Visível tempo presente do universo. Uma ilusão do passado. Um deslumbre do futuro.
O sentido nunca esteve em meus pensamentos, mas sempre ouvi dizer muito sobre ele. O sentido era alguém calmo e sorrateiro, como os armazéns que guardam minhas memórias. Talvez porque eu nunca pude entender o sentido das minhas memórias eu tenha encontrado a nostalgia do tempo passado no qual no presente tempo escrevo do futuro nunca existente das páginas confusas dos meus sentimentos.
Eu podia ver o sol se pôr em um dia em meio as cinzas de reflexões que recaiam em minha cabeça, mas naquele momento eu me dei conta de que o tempo já existia e eu estava perdido dentro do meu ser. Conformado, sabia que meus pensamentos não passavam de mim e no máximo poderiam tocar minha memória por alguns minutos.
Naquele instante alguém acenou pra mim e a minha visão se curvou à pessoa, que despertava meu interesse, pois na desconhecida lembrança dela eu pude relembrar de alguém que nunca tinha visto, como a luz do carro que tinha avançado em minha direção, uma luz da ligação entre meu conhecimento e a lembrança dela se chocaram em mim. Acordando em um hospital apalpei-me de leve tateando a fim de achar a luz que chocou comigo, até que a enfermeira disse-me que me encontrava à beira da morte em uma rua pouco movimentada e o motorista do carro fugiu sem deixar rastros, mas por sorte eu sobrevivi. Naquele momento me perguntei como foi que tudo aconteceu, eu podia lembrar dessas memórias, entretanto, será que eram memórias reais ou apenas um sonho de alguém que foi atropelado?
Quatro semanas depois eu pude sentar em um banco ao sol, olhava para mim absorvendo toda aquela luz, um corpo saudável se mantendo vivo. Por que meu corpo lutava para viver? Qual era o objetivo no final e além dele? Quem era aquela pessoa que acenava para mim? Perguntas que ecoavam em meu ser. Embora tantas coisas se passavam em minha cabeça, no meu íntimo eu sabia quem era, só não queria admitir que talvez eu estivesse louco, mas não sabia até quando eu aguentaria me calar absorvendo tantas experiências que não encaixam dentro de mim.
Acordando outra vez em minha cama em uma cidade urbana, eu me lembrava do que tinha acontecido há 4 semanas, todo aquele acidente, apesar disso eu não me lembrava direito do que estava a ocorrer. Olho para meu relógio e mais um dia estou atrasado para o trabalho e só deu tempo de me arrumar e sair correndo a pé, mas no meio do caminho eu sonhava alto com planos que nunca aconteceriam, aliás, sempre pensei dessa forma, pois mesmo que eu fosse o maior sonhador de todos eu sabia que a vida nunca iria me surpreender e me dar algo que eu sonhasse, eu teria que correr atrás daquilo que eu desejo mesmo sabendo é impossível realizá-las. Os sonhos são assim, perfeitos enquanto estão em nossas cabeças, mas quando trazemos para a realidade, é apenas mais uma novela criada pela imaginação.
No meio do caminho eu me vejo olhando para as pessoas tentando identificar em mim o que é que meu cérebro leva em conta ao analisá-las, por que eu acho bonito isso? Por que não acho isso legal? E começo a rir sozinho pensando quem é que faz essas perguntas a si mesmo. Apesar disso ser meio estranho, eu sempre tentei trazer para uma realidade ficcional tudo que eu pudesse sentir, para que eu conseguisse entender às vezes o que os outros sentem, pois eu não sei quando foi que eu deixei de sentir tais experiências.
O que escrevo são cartas do meu consciente.
Merci pour la lecture!
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