Feminismo; o Ebola do conhecimento Suivre un blog

Único

Atualmente, muito se vê a palavra feminismo, mas pouco se vê explicações verdadeiras sobre seu significado. Muitos ignóbeis por aí disseminam a ideia de que o feminismo é uma "doença terrível" – como o Ebola, por exemplo (vírus perigosíssimo que pode levar a morte).

Ponderando sobre o assunto, percebi que começo a concordar com tal ideia. O feminismo é o Ebola que pouco a pouco paralisa os órgãos do machismo, dando-lhe cada vez menos espaço para existir. O feminismo é o Ebola que veio causar hemorragias na ignorância, levando-a a óbito sem piedade ou chance de defesa.

E vejam só, esse movimento sociopolítico "tenebroso" existe e é valorizado num país que possui uma das melhores educações do mundo, de acordo com o PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos). Finlândia, o tal país revolucionário. Quem diria! Um país não muito mencionando na geografia, um país que gera ideia de "fim de mundo", "cafundó de Judas", "lugar onde o diabo perdeu as botas"! Pois é, lá o Ebola do conhecimento matou quase que completamente o machismo, escorreu dele inúmeras gotas de sangue, cruel e lentamente.

Em contrapartida, o sangue que escorre aqui é o das mulheres (não que lá não tenha violência contra elas, mas é bem reduzida). Por quê? Porquê ao que parece, é inconcebível que as mulheres escolham seu destino, é inaceitável que elas terminem seus relacionamentos abusivos. Não, elas não podem protestar, não podem falar. Se o Ebola do conhecimento atingi-las, então; MEU DEUS! Matam-nas sem dó, para que não haja risco do vírus se espalhar e contaminar mais pessoas por aí.

E é por isso que o nosso país está nos últimos lugares no quesito de educação, de acordo com o PISA. Afinal, conhecimento é proibido, vai acabar com a tradição, com as famílias "felizes". Imagina que absurdo, mulheres agindo como quiserem! Se amando, se valorizando, deixando de se importar com estereótipos. Ah, ia ser um caos. Elas iam reivindicar seus direitos, questionar, falar... FALAR, meu Deus, elas iam falar! E então iam enfim descobrir que são gente também, não só objetos sexuais dos homens.

E a mídia brasileira então ia deixar de vender tanto, porque essa mídia podre só comercializa belos corpos, só comercializam mais estereótipos; além de reduzirem as mulheres a máquinas de sedução. Elas só tem direito de brilhar se souberem seduzir, chamar atenção... Existem exceções? Sim, mas poucas, e para elas terem espaço, precisam ser mais do que boas; precisam ser excepcionais! Ia ser prejudicial para a venda da nossa "cultura".

Ah, e os remédios para emagrecer, não podemos esquecer. Ia ser um caos, porque magreza ia deixar de importar, a saúde ia valer mais do que o tal do "corpo perfeito". Mais um prejuízo... Realmente, nada bom, nada produtivo para o país!

E são por motivos como estes que aqui poucos arriscam expor a verdade sobre o feminismo. É por isso que a maioria se esforça tanto para "proteger" as mulheres do Ebola da vez. E se caso uma mulher importante se mostra determinada a espalhar o vírus, se ela se revolta com o que fazem conosco nesse país, então matam-na sem pudor, como fizeram com o grande ícone e fenômeno feminino chamado Marielle Franco.

É assim que eles agem; por trás dos panos. É assim que eles sabotam a população, impedindo-a de saber a verdade, impedindo-a de obter conhecimento.

Então cabe a nós, – que já estamos contaminadas com esse Ebola do conhecimento – disseminá-lo, para que o vírus aos poucos mate o machismo, paralisando seus órgãos vitais. Somente quando nossa doença contaminar mais que a metade da população, haverá então chance de crescimento para esse país que se encontra tão corrompido e abarrotado de ignorantes.