Essa história começa como várias fanfics de qualquer um dos sites mais conhecidos no mundo dos fandoms: a garota tímida e doce que está começando sua carreira como cantora pop conhece o garoto canadense que estava se tornando popular entre as bandas adolescentes do momento, começam a se relacionar e vivem um conto de fadas com direito a felizes para sempre. Eu sou, por assim dizer, o feliz para sempre número 3 dos meus pais.
No dia que Mallory Rosewood conheceu James Bishop, ela estava indo fazer a primeira turnê juntamente com o girlgroup que ela fazia parte. Se sentia desconfortável com tanto laquê nos cabelos e com aqueles bodys tão cavados que tinha a impressão que a primeira e segunda fileira inteira saberia como estava seu útero. Meu pai naquela época era o garoto bonito que tocava violão e emocionava garotas com suas melodias tristes e sempre relacionadas a desilusões amorosas. Ele iria abrir o show daquela noite e estava tendo uma espécie de crise de ansiedade nos bastidores. Tentando se esconder para se recuperar a tempo de subir no palco, encontrou minha mãe fazendo a mesma coisa, com os olhos cheios de lágrimas. A conexão veio de imediato, é claro. Não seria um conto de fadas se eles não tivessem um amor à primeira vista, certo?
Porém, como toda boa história, havia um conflito maior: queriam empurrar a princesinha do pop para um outro príncipe do pop e não um garoto recém chegado no mercado. A vilã da história era a sua própria gravadora. Foram anos com os dois se encontrando escondido e fingindo que eram apenas amigos, ganhando confiança e apoio dos fãs de ambos, até que o contrato do grupo inteiro expirou e minha mãe se tornou Mallory Rosewood, cantora solo e que fazia sucesso com aquele pop melodramático que nunca saiu das paradas de sucesso.
Felicidade, certo? Nova gravadora, novo álbum, nova carreira e ambos podiam viver em paz com aquele romance, o admitindo em entrevistas e conversas fora do seu espaço privado. Novamente: não seria uma história de conto de fadas sem mais um imprevisto.
Uriah veio ao mundo durante a primeira turnê européia de meus pais, em conjunto. Ele foi embalado nas rodovias, enquanto voltavam para o aeroporto e regressavam ao solo americano. Meus pais jamais falaram que foi algo ruim por ser inesperado, mas definitivamente foi uma provação, ainda mais com o sucesso dos dois sendo crescente. Não era, ainda, muito comum aceitarem que uma mulher de menos de 30 com um filho nos braços pudesse cantar uma música sexy falando de prazer. Madonna não era bem aceita por envelhecer, Britney era tratada como um desastre ambulante por estar sofrendo um colapso e Mallory era vista como uma mãe ruim por deixar seu bebê de um ano com uma babá para voltar para os palcos.
Porém James Bishop não seria um cavaleiro numa armadura brilhante se ele fosse menos que um príncipe. E foi óbvio que, em plenos anos 2000, ele tratou de ser o melhor dos homens e defendeu inúmeras vezes a carreira da esposa em entrevistas, em shows, até mesmo em discussões com um fotógrafo ou outro. A minha citação favorita dele nessa época é “Mallory vai cantar sim sobre dançar no escuro em um quarto privado às 22:00 e à meia-noite ela vai cantar sobre os sons dos animais para Uriah, porque ela pode. Fim de história.”
Depois disso, eles tiveram Astrid, quando meu pai tirou um ano sabático. Então ele ficou tomando conta do neném enquanto minha mãe estava no estúdio. E dois anos depois, eu e meu irmão gêmeo nascemos, quando papai virou ator e minha mãe passou a ser a responsável pela carreira de outras cantoras pop e deixou os palcos.
Em nenhum momento, nem minha mãe e nem meu pai pensou em dar pra trás ou ir embora. Fosse pela carreira, fosse pela família que não parava de crescer, fosse até mesmo pela pressão da imprensa sobre os dois. James disse que estava com Mallory pro que desse e viesse e cumpriu sua palavra. E minha mãe sabia que poderia confiar em meu pai para qualquer empreitada, porque ele era o seu porto-seguro.
A história de amor dos meus pais era algo bonito demais para ser verdade e toda vez que eu ouvia sobre, queria escrever tudo e guardar em um potinho, para preservar a magia. E, tendo tal exemplo, me fez aspirar por, algum dia, ter meu próprio conto de fadas.
Eu ansiava por isso, pelo dia que iria encontrar a minha alma gêmea e saber que era ela desde o momento em que colocasse meus olhos nele.
Outra coisa que não me ajudou nesse quesito foi que comecei a ler com livros da Meg Cabot, então eu queria muito um romance daqueles na minha vida. Mia conheceu Michael quando eram adolescentes e terminaram juntos. Meus pais se conheceram quando eram muito jovens e estavam juntos há quase 20 anos. Era um nível muito alto para ser alcançado, mas eu queria mesmo assim.
Enfiei na minha cabeça que precisava viver uma história de amor épica. E foi assim que tudo começou a acontecer.
Merci pour la lecture!
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