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Sofia Dantes


Pode ser tedioso ficar em um lugar onde as pessoas ao seu redor não tem o que conversar com você, pois, se tem idade diferente é provável ter assuntos diferentes, certo? Mas quando estamos com aquele alguém que gostamos, tudo muda. O lugar parece agradável e alegre. A protagonista descreve bem esse sentimento, falando de sua família e daquele alguém que muda o cenário


Histoire courte Tout public.

#natal #lgbt+ #romance #lésbica #conto
Histoire courte
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Capítulo Único

Aquela sensação considerada boa, de passar a ter estômago embrulhado, um sorriso pateta e voando entre os pensamentos, mas, ao mesmo tempo, medo, confusão e negação. Essa descrição de sentimentos ao ver a pessoa certa é um estereótipo um pouco errado e incompleto.


[…]


Quando não há uma distração por perto, é ruim não saber o que fazer quando está em público. Ter conhecimento do que está acontecendo mas estar perdida ao mesmo tempo, um tipo de falta de identificação. É horrível. É chato sim conhecer alguém que é antissocial e que não saia do quarto, mas quando vemos o outro lado da moeda…


[…]


Festas de Natal sempre foram interessantes, apenas pela parte da comida e presentes, pois parece que é o único motivo de se comemorar o Natal, para nos satisfazer, mas, então, é Natal…

Minha mãe, irmãs e tias estavam agitadas, era muita coisa pra fazer, o pavê, lasanha, bolo, o peru, alguns salgados, e era necessário preservar o vinho. Os tios estavam preparando bebidas, coisas simples, era apenas comprar refrigerantes e sucos, talvez temperar uma carne para o churrasco e comprar algo que as mulheres da casa pediam, para preparar o banquete. As crianças brincando e ansiosas para vestir as novas roupas que suas mães compraram para este dia especial. De vez em quando, ficavam admirando as decorações de Natal da casa, que estavam incríveis por minha causa. Sempre soube arrumar coisas, pode ser simples ou deslumbrantes, mas faço muito bem. Me lembro da discussão que os grupos da sala de aula tiveram para fazer um trabalho de artes comigo, é, sou incrível neste quesito.

— Ei garota! Já terminou ai? — Chamou a minha atenção o meu avô, que abanou a mão pro meu lado.

— Ainda não, falta os “brinquinhos” — Ele não sabia o nome das decorações que pendurava na árvore, meu avô conhecia como brinquinhos de Natal. Apenas balançou a cabeça e continuou vendo TV. O clássico Grinch chamava sua atenção. “A Coisa Verde”, sempre assistia em época de Natal, não podia faltar, as vezes era até enjoativo.

Ninguém arrumou a árvore antes do Natal, deixaram tudo de última hora, já que dizem que sou ótima nisso, sobrou tudo para mim. Pensei que estavam brincando quando disseram que não arrumariam a árvore. Aliás, não se podia de forma alguma colocar a estrela na árvore, se eu colocasse, quebraria a tradição familiar, “a criança mais jovem e a pessoa mais velha da casa colocariam a estrela na árvore”. Nunca tive a oportunidade de colocar a estrela, três meses depois de eu nascer, parece que minha tia “invejou” minha mãe e do nada pariu! Ninguém sabia daquela criança, ela nunca demonstrou uma barriga grande o suficiente para um bebê, muitos parentes dizem que o atual da minha tia não é o pai biológico da minha prima, fofoca normal entre família.

Terminei a árvore, estava linda, as luzes ainda não estavam piscando pois não coloquei na tomada, ligar apenas quando der 18:00 horas. Um espaço foi separado para por presentes misteriosos para abrir no Amigo Secreto.

Alguns dos meus parentes chegavam cumprimentando a todos com o sorriso radiante, me entregavam os presentes para colocar ao lado da árvore. Chegaram primos, tios, conhecidos e amigos, menos ela…


Eii, cadê você? disse que viria cedo

16:37

Meus avós gargalhava com as besteiras que meus tios falavam. Dentes de mentirinha apareciam com força bem branquinhos, assim como os cabelos de algodão frisados. Os cachorros que não paravam de latir tentaram alcançar a mesa com carnes apetitosas.

— Coloca esses cachorros pra latir fora da cozinha, estão me infernizando! — Gritou a tia mais velha.


[…]

Meus cachos macios estavam com muito movimento e um penteado fofo e encantador, vesti um macacão jardineiro azul clarinho, uma blusinha de manga longa verde e vermelha. Então, é Natal… Quase esqueci meu perfume totalmente diferente do meu look, um perfume forte para marcar presença.


Por que estou me arrumando tanto? Afinal, é só uma comemoração entre amigos e família, certo?


Não, eu não estava me preparando para o Natal, e sim pra ela. Já não usava o perfume porque eu gostava, mas sim, porque ela gostava.


— Finalmente vocês chegaram! — O tio do pavê falou alegre. — Pensei que não viriam por não ser da família — Na sentença em destaque ele fez aspas com os dedos, ironizando a timidez dos recém-chegados.


Sempre é bom sermos gentis e solidários com os outros, ao ponto de fazer algo que não queremos e fazer um esforço extremo e debilitante pra no final escutar “Nossa, que pessoa educada!”, depois de termos cinco facas cravadas nas costas, sim, porque estamos aqui para agradar a todos menos a nós mesmos. Merda! Por isso a personalidade carismática do tio. Sorridente como nunca, visitas contentes por serem bem recebidas por um cara com caráter forçado.

Sendo já 18:02, ligo os pisca-piscas da árvore depois de pronta, e preparo para beliscar algo na cozinha secretamente, afinal, todos estavam distraídos, seria um ótima oportunidade.

Uma sensação boa de se sentir saudável, com um sorriso iluminado e com o cérebro ativo. Me senti heroica e corajosa. Essa é uma ótima descrição de sentimento ao ver a pessoa certa. Não há distração nenhuma que me faça perder o foco naquela voz — A decoração que você fez na árvore está perfeita. — era ela. — Me lembrei de quando fizemos nossa própria árvore e colocamos a estrela, juntas. — Esse dia foi espetacular, quando terminamos a pequena árvore, nossas mãos de encontraram e chegaram ao topo da pequenina árvore, uma árvore improvisada feita com uma revista velha de maquiagem e alguns enfeites, então juntas colocamos nossa estrela no topo da árvore.

— Sim, é verdade. — Virei-me para vê-la, nada muito extravagante, mas como sempre, perfeita. — Assim como uma lembrança, tenho a árvore guardada em meu quarto. — O abraço dela foi confortante em um dia tedioso pra mim, ela segurou minha cintura, embora quem tenha esse papel sou eu mas não me importo de mudar de lugar as vezes. Ela sentiu o meu perfume e sorriu, ela sabia que eu ia fazer isso, ela sabe muito sobre mim e eu sobre ela.

— Sabe, se não tiver nada pra fazer, o que tal a gente ficar na calçada?
— Claro! — Sua mão segurava a minha. — Nos chamem quando colocarem a estrela!

A calçada era a aliada de tantas coisas que aconteceram entre nós, e aquele grande relevo de cimento guardaria mais uma lembrança. Um beijo. Um quebra-cabeça formado. Nossos lábios se encaixavam. Eu senti paz ali mesmo, o mundo podia cair. E assim como uma droga, seu beijo dava uma onda tão grande que eu deixava me levar.

3 Janvier 2022 03:04 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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La fin

A propos de l’auteur

Sofia Dantes Uma conta com poucas escritas, apenas por hobby, tento demonstrar muitas coisas que penso em minha obras. Então, fique a vontade para conhecer um pedacinho da minha cabeça.

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