erika_portto Érika Bosenbecker

Faye é uma garota determinada que está pronta para ir à procura de seu pai, que desapareceu a 1 semana. Faye já tem uma ideia de onde ele possa estar, e com isso embarca em uma aventura vestida apenas com roupas masculinas. Ela esperava uma aventura fácil, mas nem imajinava que estaria entrando em uma grande confusão, com uma gangue poderosa de homens e que se meteria em apostas ilegais. E uma inesperada descoberta de traição. Achar seu pai ficou cada vez mais impossível, mas com a ajuda de um bandido, talvez não seja tão impossível assim.


Aventure Tout public.

#Aventura #romance #desaparecimento #anos1900 #enemiestolovers #distopia
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Meu pai desapareceu a uma semana atrás. Embora ninguém saiba onde ele esteja, eu provavelmente sei.
Mas por enquanto preciso escutar "sinto muito Faye" ou "Ele irá voltar, não se preocupe querida".
Agora estou sentada na minha grande sala de estar, onde duas velhas senhoras sentam e contam suas fofocas do dia uma para a outra.
Uma usa um coque desleixado, ao lado dele se encontra uma flor falsa, usa um vestido extravagante demais para apenas tomar um chá.
Já a outra usa um vestido marrom escuro solto e seu cabelo ao contrário da outra, é desleixado e embaraçado.
A extravagante se chama Sra. Douglas, minha vizinha. E a outra Sra. Maria Sincli, que sempre vem venerar com a Sra Douglas.
Elas vieram para me contar o que sabem sobre o paradeiro de meu pai, resumindo, coisas inúteis que não me servirão de nada para a jornada que estou prestes a presenciar.

Desde que ele desapareceu faço tudo sozinha embora essas duas insistem em vir todos os dias para trazer minha janta.
Não estou reclamando, até gosto da comida, mas, posso me virar sozinha.

- Querida, o jornal publicou hoje sobre seu pai, não duvido de que ele apareça em alguns dias - Diz Sra. Douglas tomando mais um gole do chá que preparei. Maria assente e se enlina para dar tapinhas na minha perna.

- Sim, além do mais meu marido disse que ele deve estar perdido por essa cidade gigante. Você tem algum lugar Faye, ao qual acha que ele está?

Penso em um lugar em específico. É um galpão onde fica vários homens fazendo apostas ilegais. Ele fazia muito isso, pensava que eu não escutava seus gritos no meio da noite quando chegava, gritando para os móveis que tinha perdido tudo. Porém esse galpão fica muito longe, muito longe mesmo para uma garota como eu ir sozinha. Vi em um mapa no escritório dele onde fica o tal galpão, e depois de uma semana meu pai desapareceu.

- Não, infelizmente não - Minto olhando para a xícara em minha mãos.

Meu plano é o seguinte: Roubo algumas roupas de meu pai para ficar parecida com um homem, e também o mapa, saio escondida sem ninguém ver, e me mergulho em uma aventura pela cidade a procura do grande galpão de apostas ilegais. Parece fácil, porém tenho a certeza de que essa aventura terá muitos obstáculos ao quais eu terei que lutar para reencontrar meu querido pai.
Farei isso sozinha, tenho tudo planejado; O dia, a hora, o caminho ao qual escaparei para ninguém me ver, e, o mais importante, o dinheiro para o trem. Tive que pegar da carteira de meu pai já que o que eu tinha tive que gastar na comida.

Sinto que isso vai ser a coisa mais legal que já fiz em toda a minha vida. Sempre sonhei em uma aventura sozinha, parecendo aquelas aventureiras dos livros. Ah, que maravilha...
Levanto do sofá e coloco minha xícara na mesinha de centro.

- Minhas queridas... terei que pedir para irem para suas casas, devem entender que estou exausta - Digo alisando a bainha do meu vestido comum. As duas se levantam dizendo "claro" repetidamente e fico satisfeita que logo estarei sozinha para preparar as coisas de minha aventura.

- Claro Faye, se precisar de alguma coisa, bata em minha porta que virei para ficar com você tudo bem? - Diz a Sra. Douglas - Não é bom uma menina de sua idade ficar sozinha à noite nessa casa tão grande

- Exato - Concorda Maria se dirigindo a porta, eu ao lado dela - Mas você é mais madura do que sua idade mocinha - Dou uma risadinha e pego o casaco das duas ao lado da porta.

- Obrigada senhoras, por se preocuparem comigo nesses dias tão difíceis para mim... - Digo enquanto elas se despessam me dando beijinhos na bochecha. Quando fecho a porta, finalmente estou sozinha. O silêncio preenche toda a casa, e apesar de ser assim todos os dias, me assusta um pouco agora.
Mas não deixo isso abalar minha indescritível felicidade de arrumar as coisas para a aventura.

Mas, e se isso for mais do que uma aventura? E se não for tão divertido assim sair as escondidas à procura de meu pai? Penso que se isso for mais assustador do que quero que seja, não conseguirei fazer tudo sozinha. Aliás, tenho 16 anos, não vai ser tão facial se passar por um homem adulto.
Não quero chamar a atenção, e isso vai ser o dilema de minha "aventura perigosa e assustadora". Não chamar a atenção, espero que consiga.

Enquanto subo as escadas, tento imitar a postura de meu pai Eddie. Ele sempre andava com uma xícara de chá nas mãos e um jornal diferente - ao qual eu sempre duvidava que era do galpão de apostas ilegais.
Uma vez peguei um jornal desse escondido e o li. E estava certa, lá dizia os horários de apostas, horários para encontros entre os apostadores, também tinha uma página inteira com nomes desconhecidos de homens que apostaram muito alto, e acabaram falindo. Me lembro de ter lido que um homem apostou 100,000 mil, e perdeu tudo e mais um pouco com outras apostas.
E foi aí que vi o nome de meu pai em meio dos outros apostadores perdedores. Estava no último da lista, pelo menos era o número mais baixo, mas ainda sim aparecia na lista, a qual todos poderiam ler. 5,000 reais estava ao lado do nome.
Então ali eu tinha descoberto o porquê de ele estar sempre tão atordoado com alguma coisa. Se eu não tivesse desconfiado e olhado as coisas dele, eu nunca descobriria sobre as suas apostas ilegais e sobre todo o dinheiro que perdeu, e sim, eu sei todo o dinheiro que ele já perdeu.
Os 42,872 mil aparecem em minha mente. Quando ele desapareceu a primeira coisa que fiz foi ir em seu escritório procurar por alguma pista que me ajudasse.
O que encontrei foi suas anotações em um quadro escondido por uma cortina. Lá estava escrito:


12/12/1899---- -2,000
15/12/1899 ----- +5,000
26/12/1899 ----- - 3,000

E depois do dia 26, ele foi quase todos os dias, e todos ele perdia ao poucos. E então, um dia antes de desaparecer:

15/01/1900 ----- +70,000 + 20,000 = 90,000

O "-" quer dizer o que ele perdeu, e o "+" que dizer o que ele ganhou. Eu sei o que está pensando, estaríamos mais ricos do que já somos. Porém algo aconteceu depois disso. Tenho de descobrir o que.
Se meu pai apostou e ganhou tanto dinheiro, alguém deve ter ficado com inveja, raiva, e então aconteceu o que aconteceu. Quando desapareceu não estava com os 90 mil, então ele ainda estava por ganhar o dinheiro em mãos.
O problema é que eu não sei no que eles apostam ilegalmente. Corrida de cavalos? Mas pelo que sei corrida de cavalos não é ilegal, é?
Então estou indo novamente no escritório dele, revirar tudo, cada canto, cada lugarzinho.
Fico impressionada que o jornal do galpão de apostas não fale do que é apostado. Se bem que saber o que apostam não me ajudaria em muita coisa, mas, pelo menos eu iria saber.

Entro no escritório de meu pai e analiso o local. Nada de estranho. Tudo no lugar.
Em primeiro lugar, vou para a mesa dele.
Nunca entendia do porquê éramos ricos, se meu pai nem trabalhava, agora eu entendo. Anotações e mais anotações lotam cada lugar da mesa.
Acho jogado no canto o jornal do galpão de apostas, este é mais recente.
Pego o jornal e começo a ler.


Rodolf Gadtrom - Dinheiro ganho = 58,000
Edenilda Filf - Dinheiro ganho = 37,000
Eddie Ben - Dinheiro ganho = 90,000

O nome de meu pai me chama a atenção. Mas isso não ajuda. Embaixo do nome do meu pai tem muitos outros homens que apostaram e ganharam. E na outra folha tem os que perderam.
Já na outra tem horários, e a data do próximo encontro que irão ter é 29/01/1900, amanhã. Infelizmente sei que não vou conseguir chegar lá até amanhã, então procuro por outro encontro.
O outro mais próximo será dia 02/02/1900. Eu não sei quanto tempo irá demorar minha viagem, mas, talvez eu chegue lá até dia 02.

Procuro por qualquer outra coisa, mas nada na mesa parece ser importante para mim.
Decido olhar o quadro novamente. Puxo a cortina que escondia ele, e as anotações de dinheiro ainda estão ali.
Não sei por que estou olhando isso denovo, mas esse quadro me chama a atenção.
Macho devagar ele, e esta bem solto, pendurado por um prego.
Tiro o quadro da parede, e atrás, um tipo de buraco aparece. Um buraco pequeno, talvez nem minha mão passe ali.
Mas certamente meu pai está escondendo alguma coisa aí. Coloco o quadro com cuidado na mesa, e volto para o buraco.
Coloco minha mão la dentro e sinto uma coisa, mas não consigo puxar para pegar. Tento mais uma vez, mas falho repetidamente.
Tiro a mão do buraco e tento pensar numa coisa para tirar aquilo lá de dentro. Uma faca certamente vai me ajudar.

Desço correndo as escadas até a cozinha. Pego a primeira faca que vejo e corro denovo até o escritório.
Enfio a faca dentro do buraco e mexo até tentar encontrar a coisa que senti antes. E parece que encontrei, tento puxar junto a faca, mas nada vem. Puxo denovo, e agora notas caem no chão. Notas de dinheiro, percebo.
Coloco novamente a faca e puxo mais notas, e mais notas caem. Até chegar em um momento em que não sai mais nada.
Agacho e apanho as notas. Notas de valor muito alto.
Decido contar.
Não sei se contei certo. Mas está entre 5,000 mil ou mais.

Penso se deveria levar esse dinheiro comigo. Provavelmente não, eu tenho o suficiente. Esse pode ficar aqui se houver uma necessidade maior.
Fico mais de uma hora dentro do escritório procurando alguma coisa, mas infelizmente não acho.

Decido que dormirei um pouco para ficar mais calma e quando acordar na madrugada colocar os pensamentos em ordem para arrumar minha coisas e partir.
Acordarei às 4:00 da manhã, para ser tudo mais rápido e assim ninguém vai conseguir me ver saindo às escondidas.
O que irão pensar quando eu não estiver mais aqui? Pai e filha desaparecem misteriosamente sem deixar rastros. Consigo imaginar perfeitamente isso escrito no jornal daqui a dois ou até um dia.

Mas agora não é hora de pensar em mais coisas, e sim em dormir um pouco, já que provavelmente não vou ter tempo para dormir tanto nessa aventura.

6 Novembre 2021 01:31 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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