"Nada a fazer, quando algo nos faz falta precisamos preencher esse vazio. Só que, quando o que faz falta é o amor, não há nada que verdadeiramente seja suficiente."
Desculpa se te chamo de amor, Federico Moccia
Diz-se que ninguém nessa vida tem tudo.
Não se tem nada de verdade senão o que se é.
Tudo é muito relativo, um pronome vago que em suma não explica se essa designação é meramente material ou abrange o todo, a completude.
Muitos vão dizer que ter tudo é ser rico, gozar de uma vida financeira confortável, sem obstruções para grandes realizações.
Outros dirão que ter tudo significa estar na companhia da família e desfrutar das coisas simples.
A discussão pode ainda se aprofundar e chegar ao ponto em que alguém dirá em alto e bom som que se trata de ser e não apenas ter.
O ser e o ter caminham juntos, mas poucos são capazes de distinguir a diferença entre os dois. Mais uma vez, uma polêmica contextual.
Ser uma pessoa que preza pelos valores e pela justiça, pelo bem de todos, com ponderação, racionalidade e também respeito, tolerância, virtudes consideráveis em tempos os quais ser egoísta é tendência.
Ser uma pessoa que realmente vive o que prega, aprendendo a relevar as benesses e a perdoar com o coração aberto, a escutar o outro com os ouvidos (praticamente) isentos de julgamentos, aceitando o outro em vez de esperar que ele se adeque a uma idealização cruel.
A sabedoria não se acumula devorando mil livros, vem com a própria sobrevivência, uma notável recompensa pelos sofrimentos e acertos acumulados até assimilar as mais importantes lições ministradas ao longo dos anos.
Um olhar profundo tem o poder de interpretar os segredos da alma.
Se esses segredos estiverem bem escondidos, há grandes chances de que o olhar se deixe levar pelo sorriso e a tristeza pareça pequena em vista do tamanho que realmente tem.
Toda tristeza é grande porque é única.
Ninguém nunca entenderá porque não sente aquela dor.
Colocar-se no lugar do outro sem abrir precedentes para lição de moral, exatamente como ler este texto e meditar sobre ele sem querer me dizer o que fazer ou o que você acha sobre o que estou sentindo, pois você não pode entrar no meu corpo e precisar o tamanho da minha dor.
As necessidades são distintas, de acordo com o contexto de cada vivente, logo você pode olhar para mim e pensar que sou boba por sentir como se algo me faltasse se eu tenho tudo.
Não nego que tenho muitos motivos para agradecer, embora na maioria das vezes tente entender o porquê de "estar aqui".
O que me falta não é de comprar.
Se fosse, a solução seria mais simples: poupar dinheiro para investir no bem do meu interesse, nem que levasse algum tempo.
Não funciona assim com o amor.
Não posso simplesmente entrar num site de compras, procurar o amor e pagar por ele no boleto bancário.
Não é assim que são as coisas.
Não quando se trata de algo que independe do meu querer.
Do tipo de amor que me faz falta.
Não é literalmente de namorado, copulação, "estar com alguém".
É de me sentir viva de verdade.
De saber que ainda sou capaz de gostar de outra pessoa tanto quanto de mim mesma.
Sim, é verdade que tudo tem a sua hora e que quando eu menos esperar, o cupido vai acertar a flecha e o meu coração vai despertar desse sono profundo que alguns julgam ser soberba quando na verdade é apenas cansaço de dias sempre vazios e iguais.
Espero que o tempo de mim não me esqueça nem se atrase e que este coração tão cansado ainda seja capaz de compartilhar amor e carinho.
Não quero ler livros de autoajuda que queiram padronizar o meu sentir.
A ausência não cabe dentro de simples palavras.
Não é poesia.
Não sou poetisa.
A melancolia não tem forma fabricada e contagem de palavras.
As sílabas não se comprimem a bel prazer, são minhas e esse é o meu jeito de viver.
Rabisco insanidades no vazio para aliviar o peso da incompreensão.
A insatisfação pode em partes justificar minha natural insatisfação, mas ainda espero que a minha aparente apatia não mate o que ainda sobrou de inocência.
A sutil metáfora do tempo frio se aplica diretamente ao contexto sentimental.
N/A: Oi, amores! Tudo bem? Com exceção da frase extraída de um livro o qual gosto muito, o texto todo é meu, viu? São uns pensamentos que tive na data escrita no título. No Wattpad um cara ficou zoando esse texto, disse que não achou nexo nele, daí eu o excluí e pensei que tinha perdido, mas revirando um blog antigo, o encontrei e pensei que esse sujeito era um babaca, como muita gente que tive o desprazer de conhecer, porém aqui no Inks tem gente querida e amorosa. Tomara que vocês gostem. Faltam duas semanas para o meu aniversário e meu desejo não escondo de ninguém: quero voltar a escrever. Beijos e até mais!
Merci pour la lecture!
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