cissa_crazy Cissa Santos

Por que o mundo existe? E como ele passou a existir? Essas são perguntas que movem reflexões sobre quem somos e se um dia tudo isso irá realmente acabar. Neste conto, você descobrirá o mito por trás da criação do universo. Quem criou os humanos, as fadas e todos os outros seres? De onde vem essa luta entre humanos e seres mágicos? Tudo isso você descobre em: A Luz e o Caos.


Histoire courte Tout public.

#32816 #mitologia #criação #deuses
Histoire courte
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A Origem de tudo

O vazio era tudo que se via. A Luz desejava mais do que isso, mas o Caos destruía tudo o que ela criava. Era o seu prazer.

No vazio, não havia passagem de tempo, não existia dia ou noite, o sol ou a lua era tudo uma imensidão sem cor e apenas duas consciências.

A luz emanava um brilho forte, dourado e quente. Não existia nada físico, apenas seu espectro que tomava forma de acordo com o seu desejo. O Caos também era pura energia, intensa e também quente, porém não era um calor calentador como o da luz, ele queimava.

Afinal, o que o Caos ganhava sendo tão destrutivo? Será que não era terrível para ele também toda essa solidão? Por toda a sua existência, Luz buscou criar algo. Certa vez, criou um elemento quente e vermelho, num outro um com uma textura diferente, a coisa passava por entre os dedos e aparentemente não poderia se misturar com a criação anterior, elas eram capazes de se anular.

A luz já estava chegando a algo novo, pequeno, físico, robusto e aparentemente simples. Aquela coisinha pequena misturada com um pouco dos elementos básicos que criara foi crescendo, assim como sua coleção de criações.

Se divertindo com seus experimentos, ela não pode evitar o Caos por toda a eternidade. Aquela energia pesada tomou conta do laboratório e num grito furioso fez tudo tremer.

Luz tomou a frente e lançou seu poder sob o Caos, ele não poderia destruir todas as suas coisas novamente. Ela não permitiria.

A luz dourada e a energia vermelha se chocaram entre si e pela primeira vez, houve uma explosão. Vários pequenos grãos de poeira começaram a rondar o ambiente e a Luz derramou uma lágrima, sentindo que mais uma vez havia fracassado.

— Você acha que pode criar algo? A existência é como é e não pode ser mudada. Aceita!

A Luz se vira ignorando o comentário encarando a única semente que conseguiu salvar.

— E o que é isso aí? Essa coisinha tão pequena...

Ambos avistaram um pequeno brilho fraco e oscilante não muito distante. A poeira derivada da explosão estava se juntando e tomando forma. Com expressão de fúria, o Caos foi em direção a coisa. A Luz, mesmo sem ter certeza do que se tratava, decidiu arriscar sua própria existência para salvar aquilo.

Seguindo sua intuição, lançou a semente na direção do Caos e em seguida, sua magia. O Caos se sentia invadido, aquela coisa estava crescendo se absorvendo de sua energia, ele tentava se livrar, mas a Luz usava sua magia para impedir a fuga.

O que antes era pó, se tornou em algo vivo e o que era o Caos se transformou em árvore, ou melhor, o Caos se tornou sua própria prisão.

Satisfeita com o que fez, a Luz foi em direção às duas criaturas que surgiram, aparentemente, da explosão. Ambas eram pequenas, e tinham formas diferenciadas, elas não tinham aparência espectral, eram feitas de matéria física e palpável.

As garotas continuaram crescendo com velocidade. Logo Luna e Solara abriram os olhos, seus cabelos cresceram, assim como todos os seus membros e suas inteligências se desenvolveram. Temendo que isso continuasse de forma desenfreada, a Luz deu um jeito para que elas parassem de mudar regulando o período das mudanças e a esse efeito deu o nome de tempo.

Solara sempre foi mais alegre e Luna a mais soturna. Todas as três eram seres divergentes, mas tinham uma curiosidade em comum para com a criação.

Tudo foi criado por elas, a gravidade, o sol, a lua, os astros, as esferas sem vida...

— Mãe — Luna diz! — já reparou que as sementes crescem e depois morrem? Será que elas não cresceriam mais num espaço de terra maior?

As três se entreolharam e avistaram uma esfera, nem tão perto, nem tão longe do sol, ou seja, uma boa dose de calor e então fizeram daquele lugar propício para plantar a semente.

Luna estava certa. A árvore cresceu mais do que elas estavam acostumadas, suas raízes se apossaram de tudo e pareciam implorar por mais água. As Deusas deram tudo de si para cuidar de seu melhor experimento até então.

Num dado momento, surgiram casulos pendurados nos galhos daquela árvore, não sabiam dizer o que era. Mas, quando as três não estavam olhando os casulos começaram a se abrir revelando pequenos serezinhos bagunceiros. Aquelas criaturinhas logo descobriram que podiam voar, algumas lançavam fogo, outras água. Parte das pequenas também faziam as coisas balançarem com uma força invisível e também faziam crescer do chão, algo que ainda não tinha nome, mas era delicado, colorido e incrivelmente cheiroso.

Solara e Luna foram as primeiras a se deparar com a terra completamente colorida. Tinha uma vasta imensidão de água, áreas verdes e diversas outras coisas as quais começaram a nomear.

— Você tem certeza que mar é um bom nome?

— Claro que é, Luna! Aquela criatura ali concorda! — Solara aponta para fada que sinaliza um sim com a cabeça.

— Essa parte aqui do chão é diferente da terra. Deveríamos dar um nome diferente — Luna ficou pensativa. — Que tanto Araterra?

— Ah não! Ficou estranho, vamos por... Ar... Já sei! Areia!

As duas irmãs continuaram cuidando do planeta e dando nome às coisas, enquanto as fadas iam aprendendo a como usar seus poderes para manter tudo funcionando.

Milhões de anos se passaram até todas as três ficarem entediadas, inclusive a Luz.

A Luz ensinou às irmãs a moldarem seres com o barro, usando adagas e lhes ensinou como dar vida a eles. Luna sempre gostou de experimentar coisas que aparentemente não tinham nada haver. Certa vez, ela criou um ser de quatro patas com cauda achatada e bico largo, o bicho até parecia ter olhos vesgos. De onde a Deusa da Lua tirava essas ideias? Nem a Luz podia responder.

Solara criou a primeira mulher primitiva e um tanto selvagem até achou que errou em alguma coisa, mas conforme o tempo passava tanto as mulheres quanto os homens que ela criou depois, começaram a mudar e a evoluir. Luna ainda estranhava os humanos, ela observava que eles tinham uma tendência à autodestruição que lembrava muito o Caos.

Luna queria dar um jeito nesse defeito, criar criaturas que fossem mais harmônicas com a natureza. Como Luna não era convencional ela mudou algumas características de seus “humanos”, lhes deu orelhas pontudas e a capacidade de se conectar com a natureza assim como as fadas.

— Esses são diferentes, minha filha. Que tal dar outro nome para eles?

— É, tem razão. Estive pensando em chamá-los de elfos.

A luz sorriu para Luna. Os milênios foram tão perfeitos, a luz e suas filhas conseguindo criar todo um universo complexo e tão belo. Solara se manteve ocupada com a evolução de seus humanos enquanto Luna era viciada em criar seres diferentes, seres que serviam a natureza. Todos tinham certa semelhança com os humanos, mas sempre tinham algo a mais como: magia, forma animal, presas, metade do corpo em forma de peixe e outros. Luna sempre preferiu as peculiaridades, mas não foi só a criação da solara que deu problema, a sua também.

Os humanos eram inteligentes, mas ainda mantinham seu poder destrutivo para com a natureza e para com eles mesmos, chegando até a matar uns aos outros. Os lobisomens e vampiros, por vezes, se descontrolavam e acabavam matando para se alimentar. Os feiticeiros e magos tinham uma tendência a explorar a magia além do limite e as sereias eram anti sociais. Os elfos e fadas eram os únicos que não causavam muitos problemas.

Mas, a gota d 'água foi quando Luna descobriu que sua irmã estava tendo relações com um humano.

— Você pirou, Solara? Você está se envolvendo demais com esse humano.

— Agora é tarde, Luna! Fiz o que desejava e não me arrependo.

— Eu não acredito! O que será que vai sair daí? — Luna encara a barriga da irmã crescendo como se ela fosse uma humana.

— Não fala assim do meu filho!

— Como sabe que não é perigoso?

— Eu tive visões, ok? No mais, ele é meu e não será perigoso.

Luna podia jurar que Solara estava ficando louca. Como é possível que tenha um filho de um humano?

Bruscamente, a Luz invadiu o espaço e parecia assustada.

— Vamos para terra agora mesmo! Parece que está havendo guerra entre humanos e sobrenaturais!

As irmãs se entreolharam e desceram a terra. Tal foi a surpresa quando viram pela primeira vez, um homem de pele vermelha e olhos totalmente negros.

— Caos? — A luz faz a pergunta retórica imaginando como o Caos fugiu de sua prisão e tomou essa forma de carne.

— Achou que só você poderia criar um corpo físico, Luz?

— O que faz aqui? Como escapou?

O caos sorriu macabro.

— Ora! Eu te disse que a existência não deveria mudar. Vocês não são capazes de controlar sua própria criação. — Ele riu. — Mas vou lhes dar uma dica porque estou de bom humor. Há milênios esperei uma oportunidade de liberdade e quando fui encontrado por uma adorável feiticeira, consegui a minha liberdade.

— Eu não acredito, quem foi essa? — Luna sentiu seu corpo se encher de raiva devido a tal traição da sua criação.

— Isso não importa! Eu vencerei! Se esse planeta não se autodestruir até o nascimento dessa criatura, — o Caos apontou para a barriga da deusa do sol — eu mesmo vou destruir tudo, a começar por vocês. — ele soltou uma gargalhada e desapareceu feito fumaça.

Por muito tempo, Luna tentou usar seu controle do espaço para achar o Caos e nem mesmo Solara foi capaz de prever sua localização.

Até que chegou o dia do nascimento do semideus.

A criança veio ao mundo já gritando, mas se acalmou ao entrar em contato com os braços de sua mãe. Ele parecia um bebê humano frágil e mesmo carequinha já dava para ver que seus cabelos cresceriam ruivos. Solara encarou os olhos alaranjados do filho por poucos instantes e sua garganta se fechou, entregou o bebê rapidamente para a Luna, antes que se arrependesse do que pretendia fazer. Era necessário, ela tinha que deixar seu filho ir, ele sobreviveria melhor junto a sua própria espécie e assim, Solara estaria livre para caçar e se livrar do Caos de uma vez por todas.

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— Se nada der certo, eu vou ter que usar isso. — A luz explicava para as filhas o seu plano de contingência.

— Por favor, tenha cuidado!

— Vocês também! Me prometam que cuidarão bem deste mundo.

As deusas prometeram com o coração partido sentindo que a Luz estava pronta para se sacrificar.

As três caçaram o Caos por algum tempo até perceberem um certo padrão de destruição. Os humanos estavam se matando para conquistar poder e território, os sobrenaturais também não ficaram para trás e lutaram em prol de seus próprios interesses. Até que cada grupo se juntou com seus iguais, os humanos passaram a desenvolver artimanhas para matar sobrenaturais e o contrário também aconteceu. Vampiros, lobisomens, feiticeiros, magos e até mesmo os elfos alimentavam crenças sobre a podridão humana e quando humanos e sobrenaturais se encontravam, era morte na certa.

Os humanos nem acreditavam nas Deusas, apenas a criação de Luna ainda acreditavam nelas.

— O Caos deve estar adorando isso! — A Luz comentou.

— E parece que apenas as fadas não entraram em conflito!

Solara fica pensativa com o que Luna acabara de dizer e teve uma ideia.

— Caramba! Ele deve estar tentando persuadir as fadas! Vamos lá!

As entidades flutuaram até a ilha onde permaneceu plantada a árvore da vida. Ao chegar lá, era tarde, o Caos já tinha lançado uma maldição nas fadas. Toda vez que fadas se envolverem romanticamente e tivessem um bebê fada, o bebê nasceria sem poderes.

Pelo menos, o Caos ainda não havia saído da ilha das fadas.

— Você! Fique onde está! — A luz nunca sentiu tanto ódio por alguém como sentia pelo Caos.

— Finalmente me encontraram! — Ele continuava a sorrir como se já estivesse vencido. — Chegaram tarde! Já plantei e alimentei a discórdia até mesmo nas fadas. Todos vão se autodestruir! Está sendo uma delícia assistir a isso. — Orgulho exala por todo seu ser e o desejo pelo fim do mundo era intenso.

Luz não se segurou e partiu para cima do Caos. Ela o levou para longe da ilha das fadas e flutuando sobre o oceano, lançou um novo feitiço sobre ele. Estava disposta a transformar o espectro em pedra, ele podia ser poderoso, mas ela tinha melhorado seus truques. O Caos já não é mais o único ser vivo além dela no universo e deixar ele destruir tudo que ela criou mais uma vez, estava fora de questão.

O caos e a Luz voltaram às suas formas espectrais. Luna e Solara criaram um campo de força, pois perceberam que a força da magia dos dois estava afetando o planeta.

— Vamos conduzi-los lá para cima ou vão acabar explodindo tudo!

— Tudo bem, Luna, vamos logo.

As duas Deusas levaram os dois espectros enjaulados para o plano espiritual e ambos continuaram a lutar por suas vidas, sem poder acabar com o feitiço. Era uma questão de quem iria ceder primeiro e nenhum dos dois estava disposto.

— O que faremos, Solara? Não podemos interferir?

Com esse questionamento, Solara lembrou da Adaga aparentemente não muito útil, mas que ela usou para moldar as criaturas terrenas. Ela envolveu o objeto com o seu poder e correu em direção ao Caos e pelas suas costas, enfiou a adaga bem no meio tentando absorver seu poder por meio dela.

— Solara! Para com isso, você vai acabar se matando — A luz grita e esse momento de distração foi o suficiente para o Caos avançar, mas a Luz conseguiu se manter firme.

Luna olhou para a Luz e decidiu tirar a irmã de trás do Caos. Ele ainda ficou com a adaga presa nas costas e assim que as irmãs estavam longe, tudo começou a tremer e uma onda de energia as fizeram voar para longe batendo em pilastras.

As duas arrumaram seus ossos no lugar novamente e correram para o local da luta. Nenhuma luz, brilho ou energia estava sendo emitida, tudo estava parado. Elas venceram? Bom, por um lado, o Caos virou pedra e elas absorveram a joia que condensa sua consciência para que ele não volte mais. Mas, por outro lado, a Luz também virou pedra.

O feitiço não deveria ter acabado assim. Apenas um deles deveria ter virado pedra, mas, aparentemente, suas forças estavam em equilíbrio e conectadas.

— O que faremos agora, Luna? — Solara tem os olhos marejados.

— Agora vamos cumprir a nossa promessa, Solara. Vamos continuar no plano espiritual e interferir menos no mundo, as pessoas tem que evoluir e nosso excesso de interferência só piorou tudo. Temos que acreditar que eles podem ser melhores.

E assim, continuou por alguns anos até o fatídico dia.

Continua em Madow...

30 Décembre 2021 22:53 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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