isaorena09 Isa Lorena

Os Guardiões são muito importantes quando o motivo é levar alegria para as crianças. Cada um dos cinco tinha a sua própria missão e personalidade, e isso, com certeza, se aplicava a Kakashi e Karin. Desde que o Hatake foi convocado para ser um dos Guardiões, o grupo ficou mais unido, sempre se ajudando na época de festividades um do outro. Naquele Natal não seria diferente, pois o Papai Noel estava com problemas na produção de presentes. Convocando uma reunião para pedir ajuda, Jiraiya chamou os outros quatro Guardiões para sua mansão. A missão não foi negada, porém, Kakashi e Karin viviam se provocando entre si, então seria complicado — e divertido — trabalharem juntos. Faltando quatro dias para o Natal, a dupla de encrenqueiros teria que trabalhar juntos em prol da felicidade, literalmente, de todas as crianças mundo. Crossover | KakaKarin | Uma tentativa de comédia Disponível no Wattpad e Spirit.


Histoire courte Déconseillé aux moins de 13 ans.

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Histoire courte
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Posso ter uma foto sua?

Karin podia fazer muitas coisas, desde pegar milhões de dentes recém caídos, até deixar a mesma quantidade de moedas como presente para a criançada. Mas se tinha algo naquela vida de Guardiã que deixava a fada toda feliz, era seu amigo Jack Frost — ou melhor, Kakashi Hatake.


Para um rapaz que, desde que foi escolhido pelo Homem na Lua, e que sempre se metia em brincadeiras e confusões, os dentes dele eram os mais perfeitos que a Uzumaki já viu! Ela ficou encantada por ele desde a Páscoa, há três anos atrás, onde fracassaram em ajudar o Coelhão, o famoso Juugo. Porém, com a união dos Guardiões e a vitória contra o Bicho Papão, todos eles, eventualmente, ficaram mais próximos.


Agora viviam se ajudando, um dia davam uma mãozinha na Páscoa, e no outro uma ajuda na entrega das moedas. E nessa época de Natal não seria diferente.


Norte, Papai Noel para as crianças, e Jiraiya para os conhecidos, estava com problemas no Polo Norte. Os seus ajudantes, os Pés Grandes, tinham contraído uma gripe forte, deixando a produção de presentes nas mãos dos duendes, que não era segredo para ninguém — a não ser para os próprios —, que eles não sabiam fabricar nada! Era como Jiraiya disse uma vez:"Deixamos eles acreditar que sabem."


Por isso, uma reunião dos Guardiões foi convocada para o Polo Norte.


❅❅❅


A Fada dos Dentes estava revisando todas as caixas contendo as principais lembranças das crianças, quando, em um gritinho de surpresa, direcionou os olhos para um portal mágico. Como ela já sabia que aquilo pertencia ao Norte, pediu para algumas fadinhas terminarem o trabalho e entrou no emaranhado de luzes logo em seguida.


Foram tantas cores vivas que se sobressaíram na passagem, que ela chegou a ficar um pouco tonta, e quando pisou no chão de madeira polida, demorou alguns segundos para retomar o controle das asas, que logo fizeram ela ficar de pé.


— Opa, está tudo bem aí? — Uma mão pálida segurou seu ombro, mas o que a fez ficar corada foi a ironia na voz do albino. Só que aquela vermelhidão não era de timidez.


— Eu estou bem! — Ajeitou os óculos, e logo esqueceu da raiva quando ele riu ainda mais, mostrando os dentes perfeitos.


Não deu outra, Karin não se segurava quando estava tão perto daquele rosto, que para ela, era como um prato de brigadeiro quentinho: a perfeição!


— Você vai deixar eu tirar uma foto do seu sorriso dessa vez? — O mais novo Guardião parou de rir na hora, puxando uma máscara que sempre levava consigo, pelo menos quando ela estava por perto.


— Você nunca vai desistir disso? — Karin balançou a cabeça várias vezes, negando veementemente.


— Você sabe como é raro uma arcada dentária assim? — Começou a se explicar, como sempre fazia quando eles se encontravam. — É tipo uma entre um milhão de crianças! E eu não posso sair tirando fotos delas, mas de você sim!


— Você é muito… Eu não sei nem que palavra escolher para descrever essa suatarapelos meus dentes. — Karin fez um bico, e ia começar a dizer os prós de se ter uma Fada dos Dentes como amiga, mas acabou sendo interrompida por uma tosse exagerada:


— Bom dia para você também, Karin. — Juugo falou, chamando a atenção dos dois.


Kakashi foi um dos primeiros a chegar na reunião, por isso a mensagem do Coelho era direcionada somente para a ruiva. A Uzumaki estava tão entretida em ganhar uma foto, e ao mesmo tempo em irritar o albino, que esqueceu que tinha sido convocada para uma reunião — e que todos já estavam lá, assistindo a discussão dos dois.


— Eh, bom dia, Coelhão — ela brincou, e ele não teve outra alternativa a não ser revirar os olhos.


— Só Coelho, Karin! Ninguém me chama assim.


— Eu chamo! E Kakashi também te chama — bufou.


O platinado arregalou os olhos, entrando em uma pose de injustiçado; falsa, é claro.


— É mentira! — A ruiva estreitou os olhos em sua direção. — Eu chamo deCoelhinho.


Em um piscar de olhos, o Coelho da Páscoa disparou na direção do Hatake, pronto para estragar os dentes perfeitos que Karin tanto adorava. Mas como o albino não era bobo — pois já tinha previsto o movimento dele —, agora só gargalhava acima do amigo, voando com a ajuda de seus poderes.


Se bem que Kakashi sabia o quão o ruivo era coração mole. Juugo era mais de falar do que fazer.


— Qualquer dia desses eu abro uma reclamação por ser o único a não saber voar. — Se deu por vencido, voltando a seu lugar.


— Ei, eu também não sei voar. — Jiraiya, que olhava tudo em silêncio, se pronunciou pela primeira vez.


— Qual é! Você tem um trenó todo equipado com renas voadoras, é claro que você voa! — Juugo bufou, e o Papai Noel soltou sua famosa risada.


— Eles que me fazem voar, não o contrário! — Após alguns segundos, ele parou de rir e se endireitou na poltrona em que estava sentado. — Enfim, nós já brincamos demais. Agora prestem atenção, pois o assunto da reunião é sério.


— Faltam quatro dias para o Natal. E se você parou a fabricação dos presentes com essa reunião, com certeza deve ser coisa séria — Juugo falou, tendo um balançar de cabeça e uma exclamação feita pelo Sandman, o famoso Naruto.


Às vezes Karin ficava agoniada pela incapacidade do loiro de pronunciar palavras.


Não era segredo para ninguém, que, como uma boa Fada dos Dentes, ela sabia de todas as principais lembranças de cada um que estava presente ali. Cada vez que um dente cai, nele fica guardado uma memória importante, e ela já tinha visto o quão falador e levado aquela criança já foi um dia. Porém, como em todas as vezes em que o Homem na Lua escolhe um novo Guardião, algumas de suas principais características somem, dando lugar aos poderes.


— Como eu ia falar, antes de sermos interrompidos pelo casal briguento... — Os citados cruzaram os braços, desviando do olhar de Jiraiya. — Um pequeno surto de gripe acabou prejudicando os meus ajudantes. E como podem ver... — Ele olhou para baixo, onde os duendes tentavam montar os brinquedos. — A minha equipe não é uma das melhores agora. Preciso da ajuda de vocês.


— Eu sou ótimo em pintar coisas, conte comigo! — o Coelho exclamou, rodando seu bumerangue entre os dedos.


Quem falou que poderia construir os brinquedos foi o Naruto. Quer dizer, "falou" não é a expressão certa, ele apenas mostrou um serrote e um martelo, feitos com seu "pozinho" amarelo — pelo menos foi assim que Karin denominou o poder loiro.


— Eu posso embalar os presentes. — A ruiva se prontificou. — Vou chamar algumas fadinhas para me ajudar.


— Mas isso não vai afetar no recolhimento dos dentes? — Jiraya perguntou.


— Pensando bem, pode ser que sim. Mas o Jack pode me ajudar, né? — Ela olhou divertida para o amigo.


— Eu posso negar? — Kakashi encarou o Papai Noel, praticamente implorando com o olhar.


— Creio que não. — Ele deu um sorriso brincalhão. — Assim vocês acham uma maneira de resolverem essa coisa que vocês têm.


— Ah, mas isso é fácil! É só...


— Nem pensar! — O albino a interrompeu. — Infelizmente não tenho outra escolha. Agora vamos, estamos perdendo tempo. E eu ainda tenho vários países para trazer o inverno.


— Então vamos ao trabalho!


❅ Quatro dias para o Natal ❅


Quem achou que a dupla mais encrenqueira — pior que crianças — conseguiria trabalhar juntas, sem que houvesse nenhuma discussão, estava terrivelmente enganado. Claro que, para quem não conhecia aqueles dois, pensaria que o cabeça das provações seria Jack Frost, o famoso encrenqueiro do inverno. Nas ruas, o albino sempre fazia a festa com seu poder, colocando, às vezes, como fez com o Jamie* da última vez, algumas pessoas em situações de risco.


O lema dele era diversão, e não havia nada melhor do que usar seus poderes quando podia deixar várias pessoas escorregarem no piso gelado, ou receber uma bola de neve na cara, do nada!


Ah, claro, não podia faltar sua melhor artimanha: fazer alguém congelar a língua em um poste.


Entretanto, não era ele quem estava ali, procurando conversa, leia-se discussão, enquanto tinham a missão de embrulhar mais de cem mil presentes! Karin realmente sabia como perturbar a mente mais brincalhona do mundo. Fazia até o albino repensar sobre como tratava as pessoas.


—…Sério, o Homem na Lua devia estar louco quando deu seus poderes. Ele não olhou seu passado? Você já era um pestinha antes disso! E tudo isso por causa do seu amigo… — falava enquanto tentava fazer um lacinho rosa.


— Karin. — Ele parou de embrulhar o presente número… já tinha perdido a conta. — Por que você não consegue ficar em silêncio? Tipo, por dois minutos?


— Ah, qual é?! Agora você tá quieto, mas também não é tão diferente de mim. — Fez um biquinho, desistindo de colocar o laço no presente; a criança rasgaria aquilo tão rápido, que nem o veria. — É que eu não consigo ficar em um lugar onde ninguém fala nada!


— Por que você não coloca o fone e escuta uma música? Assim sempre vai ter alguém falando em seu ouvido. — Formou-se um sorriso zombeteiro em sua boca, fazendo o rosto da ruiva ficar em brasa.


— E ainda dizem que sou eu quem começo as nossas brigas — resmungou, ignorando o comentário do albino e voltando sua atenção para um novo presente: patins.


— A verdade é que você fala demais, mas não aguenta ser provocada. — Depois de ter escutado outro resmungo, Kakashi se sentiu feliz por deixá-la, nem que fosse um pouco, irritada.


Ainda o ignorando, Karin fingia estar concentrada na difícil tarefa de embrulhar dois sapatos, que nem caixa tinha! Não teria graça se fosse embrulhado do jeito que estava, a criança saberia o que era na mesma hora. Essa também foi a conclusão de Jack, que, no momento em que a ideia chegou ao seu lado traquina, na mesma hora a executou.


O movimento foi tão rápido, que a Uzumaki só viu o que aconteceu quando sentiu suas mãos congelarem, ficando presas junto ao bloco de gelo que se formou à sua frente. Agora não havia problema quanto ao formato do embrulho, ele formou um quadrado perfeito. Mas como diabos ela ia desprender as mãos dali?!


— K-kakashi! Desfaça isso. Agora! — Ela se levantou, trazendo o gelo consigo, fazendo o albino gargalhar em sua cadeira.


— Desculpe, dentinho, vai ter que esperar descongelar. — O rosto dela se avermelhou ainda mais com o antigo apelido, e ele podia jurar que ela conseguia fazer o gelo derreter somente com aquilo. — Eu não derreto coisas, só congelo — gargalhou, tentando, inutilmente, terminar mais um presente.


— Se eu quebrá-lo, vai ser mais rápido para descongelar, certo? — O Hatake não teve tempo de completar o raciocínio para entender o sarcasmo daquela frase, pois quando percebeu, já estava contando estrelinhas.


Ele nunca mais deixaria algo congelado perto da Uzumaki.


❅ Três dias para o Natal ❅


Com muito esforço, e várias broncas por parte dos outros Guardiões, já estava de noite quando os dois conseguiram, finalmente, embrulhar todos os presentes. Ficaram embasbacados com a quantidade de embrulhos, de formas variadas, que seriam entregues. O Papai Noel realmente tinha muito trabalho, ainda mais pelo fato de sempre ter que voltar para o Polo Norte, a fim de pegar mais uma remessa de presentes — que eles não faziam ideia de como cabiam ali.


Deixaram tudo arrumado e organizado. Uma parte do local estava preenchida pelos presentes direcionados aos meninos, e a outra, para as meninas. Isso fez Jiraiya estranhar e franzir o cenho, para logo depois falar, em tom de descrença:


— Vocês realmente não prestaram atenção em nada do que eu falei ontem… — Encolheu os ombros, desanimado.


— O quê? O que quer dizer com isso? — Karin se levantou do banquinho onde descansava, ficando de frente para o Noel.


—"Os presentes serão divididos por país e estados, assim será mais fácil quando buscarmos uma nova remessa."— Repetiu as palavras do dia anterior, que, percebendo agora, tinha dito quando os dois estavam em mais uma de suas discussões. — Poderiam ao menos terem lido as escritas no chão.


Kakashi sobrevoou o local, vendo que, realmente, em alguns pontos vazios, estavam escritos os países e seus determinados Estados. Então, como se desligassem seus poderes, o albino foi parando o voo, colocando seu cajado no chão enquanto se deitava, completamente desolado.


— Por favor, diz que é mentira… — choramingou, levando ambas as mãos para o rosto.


— Queria poder dizer o contrário. — Jiraiya suspirou, soltando uma leve risada em seguida. — Ainda temos tempo, sim? A nossa sorte é que vocês voam, assim o trabalho será mais rápido. — Tentou se animar, e animá-los ao mesmo tempo.


— Acho que não temos outra escolha. — Karin saiu do seu estado de choque, voltando a olhar para o amigo. — Anda, levanta! Temos muito o que fazer.


— Ah, eu mereço! — Se contorceu ainda mais no chão, indignado.


❅ Dois dias, e meio, para o Natal ❅


Bombardeados, exaustos, cansados, abatidos; se perguntavam quantos sinônimos poderiam existir para descreverem o que sentiam. Definitivamente, estavam acabados.


Desde a noite anterior, os dois se revezaram em reorganizar os presentes e embrulhar mais alguns, que ainda estavam sob a responsabilidade de Juugo e Naruto. Realmente achavam que o trabalho seria rápido, mas como fazer tudo aquilo para milhões de crianças, tudo em cima da hora?


— Onde eu estava com a cabeça ao ter aceitado isso? — Kakashi estava, novamente, deitado no chão, pensando seriamente em dormir ali.


Olhando para o relógio decorado na parede, Karin agora se dava conta do tempo em que passaram acordados: foram mais de trinta e seis horas trabalhando, ininterruptamente. A ruiva jogou os braços para o alto, ao lado do albino. Ele nem tinha mais forças para reclamar quando ela se deitou ali, então preferiu aproveitar sua companhia — que ele, em segredo, gostava de usufruir.


— Kakashi… — Ela se virou, vendo que ele já estava com os olhos fechados. O Hatake somente assentiu, indicando que estava ouvindo. — Pode dormir tranquilo, eu não vou fazer nada.


Ter falado aquilo fez o contrário do que ela previa, pois ele levantou a sobrancelha, desconfiado, logo voltando a atenção para ela. Karin tentou desviar o olhar, esse que já estava brilhando, por causa do plano que tinha formado em sua mente.


Mesmo cansado, não precisou de muito para Kakashi entender o que dormir ali significava: ela se aproveitaria.


— Eu não posso nem dormir em paz. — Se levantou, fugindo dela.



— Ei, espera aí!


Não existe cansaço quando os dois resolvem se provocar.


❅ Véspera de Natal ❅


O grande dia chegou. Todos os Guardiões agora tinham aquaseimpossível missão de entregar presentes para os cento e noventa e cinco países do mundo. Estava uma correria na mansão do Papai Noel, mas todo mundo ajudava no que podia. Felizmente, para a alegria de todos, os Pés Grandes já estavam melhor, e agora podiam ajudar na tarefa de carregar e transportar tudo para o trenó de Jiraiya. Alguns países tinham o fuso horário diferente, então esses seriam os primeiros a serem presenteados.


Como os ajudantes do Norte já estavam recuperados, não era mais necessário a ajuda dos outros Guardiões, uma vez que ele fazia aquelas rotas sozinho desde sempre. Porém, os amigos ignoraram o pedido de descanso do mais velho e se prontificaram para ajudá-lo mesmo assim.


Juugo usou os seus túneis para distribuir os presentes na Austrália, enquanto Naruto ficou responsável pela distribuição na Nova Zelândia. Como Kakashi e Karin não tinham como carregar tantos presentes, eles foram para o Japão, ora ou outra voltando para a mansão com os portais de globo de neve. E para ajudá-los na distribuição, a Uzumaki pediu a ajuda de algumas fadinhas na missão, sendo prontamente atendida.


Agora eles voavam o céu pouco estrelado do centro de Kyoto, seguindo o mapa que lhes foi entregue pelo Noel. Não queriam cometer o mesmo erro do dia anterior. Cada um passava por ruas diferentes, chegando a carregar de três a quatro presentes em cada mão; as fadinhas só levavam um por vez, por conta do peso e tamanho. Às vezes Karin deixava algumas moedas de prata quando percebia que a criança também estava à espera da Fada dos Dentes, e foi em um desses momentos que Kakashi a viu sorrindo para uma delas, pegando o dente recém caído e deixando a moeda debaixo do travesseiro.


— O trabalho de uma fada nunca para, né? — brincou, fazendo ela rir baixinho.



Após deixar o presente na árvore de natal, ela saiu da casa pela janela do quarto da criança, olhando para o amigo, que a esperava. Faltava pouco menos de uma hora para o amanhecer, e aquela foi a última criança a ser presenteada.


— Você sabe como é, não podemos deixá-las esperando. — Se colocou ao lado dele, voando para o telhado.


— Pensei que as moedas que as crianças ganhavam eram de ouro. — Ela olhou para ele, confusa, ao mesmo tempo em que pegava um globo de neve. — Você já entregou para alguns dos Guardiões — explicou‐se.


— Na verdade, há uma explicação para isso. A prata simboliza a pureza, a consciência tranquila, e é assim que eu vejo as crianças. — Começou a colocar as coordenadas no portal e logo voltou a olhá-lo. — O ouro é um dos metais mais preciosos da natureza, e representa o conhecimento e a imortalidade. Não faria muito sentido se eu presenteasse as crianças com ela. Por isso, sempre que posso, dou uma para os meus amigos.


Estranhamente, Kakashi sentiu o peso daquelas palavras, como se ele não fizesse parte do seleto grupo de amigos da Uzumaki. Preferiu não externar os seus pensamentos, uma vez que já a considerava como sua amiga, não querendo que o sentimento tivesse só uma via de mão única.


Karin estava bastante concentrada com o globo de neve, por isso não via as engrenagens a todo vapor na cabeça do albino. Quando finalmente colocou os números certos, um portal apareceu na frente dos dois, bem na hora que as outras fadinhas voltaram. Foi então que percebeu o silêncio de Kakashi, que nem percebia olhar para a sacola de pano onde ela guardava as moedas. Piscando algumas vezes, agora a ruiva se dava conta de que nunca tinha o presenteado com uma das moedas.


Karin poderia simplesmente dizer e assegurar que ele era seu amigo como todos os outros, certo? Errado.


— Não me diga que está com inveja por não ter ganhado nenhuma moeda! — falou após as fadinhas atravessarem o portal, deixando-os sozinhos. Kakashi olhou para ela, os olhos arregalados e as bochechas começando a se avermelharem. — Ou pior, ciúmes!


— Ciúmes?! Céus, você é doida! — bufou, tentando inutilmente controlar o maldito formigamento no rosto. A sorte era que ele ainda não tinha retirado a máscara.


— Espera aí! O que é isso aqui, vermelho? — Pelo visto a máscara não estava bem colocada, já que uma parte da bochecha dele estava à mostra. — Que bonitinho, você realmente ficou com ci…


Ela não teve a oportunidade de terminar a provocação, pois Kakashi a empurrou no portal, fazendo ela soltar um gritinho de surpresa.


Ele receberia alguns cascudos quando chegasse lá? Talvez. Se arrependia de ter saído da situação embaraçosa daquela maneira? Óbvio que não.


❅ Então é Natal ❅


Sobre achar que não se arrependeria de ter jogado a Uzumaki no portal… Bom, certamente o galo que cresceu na cabeça do Hatake discorda disso. Esse era o motivo de ter hesitado tanto ao atravessar o portal, pois sabia que ela estaria o esperando do outro lado, e com certeza não seria para abraçá-lo. E como previsto, a primeira coisa que sentiu ao pousar os pés no chão da mansão de Jiraiya foi um belo cascudo na cabeça — que ficou doendo até terminarem de distribuir os presentes pelo continente americano.


Naquele momento, oficialmente, todo o planeta terra comemorava a manhã de Natal. Algumas crianças já haviam recebido seus presentes, outras estavam começando a acordar para recebê-los. Enfim, a missão Papai Noel foi um sucesso. E para agradecer os amigos Guardiões, Jiraiya fez questão de organizar a ceia, que aconteceria dali há algumas horas. Enquanto isso, com exceção de Kakashi e Naruto, todos foram para seus respectivos reinos a fim de se arrumarem para o jantar; os outros dois se aprontaram ali mesmo.


Como todos os cômodos dali, a cozinha era enorme, não tinha como ser diferente. Várias mesas estavam postas e arrumadas pelo local, onde Duendes, Fadas, Humanos e… Karin não sabia como classificar os Pés Grandes, mas enfim, eles também estavam presentes no banquete.


— Quero agradecer a todos por me ajudarem a fazer o Natal desse ano acontecer. — Jiraiya se pronunciou, segurando um copo de vinho nas mãos. — Espero que gostem da refeição, bon appetit.


Todos levantaram seus copos, fazendo um brinde por tudo que havia acontecido até ali.


❅❅❅


Após terminarem o jantar, alguns voltaram para suas casas, outros foram montar bonecos de neve no exterior da mansão. Já os Guardiões, esses ficaram na sala de estar, aproveitando que a grande lareira estava acesa. Jiraiya e Juugo estavam disputando entre si para ver quem era o melhor no jogo de mímica com o Naruto. Enquanto isso, Karin estava perto do fogo, tentando manter as fadinhas aquecidas.


Kakashi, por obviamente não se incomodar com o frio, estava perto da janela, observando os duendes tentando fazer um boneco de neve; se bem que aquilo estava parecendo dois bolos, um encima do outro e com uma cenoura de enfeite. Porém, não era só por causa disso que ele se mantinha afastado, era pelo nervosismo também.


Desde que voltaram do Japão, ele e Karin ainda não haviam se falado e, pasmem, nem se provocado. Ficou pensando a respeito do que sentiu antes, sobre a amizade dos dois. Daquele grupo, ela era a única que podia considerar uma amiga, já que os outros sempre viviam ocupados. Eles eram os que mais se encontravam no mundo afora, pois estavam sempre voando pelos países, então alguns encontros eram inevitáveis.


Com toda aquela avalanche de sentimentos o incomodando desde a noite anterior, ele decidiu fazer algo que nunca, jamais, pensou em fazer: dar aquela foto que ela tanto pedia. Tudo isso em prol da amizade, pois queria que ela soubesse que, por mais que vivessem brincando e brigando, ele a tinha como uma verdadeira amiga.


Criando coragem, ele apertou a foto que tinha tirado antes da ceia, escondendo-a entre sua mão e moletom. Chegou perto da lareira e sentou ao lado dela, que conversava animadamente com as fadinhas.


Com certo nervosismo, começou a falar:


— Eu tenho certeza que você me pediria isso até o fim dos tempos, então… Feliz Natal. — Kakashi deu um papel para Karin, que, instantaneamente, sentiu o coração acelerar. — Eu espero não me arrepender depois — falou, tentando soar indiferente.


Quando pegou a foto da mão do albino, a Uzumaki arregalou os olhos. Estava surpresa? Com certeza. Mas também estava hiper, super, mega feliz! Depois de quase quatro anos pedindo a mesma coisa para o coração frio — nem tão frio assim — do Hatake, ela enfim, conseguiu uma foto do seu sorriso preferido.


Com a visão do rosto do albino tão de perto, nem as fadinhas ficaram para trás, fazendo uma dancinha da felicidade junto com ela, que voava sobre o amigo com o papel colado ao peito, cantarolando:


— Vai ficar ao lado da minha cama… Lá na terra das fadinhas, esse sorriso vai ser a maior fama!


Kakashi bateu na própria testa, pensando onde ele estava com a cabeça ao ter cogitado que o presente seria uma boa ideia. De fato, ele se livrou dos pedidos insistentes por uma foto do seu sorriso, mas ganhou algo pior ainda: uma Karin que sempre brincaria sobre como era bom acordar ao lado dele.


O que não faria por uma amiga, não é mesmo? Tentava se convencer de que foi por um bom motivo...


Antes que pudesse sequer pensar em reclamar, ele foi pego de surpresa, sentindo o rosto se avermelhar após receber um beijo na bochecha. Karin mantinha um sorriso nos lábios, em uma das mãos segurava a foto, e na outra — que estava estendida na sua direção — possuía uma moeda de ouro entre os dedos.


Agora ele já sabia que receber uma moeda de ouro diretamente da Fada dos Dentes era algo raro, por isso estava entre surpreso e perplexo. Poucas pessoas já tinham ganhado aquele presente, e ele se sentiu especial.


— Feliz Natal, Kakashi. — Ela piscou para ele, voltando sua atenção para as fadinhas.


O Hatake, ainda envergonhado, colocou a palma da mão na bochecha, enquanto olhava para a moeda. Nunca pensou que aquela inimizade de anos atrás se transformaria na cumplicidade atual. Eles podiam ter suas diferenças, ou sempre demonstrar o carinho por meio das provocações, mas de uma coisa eles tinham certeza: se tornaram melhores amigos.


— Não durou nem cinco segundos, e eu já me arrependi — provocou, mas na verdade, a única coisa que passava na sua cabeça era:


"É, talvez não tenha sido uma missão tão ruim".







11 Décembre 2021 04:03 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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La fin

A propos de l’auteur

Isa Lorena AllHina 🛐 Favoritos: SasuHina, NaruHina, NejiHina e GaaHina. 💜 ☑ Instagram: isa_lorena09 21 anos de estresses diários 💀 (21/11) Escorpiana, embora não saiba nada sobre signos 😅 Farmacêutica em andamento 5/10 🌈👩🏽‍🔬 Apaixonada por esportes, mas futebol é meu vício ⚽️ Flamenguista 🖤❤

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