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embaixadabr Inkspired Brasil Através deste blog, você poderá conhecer melhor os nossos autores vencedores dos desafios propostos pela Embaixada brasileira do Inkspired. Venha conhecer os escritores maravilhosos que o Inkspired Brasil tem! 0 critiques

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Entrevista com Marianna Ramalho, escritora vencedora do desafio #DistopiaBr - História: Si Vis Pacem




Minibiografia: Marianna Ramalho nasceu em 1999, em João Pessoa – PB, mas acabou adotando Maceió – AL como sua terra, onde vive atualmente. Estudante do curso de Direito na Universidade Federal de Alagoas desde 2018, com uma grande paixão pelo mundo das artes, especialmente a música e a literatura. Escreve para plataformas digitais desde 2014, onde atualmente se esconde sob o pseudônimo de Jupiter L.


Embaixada Brasileira do Inkspired (EBI): Marianna, agradecemos por ter aceitado participar da entrevista. E, para começar, queremos saber quando e como foi que você começou a escrever. Além disso, quando começou a compartilhar suas histórias?

Marianna Ramalho (MR): Eu que agradeço a Embaixada pelo espaço. Eu comecei a escrever aos 14 anos e foi também quando compartilhei minhas primeiras histórias, postar meus textos na internet era a intenção desde o primeiro rascunho. Na época eu já era apaixonada por livros, mas escrever histórias parecia algo bem fora da realidade, até que eu descobri os sites de fanfics. Imediatamente elas se tornaram parte da minha rotina, em que eu investia boa parte do meu tempo livre, e com o tempo o interesse só fez crescer tornando-se uma atividade indispensável para mim.


EBI: Você sente que sua escrita mudou muito desde essa época até quando você publicou Si Vis Pacem?

MR: Sim, bastante. Tanto em questões como ortografia e gramática, que eu procurei entender melhor quando se tornaram um dos meus interesses, quanto nas questões relacionadas a própria história. Narração, descrições, estruturação dos eventos no roteiro, todas essas coisas mudaram bastante desde que comecei a escrever, pois dependem de prática, de saber o que quero passar com uma história e ter experiências suficientes de tentativas anteriores para saber a melhor forma de alcançar o resultado.


EBI: No seu conto, você resolveu usar a narrativa em segunda pessoa. Algum motivo especial para isso? Pretende usar a segunda pessoa na narração de outras histórias?

MR: A segunda pessoa foi a melhor forma que encontrei de trazer os leitores para perto daquela realidade. Eu não queria que houvesse aquele distanciamento do leitor, de estar vendo a história de outra pessoa, queria que sentissem nas mãos o dilema entre se arriscar para sair de uma situação de medo e conformismo. Fiz os dois primeiros parágrafos como um teste e achei que a narração fazia um bom trabalho em apresentar as cenas do passado como se fossem memórias do próprio leitor. As cenas narradas no tempo presente também foram um teste, não costumo usar esse tempo em outras histórias, mas foi bom para causar a impressão de que tudo foi vivenciado no momento em que se desenrolava. Por enquanto não tenho planos para outros contos escritos em segunda pessoa e não acho prático para histórias mais longas, mas gostei do resultado e estou disposta a usar novamente a segunda pessoa se for vantajoso para a proposta de algum conto futuro.


EBI: Marianna, quando você descobriu sobre o desafio #DistopiaBr, a vontade de participar surgiu de imediato ou você ainda pensou sobre o assunto durante um tempo? Como esse desafio impactou sua escrita?

MR: A vontade de participar dos desafios é sempre imediata, mesmo que não seja de um gênero da minha preferência eu tento participar, pois acho que só temos a ganhar com os desafios, eles nos colocam em propostas que provavelmente nunca tentaríamos por iniciativa própria. No caso específico do #DistopiaBr, além da minha disposição habitual para desafios de escrita, o tema também foi um gênero que eu gosto muito de consumir, seja por livros ou filmes, então eu me interessei de imediato sim. Inclusive, a vontade de participar chegou bem antes da ideia para o conto, o que me deixou um pouco preocupada nos primeiros dias. Felizmente o prazo foi bem longo e deu para pensar com calma. Outra vantagem de sempre tentar participar é que o desafio me fez sair de um período de baixa produtividade, eu não estava muito envolvida com nenhum projeto e ter um foco, uma proposta que precisa ser trabalhada em poucas semanas sempre me ajuda a destravar esses bloqueios e a recuperar a rotina mesmo após o desafio terminar.


EBI: Do surgimento dos primeiros esboços à postagem da sua participação, qual foi o momento mais desafiante do #DistopiaBR para você?

MR: Organizar todas as cenas que tinha imaginado. Não só nesse desafio, mas em qualquer história, sempre acontece de imaginar cenas interessantes de abordar, mas que são muito distantes uma das outras no tempo. Uma cena no passado, outra no presente, outra anos depois, mais uma no passado, só que em outro ponto do passado… As ideias nunca vêm de forma linear, e nem sempre é bom mostrar todas. Decidir quais cenas ficam de fora é algo difícil, acho que tem algum apego por cada cena imaginada, então às vezes é necessário um olhar mais frio para ver o que realmente agrega à história. Organizar o tempo de cada uma também. Por um momento eu pensei em mostrar somente o “resultado” da história, a cena final dos livros na parede, apenas mencionando os eventos passados para contextualizar em vez de narrá-los também, mas a ideia não me agradou pois teria pouco tempo para convencer os leitores de que também são o personagem. Fora da elaboração da história, o maior desafio foi o tempo, pois a ideia surgiu um pouco em cima da hora e pensei que perderia o prazo para participar.


EBI: Para que pudéssemos encarnar o personagem principal da história, Si vis Pacem deixa muitas informações sobre ele em aberto. Como autora, como foi o processo de escrever sobre esse protagonista sem ceder informações que pudessem atrapalhar na imersão proposta?

MR: O processo foi um constante “vai e vem” pelo texto, parecia que nenhuma revisão era suficiente para garantir que eu não tinha deixado informações escaparem sem perceber. Ainda mais quando são detalhes tão instintivos em outras histórias, como palavras com flexão de gênero. Mesmo atenta enquanto escrevia, na revisão eu sempre pegava uma palavra no feminino ou no masculino que tinha passado despercebida. Eu queria que os leitores se vissem no personagem, então precisei reformular cada uma dessas frases para não quebrar o envolvimento deles. Isso também me fez escolher usar um apelido (que acabou levando ao título da história também) para o protagonista. Antes eu estava pensando em escolher um nome unissex, mas descartei a ideia, porque o nome real de “Pacem” deveria ser o nome de quem quer que estivesse lendo. A personalidade mais neutra também foi na intenção de tornar as escolhas de Pacem verossímeis para o leitor. Um personagem hesitante em se comprometer, mesmo que reconheça a necessidade disso, porque é só uma pessoa normal, não tem aquele ímpeto de herói, de ir para a linha de frente e se colocar em risco.


EBI: Agora que o desafio terminou, a história já recebeu o comentário da embaixada, e as coisas estão mais calmas, qual o aspecto da história você acha ter sido o mais difícil de ser desenvolvido? E qual você gostou mais de desenvolver?

MR: Acho que o aspecto mais difícil foi a ambientação da história, que eu poderia ter sido mais atenta a isso. Apesar de situar a história no cenário brasileiro no começo do conto, foi algo que ficou meio esquecido da metade para o final. Já o aspecto que mais gostei de desenvolver eu diria que foi a criação de Pacem, ligada a forma da narração, porque foi muito diferente das minhas outras histórias, foi divertido trabalhar assim e bastante satisfatório.


EBI: Todos sabemos que a correção de um texto pode modificá-lo por completo, e para melhor. Ao ler sua história, é impossível não notar o cuidado que você tem com as palavras e com o uso da gramática normativa. Ao terminar uma história, você mesmo a corrige ou você pede ajuda a um revisor?

MR: Eu mesma corrijo as minhas histórias. Poucas vezes mostro os rascunhos para alguém, e quando faço é pedindo opinião sobre o enredo, perguntando se a história faz sentido ou se tem algo confuso, mas a revisão do texto eu faço por conta própria.


EBI: O que você diria para os escritores do Inks que gostariam de participar de um desafio, porém se sentem receosos quanto ao próprio trabalho?

MR: Acho que todos sentimos receio às vezes, porque temos uma imagem clara na mente do que consideramos bons trabalhos, e a distância que vemos entre essas obras que temos como modelo e os nossos textos pode parecer frustrante, mas essa impressão nem sempre é confiável. Nossa opinião sobre nossos próprios textos não é limpa, sem perceber nós nos comparamos com os escritores que admiramos e focamos no que ainda temos a melhorar enquanto ignoramos as qualidades. Se formos esperar alcançar o nível que queremos, nunca vamos mostrar nada para ninguém, porque esse nível não existe. Por mais talentoso que seja, ninguém quer parar de melhorar. Por isso os desafios são tão proveitosos, além de lhe permitir testar um gênero diferente, testar um estilo diferente, o que sempre ajuda a desenvolver a escrita, e sem o compromisso de iniciar uma história longa, ainda receberá feedback de pessoas imparciais com a sua escrita que lhe farão perceber todos os pontos positivos que autocriticismo impede de ver. Deem uma chance à sua própria habilidade, porque a experiência pode surpreender.


EBI: Quais são os seus maiores apoiadores, que lhe incentivam a continuar escrevendo?

MR: Com certeza meus pais. Eles estão sempre me incentivando, sempre comemorando cada conquista boba junto comigo, quando termino uma história ou quando recebo comentários positivos, às vezes me ajudando com temas e propostas quando eu estou sem ideia do que escrever. E é claro, são minha equipe de marketing! Adoram falar que eu escrevo para as outras pessoas. E também a minha irmã, Cecília, e minha melhor amiga, Sarah, que são minhas leitoras beta para as histórias que me deixam mais insegura, elas sempre me colocam para cima e me fazem continuar a escrever, pode ser o enredo mais ridículo do mundo, mas elas me convencem de que é ouro, e muitos contos eu termino por causa delas.


EBI: Quais são os gêneros que você mais gosta de ler? Como eles influenciam na sua escrita?

MR: Fantasia é meu gênero preferido da vida! Todos os outros vêm bem atrás, mesmo ficção científica, que é meu segundo preferido. Minha paixão por esses gêneros sempre me leva para mundos fictícios, e meu maior interesse na escrita acaba sendo worldbuiding. É o que mais dou atenção, mesmo que acabe criando detalhes que não vão aparecer na história, porque gosto de conhecer meus mundos, gosto de ver como outros autores estruturam os deles, e pesquisar as melhores formas de tornar um universo verossímil em suas próprias regras, isso com certeza vem de uma influência do gênero fantástico na minha escrita.


EBI: Qual foi sua reação ao descobrir que Si Vis Pacem foi a vencedora do #DistopiaBr? E como você se sentiu?

MR: A primeira coisa que fiz ao ver Si Vis Pacem no primeiro lugar foi recarregar a página. Pensei que podia ter sido um erro e que logo corrigiriam. Mas ela continuou lá, então a ficha caiu e eu fui correndo contar para os meus maiores apoiadores, meus pais e minha irmã, que a minha história tinha ficado em primeiro lugar no desafio. Eu fiquei eufórica, e acho que ainda estou um pouco até agora. Depois deles eu contei para amigos escritores e leitores, eu fiquei muito empolgada, precisava contar para o maior número de pessoas que conseguisse!


EBI: Por fim, você gostaria de deixar algum conselho aos autores que chegaram até aqui?

MR: Só reforçar sobre não deixar dúvidas sobre o próprio trabalho impedirem de compartilhar suas histórias, participar de desafios e concursos, porque acredito que esse receio é o que mais trava o crescimento e o desenvolvimento da escrita. Escrever por si só já é um hábito muito prazeroso, e concluir um desafio, independentemente do resultado, é sempre gratificante.

13 Mars 2021 00:15 1 Rapport Incorporer 4
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Apresentação

Através deste blog, você poderá conhecer um pouco mais sobre os escritores vencedores dos desafios propostos pela embaixada brasileira do Inkspired.

O Perguntas ao Pódio foi criado com intuito de mostrar para os leitores um pouco sobre os autores que eles tanto amam, aproximando-os ao mostrar um pouco mais sobre a escrita e a vida dos entrevistados.

E se você tem interesse em participar de uma entrevista, saiba que todos os vencedores de desafios são passíveis a uma, então lembre-se de ficar de olho nos desafios que a equipe de Comunidade lança e de se inscrever em cada um deles para maximizar sua chance de vencer!

Não se esqueça de deixar seus comentários a esses autores incríveis!

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