram juntos e é chato ter que olhar pra sua cara todas as vezes que quero ver ele.

Taehyung fez uma careta antes de atirar algumas pipocas na ninjas face, fazendo-me desviar os olhos do celular, assustado.

-Eu sou lindo, tá bom? - Perguntou ele, irritado.

-Ok… Se você diz… Hey! - E novamente fui atingido por uma pequena chuva de pipocas salgadas. - Tá bom, ok. Você é lindo… Só não tão lindo quanto o Jimin… - E resmunguei a última parte, bem baixinho, para receber então, do nada, a face séria de Taehyung e aquilo me deixou em alerta.

Às vezes Taehyung ficava sério daquele jeito e sempre, absolutamente sempre, era porque queria falar sobre algo importante.

- O Jimin realmente é alguém que nunca espera ser admirado, você tinha que ter visto a reação dele quando descobriu que o você o seguia no instagram. - E riu alto, mas, de alguma forma, seus olhos mantinham-se sérios de mais mesmo em meio ao riso, o que me fez estreitar o olhar em sua direção. - “Deve estar me seguindo só porque eu sou o único dessa faculdade que não segue ele. Eu nao vou te seguir de volta, Jeon Jungkook!” - E a imitação podre de Jimin foi feita com uma vozinha aguda fofa que não ficava muito bem no meu melhor amigo, este que tinha a voz tão grave quanto um ator porno. -Sabe, as vezes, eu gostaria que você falasse tudo o que pensa pra ele… O Jimin… - E mordeu o lábio inferior, tenso. - Ele não acredita quando eu falo. Ele diz que eu só falo essas coisas porque sou melhor amigo dele… E… - E seus dedos se entrelaçaram, o que me fez franzir as sobrancelhas. Taehyung era alguém bem cibt trocado, ele não costumava ficar nervoso assim, do nada, muito menos sério. Claro que era alguém um tanto escandaloso vez ou outra, mas tinha total controle sobre suas ações e apenas agia daquela forma porque não se importava realmente. Taehyung ficar nervoso de verdade, sem ter o menor controle sobre isso, era algo preocupante.

-Tae, o que foi? - Perguntei e quase me desesperei quando vi seus olhos se encherem de lágrimas repentinamente. Confesso que fiquei em choque durante alguns segundos, sem saber exatamente o que fazer. Taehyung chorar era algo realmente raro mas logo aproximei-me de si no sofá e o abracei de lado, acariciando seus cabelos e largando meu celular por ali. - Hey, o que foi que aconteceu? - Perguntei.

-Ele… - E foi aí que seu choro realmente aumentou. Taehyung enfiou a cabeça na minha camiseta numa tentativa de se esconder e fungou alto. - Ele… Ah, Jungkook, eu não posso te contar, eu prometi que não contaria.

E apertei Taehyung contra o meu peito, não para acalmá-lo, mas sim para aliviar meu coração acelerado. O que diabos havia acontecido? O que Jimin tinha a ver com aquilo? Taehyung nunca havia chorado na minha frente, exceto por aquela vez que sua avó faleceu, e isso foi bem repentino mesmo, me pegou de surpresa. Eu não sabia dizer o que estava acontecendo.

Kim Taehyung nunca perdia o controle sobre suas emoções, nunca mesmo, mas, agora, ele havia simplesmente começado a chorar do nada, no meio de uma conversa como qualquer outra sobre Park Jimin, o tipo de conversa que tínhamos todos os dias.

-Tae, é alguma coisa com o bolinho? - Perguntei.

E Taehyung sorriu pequeno, ainda chorando baixinho contra minha camiseta. Às vezes Taehyung ria do apelido fofo que dei para Jimin. Na época em que apelidei o loiro ele ainda era gordinho e foi por isso que o apelido surgiu. Não sei se “gordinho” é mesmo a palavra certa, já que ele nunca foi gordo realmente, mas Jimin, com certeza, perdeu muito peso.

-Ah, Kook… - E fungou uma vez mais. - Já faz algum tempo, mas eu prometi não contar e isso está me matando. - E sua voz tornou-se ainda mais embargada. - Você fala dele com tanto carinho… Mesmo de quando ele estava mais gordinho e toda a turma ria, você estava lá, dando um apelido fofo pra ele e falando o quanto ele era bonito.

-O que foi que aconteceu com ele? - Perguntei, agora sério. Se algo havia acontecido com Jimin, isso era de meu extremo interesse. Ah, mas eu faria Taehyung botar aquela informação para fora nem que tivesse que pendura-lo de cabeça para baixo.

-Eu… - E fungou, novamente. Seu corpo já tremia contra o meu, enfraquecido. - N-Não posso fa… - E a frase morreu em meio ao choro forte de soluços altos. Ambas as suas mãos cobriram a face e ele se permitiu desmoronar. Kim Taehyung nunca desmoronava.

-Tae, pode confiar em mim. - Falei, a voz suave. Precisava descobrir o que estava acontecendo. - Você sabe que eu só quero o bem do bolinho e que não vou contar pra ninguém. Você é meu melhor amigo. - Ok, talvez aquilo fosse um tipo de chantagem emocional, mas eu não estava nem aí. Precisava cuidar do bolinho.

Um silêncio, invadido apenas pelo choro constante de Taehyung, nos tomou durante alguns segundos, me deixando cada vez mais tenso. Eu precisava dar um jeito de descobrir o que havia acontecido, mas Taehyung parecia tão detonado que sequer conseguia falar sem ser interrompido por uma sequência de soluços e foi por isso que eu o deixei chorar suavemente durante certo tempo, sem afirmar ou perguntar absolutamente nada, apenas permitindo que ele se derramasse em minhas roupas

-Ele… - E meu amigo fungou baixinho, começando a se acalmar. Taehyung tinha uma facilidade impressionante em controlar os próprios sentimentos, então não me impressionava o fato de ele passar por aquela pequena crise rápido. - Ele s-se… - Gaguejou suavemente antes de se afastar da minha camisa e limpar a face molhada com ambas as mãos, me encarando nos olhos logo em seguida. Seus olhos vermelhos me eram estranhos já que ele nunca chorava, mas a expressão séria ainda estava ali, mesmo que um tanto abalada, e eu soube que uma bomba estava prestes a ser jogada na minha cara quando um certo medo cruzou seu olhar. - Ele se cortou. - Revelou, de uma única vez, quase perdendo o controle sobre o cheiro logo em seguida, mas esforçando-se para manter-se firme.

Meus olhos arregalaram-se no mesmo instante em que recebi a informação e meu coração quase parou. Meu bolinho estava se cortando. A pessoa mais fofa da face da Terra e de sorriso mais puro estava se machucando.

-Por que? - Foi tudo o que consegui perguntar.

-Na primeira vez, ele queria se matar. - Respondeu Taehyung, ainda tentando limpar o rosto que se mantenha úmido devido as poucas lágrimas que ainda escorriam. Mordo O lábio inferior, impedindo-me de interrompê-lo. - Mas depois nós conversamos e ele me falou que não ia mais fazer isso. Eu acreditei, mas alguns dias depois achei mais cortes nos pulsos dele e ele me disse que tinha feito de novo, mas que, desta vez, não era para se matar, era só porque sentia uma dor muito grande dentro de si e precisava aliviar de alguma forma e eu não soube o que dizer pra ele. - Taehyung fechou os olhos brevemente e respirou fundo antes de falar. - Talvez seja o bullying na facul que está mexendo com a cabeça do Jimin, eu não sei, talvez não tenha nada a ver com isso...

-Oh, não… - Sussurrei, baixinho. - Isso é… Eu… - Umedeci meus lábios e busquei por um complemento, mas não haviam palavras para descrever o horror que me tomou. - Tae… Isso é sério, ele já foi num médico? - Perguntei, apertando as mãos do meu melhor amigo.

-Sim. - Taehyung confirmou já parando de chorar, mas ainda fungando alto e limpando a face vez ou outra. - Ele está indo num psicologo toda semana e isso está ajudando, mas os cortes continuam lá. Ele me disse que não conta sobre os cortes para ninguém, nem para o psicólogo, mas semana passada ele foi num psiquiatra e o médico acabou vendo aquilo nos pulsos do Jimin e passou um antidepressivo para ele tomar. Só vamos saber se o remédio funciona depois de um mês, no mínimo, de testes.

-Ok, e enquanto isso ele se corta? - Perguntei, indignado, quase pulando do sofá.

Taehyung deu de ombros e negou com a cabeça.

-Eu não sei. - Admitiu. - Eu não sei o que fazer. Já tentei falar com o Jimin sobre isso, mas nada resolve. Eu… - E respirou fundo, fitando as próprias mãos fixamente enquanto estas seguravam as minhas. - Eu acho que…

-Você acha o que? - Perguntei, me aproximando de seu rosto.

-Acho que ele precisa de você. - Admitiu, erguendo os olhos para mim. - Ele precisa de alguém que goste dele de verdade. Acho que ele não está aguentando todo o bullying e… Kook, eu tenho medo. Eu… - E tornou a respirar fundo numa clara tentativa de se controlar. - Tenho medo que ele faça alguma loucura.

Arregalei meus olhos. Não queria nem pensar na possibilidade do bolinho tirar a própria vida. Isso me mataria por dentro.

-O que eu posso fazer? - Perguntei, sem sequer pensar antes das palavras saírem por meus lábios.

-Fale com ele. - E posso jurar que, por dentro, Taehyung implorava. - Você fala tão bem dele. Jimin precisa saber que alguém gosta dele de verdade, fora eu, é claro.

-Eu… - E pensei no assunto durante alguns segundos. Nunca me aproximei de Jimin, não sei exatamente porque. Talvez medo? Não sei dizer, ele apenas parecia muito lindo para chegar perto, como aquelas obras de arte de museu que você é proibido de tocar. A ideia de me aproximar de Jimin me assustava um pouco… E se ele não gostasse de mim? Me dediquei tanto nas saídas de nerd que tinha com Taehyung na esperança de conversar com Jimin algum dia e atraí-lo de alguma forma, mas a verdade é que tinha medo de fazê-lo. - Tae, o bolinho vai ficar assustado se eu chegar nele e falar que quero namorar, casar e ter cinquenta filhos com ele.

-Qualquer pessoa se assustaria com a parte do cinquenta filhos. - Disse Taehyung. - Mas você não precisa mostrar seu rosto, sabe? Pode só… Sei lá. Manda uma mensagem, que tal? Jimin não tem o seu número.

Revirei os olhos.

-Nem eu tenho o dele, né?

-Eu tenho, idiota. - Disse Taehyung, acertando um tapinha no meu ombro. - Pode mandar uma mensagem anônima, sabe? Só… Fala alguma coisa legal. Você costuma falar coisas legais sobre ele. Ele não precisa saber que é você, só precisa ouvir coisas legais. Eu… - E, novamente, foi como se seus olhos imploravam. - Acho, de verdade, que ele precisa disso.

Passei uma das mãos por meus cabelos, nervoso.

-Acha que isso pode dar certo? - Perguntei, inseguro. Taehyung logo confirmou com a cabeça, firme. - Ok, então. Se puder ajudar… Acho que tudo bem.

Cá entre nós, era uma péssima ideia. Puta que pariu, “péssima” é apelido, a ideia era horrível, mas nós realmente queríamos fazer algo com o problema de Jimin e não tínhamos cérebro o bastante para pensar em algo melhor, então o jeito foi apostar nessa porcaria que o Taehyung pensou mesmo.

Mensagem anônima… Que infantil.

Taehyung logo me passou o número do celular de Park Jimin e a única coisa que estava em nosso caminho agora era aquela questão básica, né?

O que diabos eu mandaria para Park Jimin?

Era só uma simples mensagem, mas foi o bastante para fritar o meu cérebro enquanto encarava o celular e quase babava alí.

-Escreve logo! - Disse Taehyung, num quase grito, levemente nervoso. Acho ele estava bem curioso sobre o que eu iria escrever e eu alí, travado. Taehyung quase nunca ficava nervoso também, mas ele, naquele momento, até mesmo mordia uma das unhas.

-O que eu escrevo, Tae? - Resolvi perguntar quando percebi que não tinha a menor ideia do que digitar. Sinceramente… Tanto tempo pensando em como conversaria com Jimin para chegar nesse momento e, simplesmente, virar um vegetal encarando um celular. Decepcionante...

-Vou lá saber? - E ele bufou alto. - Escreve qualquer coisa ai. Sei lá, você vive falando do Jimin. É só lembrar de algo que você já falou.

-Mas não me lembro de nada agora.

Ele bateu na própria testa com uma das mãos e negou com a cabeça, suspirando baixinho.

-Porra, Jungkook… Mas você não leva jeito pra nada mesmo, em? - Reclamou, indignado.

-Aish, não tá ajudando! - Exclamei, levemente irritado. - Eu não tenho ideia do que escrever.

-Eu também não, Kook. Porra, não é o meu crush! O que se escreve para um crush?

-Aish… Já te falei que o Jimin é muito mais que um crush… - Murmurei baixinho. - Vou tentar algo aqui… - E comecei a digitar no teclado pequeno do celular e confesso que digitei na velocidade da luz e enviei a mensagem de uma só vez antes que perdesse a coragem. E esse foi meu maior erro. Talvez, se não fosse tão desesperado, pudesse ter pensado melhor e visto que escrevi merda.

-O que você digitou? - Perguntou Taehyung, tentando aproximar a cabeça do meu celular, enfiando a mesma na minha frente.

-Ai, sai pra lá! - Reclamei, o afastando com uma das mãos. - Nada de mais, ok?

-Deixa eu ver! - E tornou a se aproximar, os olhos curiosos analisando a tela do aparelho aceso e sua expressão logo desmontou para algo como preocupação indignação, talvez desespero, os olhos levemente maiores. - Ah, não… - E isso saiu num sussurro.

-O que foi? - Perguntei, tornando a ler o que havia enviado. - Tem algum erro de ortografia?

“Bolinho

Não quero star wars

Nem star track

Quero só star com você”

-Seu único erro é na noção mesmo, Kook.

Franzi as sobrancelhas.

-Mas o que eu fiz de errado? É só uma cantada… E ainda é nerd, acho que ele pode gostar! - Exclamei. Sinceramente… O que eu tinha na cabeça? Merda? Talvez eu tenha nascido para pensar com a cabeça de baixo...

-Não é só uma cantada, é uma cantada muito ruim, é péssima! - Ele exclamou, indignado. - Apaga isso logo antes que ele ache que você é esses tios que vão em balada assediar mulheres de vinte anos!

Arregalei os olhos, em desespero.

-Oh, não, tudo menos assediador de mulher! - Exclamei, rapidamente procurando a opção para excluir a mensagem. Meus dedos roçaram as opções do celular na velocidade da luz e meu corpo esquentou com toda aquela energia. - Tae, não tem nada aqui pra apagar! - Exclamei, assustado. - O que eu faço?

-Procura direito, Jeon Jungkook! - Gritou ele, impaciente, colocando a cabeça na frente da tela para poder enxergar o que eu fazia.

-Aish, tira esse cabeção daí que eu não consigo enxergar! - Exclamei, tentando empurra-lo dali.

-Pare de me empurrar! - Ele exigiu. - Passa esse celular pra mim que eu apago essa porcaria que você enviou! - E, ao tentar tirar o celular de minhas mãos, o aparelho foi ao chão, intacto no tapete, quicando algumas vezes antes de parar com a teka contra o tecido macio.

Encarei Taehyung durante alguns segundos, de olhos arregalados, e ele fez o mesmo, a expressão tão cheia de emoções quanto a minha, e logo em seguida ambos voamos para o chão em busca do aparelho, os joelhos caindo contra o tapete e as mãos se esticando para alcançarem o celular, e foi nesse exato momento que uma musiquinha sem muito sentido ecoou pelo apartamento, algo baixinho e de apenas cinco toques que fez com que eu e meu melhor amigo nos encaramos novamente, agora de quatro no tapete felpudo.

-Por favor, me diga que esse som não quer dizer que você recebeu uma mensagem. - Taehyung pediu, a voz amedrontada, os lábios um tanto trêmulos.

-E-Eu… - E um bolo se formou em minha garganta.

Acho que meus olhos arregalados e mãos que não paravam de tremer foram o bastante para mostrar o desespero que me tomava por que não foram nem dois segundos para que eu e Taehyung voassemos para cima do celular novamente. Por sorte, fui eu quem conseguiu pegá-lo e olhar para a resposta que havia chegado primeiro.

“Acho que foi um engano. Eu não sou um bolinho.”

E meus olhos devem ter brilhado naquele mesmo segundo.

-Oh, Deus… Ele é tão fofo!

Taehyung avançou sobre meus ombros para enxergar também, quase montando em minhas costas, o que me fez resmungar em protesto, e então revirou os olhos antes de soltar ar preso em seus pulmões, aliviado.

-Foi só uma mensagem e você já está mole… - Murmurou e então deu-me um toque no ombro. - Responde isso ai logo. - Disse ele, agora mais calmo. - Pelo menos ele não te acha maluco depois daquela cantada porcaria. Podia ser bem pior. Eu sequer teria te respondido.

-Por isso que eu gosto do bolinho, não de você. - Murmurei, um bico nos lábios, logo digitando uma resposta.

“Não foi um engano, eu sei que você é Park Jimin.

Ps- Sim, você é um bolinho.”

E agora Taehyung não falou nada, apenas ficou com os olhos fixos na tela, assim como eu, a espera de uma resposta. Parecíamos dois viciados em seriado quando sai temporada nova no Netflix.

-Acha que ele vai demorar? - Perguntei. Nunca fui muito fã de ficar parado ou quieto, sou totalmente incapaz de fazer isso.

-Sei lá, ele costuma demorar para me responder quando está jogando, mas, depois que responde dan primeira vez, é bem rápido então acho que não deve demorar para…

E uma música alta invadiu o apartamento, nos fazendo dar um pequeno pulo com o susto, e esta não vinha do meu celular, mas sim do celular do meu amigo.

-Você devia diminuir o volume desta coisa… - Resmunguei, mordendo o lábio inferior em nervosismo e massageando uma das orelhas. - Quase perdi um tímpano… - Resmunguei.

-Aish, deve ser minha mãe… - Disse ele, fazendo uma careta e caçando o celular no bolso do Jeans azul claro. Era incrível como Taehyung usava aquela mesma calça em noventa por cento das vezes que o via, ele devia gostar muito daquela coisa velha, talvez esse fosse o motivo daquele rasgo perto do joelho. - Ela sempre me liga quando… Tá porra, é o Jimin! - Exclamou ele e nós logo nos encaramos de olhos arregalados, a música alta tocando pelo apartamento.

Se tem uma coisa que eu amava era ouvir a voz do bolinho, mas, naquele momento, não consegui ficar feliz, eu só queria morrer de nervosismo.

-Atende logo! - Exclamei, batendo no ombro de Taehyung, quando percebi que já nos encaravamos a muito tempo.

-Ok, vou deixar no viva-voz, então cale a boca. - Disse ele, firme.

-Ok, ok. - Concordei, impaciente, chegando perto do meu melhor amigo para ouvir melhor a conversa.

A chamada deu-se início.

-Am… Minnie?

E mordi o lábio antes de ouvir a voz dele surgir do outro lado da linha.

-Oi Tae. - Oh, Deus… Mesmo no celular era como música… - Está ocupado?

-Não, não. Relaxa. - E riu amarelo, completamente sem graça. - Então, aconteceu alguma coisa? Am… Alguém te falou algo estranho? Ou uma mensagem estr… Ai! - Ele exclamou quando sentiu meu tapa em seu braço e tentei me comunicar consigo apenas com uma careta. Como Taehyung mentia mal, Jesus!

-Está tudo bem ai?

-Am… S-Sim… Isso foi só um mosquito que me mordeu. - E riu sem graça novamente antes de me encarar irritado. - Sabe como são esses mosquitos, né? Sempre nervosinhos.

Dei a língua para si. Abusado. A culpa não era minha se ele estava prestes a entregar nossa mentirinha.

-Ah, sim… Mosquitos… - Awwwn… Bolinho sempre tão inocente… Nem se toca das najas que existem ao seu redor. - Mas, bem, sobre isso de falar com alguem estranho…

Eu e Taehyung nos encaramos de olhos arregalados e nos aproximamos ainda mais do celular antes de meu amigo perguntou, apressadamente.

-O que tem? O que aconteceu?

-Nossa. - E Jimin riu baixinho. - Não precisa ficar agitado assim, só recebi uma mensagem estranha.Talvez seja um tipo de trote… Sei lá.

-Você devia responder. - Taehyung aconselhou, rapidamente.

-Mas… Eu nem te falei quem me enviou a mensagem… - Bati em minha própria testa. Por Deus, eu já sabia que era burro, mas Kim Taehyung conseguia ser ainda pior. Por isso éramos tão amigos assim, só esperava que Jimin estivesse a salvo dessa maldição.

-Ah… - E ele riu sem graça, bagunçando seus cabelos. - Claro, am… Quem te enviou? - Perguntou, fingindo interesse.

-Foi um desconhecido… - E sua voz parecia cheia de insegurança, o que me fez franzir as sobrancelhas. - Acha que pode ser um dos meninos da sala?

Taehyung suspirou alto e remexeu-se no tapete, desconfortável.

-Minnie, não é ninguém fazendo piada com você… Quero dizer, eu acho que não, am… Olha, o que te mandaram?

-Uma cantada péssima. - E então eu bati em minha própria testa. Ótimo, ele tinha odiado. Parabéns para mim.

-Talvez um admirador? - E minha mão voou da minha testa para o ombro de Taehyung, mas ele desviou com sucesso. Por que esse idiota não podia calar a boca?

Jimin riu alto e como a risada dele era gostosa… Era contagiante e fluida e me fez sorrir largo, um tanto sonhador. Quase perdoei Taehyung pela incapacidade de mentir. Tudo valia a pena se fosse para ouvir a risada de Park Jimin.

-Óbvio que não.

-Pergunta quem ele é. Sei lá, responde ele aí. - Aconselhou Taehyung, os olhos fixos em mim, só não sei se era para avaliar minhas reações ou para desviar de outros possíveis tapas. Espertinho do jeito que era, devia ser com os dois objetivos.

-Ok… Vou fazer isso. Amanhã, na facul, te conto o que deu.

-Ok, então. Até amanhã, Minnie. - E acho que Taehyung estava tão nervoso que foi o primeiro a desligar a chamada. - Ele vai te responder.

E sorri cínico.

-Eu sei disso, eu estava ouvindo tamb… - E os cinco toques característicos fizeram-se presentes e eu e Taehyung, novamente, quase voamos para cima do meu celular.

“Sim, sou Park Jimin. Por favor, pare de me chamar assim, eu não sou gordo e, mesmo que fosse, isso é falta de educação. Quem é você? É da faculdade?”

-Ele está na defensiva. - Disse Taehyung. - Acho que ainda pensa que você vai fazer algum tipo de bullying com ele. Os garotos da sala dele chamam ele de gordo as vezes.

Franzi as sobrancelhas. Por Deus, como alguém acha aquele homem gordo?

-Por isso ele perdeu tanto peso nesses últimos meses?

E Taehyung confirmou com a cabeça. Eu juro que tentei entender, tentei mesmo, mas foi impossível. Como alguém podia achar aquele menino alguém gordo? Na minha cabeça isso não tinha lógica alguma e, mesmo que Jimin fosse enorme, como isso deixaria ele feio?

-Responde ele! - Exclamou Taehyung. - Se ficar pensando de mais é capaz de ele acreditar mesmo que é um dos meninos da faculdade.

Arregalei os olhos com a possibilidade, confirmei com a cabeça num gesto apressado e apressei-me em digitar uma resposta rápida.

“Eu sou sim da faculdade, mas não sou quem você está pensando, bolinho. E você não é gordo.”

E então respirei fundo para criar coragem de enviar mais alguma coisa, algo que fizesse ele se sentir especial, mas que fosse a mais pura verdade, algo que eu sempre quis falar.

“Você é lindo.”

Foi a escolha perfeita e a resposta logo chegou.

“Vai pedir um nude meu agora?”

-Ele ainda está na defensiva. - Falou Taehyung. - Por que você n… - E, uma vez mais, seu celular tocou com aquela música alta que nos fez dar um pulo com o susto.

-Será que é ele? - Perguntei, animado.

Taehyung pegou seu celular e analisou a tela acesa durante alguns curtos segundos.

-Minha mãe. - Disse ele e eu murchei na mesma hora. Queria tanto ouvir a voz dele de novo… A ligação foi atendida. - Alô, mãe… Sim… Na casa do Jungkook… Sim, o apaixonado pelo Jimin…

-Você contou pra sua mãe que eu gosto do Jimin? - Perguntei indignado e em resposta apenas o vi revirar os olhos.

-Mas já?... Tá bom… Já chego… Tchau. - A chamada foi encerrada e ele logo se ergueu do chão. - Preciso ir, Kook. Minha mãe está enchendo o saco.

-Está bem, amanhã eu te mostro a conversa toda. - Prometi, caminhando até a porta e procurando pela chave em cima da escrivaninha de madeira.

-Não faz mais que a obrigação e tome cuidado com o que fala. Park Jimin costuma ficar na defensiva, normalmente as pessoas se aproximam dele para fazerem piada ou algo assim. Seja paciente e…

-Tae, eu sei, não se preocupe. - E girei a chave, logo abrindo a porta. - Relaxa, vou ser bonzinho com ele.

Taehyung sorriu quadrado antes de se retirar.

-Eu realmente espero que vocês dois deem certo. - E eu vi em seus olhos que ele era sincero, vi um brilhinho de esperança nascendo e piscando nas orbes escuras.

Sorri pequeno.

-Eu também… - E então fechei a cara. - Mas ainda não acredito que você contou para a sua mãe que eu gosto do Jimin.

E Taehyung riu alto, jogando a cabeça para trás e tampando a boca com uma das mãos grandes.

-Ela descobriu isso sozinha. A culpa não é minha se, sempre que falamos do Jimin, seus olhos brilham.

XXXXXXXX

Assim que Taehyung sumiu pela porta do elevador eu corri para o meu quarto, acomodei-me debaixo das cobertas, um sorriso gigantesco no rosto, e puxei o celular para tão perto da cara que quase me rendi a ele. Estava animado.

Demorou um pouco, talvez uns dois minutos a mais, mas a resposta veio.

“Isso não é legal, pare de brincar comigo ou eu vou contar tudo para a diretora.”

E eu tive que rir alto. Mesmo que ele contasse, como a diretora descobriria quem eu era com um número sem nome?

-Ele fala que vai contar para a diretora como se fosse contar para a própria mãe. - E ri ainda mais alto. Aquele menino era tão fofo que acabaria comigo.

“Você é fofo mesmo por mensagem. É mesmo um bolinho, queria poder apertar suas bochechas agora.”

E a resposta chegou rápido.

“Você é idiota…”

Tive que rir novamente, tinha plena certeza de que ele estava com vergonha. Oh, meu bolinho era o ser mais adorável da face da Terra…

Bem, não podíamos ficar naquela conversinha boba para sempre, eu precisava atrair sua atenção. Queria, de verdade, que ele gostasse de mim.

“Eu estava assistindo star wars hoje por sua causa.” - Confessei, logo enviando mais alguma coisa. - “ Queria que você estivesse aqui comigo.”

Falar com Park Jimin fazia meu coração quase sair pela boca. Por algum motivo, ele mexia comigo mais do que deveria e eu, como todo bom apaixonado, adorava isso.

“É um pedófilo querendo me estuprar? Como sabe que eu gosto de star wars?”

E eu tive que rir uma vez mais. Será que ele nunca sairia da defensiva?

“Se eu fosse um pedófilo, jamais admitiria isso e você é maior de dezoito, então não seria pedofilia, mas se isso te deixa mais aliviado, sou um pouco mais novo que você. E, bem… Sinto te dizer, mas, se você usar uma camiseta de star wars toda semana, é bem provável que todos descubram que você é fã, bolinho”

“Qual é o seu objetivo me mandando essas mensagens? E pare de me chamar assim.”

E eu me senti queimar em nervosismo na mesma hora. Precisava ser sincero com ele, jamais mentiria para o meu bolinho.

Quanto ao apelido, estava completamente fora de cogitação parar de usá-lo.

Bem, eu nunca recebi muitos foras, então não vi problema algum em ser mais direto.

“Eu quero um encontro com você. Um encontro de verdade. Eu gosto de você.”

E foi aí que ele parou de me responder e eu entrei em desespero.

5 Avril 2022 00:00 1 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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