dracolupin León Ollivier

Louis é apenas um prisioneiro de sua própria cabeça. Harry é um demônio. Louis pensa que Harry é apenas fruto de sua cabeça conturbada. Harry pensa que quer levar Louis para o inferno com ele. +18 Atenção: Contém violência, sexo e pode haver linguagem adulta; Todos os direitos reservados; Não plageie, plágio é crime.


Fanfiction Groupes/Chanteurs Interdit aux moins de 18 ans. © Todos os direitos reservados.

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Hello Harry

Louis era apenas um garoto estranho com problemas tão estranhos quanto sua própria cabeça propunha. Naquele momento encontrava-se brincando timidamente com a barra de sua camiseta branca e comprida, a única coisa que vestia seu diminuto corpo depois do banho que a mãe lhe dera.


Seus pequeninos olhos azuis vagavam oras para a tempestade que se formava lá fora, oras para suas mãos na barra da camiseta. Ele estava com frio e detestava chuva.


O dia havia sido um tédio na escola, já que o pequeno era alvo de inúmeras injustiças por ser menor que todos os colegas. Ele queria muito ter um irmão mais velho e não uma irmãzinha chorona.


Sua mãe lhe havia dado um beijo na testa, sussurrando para que Louis dormisse, mas o garoto não tinha sono. E a tempestade desaguou de forma horrível fora da casa. A luz do abajur ao lado de sua cama tremelicou e o menino umedeceu os lábios finos e rosados, pegando seu travesseiro e o abraçando com força sobre o peito. Sabia que seus pais já haviam ido dormir e que provavelmente a energia acabaria em questão de minutos por causa do caos lá fora. Dito e feito. As trovoadas ficaram cada vez mais altas e o mundo pareceu destroçar-se sob a água toda que caía fortemente. Louis odiava chuva e odiava o escuro que se abateu assim que a energia da casa antiga de estilo vitoriano acabou-se.


Louis engoliu em seco, trêmulo, mas tentou ser corajoso. Estava tudo tão silencioso que apenas sua respiração curta e pesada era ouvida. O garoto umedeceu novamente os lábios e ouviu outro dos inúmeros estrondos que machucavam seus ouvidos. Ele sempre fora muito sensível a barulhos e aqueles em especial o estavam aterrorizando.


Louis tremeu novamente ao olhar o céu despencando do lado de fora. Apenas os clarões horríveis eram vistos e seu coração batia frenético contra a cavidade torácica. O menino sentiu a primeira lágrima pingando por sua bochecha bronzeada e deu um mero soluço estrangulado. Em algum lugar da casa, sua irmãzinha Charlotte era consolada pela mãe enquanto encontrava-se aos berros, com tanto medo quanto o irmão mais velho. Louis queria muito abraçar sua mãe, mas provavelmente seu velho pai o rechaçaria na mesma hora, dizendo que ele era homem e que devia parar de manha.


O garotinho Tomlinson respirou fundo novamente, engasgando com um soluço estrangulado, fechando os olhos com força, apertando os punhos em volta do travesseiro ao ouvir mais estrondos sobre a cidade. Parecia que o mundo iria acabar.


Seu quarto estava ficando insuportavelmente pequeno, barulhento e escuro. Tudo o que Louis não gostava. Ele odiava locais apertados.


Por fim, não aguentou mais e saiu para o corredor do segundo andar, ainda ouvindo sua irmã gritar a plenos pulmões. Louis não gostava de ter um bebê na casa, pois tudo o que ela sabia fazer era gritar, gritar e gritar. Berrava quando estava triste, quando estava feliz e até quando não estava sentindo porra nenhuma — como o pai deles diria. O garoto a achava inútil e suprimia sua raiva toda vez que olhava a inocente bebê nos braços amorosos de Johannah, sua mãe.


Mas tudo naquele corredor estava tão escuro que o menino não enxergava nada além de um palmo de seu nariz arrebitado. Inutilmente olhava para os lados, tentando decifrar as sombras que eram vistas graças aos clarões lá fora que banhavam sua janela junto a vários respingos de água. Louis estava morto de medo e sentia um vento gélido passar por suas partes baixas já que ele não usava nada senão uma camiseta branca.


No mesmo instante em que um trovão soou e clareou ainda mais o corredor, Louis percebeu a silhueta de um homem alto ali, do outro lado do corredor. Imensas íris negras e lábios cor de sangue ornavam seu rosto fino e pálido, quase cadavérico. Ele era a personificação do que Louis julgava ser um fantasma ou um demônio.


Seus olhos viraram duas enormes bolas azuis e ele os fechou com força, sacudindo a cabeça para os lados e acreditando que era apenas besteira de sua cabeça assustada. Porém, assim que o garoto abriu as pálpebras, seu coração batia tão rápido que podia saltar-lhe pela boca. O homem tinha sumido e Louis deu um sorriso nervoso, pensando que havia sido apenas sua cabeça confusa e amedrontada pregando peças.


O garoto desistiu de tentar chegar até seus pais, temendo cair da enorme escada de madeira que ligava os três andares da casa, afinal ele tremia como uma vara verde e ainda não enxergava bem apesar dos clarões da chuva.


Louis entrou novamente em seu quarto e trancou a porta. Respirou fundo e deitou-se na cama, subindo as cobertas até seu pescoço, deixando apenas a cabeça de fora. Fechou bem os olhos e sentiu uma mão enorme e gelada lhe acariciando os cabelos cor de mel. O garoto arregalou os olhos e sentou-se de abrupto na cama, gritando, mas a mão lhe tapou a boca e Louis viu um homem alto, com íris verdes e dóceis, cachos grandes que ornavam seus ombros e rosto, usando um terno negro e uma bengala charmosa de madeira. Só lhe faltava a cartola e Louis acreditaria tratar-se de um mágico.


— Olá, Louis — cumprimentou —, eu te assustei? Perdão, eu apenas queria saber se quer que eu fique com você, sabe… para perder o medo do escuro.


O menino assentiu e a mão enorme do homem destapou-lhe a boca rosada. O estranho sorriu, mostrando dentes muito brancos. Como Louis o enxergava em pleno breu? Quem olhasse o quarto neste instante, veria nada mais que o preto mais profundo que poderia existir, já que agora os relâmpagos tinham cessado. Mas era isso que o homem era: a própria escuridão. Era tudo o que Louis via.


— Eu sou Harry. Espero que possa gostar de mim. Você me quer como amigo, Lou? — E de novo o garoto assentiu. — Eu posso fazer seu medo passar, amor — disse com os lábios movendo-se articuladamente para chamar a atenção do pequeno que não desviava seus olhos dele, hipnotizado. — Você quer, Louis?


— Quero — sibilou sem pestanejar. Estava se sentindo seguro perto de Harry, que ludibriava o menor para que este sentisse conforto próximo de si. Tudo era paz e calmaria agora, tão contrariado do mundo em caos lá fora, que parecia despedaçar-se como um castelo de areia banhado pelo mar. Não que Louis já houvesse visto tanta água na vida.


— Você tem que me dar algo em troca, pequeno — falou e sorriu de forma inocente, umedecendo os lábios muito vermelhos depois.


— E-eu não sei… realmente não quero dar nenhum dos meus brinquedos para você. Desculpe, eles são apenas meus — falou possessivo, com um bico pensativo nos lábios.


— Bem, você pode me dar alguém que você não goste. Afinal, as pessoas também são suas. Suas inimigas, suas amigas, seus fantoches — Harry sibilou piscando lentamente.


— Queria te dar minha irmã. Eu a odeio. Meus pais sempre brigam comigo por causa dela — sussurrou ressentido. Ah, se o pequeno Lou soubesse o que estava dizendo… ele era tão inocente que suas palavras simplesmente escaparam, e o garoto era oportunista. Desde bebê costumava pegar o melhor e deixar o pior para os outros.


— Hm, é? E você quer que eu a leve embora? Você me dá ela em troca para que eu fique com você?


— Sim. Eu não quero vê-la nunca mais — afirmou sombrio e baixinho. Seu ser estava cansado e extremamente irritado por conta dos choros incessantes da pequenina Lottie. Porém, o estranho Harry lhe fazia ter um pouco de calma. Qualquer pessoa que visse Louis ali, teria notado o quão parecido com um louco o menino estava. Os olhos permaneciam vazios e sem vida enquanto ele encarava o que qualquer um teria julgado ser o nada, apenas o breu e um garotinho conversando sozinho.


Sorrindo, Harry tirou a franja da testa do menor apenas para beijar sua pele suada, sentindo a maciez de sua bochecha ao tocá-la com a ponta dos dedos longilíneos e muito brancos.


Um alto choro de bebê foi ouvido novamente e Harry deu um leve selinho nos lábios do garoto, selando seu pacto. O homem — agora não tão estranho — estalou os dedos e no mesmo instante o berreiro cessou. Louis abriu bem os olhos azuis ao ouvir um grito agonizante vir de sua mãe, ele fitou Harry em desespero ao tentar se levantar.


— Shii, não, Louis. — O maior o segurou pelos ombros. — Volte a dormir. Venha, vou ficar com você. Daqui uns minutos eu levo sua irmãzinha — falou se aconchegando embaixo das cobertas com o garoto, que adormeceu em seus braços em questão de segundos. Era tudo o que o maior queria. Nada estava fora do lugar.


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Ao longos dos próximos anos, Johannah e Mark Tomlinson costumavam ouvir seu filho conversar sozinho em dias escuros de chuva quando passavam em frente de seu quarto desde que Charlotte havia morrido sem explicação alguma no colo da mãe. Eles achavam que era coisa de criança, afinal Louis tinha apenas dez anos quando aconteceu, mas assim que o menino fez catorze e ainda falava sozinho, Mark decidiu que seu filho estava ficando louco, sendo assim, bebia e descontava todo o ódio no garoto e na esposa.


Aqueles olhos vazios do moleque eram tudo o que Mark via em seus sonhos ultimamente. As íris azuis e mórbidas se transformavam em um preto vívido e mortífero ao mesmo tempo. Louis mudava de forma para um homem que Mark nunca tinha visto em sua vida. Um enorme cavalheiro de vestes negras, bengala e cabelo longo e cacheado. Talvez houvesse um suave charme por trás daquela figura fantasmagórica, mas o sonho sempre mostrava este mesmo homem vestido à moda do século XIX o matando, acabando com todo o glamour do estranho personagem.


Toda vez que sentia que o filho fazia algo de estranho, o Sr. Tomlinson lhe batia com um maldito cinto de couro, como se quisesse conter o monstro demoníaco que Louis supostamente possuía dentro de si. Como se o próprio diabo fosse reencarnar no rapaz a qualquer minuto. Sendo assim, Harry foi apelidado de “o homem do sonho” por Mark. Que original.


Louis não entendia de onde vinha toda aquela raiva, que causava inúmeras brigas entre seus pais. A casa estava num caos completo e Louis desejava apenas voltar sempre ao seu maior esconderijo, seu quarto, e ver Harry devidamente arrumado com o terno de dois séculos atrás, sentado de pernas cruzadas na cama.


A fase de mudanças de criança para adulto começaram a aparecer para Louis e ele percebeu que Harry às vezes lhe observava como se o menor fosse um pedaço de algo saboroso.


Quando Louis fez dezesseis anos, as coisas esquentaram entre ele e o homem. Toda vez que o garoto apagava a luz, ele enxergava apenas Harry em sua frente. O mesmo costumava tocar Louis de forma íntima, deixando o menino envergonhado mas sabia que ele gostava da forma como o pênis de Harry entrava e saía de si toda noite, mesmo que doesse, mesmo que ele se sentisse rasgado.


Às vezes, o homem o machucava devido à força que usava. Não eram raras as vezes que deixava Louis chorando na cama com os lençóis empapados de sangue. Mas o menor não trocaria seu amigo por nada no mundo. Na escola, zombavam do menino Tomlinson por ele falar com as paredes, mas Louis sempre dizia estar falando com Harry e não sabia como as pessoas não enxergavam um homem daquele tamanho usando um terno vitoriano e com uma bengala nas mãos enormes. Mas é claro que o rapaz de olhos azuis não perceberia sempre estar numa sala ou corredor escuro ao falar com o homem de terno. Às vezes até o banheiro das garotas ou a salinha do zelador eram lugares de encontros.


Quando seus pais saíam trabalhar pela madrugada, Louis gostava de ir até a cozinha, falando abertamente com Harry e sorrindo ao ver o homem preparar chás e guloseimas deliciosas com um simples toque de sua bengala nas xícaras e tigelas que queria usar. Ele havia contado a Louis que era um mágico e que vivia apenas dentro da cabeça do garoto, por isso os outros não o enxergavam, mas ainda sim ele era real. Ludibriou o menino de forma tão trágica, intensa e profunda que Louis não sabia mais a diferença entre um toque carinhoso ou uma possível surra, pois Harry lhe machucava do mesmo modo que o pai, à diferença que Mark jamais entrara e saíra do filho, mas as cintadas eram as mesmas.


O menino estava sobre a bancada, rindo e balançando os pés enquanto Harry bebericava um chá fumegante. Era sábado. Todas as luzes da casa estavam apagadas e uma fina garoa caía do lado de fora. Louis não tinha mais medo da escuridão, na realidade ele a amava por ter o homem junto dele toda vez que a claridade se extinguia.


— Papai anda me batendo de novo, Harry. Eu queria que ele parasse! — gemeu o menor, com um bico agora mais triste nos lábios róseos.


— Eu posso dar uma lição a ele, Louis. Como dei em Charlotte. Ele pode parar de te bater como ela parou de gritar — Harry insinuou e o garoto sorriu, mostrando ruguinhas ao lado dos olhos, concordando plenamente com o outro. Mas, como sempre, tinha que haver uma moeda de troca, e a vítima seria alguém amado agora.


Conversavam animadamente até que Harry se cansou do chá e o despejou na pia, indo até Louis e ficando entre suas pernas, já que o garoto estava sobre o balcão. O maior o beijou e apertou seu pênis com força, fazendo o menino choramingar de dor. Porém, Harry o massageou e os grunhidos viraram gritos de prazer assim que Louis teve suas roupas retiradas do corpo. Logo, o menor estava de quatro, tendo as estocadas fortes pegando diretamente em sua próstata. Em segundos ele não suportou mais e gozou no chão.


O homem sorriu mostrando duas covinhas demoníacas e Louis foi levado para seu quarto no colo do maior, ainda sem roupas e totalmente exposto enquanto sua boca rosada permanecia entreaberta.


Harry o deitou suavemente na cama, voltando a fodê-lo mesmo o garoto choramingando que não aguentava mais. No fim, os dois gozaram de novo e Louis desmaiou de cansaço como sempre fazia após as transas com o maior. Ele realmente não percebia que sua linha vital estava sendo apagada aos poucos com esses carinhos psicóticos que o faziam adormecer de repente.


Quando teve forças para abrir os olhos, Louis percebeu que era noite a julgar pela escuridão atrás dos vidros sem cortinas da janela. Ele sorriu. Se estava escuro, Harry estava ali.


— Olá, Harry, meu velho amigo — brincou ao ver o homem de terno e grandes cachos caindo pelos ombros assentado perto da vidraça.


— Dormiu bem, Lou? — perguntou de forma falsamente amorosa, sorrindo com os dentes brancos e perfeitos, girando a bengala no ar com o dedo indicador apenas e fazendo aquele malabarismo perfeito que só alguém com elasticidade e equilíbrio teria.


— Sim. Tive sonhos com você. — O menor riu envergonhado e Harry mostrou uma de suas covinhas malignas num sorriso ladino, indo até Louis e vendo seu corpo coberto de hematomas que ele mesmo tinha feito no pequeno, marcando sua pele amorenada.


Tomlinson ouviu um jarro quebrar-se e mirou seu amigo curiosamente. O homem deu de ombros e Louis vestiu calça jeans rasgada nos joelhos e uma camisa preta com estampas do Slipknot. Correu para fora do quarto e desceu as escadas depressa. Por alguma razão, até o som de seus passos o estavam atormentando nessa hora.


Viu sua mãe caída no meio da sala, com sangue saindo da cabeça e os olhos vidrados no assoalho do chão de madeira. Morta. Louis tapou a boca e fitou o homem enlouquecido que havia matado Johannah. Mark espumava pela boca e gotas de suor caíam por suas têmporas. O garoto tremia dos pés à cabeça. A exceção de Harry, sua mãe era a única pessoa que Louis gostava.


— Eu matei o homem do sonho. Matei ele antes que ele me matasse. Agora venha aqui, Loueh. Deixa o papai te dar seu remédio — Mark sibilou entre os lábios roxos de frio. Louis deu alguns passos para trás ao ver o pai puxar o cinto de couro de sua calça e estalá-lo nas mãos. — Venha aqui, porra! Você é surdo?


O garoto sentiu gotículas de saliva voando para seu rosto e estremeceu de nojo. Mark havia bebido a julgar pelo hálito desgostoso que Louis sentiu. O menino ainda tinha medo, mas a casa estava escura e ele resolveu que não apanharia desta vez.


— Harry! — chamou o menor, encurralado por uma mesinha de canto atrás de si. — Harry!


— Quem diabos é Harry? Seu namorado, sua putinha? Você é um viado, não é? Deixa eu mostrar pra você o remedinho certo e você já se cura — Mark riu loucamente e estalou de novo o cinto, dessa vez bem ao lado do ouvido de Louis, fazendo um alto barulho e assustando o garoto. Mas antes que a peça chegasse a tocá-lo, uma mão enorme, cadavérica e pálida segurou o cinto.


Mark arregalou os olhos como se não acreditasse no que via. Um homem alto, muito branco com olhos negros. Era o personagem de seus pesadelos mais secretos e obscuros.


— Eu sou Harry — falou mostrando diabolicamente suas covinhas, usando uma voz grossa e parecendo a própria reencarnação do mal.


Louis suspirou mais aliviado e creu que Harry pararia de assustar seu pai ali, achando estranho o fato do mesmo se mostrar a outra pessoa que não fosse o próprio Louis. Mas algo no olhar de Harry perturbou o garoto. Aquele não era o seu Harry gentil.


— Eu prometi ao Lou que me livraria de você. Gosta mesmo desse cinto, não é? — disse o gigante, estalando os dedos e fazendo com que o corrião se enrolasse ao redor do pescoço de Mark. Os olhos do homem foram lutando para se manterem abertos enquanto sua respiração ficava cada vez mais superficial e Harry não tirava aquele maldito e perigoso sorriso do rosto.


— Louis! — engasgou-se o homem, suplicante ao se ver morrendo debaixo dos olhos do filho. — Louis, por fa-favor…


Louis assistiu toda a cena e não conseguia mover um músculo sequer para ajudar Mark. Seu pai se debatia no chão agora, arfando em busca de ar enquanto Harry não tirava aquela ligeira contração dos músculos faciais com duas profundas falhas em seu rosto. Covinhas e íris verdes demoníacas observaram Mark se afogar até morrer. Louis não tinha reação e olhou para o gigante em busca de conforto pois confiava sua vida a ele.


— M-meus pais… eles… Harry! — Atrapalhou-se nas palavras e o homem o puxou para um beijo singelo, aproveitando-se da fraqueza do menor para conseguir o que queria há anos. Louis não entendia que sua mãe fora o preço pago desta vez, e também não compreendera que sua cota de comercializações com Harry tinha esgotado.


— Shii, deixe eles aí, Louis. Vem comigo, eu vou te levar embora — sibilou por entre os lábios vermelhos. O menino sorriu levemente ao ouvir a proposta do demônio. Seus pais estavam mortos mas por alguma razão ele se sentia leve.


Papai mau, mamãe mandona e Lottie chorona se foram, graças a você, Loueh! Hip, hip, urra!


Ambos correram noite adentro; Louis rindo alto e loucamente, fugindo com seu amado e deixando seu riso ecoar por toda a pequena rua deserta. Ninguém à vista, nem sequer a lua. A loucura emanava pelos poros e a cena de morte anterior parecia ter sido mais esquecida que o peixe de estimação que Louis tivera aos oito anos e morrera porque o menino não o alimentava direito. Pobre Barney, que o deus dos peixes o tenha.


Harry ia na frente, gostando de dar a falsa sensação de liberdade ao menor enquanto este corria por entre a vizinhança estranhamente silenciosa. Nenhum grilo ou rato se atrevia a chiar os devaneios daquela atmosfera suicida. Tudo estava girando para Louis.


Os dois subiram um morro alto, que dava visão direta para um rio violento. Louis ofegou quando chegou lá em cima, sorrindo para Harry que se encontrava bem na ponta. Foi-se até o gigante e seus olhos azuis brilharam. A lua estava tão bonita naquele lugar, iluminando pela primeira vez os cachos, as íris e o corpo todo de Harry, que deu alguns passos para trás, rindo quando o menor se assustou ao vê-lo sair do chão e ficar suspenso no ar, ainda perto da ponta do penhasco. Por que a lua se manifestara só agora?


— Vem, Lou, eu te seguro! — O maior disse convincente. Era a visão mais linda que o rapaz de olhos azuis já tinha visto. O homem mais bonito da face da Terra lhe chamava para seus braços. Os braços da morte, e o garoto não hesitou em ir correndo diretamente para ela, para Harry.


A brisa fazia seus cabelos cor de mel voarem para trás à medida em que chegava mais perto do homem de terno, que agora tinha o paletó aberto, mostrando uma camisa branca completamente manchada de sangue, e no lugar em que deveria ter o coração, via-se um buraco maior que um punho e completamente gangrenado por dentro. Quase podia se ver pedaços de carne podre e negra ali. Louis tinha uma sensação incrível de liberdade dentro do peito quando aproximou-se do amado. Harry o segurou por breves segundos no ar, dando-lhe um leve selinho nos lábios e sussurrando em seu ouvido:


— Te vejo lá embaixo, Loueh.


Em milésimos de segundo, Louis sentiu seu corpo cair de encontro às pedras e à correnteza do rio violento abaixo de si. Nada mais fez sentido e ele desceu para onde as profundezas não eram demasiadamente longínquas para o alcançarem.


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— O assassinato da família Tomlinson foi o crime que chocou a pacata cidade de Doncaster neste dia vinte e três de setembro e tirou a vida de Mark e Johannah Tomlinson — dizia a jornalista ruiva que passava na televisão de um dos vizinhos de Louis. — O principal suspeito seria seu filho de dezesseis anos, Louis Tomlinson, que ainda está desaparecido e há indícios de que o rapaz sofria de sérios problemas psicológicos. O que você acha, Detetive Styles? O senhor que é policial aqui e está cuidando do caso — pediu, olhando um certo alguém fora da visão das câmeras, que rapidamente o focaram.


O homem alto, pálido, de olhos verdes muito intensos olhou diretamente para a câmera. Era simplesmente gigantesco. Dera um sorriso quase doentio, mostrando duas covinhas e umedecendo os lábios vermelhos antes de falar.


— Apenas tenham cuidado com a escuridão. Ela pode matar você mais rápido que um velho amigo — avisou com a voz rouca, encerrando o assunto de imediato. Quem quer que estivesse assistindo televisão naquele instante podia se chamar de louco quando viu as íris do senhor Styles ficarem completamente negras.


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Olá, gente. Esse é meu capítulo teste para o novo aplicativo e também é meu primeiro conto de terror, espero que gostem!


Bj, Léo



18 Mai 2021 17:14 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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La fin

A propos de l’auteur

León Ollivier Ele/dele Gosto muito de ler fanfics, também já escrevi e traduzi algumas. Sou tiktoker (dracolupin) e costumo fazer vídeo sobre o que leio Também tenho perfil no Wattpad (DracoLupin) e no Spirit (DracoLupinn) Espero que gostem do que faço aqui.

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