Prólogo do Céu Suivre l’histoire

No princípio, havia apenas a luz e as trevas. Duas existências dualísticas que coexistiam em equilíbrio. Manchas brilhantes e calorosas para a luz, e onde as manchas não alcançavam, o espaço estava reservado para as trevas. Nada mais havia além delas.

Em um momento, um filamento de energia tomou forma. Três seres então dele nasceram. Aqueles que viriam a ser conhecidos como "deuses". Três deuses irmãos; um para origem, dois para a vida. Essas entidades, por fim, a partir de seu próprio filamento, geraram outros, que geraram outros. Todos se uniram para criar uma cadeia de mundos. Ao final da criação, direcionaram as pequenas vidas imaturas daqueles filamentos para viverem nessa cadeia. Assim, os deuses se dividiram entre esses mundos, para ampará-los, orientar as almas, guiá-las em sua evolução…

Os deuses primordiais fizeram sua morada em um espaço de colunas de energia líquida, as quais, representavam um dos mundos e, ao olhá-las, podia-se contemplar o que se passava em cada um deles - chamo-o carinhosamente de céu. O local onde agora vivo, e de onde escrevo. -

Naquela época, tudo parecia certo. O fluxo seguia corretamente em harmonia. E foi então que o plano dos deuses encontrou um desvio, uma lacuna de imperfeição, pois as almas só podem evoluir através da experiência...

Essa seria a história do princípio.

Por onde eu deveria começar? Certa vez, um amigo me disse que toda história tem um início.

Quando eu ainda era uma jovem imatura, dizia querer escrever histórias. Escrever me fazia sentir mais próxima do criador. O poder que essa brincadeira de palavras gera, pode te transformar em um deus.

O motivo de eu querer verdadeiramente, escrever? Para ter em minhas mãos a magia suprema da imortalidade. Vou imortalizar nestas páginas todo um mundo. Vou fazer com que todos eles vivam para sempre... nos últimos esforços de uma divindade.

E para isso, devo contar a história antes do céu.