fernandailusao Fernanda Ester

Onde dois amantes se reencontram.


Romance Romance jeune adulte Déconseillé aux moins de 13 ans. © Imagem de Pixabay: https://pixabay.com/pt/illustrations/casal-desenhando-arte-arte-digital-1294270/

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Histoire courte
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Aquele que amei

Lidia sabia. Tinha o perfeito conhecimento que algo faltava em seu redor, algo não completava seus dias. Sua melhor amiga, Rachel, dizia sempre que esse sentimento era apenas mais uma das maluquices dela, pois Lidia era conhecida justamente por causar as maiores e mais engraçadas vergonhas de seu pequeno grupo de amigas. Mas quando Lidia fechava seus olhos, sentia a ausência daquele que um dia, completou suas tardes. Ela se lembra de seu jeito e de sua voz, mas seu rosto não era lhe revelado nem em seus melhores sonhos. Lidia, era tão jovem que pensou ser a dona do próprio destino, e só o tempo lhe ensinou que esse jamais lhe pertenceu. Foi numa manhã tranquila como a maioria tende a ser, que Lidia teve uma lembrança de seu passado. Frequentemente atormentada por memórias de um antigo lugar, Lidia pôde ver a montanha de seu antigo lar ao horizonte. Sentiu uma sensação de medo, mas ainda assim uma calmaria familiar, era como voltar para casa de um longo dia de trabalho, daqueles bem ruins. A garota apertou os punhos e se apoiou numa estante, então recuperou seu folego e retornou ao seu pensamento. E viu. Uma terrível memória, em que muitos homens vestidos como guerreiros de uma era medieval que ela bem conhecia, uivavam em glória, mas outros lamentavam na mais profunda dor, e ela sentiu seu coração palpitar. A jovem se sentiu tonta ao ter esse pequeno lapso de memória e não o afastou de sua mente, manteve com toda sua força a concentração nesse passado tão doloroso e focou na mão que apertava seu calcanhar. Na pressão que aquele ser fazia com a voz gemendo ‘socorro, me ajude por favor’ Lidia se abaixa até o jovem e vê o peito do mesmo rasgado pela espada de outro guerreiro infeliz. E como parecia, de alguma forma Lidia sabia de maneiras de ajuda-lo com sua tão profunda dor. A garota ajudou o jovem soldado esquecido por todos, e reconheceu seu belo sorriso após a dor deixa-lo. Não era velho, nem tão maduro. Era uma memória tão vaga que mais parecia ser outro sonho. E o nome, ah o nome ela também se lembraria. Mesmo separados pelo tempo e pela morte, esquecidos pelo nascimento, nada seria capaz de fazê-los esquecer da antiga vida levada numa modesta vila perto de montanhas friorentas. A garota afasta então esses repentes e suspira “ não passa de um sonho”. Mas poucos dias após, e como a vida não cumpre vontades, Lidia o vê. Era em outra manhã, porém nem tão calma. Com a mente ocupada por problemas de sua rotina um tanto pacata, a garota ao descer de seu ônibus, foi traída pelo próprio pé. Ela sabia onde o degrau do veículo era e a sua exata altura, mas Lidia também sabia que ia cair e ter a chance de passar vergonha mais uma vez ao lado de seu melhor amigo William, mas não. Não foi naquele dia que Lidia perdeu um dente ou bateu o queixo na sarjeta. Aquele sorriso, dono daquela voz que um dia a rogou socorro, hoje lhe salvou. Sem dizer uma só palavra, o jovem não mais soldado, e sim um estudante comum em meio á grandiosa multidão da cidade, a segurou por seus braços. O degrau que a abandonou, foi substituído pelos braços que a seguraram com tanta firmeza. Com a mão segura, ele a permitiu que a recuperasse o equilíbrio levando as mãos ao seu peitoral macio. O mundo parou ao redor, o tempo lhes concedeu uma benção, uma nova chance. Com um singelo sorriso, Lidia se desfez do apoio do jovem e se perguntou mil vezes em sua mente " Quem é esse? Ele é o cara do passado!" Mas William, outro mestre em vergonhas alheias, não permitiu que o tempo ficasse parado só mais um segundo, “Eu disse! Quando eu falo que é o destino! Ele sim, é dono da vida” os uivos do garoto voaram as ruas numa gargalhada, mas Lidia segurou seu herói por mais alguns segundos, até que esse a soltou. Mas a garota notou que um anel dourado no dedo do jovem, a cegou com a luz do sol por um lapso de segundo. ‘Cheguei tarde’ a garota pensou e num sorriso correu para seu caminho, esquecendo-se de dizer ‘Obrigada, você me salvou de uma tarde inteira no dentista’. Mas após poucos anos depois, Lidia o vê outra vez, seu herói de dentistas. Dessa vez, acompanhado de sua bela amada e ainda assim sorridente. Ele também a olhava mesmo de longe, a via de antes, e não virou o olhar. Lidia sentia mesmo de longe, e aquele momento o destino provou-se ser impiedoso e os presenteou com aquele tão inesperado encontro de duas almas tão velhas. Ele se lembra. E com um fraco sorriso, o jovem deixa sua amada conversando com uma amiga e caminha até Lidia “ Quem é você? Eu já sonhei muito contigo.” O coração de Lidia dispara a mil, e com as mãos geladas e o estomago dando nós, ela responde o nome. “ Sim... sou Lidia” e ele fecha os olhos. “ Sou Diego, mas acho que você já sabe” Ela sabia, só não se lembrava. O nome soou como uma velha canção nos ouvidos de Lidia, fazendo seu corpo se acalmar e seu coração palpitar com vida, nada fazia mais sentido que aquele belo olhar, de repente todas suas memórias enfim lhe deram um sentido. “ A jornada foi longa Diego, a vida foi cruel” Lidia lamentou ao rever o peito do jovem soldado, antes protegido por um peitoral de ferro, hoje coberto por uma blusa de banda de rock nacional. Sua cintura segurava uma pochete brega, e não mais uma espada de lâmina assassina. “ De onde você veio? Eu conheço você, talvez da praia?” Diego admira o rosto de Lidia por longos segundos “ De longe, meu guerreiro, de muito longe” Lidia chorou disfarçadamente agradecendo pela fraca luz da noite naquele bar à beira da estrada. “ Talvez você me leve lá. Eu sou meio perdido” Lidia olhou para trás e viu a amada de Diego tão feliz e distraída e fechou seu rosto. É proibido. É armação da vida, uma armadilha para o sofrimento. A jovem se afastou de seu guerreiro poucos metros, mas ele a acompanhou. “ Você tem companhia” Lidia o lembrou de seu compromisso. “ Não…” Diego tocou a mão de Lidia. “ Diga que me reconhece, Lidia” A menina afastou sua mão quase num tapa. “ De nada vale as memórias, Diego” Ela lamentou. “ Eu te esperei por tempo demais e nunca mais te encontrei. Porque? ” O antigo soldado pergunta confuso. Nada era mais forte que aquela sensação. De repente o compromisso de Diego não valia para o seu coração, o tanto da atenção que Lidia valia. É o que o caminho da vida é capaz de fazer, é o que o amor faz. Vem como um trem, um apressado e desgovernado trem que não pede permissão para atravessar os trilhos da cidade. “ Num mundo tão grande, de tantos passados anos e gerações, porque foi justo nascer na época de meus dias, Diego?” Lidia observou os lábios de Diego esconderem um sorriso singelo. “ Eu não sei ” O jovem avançou para os braços de Lidia, a apertando num abraço aguardado por volta de quatrocentos anos ou mais. Tua presença já não poderia mais ser adiada, e seus caminhos não aguardariam outros quatrocentos anos. As almas tão conhecidas sentiram naquele abraço todo o passado passar como um filme, almas de um encontro aguardado, fruto de pedidos desesperados de reencontro. Compromisso de longe, esperado. A luz da lua que os cerca e os ilumina, fez Diego se desfazer de sua dourada aliança e puxar a mão de Lidia fazendo-a subir em sua moto, e em poucos segundos, as presenças dos dois já eram procuradas no bar à beira da estrada, mas nada os fazia olhar para trás, nada os fez olhar o deixado, sentir o passado já não fazia parte de suas vidas. O encontro tão esperado já não poderia ser adiado. “ Minha amiga Rachel diz que sou mestre de passar vergonha” Lidia grita aos ouvidos de Diego enquanto ele acelerava sua moto pela estrada iluminada que dividia dois estados. “ Meus irmãos dizem que sou péssimo em despedidas” O jovem sorria. E Lidia lembrou-se, de sua outra vida onde ela ainda podia ver a dor que Diego sofreu em seu passado. E era um milagre vê-lo, era um milagre sentir o calor dele novamente, era uma benção. Uma nova oportunidade “Acelere, pois temos o mundo ” Ela grita se divertindo com o vento gelado em suas bochechas. “ Somos donos dele! Somos donos, Lidia”

22 Août 2021 04:12 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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La fin

A propos de l’auteur

Fernanda Ester Olá, me chamo Fernanda! Tentando ser escritora! Adoro fazer novas amizades, então se quiser pode me chamar! Amo aventuras de tema medieval e épico, quanto mais dragões, espadas, capas, melhor! - Eu costumava ser aventureira, então levei uma flechada no joelho.

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