Nara
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23 de maio de 2021
“Tudo bem”
Mentira, 06
Medeixe, IR, 00000-000
Prezado termo “tudo bem”,
Ultimamente eu tenho lhe usado frequentemente e me sinto péssima por isso…
Quem eu quero enganar? A verdade é que não. Eu não me sinto péssima em usá-la. Sinto-me inútil a ponto de não me importar em fingir. A ponto de não me importar. Todo dia é um “tudo bem” diferente.
Mas não me leve tão à mal, eu tentava estar bem. Porém, em algum momento desisti. De tentar, de lutar, de tudo. Eu apenas desisti como a inútil fracassada que sou. Pode ter sido em meio a um surto da madrugada, ou em uma tarde solitária. Pode ter sido… mais um ato de covardia.
A questão é que um dia eu tive esperança. Um dia eu fui chamada de “a própria esperança”. Um dia eu fui alguém que não desistia fácil. Mas isso foi um dia, hoje… hoje eu escrevo cartas para deixar guardada e num futuro - talvez não tão longe - alguém que me conheceu possa ler. Depois que eu me for.
Por último eu queria agradecer. Obrigada, “tudo bem” por existir. Usar-te tem me evitado falsos sorrisos, caras de pena e o desgaste de lidar com perguntas mórbidas feitas no automático na mesma tonalidade enfática quase convincente por pessoas que dizem se importar. Sem você “tudo bem”, minha pouca - quase inexistente - sanidade não existiria, por quê não importa quanto você tente afastar pessoas indesejadas da sua vida, sempre restará algumas cuja função nada mais é do que seguir o protocolo, e - às vezes - tornar sua vida um tormento apenas para saciar a vontade de saber de algo que não lhe convém, mas sem realmente se importar. Obrigada “tudo bem”.
Atenciosamente,
Nara
Merci pour la lecture!
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