Mariele Franco e Anderson Pedro Gomes foram alvejados há seis anos. Como disse na Bahia nossa filósofa Angela Davis: "Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela." Em um país construído em uma estrutura racista, pessoas como Mariele, oriundas de minorias, incomodam. Quando uma pessoa periférica, mulher, preta consegue quebrar a corrente do que a sociedade racista espera, isso incomoda. Uma mulher incomoda muita gente. Sendo preta, muito mais.

Em 2019, ainda estávamos frescos na era pós-golpe. Mariele havia sido assassinada recentemente, as investigações não chegavam a nenhuma pista. Ouvi de um cidadão de bem, que era a"favor" da família, da vida e de toda essa decoreba que só vai até a página 2 o seguinte: " Só porque mataram essa Mariele Franco, ficam nessa investigação toda." Já havia certo receio nesse rebanho de que investigações aproximassem da família presidencial, ou que pelo menos respingasse. Pelo visto está molhando...