Pov. Davi
Estou entediado em casa sem o que fazer, nós seres de outro plano temos nossas casas no plano terreno também, mas raramente as visitamos, mas eu sou um caso a parte, não pertenço nem ao céu nem ao inferno, nem Deus nem o Diabo mandam em mim, vivo por mim e para mim, os humanos não podem ver a casa de um anjo ou de demônios nos plano terreno, podemos viver sem problemas entre eles sem que nos notem.
Encosto-me na varanda de vidro do meu quarto, era de manhã bem cedo, alguns humanos já transitavam pelas ruas apressados, alguns atrasados para o trabalho e outros crianças seguindo a escola, apóio meus braços na mureta de vidro da varanda e fico apenas observando anjos ocupados e preocupados com suas crianças, é como dizem, o trabalho de um anjo da guarda nunca acaba.
Viro um gole de meu copo de Whisky enquanto mudo o peso de uma perna na outra, cruzando as mesmas ainda escorado no vidro da varanda com meu copo em mãos, alongo meu corpo como um gato preguiçoso ao sol, como sempre, assim que alongo meu corpo, minhas asas automaticamente se abrem, também se alongando, apenas um par se abre, mas um imenso par de asas negras como as penas de um corvo.
Abro os outros dois pares de asas em seguida após me alongar, abrindo meus braços e abrindo três enormes pares de asas tão negras que refletiam os raios do sol, ganhando uma espécie de brilho refletor.
Agito as seis asas antes de recolher dois pares, ficando com apenas um, nenhum outro ser celestial precisa saber dos pares extras de asas, especialmente os anjos e demônios, ninguém precisa saber, enterrei o passado junto a restos mortais dos que um dia foram os sete príncipes, os sete lordes supremos do submundo.
Volto para dentro do quarto, jogando meu copo de Whisky ainda pela metade no ar, porém, nem o copo e nem o conteúdo caem no chão, mas sim, ficam flutuando pelo cômodo, o Whisky que havia sobrado retorna para dentro da garrafa e o copo já limpo segue sozinho pela casa até o armário da cozinha.
Pego minha espada que repousava dentro de sua bainha e acomodo a mesma em minhas costas por entre minhas asas, desembainho a espada de lâmina vermelha e cabo em couro e ferro negro mais resistente que aço ou o puro bonze e prata das espadas dos anjos, embainho novamente a espada na bainha de couro, retiro a bainha de minhas costas.
Apoio a espada no sofá e sigo até o closet, pegando um troca de roupas e a coloco em cima da cama, sigo até o banheiro e já tiro minhas roupas, entrando na banheira quente da área de banhos, na verdade era uma grande fonte termal do plano celestial que havia no cômodo vizinho a meu quarto, assim como a área de banho inteira era, entro na fonte termal de corpo inteiro, logo abrindo os dois pares de asas junto ao que já estava aberto, ficando novamente com as seis asas abertas, porém, agora encharcadas pela água quente.
(...)
Depois de alguns bons minutos aproveitando a água quente, saio da fonte termal e me seco, ficando com uma toalha branca na cintura enquanto agito os três pares de asas, ocasionando em uma forte ventania dentro do cômodo, porém, que não derruba nada, o local era amplo e com tudo pregado no chão ou a parede, saio da área de banho já com minhas asas secas e as recolho para me trocar.
(...)
Pov. Evan Wilson Smith
Estou caminhando pelas ruas movimentadas com um par de fones nos ouvidos em um volume baixo, hoje não trabalho pois estou finalmente pegando meus merecidos dias de férias, porém, não sei ficar plantado em casa dormindo o dia todo, ainda bem que Azael me avisou que faltavam algumas coisas na geladeira e armários da cozinha.
Não sei se vocês acreditam nisso, mas tenho um anjo da guarda, Azael é meu anjo da guarda, mas além disso, é meu melhor amigo, moramos juntos e ele me ajuda a manter a organização da casa e lógico, não esperar a geladeira e armários esvaziarem para fazer as compras do mês.
Estou olhando a tela de meu celular escolhendo uma música nova uma vez que a música que eu estava ouvindo já havia acabado, quando um homem alto de cabelos pretos e olhos heterocromáticos (um castanho escuro e outro prateado) passa ao meu lado, acabo esbarrando sem querer em seu ombro.
- Perdão, lhe machuquei? - Me desculpo, preocupado, porém, o homem parece me ignorar e simplesmente segue seu caminho.
“Eu em, cara estranho” penso com minhas mãos nos bolsos enquanto observo o homem se afastar, ele devia ter uns 1,80 de altura, pele bronzeada pelo menos o que consegui ver, olhos de duas cores e cabelos preto carvão acinzentados, o homem andava calmamente com as mãos nos bolsos de seu casaco de frio.
Um aroma de repente invade minhas narinas e pela feição de Azael que parecia um cachorrinho fungando o ar, ele também sentiu, parecia uma mistura de canela e café, um aroma reconfortante que apenas sentia pela manhã quando minha mãe ainda era viva, olho ao redor a procura do homem, porém, não o vejo mais, ele havia desaparecido em meio a multidão de pessoas.
- Evan - Azael me chama, logo apontando para uma pena que estava presa em meu casaco, pego a pena começo a analisá-la.
A pena era de um preto tão escuro que parecia uma sombra, porém, sua plumagem ainda era macia e deliciosamente agradável ao toque, não me lembro de ter tocado nada parecido com aquela simples pena negra.
- Pena de anjo - Azael diz olhando para mim com surpresa no olhar.
- Pera… o que uma pena de anjo de cor diferente das suas está fazendo no meu casaco? Além de que anjos têm penas brancas em suas asas Azael, essa pena é mais preta que um céu sem estrelas - Digo ainda analisando a pena, admirando sua beleza.
- Exato, anjos tem penas brancas em suas asas, mas caídos têm penas negras cobrindo suas grandes asas, encontrar um caído hoje em dia é raro, precisamos encontrar o dono dessa pena - Azael diz com uma mão na cintura enquanto apontava para a pena com sua mão livre.
Merci pour la lecture!
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