Olá, pessoal! Neste capítulo, vamos compartilhar mais algumas ideias e alguns conhecimentos. Sempre numa conversa mais direta, objetiva. Vamos lá. Os gêneros literários são o narrativo, o lírico e o dramático. O que nos interessa é o narrativo. Alguns exemplos de textos narrativos são o conto, a novela, o romance, a crônica e a fábula. Vou comentar sobre os três primeiros que são os mais procurados por aqui.
O conto é uma narrativa curta, com um número pequeno de personagens comparado com a novela e com o romance. A ação ocorre num curto espaço de tempo, gravitando em torno de um único conflito. Existe uma concentração de lugar e de tempo. É conciso, indicando logo ao leitor qual a intenção básica do autor. É dispensável o aprofundamento psicológico dos personagens. Um exemplo de conto é “A cartomante” de Machado de Assis.
A novela é uma narrativa maior que o conto, com um nível de complexidade mais amplo. Geralmente, tem um único conflito, mas são admissíveis conflitos secundários. Possui um ritmo mais intenso dos personagens, podendo haver episódios que se entrelaçam. É interessante um aprofundamento psicológico, mas sem se deter muito nisso. A novela também é conhecida por novel. Um exemplo de novela é “A metamorfose”, de Franz Kafka.
O romance tem uma narrativa mais extensa, além de possuir uma quantidade maior de personagens. Os conflitos são múltiplos, assim possui uma complexidade maior que a novela. O psicológico dos personagens é aprofundado e importante na construção das intrigas. O ritmo costuma ser lento com muitas cenas e episódios. Exemplo de romance é “Os irmãos Karamazov” de Fiódor Dostoiévski.
Uma observação é que o romance pode ter várias vertentes e uma dessas é o romance romântico. Assim, o romance nem sempre será romântico.
Qual desses três escrever? Caso você seja iniciante, sugiro investir em contos. Eles vão te ajudar muito para se preparar em relação aos textos mais complexos. Além disso, as chances de um bloqueio criativo é menor. Eu gosto bastante de escrever contos e me arriscar em novelas. Uma delas é Deramir. E você? Diz aí os contos e novelas que você já escreveu.
15 Mai 2021 00:04:49 0 Rapport Incorporer 0Uma necessidade da história são, obviamente, os personagens. Tendemos a imaginar logo o protagonista. Cogitamos qual nome dar, como será sua personalidade e qual o drama ou dilema a ser vivido. Isso, só para poder começar a escrever, pois ficará difícil desenvolver a história, caso não consigamos as definições básicas do personagem principal. Depois, no decorrer da narrativa, o personagem tende a se modificar, revelando segredos ou tendo atitudes que vão dar ao leitor uma ideia maior de quem ele é. Sabemos que não é fácil, pois o protagonista precisa ser verossímil. Mostrar um grau aceitável e desejável de realismo, mesmo em ficção ou fantasia, faz o leitor identificar-se, simpatizar-se ou simplesmente torcer por ele. Ressalto que não é aconselhável fazer fichas técnicas como definir em números a altura ou o peso, características físicas de forma crua. É preferível fazer de modo mais comparativo ou dentro de uma ação na medida em que acontece. Por exemplo:
“Melody caminhava a passos firmes com o uniforme usual. Os cabelos estavam longos e alaranjados, os olhos verdes. Podia mudar a cor dos cabelos e dos olhos quantas vezes quisesse. Na maioria da vezes, o laranja era a cor predileta do combate. O corpo modelo realçava a feminilidade da ginoide, sua vestimenta de luta era uma combinação de preto e amarelo. Ela rodopiava um bastão metálico e tecnológico, revestido de borracha prateada. Seu andar desfilante encontrou um ponto de parada no meio da quadra do ginásio de uma escola abandonada, depredada pelo tempo com pichações coloridas e buracos assimétricos. Melody parou no meio da quadra, sorriu e disse:
— Preparados para serem castigados, meninos?”
(trecho de “Fora do setor J” por Alex Lorenzo)
Ela estava sendo descrita e revelada na medida em que caminhava para o meio de uma quadra.
Prefira descrições diluídas no texto, pois a ficha técnica pode parecer maçante e desinteressante. Nos primeiros escritos, eu costumava concentrar minhas descrições num parágrafo, agora estou mudando essa postura e diluindo no texto. A descrição é bem-vinda, principalmente para o leitor imaginar seu personagem; eu sou um desses, gosto de ler descrições. Por outro lado, nem só de protagonista vive uma história. O antagonista tem um papel importante e fundamental para o desenvolver da história. No caso, falo do antagonista como personagem e não como situação. Sim, o antagonista pode ser uma situação e lugar. Em Náufrago (2000) o antagonista ou a situação antagônica é a escassa condição de vida na ilha. No entanto, na maior parte das vezes, o antagonista é uma pessoa. Ele não precisa ser tão complexo como um Darth Vader da vida, mas também precisa estar à altura do protagonista. Acredito que em histórias que pressupõem um conflito final, o embate entre os dois pode ser empolgante. Nesse caso, eu me refiro às histórias de ação e aventura, mas temos histórias da vida, onde mesmo que haja um personagem antagonista, necessariamente, não haverá a batalha final. De qualquer forma, a história precisa se mover através do conflito, onde haverá um resultado diferente daquilo que era no início da história na vida desses dois personagens.
Outro dilema para o escritor é a criação dos personagens ao redor do protagonista e do antagonista. Muitos desses personagens podem até serem carismáticos a ponto de ofuscar um pouco um ou outro, mas no final fazem seu papel secundário no decorrer da história.
Outra questão diz respeito à variedade de personagens. É importante que haja distinção entre os personagens. O leitor precisa perceber que o temperamento dos irmãos são diferentes, que o casal principal tem ideais opostos, que a função de um dos personagens é ser mentor do protagonista. Essa variedade tem a ver com pesquisa e vivência. A pesquisa em livros e filmes é importante para construir a personalidade de seu personagem e atribuir a ele uma função na história. A vivência é a experiência que temos de vida para construir personagens. Alguns autores se inspiram em seus dramas pessoais, enquanto outros se inspiram em dramas de pessoas de seu círculo de vivência. Acho legal mesclar essas duas situações.
Numa próxima oportunidade, estarei falando sobre os arquétipos. Joseph Campbell, autor de “O Herói de Mil Faces” nos indica alguns arquétipos encontrados nas mitologias do mundo todo. Até lá.
28 Avril 2021 21:38:08 0 Rapport Incorporer 0Olá, pessoal! O tema de “Acerca da Escrita” é a história em três atos. Além de identificar o jeito de como você cria sua história, você pode fazê-la em três atos. Reparou no desafio #cheirodelivro? Você precisa mostrar o modo como o seu personagem vai parar dentro do livro, depois como será os acontecimentos com ele se relacionando com os personagens do livro e, por fim, como ele sairá do livro. Observe aí a estrutura da história em três atos. No primeiro ato, demonstre como é a vida do personagem, o mundo comum. Ele(a) é extrovertido(a)? Tímido(a)? Vive algum dilema? Experimenta algum drama? No segundo ato, o personagem vai viver algo mais intenso dentro do livro, a aventura em si. No terceiro ato, ele retorna para seu mundo comum com algo modificado, é o que os desenvolvedores de escrita criativa chamam de ELIXIR, isto é, ele volta com algum ganho ou perda, seja material, seja espiritual. Perceba que entre o final do segundo ato e a passagem para o terceiro, o personagem deve viver seu clímax, o momento decisivo. É claro que o segundo ato vai ocupar mais da metade do texto da sua história. Caso, no entanto, entender de outra forma, não há problema. É importante sentir-se bem com sua história. A estrutura em três atos se originou das peças gregas da antiguidade e é uma sugestão para quem começa a escrita de contos, novelas e romances. O leitor, normalmente, não percebe a estrutura, mas se encanta com o ritmo que a estrutura proporciona. Os três atos da história contribuem para a fluidez do texto. Lembrando que essa estrutura é usada em livros que se tornaram best-sellers no mundo inteiro, além de ser recorrente em roteiros de filmes. Um exemplo é Star Wars!
E aí? Já me diz aí se conhecia essa estrutura, deixe nos comentários.
13 Avril 2021 21:41:09 0 Rapport Incorporer 0Olá, pessoal! O tema de "Acerca da Escrita" é o jeito de criação de histórias. Segundo o que pesquisei sobre o assunto, existem dois modelos de criação de histórias: o Jardineiro e o Arquiteto.
O primeiro diz respeito ao escritor que encontra uma inspiração, uma ideia básica e começa a escrever. O jardineiro é intuitivo, vai escrevendo livremente. Na medida em que escreve vai descobrindo o que se quer contar. É claro que ele vai precisar reler bastante o que já estiver escrito para ir montando a estrutura da história. O jardineiro parte do específico para o global.
O segundo é um planejador. Pensa e registra a temática da história. Desenvolve o perfil das personagens antes mesmo de iniciar a história. Costuma fazer anotações de vários momentos da história colocando-os num esqueleto ou esquema. Só depois ele começa a escrever. Parte do global para o específico.
Qual o melhor modelo? Não sei. Você é que tem que descobrir, pois o modelo escolhido pode te ajudar a criar sua história. Vale ressaltar que todo jardineiro vai precisar de, em algum momento, arquitetar; do mesmo modo, todo o arquiteto vai ter que jardinar.
Entender o seu jeito de criar histórias pode te ajudar muito a não se perder por causa do bloqueio criativo, ou seja, você trava no meio da história, mas tem a ideia, só não consegue passar para o papel; ou por esgotar a “matéria-prima”, ou seja, você começou a escrever, mas parou por não ter mais ideia; ou ainda, você está sempre adiando o início da sua história por simplesmente não ter ideia nenhuma.
Qual o seu jeito de criar histórias? Diz aí nos comentários.
1 Avril 2021 21:19:54 0 Rapport Incorporer 3Nous pouvons garder Inkspired gratuitement en affichant des annonces à nos visiteurs. S’il vous plaît, soutenez-nous en ajoutant ou en désactivant AdBlocker.
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