ageha_sakura Ageha Sakura

A muitos anos atrás um jovem ousou se aventurar na floresta, quando estava prestes a se deparar com a morte foi salvo por uma bela jovem de fios prateados e olhos dourados. A partir dali a lenda da deusa se espalhou por toda a região. Matthew é um rapaz curioso desde a infância por causa das histórias contadas pela sua avó. Ele jamais imaginou que em um momento de aventura cairia na prisão, tendo o seu coração conquistado pela natureza e Jiwoo, a bela deusa soberana de Ilsan.


Fanfiction Bandas/Cantantes No para niños menores de 13.

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Único; a deusa misteriosa

Bom dia / Boa tarde / Boa noite


Sejam todos bem vindos a "Goddess"!


Escrevi essa oneshot baseada na capa da @arsonist que peguei em doação. Ela não foca em romance e sim na amizade dos três personagens citados ao longo da história.


Boa leitura 💕


_______________________


"Finally surfarced above downs
Feeling her boldest, she came around" – Goddess, BANKS


Na velha cidade montanhosa de Ilsan nasceu uma lenda que falava sobre uma jovem deusa, o seu dever era proteger a montanha e impedir que o mal atingisse o povoado e os animais que ali residiam.


Em uma noite fria de primavera, um jovem rapaz se perdeu em meio a escuridão da mata, totalmente desesperado e sem saber qual rumo deveria seguir.


Ele resolveu continuar a andar em busca de uma saída, deixando os seus sentidos totalmente alertas para um possível ataque das feras que habitam as montanhas. Seus passos eram calmos e precisos, seus ouvidos encontravam-se bem aguçados e prontos para se defender do que pudesse atingi-lo.


Não soube dizer exatamente a quantas horas estava perambulando, o seu senso de direção estava fragilizado e o cansaço dominava todo o seu corpo. Estava com sede e fome, a visão turva lhe sacaneava a todo momento, determinando que o seu fim estava mais próximo do que imaginava.


E como se a lua tivesse tido piedade do homem, uma luz brilhante surgiu em meio ao breu da mata. Apesar do corpo fragilizado, o jovem conseguiu distinguir a imagem um pouco embaçada de uma bela mulher, com olhos dourados como o mais cintilante e valioso ouro, além de fios prateados como a luz da lua e das estrelas que brilhavam a quilômetros de distância.


Os olhos escuros do rapaz fecharam aos poucos, sendo permitido a ele uma breve lembrança da bela mulher e de sua voz doce acalentando o seu corpo, curando e protegendo-o de todo o mal que antes poderia atingi-lo.


Após toda a comoção com o incidente, a lenda se espalhou e atravessou gerações, sendo mantida e preservada para expressar todo o amor e a gratidão que eles possuem para com a misteriosa deusa da natureza.


De fato ninguém mais conseguiu vê-la, apesar de muitos terem se aventurado em busca de provas concretas, optando assim apenas acreditarem nas palavras do homem que havia falecido.


A deusa continuaria a ser um mistério, vivendo em meio ao silêncio e a discrição, protegendo e intercedendo pelo povoado que ainda possuía fé em si.


Isso se um intruso não tivesse descoberto sobre quem era ela.


Aeroporto, cidade de Busan


O jovem Matthew estava entusiasmado por saber que em pouco tempo iria rever a sua querida avó, essa que morava a anos na cidade de Ilsan, em meio as montanhas.


Desde a infância sempre conviveu naquele ambiente tranquilo, regado pela natureza e os mistérios que envolviam a floresta localizada no topo da montanha. Lembrava-se com clareza de suas escapulidas em busca da verdade por trás da lenda que sua avó vivia contando.


Era de fato curioso uma lenda assim nascer pela experiência de um homem, que anos depois, descobriu ser seu parente em um grau longínquo.


Todavia, agora era o momento perfeito para trazer a tona os segredos por trás da deusa da montanha. Matthew é um desbravador e nada mais justo do que ele a desvendar e provar a existência ou o mito que espalharam sobre ela.


Escutou a voz um pouco mecânica anunciar o voo e optou por partir imediatamente, enfrentando as conturbações durante o processo de embarcação. A viagem não tinha sido muito longa, em pouco tempo havia chegado ao lugar, a sua energia estava em alto nível assim como a felicidade que encontrava-se estampada em seus lábios.


Apressou seus passos, pegou suas bagagens e buscou rapidamente por um veículo que pudesse levá-lo para a pequena vila montanhosa. Durante o percurso encontrou-se admirando a paisagem que não via a alguns anos, desde que tinha concluído o Ensino Médio e resolveu se engajar na Faculdade.


Em suas contas havia perdido seis longos anos longe do lugar onde sempre se sentiu em paz. Nunca conseguiu uma explicação concreta daquele sentimento de conforto, entretanto, sua avó é o maior motivo e disso o Kim não tinha dúvidas.


Dentro de alguns poucos segundos conseguiu avistar a imagem do pequeno casebre, o mesmo que lhe proporcionou memórias preciosas que jamais seriam esquecidas, pois todas foram importantes para o seu crescimento, ajudando-o a evoluir seus pensamentos e o seu caráter.


O perfil da senhora idosa de sessenta anos permanecia belo. Kim Woona é uma mulher repleta de encantos desde a infância, não existia pessoa no mundo que não acabasse se apaixonando pelo seu sorriso doce e contagiante, pelo seu jeito afetuoso e compreensivo. Woona é a sua segunda mãe, aquela que cuidou mais do garoto do que qualquer outra pessoa.


Pagou o motorista e desceu as pressas, correndo para os braços acalentadores e compassivos da mulher. Foi recebido de muito bom grado pelos braços pequenos e gentis, as lágrimas molharam os rostos de ambos e o sentimento de saudade banhou os dois como uma cachoeira em época de chuva.


— V-Você não tem noção do quão bom é te ter em meus braços mais uma vez, meu pequenino. – Confessou Woona, sua voz soando um pouco vacilante mas nada era capaz de abalar aquele reencontro mais do que esperado.


— A senhora que não tem noção do quanto eu gostaria de ter vindo antes, mas infelizmente a vida de universitário me impediu. – Matthew afundou seu rosto no pescoço da mais velha, buscando pelo cheiro de canela e girassóis que ela sempre teve.


Os dois permaneceram naquele momento reconfortante por tempo suficiente, até se sentirem bem e preenchidos pelo amor que tinham guardado por todo esse tempo, um amor repleto de saudade e do desejo pelo reencontro.


Entraram no casebre e de imediato sua avó entrou no modo mais cuidadoso, ofertando diversos tipos de doces e bolo para que o rapaz se alimentasse melhor. Enquanto saboreava cada uma das guloseimas, Matthew percebeu que aquele jeito preocupado e maternal e Woona permaneceu, o que deixava o jovem Kim mais tranquilo pois não saberia o que seria de si sem todo o afeto de Kim Woona, a mulher que considerava como sua grande mãe.


Seu amor pela mais velha ultrapassa qualquer barreira, até mesmo a da distância e do tempo que ficou longe dos abraços quentinhos e da comida feita pelas mãos de anjo de Woona. De fato, não existia nada que não lembrasse e muito menos ousasse querer esquecer do lugar que sempre considerou como o seu paraíso.


[...]


— Tem certeza que decidiu vir porquê sente a minha falta? – Questionou Woona, sua testa franzia em uma pura provocação ao jovem.


— Vovó, a senhora sabe bem que a amo e não teria outro motivo para vir aqui. – Disse Matthew, enquanto o seu olhar vagava pelas panelas e os detalhes da cozinha.


— Eu praticamente te criei, sei bem quando está escondendo algo de mim, WoonJin! – A expressão séria em seu rosto entrava em contradição com os olhos brilhantes em animação por rever o neto.


Matthew sentia falta da forma como sua avó o chamava pelo nome coreano, bom, um dos já que tinha dois por causa de seus pais realmente complicados. De toda forma não importava como fosse chamado, o importante para o Kim era receber aquele abraço carinhoso e o olhar doce que sempre foi dirigido a si desde a infância.


Seus laços com a avó eram fortes demais, considerava-os inquebráveis e realmente poderia ser, já que nem mesmo o tempo foi capaz de afastar os corações saudosos por um reencontro.


No fim eram verdadeiros mãe e filho.


— Se eu tivesse vindo por outro motivo, não seria tão importante quanto matar toda a saudade que suportei da senhora. – O sorriso pequeno fora alargando-se aos poucos, os olhos tornando-se linhas finas e suaves, acalentando o coração da idosa que amava mais do que o tudo o seu querido neto.


— Sempre um garoto doce, criei mais do que bem. – Respondeu Woona, as lágrimas brotando em seus olhos escuros — Confesse que veio por causa da deusa!


O rapaz engoliu em seco, o olhar foi desviado de imediato enquanto sentia a pressão aterrorizante e altamente questionadora da mais velha. Não existia ninguém naquele mundo que soubesse desvendar Matthew Kim como Kim Woona.


— Como imaginava! – Especulou a mulher, seus braços cruzados a frente dos seios sustentavam a sua pose — Nem mesmo a faculdade foi capaz de tirar essa sua paixão pelo perigo, realmente meu neto é um bobão!


— Vovó! – Exclamou o Kim envergonhado, as bochechas ficando cada vez mais rubras, realçando toda a beleza expressada em seus rosto rígido e ao mesmo tempo delicado.


— Você é um adulto, não tem tempo para brincadeiras de criança como caçar coisas sobrenaturais. – Um suspiro suave escapou dos lábios de Woona, fazendo a mulher fitar o rosto um pouco avermelhado do neto — Não irei permitir que saía dessa casa para visitar a montanha! Esqueça essa ideia e vá guardar suas coisas.


Matthew tentou se explicar, buscando pela aceitação dos demais, todavia acabou não conseguindo e optou por acatar a decisão em silêncio.


O restante do dia havia sido cansativo. Em nenhum momento ousaram tocar no assunto que sempre deixava Woona sem palavras, como se estivesse escondendo mais coisas do que poderia imaginar.


Existem situações que não podem ser explicadas de forma verbal ou não verbal, e naquele momento o Kim sentia que aquele gesto mais protetor tinha motivos, como um afastamento de tudo o que estivesse ligado a misteriosa deusa.


[...]


Os finos raios solares atravessavam as frestas da persiana, revelando que do lado de fora um novo dia havia surgido.


Matthew não havia conseguido dormir bem naquela noite, tinha mosquitos demais naquele quarto, além do calor que se espalhava por cada pequeno lugar do quarto.


Morar em uma região cheia de insetos, com climas inconstantes por causa das montanhas era bastante exaustivo, principalmente para os visitantes que vinham de fora. O jovem Kim não tinha costume com lugares assim, apesar de gostar do som da ventania balançando as folhas das árvores e espalhando o cheiro de mato por toda a cidade.


Busan era uma cidade praiana e bastante movimentada, com um clima sempre escaldante acompanhado do som das ondas vindo de encontro a areia da praia. O cheiro de maresia sempre foi um vício para o olfato aguçado de Matthew, então a mudança de altitude e clima instável provocava um pouco de estresse no rapaz sempre animado.


Levantou-se a contra gosto, desejando fundir o seu corpo com a cama macia e bastante convidativa, ansioso pela recuperação de sua noite perdida de sono. Precisava de um bom banho e um café da manhã gostoso feito pela sua amada avó, só assim conseguiria ficar no seu modo ativo de sempre.


Andou a passos lentos em direção ao banheiro que ficava no corredor, fechando a porta e retirando as peças de roupa para deixar que a ducha fria despertasse o seu corpo e relaxasse a sua mente.


As primeiras gotículas de água eram mornas, mas aos poucos foram esfriando e tornando-se congelantes o bastante para arrepiar todos os pelos existentes em seu corpo. Aproveitou para lavar os fios castanhos, não esquecendo de usar os produtos para mantê-los macios e cheirosos.


Com o banho tomado, dentes escovados e completamente vestido, andou pelo corredor até chegar a familiar cozinha, onde pode encontrar sua querida avó a mesa, aproveitando tudo de bom que tinha preparado para os dois.


— Bom dia! – Disse com um tom mais animado, tendo certeza de que pelos menos cinquenta por cento havia sido recuperado.


— Bom dia, pelo visto teve uma noite péssima. – Comentou Woona, pegando a garrafa de café e despejando uma quantidade generosa do líquido quente.


— Sim, os insetos parecem me perseguir a todo instante. – Soltou um suspiro fraco, buscando sentar-se a mesa e finalmente agradar o seu paladar com a comida viciante da mais velha.


— Desde pequeno você vem aqui e nunca se acostumou, além do quê os seus gritos escandalosos te entregam facilmente. – Respondeu Woona, soltando uma risadinha com a expressão de falsa indignação presente no rosto de seu neto.


— Em minha defesa eles tiraram toda a minha noite de sono. – Começou Matthew, preparando seu discurso enquanto colocava uma fatia de bolo em seu prato — Estava tranquilo em minha cama, não tenho culpa se eles entraram debaixo do lençol e começaram o seu ataque contra minha pessoa.


Woona balançou a cabeça em negação, admirada com a forma que o jeito presunçoso e brincalhão não havia deixado o corpo do rapaz, permitindo a mais velha relembrar cenas parecidas com àquela, tão doces e contagiantes como nos velhos tempos.


— Realmente você não consegue mudar, admiro isso em você. – Respondeu a Kim mais velha, um sorriso doce pintava seus lábios e as mãos pequenas e cheias de traços da velhice bagunçaram os fios de Matthew.


O relacionamento de ambos era algo que Matthew sempre fez questão de valorizar, não se perdoaria esquecer e muito menos apagar todas as lembranças boas que viveu ao lado da mulher que tem como mãe. Ele ama sua mãe verdadeira, todavia, não consegue evitar todo aquele sentimento fraternal que sente pela mais velha, pois é algo tão natural e aquecedor que o impede de pensar em esquecer.


Após uma farta refeição, ambos foram trabalhar na pequena horta pertencente a Woona, colhendo todos os legumes e algumas frutas das árvores que enfeitavam o quintal. Matthew amava todo o seu contato com a natureza, principalmente quando fazia isso ao lado de sua avó, era mais prazeroso e divertido ao lado da mais velha.


Tiveram um dia repleto de afazeres, o contato com a roça bem presente e os sorrisos estavam estampados em seus rostos bonitos.


Woona viveu por dez anos solitária com a partida de seu marido, porém, nunca deixou que aquele sentimento abalasse o seu interior e por isso se dedicou as suas hortaliças e a si mesma, valorizando todos os momentos e aproveitando aqueles que viveu ao lado dos netos. Infelizmente alguns nem sequer lembravam de si, nem mesmo os seus filhos faziam questão de fazer uma rápida visita e no fundo tudo aquilo corroía o seu pobre coração.


Entretanto, WoonJin era a sua salvação, o único que lembrava e fazia questão de prestar companhia e causar altas risadas na mais velha. Woona se sentia bem com o seu pequeno ursinho, o calor que sentia quando ele a abraçava era surreal e capaz de manter seu corpo saudável e sua mente em paz.


Os seis anos que suportou longe do abraço acolhedor do rapaz de alta estatura, foram difíceis. Muitas vezes chorou por sentir que ele também iria abandoná-la assim como todos os outros, jamais iria querer perder seu neto, seu precioso filho, mas se aquela fosse a escolha dele iria acatar em silêncio, rogando pela felicidade do rapaz.


Contudo, as ligações que recebia do Kim eram a prova concreta de que ele nunca esqueceria, muito menos iria se afastar de sua amada mãe e da cidade que o acolheu quando ainda era um moleque gordinho e brincalhão.


E após seis anos ele estava ali mais uma vez, fazendo o seu coração transbordar de tanto amor e felicidade por ter a oportunidade de revê-lo, por sentir que ele jamais a deixaria para trás. Ter o seu filho junto a si era obra da grande deusa, disso ela não tinha dúvidas.


Foi pensando na adorada divindade de sua terra que resolveu dá uma volta na floresta, em busca de deixar oferendas para agradecer pelo presente que ela lhe concedeu. Pegou uma cesta, colocou algumas frutas e pedaços de bolo, além de alguns doces e bolinhos de arroz feitos com muito carinho. Buscou por uma fota vermelha, amarrando ao redor da alça da cesta e decidindo sair sem que seu neto sentisse sua falta.


Woona conhecia bem a paixão do rapaz pelo desconhecido, sempre em busca de se aventurar e desvendar os mistérios ao redor do mundo. Era pensando nisso que ela não poderia contar sobre fatos que certamente despertariam a curiosidade do rapaz; não poderia permitir que seu neto fosse tolo como seu antepassado e buscasse se aventurar no reino da deusa da natureza.


Pegou o caminho feito com pedras e subiu a montanha silenciosamente, carregando consigo a cesta um pouco pesada mas que dava para suportar. O percurso até o pequeno templo não era tão longe, em poucos minutos avisto a escadaria de pedras e o portal vermelho que indicava a entrada do templo.


Após os testemunhos de seu antepassado, o povoado decidiu construir um templo em homenagem a deusa, fazendo questão de não devastar nada do ambiente natural e permitindo que ele fosse livre de qualquer cuidador, pois tinham certeza de que a privacidade iria agradar a nobre soberana de olhos dourados como as moedas mais brilhantes de ouro.


Subiu cada um dos degraus com dificuldade devido a sua idade avançada, sendo motivada apenas pelo canto dos pássaros e o balançar das folhas ao vento. Chegando no topo observou o pequeno altar em forma de casa, onde ali abrigavam fios prateados que encontraram nas vestes de seu antecessor, como uma prova da palavra do homem.


— Estou de volta, minha deusa, dessa vez em busca de agradecer pelo pedido que após seis anos conseguiu me atender. – Bateu palmas três vezes, curvando-se em seguida para o altar, sendo abraçada pela ventania e as folhas secas que antes estavam no chão.


Os sinos depositados nas pontas do altar balançaram suavemente, indicando que ela estava presente no momento, escutando tudo o que tinha para dizer.


— Trouxe ofertas como forma de gratidão, tanto pela vinda de meu neto como pela saúde de toda a minha família. – Woona curvou-se mais uma vez, dessa vez esticando a cesta cheia de guloseimas em direção ao altar.


Os sinos dessa vez ecoaram mais fortes, o vento se tornando mais denso e o balançar das árvores chamou a atenção da mais velha. Ela estava ali.


Seja bem vinda. – A voz doce e meiga acolheu Woona, sempre fazendo questão de demonstrar toda a sua gentileza para com os seus fiéis.


— Minha senhora, não precisa aparecer pessoalmente para mim. – disse Woona, seus olhos ainda focados no altar — Não sou digna de admirar a tua beleza, muito menos estar presente de uma deusa como a senhora.


Um arrepio subiu a pele da senhora quando a mão pequena e macia tocou o seu ombro. As unhas prateadas e afiadas chamavam bastante atenção, a voz meiga e um pouco rouca ecoava pelo templo como uma doce canção.


Vós és digna do meu amor, da minha compaixão. – A deusa analisou o olhar preocupado de Woona encontrar o seu, como se temesse a todo aquele contato que possuíam — Não temas.


O sorriso de Jiwoo era acolhedor demais, como a própria floresta ao seu redor, ela é o espelho que reflete todos os sentimentos da mãe natureza e a sua bondade era prova viva disso.


Os olhos dourados eram realmente encantadores, assim como os seus fios prateados como a luz do luar. A deusa usava um vestido longo na cor vermelha, cheio de detalhes rendados que acabavam arrastando pelo chão sem de fato sujar.


Sem conter o afeto que sentia, Woona levou sua destra e acariciou o rosto delicado e um pouco pálido do ser celestial, observando o sorriso largo que pintava os lábios avermelhados.


Jiwoo. – disse Woona, fazendo com que a deusa fitasse as orbes castanhas da idosa — Obrigada por tudo, Jiwoo. Obrigada por sempre impedir que o meu coração sofresse com a solidão.


As mãos pálidas tocaram o rosto cheio de traços envelhecidos, acariciando as rugas com um enorme carinho e aproximando seu rosto deixou um doce selar na bochecha da Kim.


Você nunca esteve sozinha, seu neto é a maior prova disso. – Não resistindo mais puxou a mais velha de encontro ao seu corpo, abraçando-a com força — Jamais deixaria uma amiga sozinha. Jamais.


Amizade. Sentimento de grande afeição, simpatia, apreço entre pessoas ou entidades.


Quem é amigo, companheiro, camarada.


E era dessa forma que elas se sentiam, companheiras de uma vida inteira, protegendo uma linda amizade que atravessou diversas barreiras e ainda conseguia permanecer de pé.


Woona sorriu largo em direção ao ser celestial que poderia chamar de amiga, estendendo sua mão calejada e enrugada, sentindo o toque caloroso de Jiwoo. Juntas andaram a passos lentos pela região, conversando e matando a saudade do que juravam serem anos que não passavam tanto tempo juntas.


A Kim lembrava bem do período em que encontrou com a deusa, ainda era nova, uma menina jovem e astuta que carregava em seu sangue o desejo pela a aventura. Em um certo dia, após uma discussão com sua família, Woona fugiu e infiltrou-se dentro da floresta, não temendo aos perigos que existia ali.


As lágrimas grossas rolavam por suas bochechas, seus olhos vermelhos e um pouco inchados lutavam para enxergar com clareza o percurso. Quando menos esperou estava encurralada, feras a rodeavam com curiosidade e prontos para atacar a qualquer sinal de perigo.


Era apenas uma mera garotinha, assustada com a própria sombra e temerosa sobre o seu provável fim. Tudo estava perdido, não existia uma luz no final daquele túnel, restava a Woona aguardar pela morte.


O balançar das folhas se tornaram mais intenso, as árvores pareciam ganhar vida e o vento as tornava ainda mais assustadoras. Em um mero piscar de olhos tudo havia mudado, as feras tornaram-se mansas e no meio das árvores uma sombra surgiu.


A Kim lembrava com clareza da imagem celestial, do andar calmo e compassivo, do sorriso largo e acolhedor. Os fios prateados dançavam uma melodia tranquila feita pelo vento, os olhos dourados brilhavam intensamente e o vestido vermelho desenhava suas curvas e deixavam claro a sua pose de pura soberania naquele lugar.


Jiwoo é a deusa que protege a sua terra, aquela tão aclamada nas lendas locais.


Seu nome possui um significado importante. Ji significa "sabedoria", "intelecto", o que representava o quão sábia ela de fato era, sempre tomando decisões que influenciavam para o bem de seu povo. Enquanto Woo significa "intervenção divina", expressando o seu título como deusa soberana das terras montanhosas, a divina protetora da natureza e do povoado. Ninguém seria capaz de negar a sabedoria divina da bela deusa Jiwoo.


De fato ninguém que a vislumbrasse poderia negar o fato de ser uma deusa, somente sua beleza transparecia isso.


Após o primeiro encontro, ambas criaram um belo laço afetivo, arriscando-se a se encontrarem mais vezes no mesmo lugar, desfrutando de momentos únicos e jamais esquecidos. Tornaram-se amigas de imediato, sempre demonstrando o quanto se preocupavam uma com a outra, desejando sempre o bem estar da próxima como se desejasse o seu próprio.


O tempo foi passando, apesar do envelhecimento e da vida totalmente formada, Woona jamais esqueceu de Jiwoo e sempre fez questão de prestar companhia durante pequenos momentos do dia. A amizade entre elas nunca se abalou.


Agora viúva, vivendo sozinha nas montanhas, a Kim sempre recorria a companhia da velha amiga, sabendo que a mulher de aparência juvenil sempre cuidaria de si. Em um de seus vários momentos juntas, Woona ousou pedir por Matthew, seu neto precioso e que nunca esqueceu de si.


O amor que Jiwoo guardava no peito foi capaz de conceder o desejo da velha amiga, trazendo de volta o precioso neto e o sorriso estonteante no rosto delicado de traços já envelhecidos. A deusa nunca deixaria que sua amiga ficasse só.


O laço que as uniu era grandioso, capaz de confortar os corações e deixar claro para qualquer um que não existia limites para uma amizade verdadeira, de caráter sério e íntegro. No fim, não importando aonde estivessem, a amizade ainda as uniria, o amor que sentem sempre arderia em seus peitos como a chama da vida.


[...]


— A senhora está me dizendo que o seu sumiço não foi nada demais, apenas um mero passeio pela cidade? – Matthew observou a mais velha acenar com tranquilidade, suspirando pesado logo em seguida — Eu fiquei preocupado! Minha querida avó simplesmente desaparece, não deixa um recado sequer e me faz procurar feito um louco por toda a cidade.


Woona riu soprado, fazendo um lembrete de que na próxima visita escreveria um bilhete notificando a sua saída, não gostaria de enfrentar um Kim WoonJin bravo novamente.


— Me desculpe, da próxima vez aviso com antecedência e não deixo você preocupado assim. – Respondeu a mais velha, o olhar doce conseguindo acalmar aos poucos o rapaz de aparência desesperada.


— É bom mesmo, senhora Kim Woona! – Sentou-se no sofá ao lado de sua avó, a destra bagunçando os fios antes alinhados — Fiquei tão preocupado, pensando que algo ruim havia acontecido. Eu... – buscou o ar para os seus pulmões, tentando aliviar aquela dor angustiante que martelava em seu peito — pensei que tinha perdido a senhora também.


Aquela fala foi suficiente para desmontar a aparência calma da mais velha, puxando delicadamente seu pequeno grandão em direção aos seus braços, fazendo questão de confortá-lo naquele momento difícil que também era doloroso para si.


Mesmo que a perda do avô não tenha sido tão recente, ainda sim marcou muito a vida de Matthew e Woona. Eles eram apegados demais ao homem, se inspiravam nele com fervor e se sentiam seguros naquele abraço carinhoso que somente ele tinha.


Seus avós eram sua grande família, perder um deles foi um baque difícil para o jovem Kim, por isso quando sua avó havia sumido naquela tarde ele se sentiu perdido, temendo que a morte tivesse levado sua querida mãe de si assim como fez com o seu amado pai. Eles são os seus segundos pais, aqueles que o protegeram e cuidaram de si em todos os momentos.


Estar nos braços de Woona novamente era tudo o que precisava naquele momento, podendo ouvir o coração da mais velha pulsar e a voz doce repetir baixinho o quanto o amava. Estar ali não tinha preço, eram momentos como aquele que podia se sentir seguro em meio a qualquer tribulação.


Após o momento bom em que passaram, fizeram a decida refeição noturna e foram dormir. Mais uma vez Matthew teve uma noite mal dormida, o calor e os insetos atrapalhando a sua vida por completo. Não conseguiu lembrar em que momento conseguiu pegar no sono, todavia, o barulho da chuva indo de encontro ao chão foi o suficiente para deixá-lo mais tranquilo.


O calor havia evaporado e o frio estava dominando, tornando a noite mais agradável e sem insetos irritantes para atormentar a sua vida. Somente assim conseguiu encontrar o mundo dos sonhos com rapidez, mesmo que o frio tivesse chegado logo depois da exaustão tê-lo vencido.


E novamente o sol raiava na cidade montanhosa de Ilsan, o clima estava mais tranquilo e o frio ainda preenchia o ambiente antes dominado pela temperatura aquecedora.


Matthew levantou-se da cama carregado pelo espírito da preguiça, desejando a todo segundo retornar para o mundo dos sonhos até o dia seguinte. Tomou seu café da manhã com uma cara exausta, causando risadas em Woona que amava tirar sarro da cara de seu amado neto.


Seguiu adiante toda a sua rotina, mesmo que a coragem lhe faltasse em momentos como aquele. Contudo, o sentimento pela descoberta ainda estava presente em seu coração ansioso, totalmente decidido a fazer daquela manhã fria o seu dia de expedição na floresta.


Após todos os serviços matinais feitos, a família Kim fez a refeição e foram curtir os momentos mais do que merecidos de descanso em seus quartos. Entretanto, Matthew aguardou somente alguns minutos e decidiu seguir com o seu plano em prática.


Pegou um pedaço de papel e escreveu uma mensagem informando aonde estaria, não querendo causar preocupações na mais velha que sempre ao ouvir sobre o assunto ganhava uma expressão estranha.


Com tudo pronto Matthew saiu de casa escondido, o sorriso satisfeito estampado em seus lábios e os passos apressados rumavam em direção a floresta. Aquele com toda certeza seria o seu grandioso dia de sorte.


[...]


Em situações como a que Matthew se encontrava naquele momento eram consideradas um pouco raras. Acreditava que nem mesmo todos os deuses seriam capazes de impedir toda a fúria daquela mulher.


Lembrava-se vagamente de como havia ido parar naquela cela feita de árvores e plantas resistentes a força. O dia era tranquilo, estava começando sua expedição enquanto analisava cada pequeno cantinho do lugar.


Tudo reinava na mais perfeita paz, os pássaros cantavam alegremente e o sol brilhava com menas intensidade, deixando que o frio ainda percorresse todo o lugar.


Ouviu sons de armas e uma movimentação estranha, imaginando ser uma caçada em meio a floresta que o povoado considerava sagrada. Seguiu os barulhos e encontrou com dois caçadores, ambos atirando sem piedade contra animais indefesos que estavam encolhidos em meio as plantas.


Aquela cena enfureceu o seu coração, apertando o punho com força ele se levantou e correu em direção aos homens, partindo para uma briga que poderia acabar em um fim trágico para um homem completamente desarmado como Matthew Kim.


Não soube como conseguiu incapacitá-los e fugir para o santuário sagrado, exalando cansaço e muito suor pela fuga repentina. Seus olhos focaram no ambiente do templo, todo repleto de estruturas vermelhas assim como o portão, dentro da espécie de "casa" havia algo que representava a divindade que governava aquela floresta.


Sua curiosidade era tanta que não resistiu e abriu o imaculado santuário, analisando um pequeno ramo adornando fios prateados com uma cor intensa e claramente divina. Então a lenda estava certa.


Uma forte ventania assolou todo o templo, carregando tudo o que estivesse pela frente. Matthew fez o que pode para se segurar e proteger os fios da deusa, apertando os olhos com força enquanto ainda se segurava ao pequenino santuário em homenagem a divindade.


— Me desculpe se maculei o seu templo, a sua casa! – Exclamou em alto e bom tom, carregando um pouco de desespero em sua voz — Peço que me perdoe e proteja os animais que sofreram com os ataques de caçadores! Sei que não devo exigir nada de si, mas é para o seu bem e daqueles que habitam Ilsan!


Como se a voz tivesse ouvido o seu clamor, a forte ventania cessou. O rapaz estava ajoelhado e com a respiração ofegante, transpirava muito e sua visão aos poucos estava ficando embaçada.


Matthew voltou seu olhar para a entrada do templo, vendo a figura formosa desfilar até si com um sorriso ladino pintado em seus lábios avermelhados. E como uma última visão do paraíso, sua consciência se perdeu nos encantos da nobre deusa que tanto desejou encontrar.


Agora ali estava o jovem Kim, com sua perna esquerda acorrentada e seus braços unidos por outra algema. Sua prisão era semelhante ao tronco de uma árvore, envolta por raízes fortes e de aparência resistente. Suas vestes estavam rasgadas e o corpo não transpirava mais.


Seus olhos vagaram por todo aquele ambiente, imaginando que deveria estar na parte mais profunda da floresta, longe do templo onde a deusa era adorada.


— Espero que minha avó esteja bem – murmurou em tom baixo, soltando um suspiro logo depois.


Borboletas tão douradas quanto o outro começaram a se aproximar de si, outras faziam um amontoado como se estivessem em um cortejo real. Os olhos castanhos de Matthew focaram na bela visão de uma mulher, a mesma que julgou ser a soberana daquela floresta e guardiã de Ilsan.


— Não se preocupe, WoonJin. – Ouvi-la chamando pelo seu nome em coreano era estranho, como se ela soubesse tudo sobre si, o que não fazia questão de duvidar — Woona está bem, posso lhe garantir isso.


— Como? – Perguntou o Kim, uma expressão confusa expressada em seu rosto.


— Woona me conhece a anos, jamais faria mal algum ao seu neto, entretanto, você entrou em território proibido e estava na presença de caçadores, além de usar de violência contra eles. – Informou a deusa, um sorriso ladino ainda estava estampado em seus lábios.


— Pretende me punir por tentar salvar os animais da floresta sagrada? – Questiona o Kim com tom de ironia.


Talvez. – Respondeu Jiwoo de forma simplória, aproximando-se da jaula até estar perto do seu prisioneiro — Me prove que não é uma pessoa ruim, que não fez aquilo apenas para que eu aparecesse na sua frente. – Seu rosto delicado aproximou-se do rosto do rapaz, sua respiração tocando a pele de Matthew com delicadeza — Quem sabe até perdoo a violação contra o meu templo.


O Kim engoliu em seco, analisando os traços belos da deusa e as feições claramente divinas expressa em seus olhos tão dourados como a peça de ouro mais refinada. Os fios prateados voavam e as borboletas amarelas tocavam todo o corpo da mulher, como se a protegessem de algum mal.


— Minha avó ficará preocupada, além do quê não quero deixá-la sozinha. – disse Matthew, mantendo o olhar firme e que transmitia toda a sua preocupação para com Woona.


— Eu vou protegê-la, não se preocupe. – Respondeu Jiwoo, seus lábios expressando um sorriso verdadeiro — Woona é muito importante para mim assim como é para ti, jamais permitiria que algum mal a atingisse.


— Obrigado por cuidar dela todo esse tempo. – Matthew dessa vez se permitiu sorrir, sentindo-se mais aliviado por saber que sua avó ficaria bem.


Para ele não importava mais estar naquela situação, pois se algo ocorresse com Woona ele jamais se perdoaria, sua querida mãe é importante demais para a sua vida, não conseguiria carregar a dor de perdê-la da mesma forma que perdeu o seu amado avô.


— Como poderei provar que sou uma pessoa boa? – Perguntou em um tom baixo, mas audível por causa da proximidade de ambos.


— Zele pelo meu lar. – Piscou para o rapaz, deixando a mente de Matthew ainda mais confusa com aquela frase um pouco suspeita e enigmática.


Jiwoo saiu do lugar e voltou até o seu templo, a cada passo que andava sentia as árvores e ouvia os desabafos de cada ser vivo presente naquela floresta e das pessoas que viviam na cidade. Desde que se tornou uma divindade, era capaz de ouvir as orações e os corações sofridos de seus fiéis. Eles eram o seu povo e queria fazer de tudo para deixá-los bem, entretanto confessava ser duro suportar toda a intensidade das vozes.


Matthew. O que sabia sobre o rapaz de fios castanhos era apenas o que Woona lhe contava, precisava ter mais respostas e somente assim poderia ter a certeza de que ele era confiável, pois nem mesmo o amor de sua velha amiga seria capaz de salvá-lo de seu julgamento.


E era pensando na Kim que resolveu mandar uma mensagem, informando sobre Matthew mas não revelando que o rapaz estava preso. Sabia bem que seria um impacto para a mais velha, e em seu estado fragilizado o melhor era evitar notícias ruins.


Ao enviar a mensagem se manteve em observar alguns fiéis vindo ao seu templo em busca de auxílio, muitas vezes pela saúde de algum parente ou a suportar os seus problemas particulares. Para Jiwoo era difícil lidar com situações daquele nível, pois em toda a sua soberania ainda não passava de uma deusa de patamar baixo, não sendo capaz de realizar atos grandiosos como impedir a morte de alguém.


Muitas vezes se sentia por não conseguir realizar todos os pedidos, contudo, Woona serviu de muita ajuda naqueles momentos tortuosos, falando palavras gentis e a fazendo compreender que a deusa fazia mais do que o suficiente e isso era o que importava no momento.


E com o passar do tempo a noite caiu, estava na hora de alimentar o prisioneiro e começar com os seus interrogatórios que não eram tão sérios como o nome sugeria. Voltou em direção ao local onde o rapaz estava preso, encontrando-o em um sono profundo e coberto com uma grande folha.


— Vocês são muito bonzinhos com ele, então devo imaginar que essa tarde serviu como um avanço. – disse para os animais que estavam próximos a prisão, zelando pelo sono do estranho que parecia mais próximo do que os demais visitantes.


Jiwoo sentou-se de frente ao rapaz adormecido, separados apenas pelas grades feitas de madeira. Sua destra alcançou o rosto amorenado, tocando delicadamente os traços fortes que carregavam o gene de Woona.


— De fato vocês são parecidos, espero que a alma seja de alguma forma semelhante, assim poderei confiar em alguém novamente quando ela partir – disse tudo de forma sussurrada, sorrindo pequeno para a expressão fofa que o rapaz fazia enquanto estava adormecido.


Afastou a mão e resolveu se levantar, avisando aos animais para que o alimentassem e depois vigiassem o "prisioneiro".


A noite era o momento mais perigoso, pois foi em noites como aquela que o primeiro humano descobriu sobre sua existência, tornando-a uma deusa e por isso tomava sempre cuidado redobrado, impedindo que qualquer um adentrasse o território naquele horário.


A floresta a noite se tornava um território proibido, sendo um perigo se arriscar em meio a mata e as feras que protegiam todo o ambiente regido por Jiwoo.


Finally surfaced above downs
(Finalmente emergiu sobre as dúvidas)
Feeling her boldest, she came around
(Sentindo-se mais ousada, ela se deu conta)
Cause she's a goddess
(Porque ela é uma deusa)
Finally saw this
(Finalmente enxergou isso)


[...]


Dois dias haviam se passado e Matthew permanecia como um prisioneiro da divindade, mas para Woona ele estava sendo ensinado pessoalmente por Jiwoo, como forma de proteger o seu lar no futuro.


Nesses dois dias em que esteve ali, acorrentado naquela espécie de jaula, o rapaz conseguiu compreender a natureza de uma forma ainda mais clara. Ele entendeu a questão da sobrevivência, do famoso Ciclo da vida, mas principalmente da forma como Jiwoo era tão adorada por todos.


O seu nome era de fato belo assim como a dona, combinava perfeitamente com a deusa de olhos dourados e fios prateados; assim como não tinha como negar a beleza esplendorosa da mulher que cuidava e ainda o mantia como prisioneiro.


Aos poucos o Kim ia compreendendo o que Jiwoo queria dizer com "zelar pelo seu lar", o que começou a praticar mesmo atrás das grades de madeira e raízes. Matthew fazia questão de alimentar os animais, cuidar dos ferimentos e proteger os pequeninos indefesos que se escondiam junto a si naquela prisão.


E sem perceber o tempo ia passando e ele se afeiçoava ainda mais aquele ambiente natural, aqueles animais tão dóceis e inofensivos, mesmo que as presas deixassem claro que eram predadores. Ele estava amando a natureza, os animais, tudo ao seu redor.


Suas ações bondosas conseguiram conquistar a confiança de Jiwoo – a deusa sempre preocupada e enigmática – que concordou em liberá-lo para poder retornar a casa de sua amada avó, essa que fez questão de vir buscá-lo para ouvir a verdade sobre a história contada pela deusa.


Woona deu altas risadas ao descobrir sobre a prisão de Matthew, o que deixou o Kim envergonhado e causou risadas na deusa de aparência juvenil.


— Na próxima vez tenta fazer as coisas de uma forma mais civilizada, partir para a briga nunca deve ser uma solução. – Woona começou a dá bronca em Matthew, tendo como resposta o rapaz de cabeça baixa ainda envergonhado.


WoonJin, confie em si mesmo e no seu potencial, a força nem sempre é capaz de salvar aquilo que ama, use a sua mente e o seu coração. – Aconselhou Jiwoo, acariciando os fios castanhos do rapaz que focou totalmente em si, como se estivesse hipnotizado.


— Obrigado por tudo, os dias que passei aqui serviram muito para pensar e refletir sobre as minhas atitudes. – Matthew se curvou em direção a deusa, mostrando respeito e agradecendo pelo tempo que havia ficado e aprendido sobre tudo.


— Agora sigam o caminho de volta, em segurança. – Jiwoo despediu-se de ambos, em seguida cada um seguiu o seu rumo e pôs em prática o ato de caridade e fraternidade que aprenderam ali.


Quanto mais o tempo passava mais Matthew estava decidido, optando por voltar e terminar o curso para exercer sua profissão ali na terra de sua avó, ficando próximo de sua mãe e da floresta que aprendeu a amar e cuidar.


Um mês havia passado em um piscar de olhos, como se todos aqueles dias animados e memoráveis tivessem acontecido em um mero piscar de olhos, deixando para trás três pessoas que confiavam uma na outra.


Matthew iria partir daqui a duas horas, suas malas estavam prontas e já havia se despedido da avó, faltava apenas Jiwoo e os animais da floresta. Sem mais delongas ele subiu a montanha, percorrendo todo o percurso até o santuário isolado da deusa, podendo avistar de longe os fios de cor prateada tão conhecida por si.


— Jiwoo! – Chamou pela mais velha, analisando os olhos dourados olharem para si, acompanhados de um sorriso largo e muito bonito.


— Veio se despedir? – Perguntou a deusa, seus olhos afiados percorrendo por todas a feição do rapaz.


— Não é um adeus, eu voltarei para Ilsan, para os braços de minha avó e o conforto dos seus. – Respondeu Matthew, aproximando-se da deusa e ficando próximo a ela.


— Uma deusa sempre abriga mais um em suas orações, então seja bem vindo. – Estendeu as mãos delicadas que foram seguradas pelas fortes do Kim, que fitou-lhe com atenção — Espero que essa decisão te deixe feliz.


Vocês duas são a minha família, não existe coisa no mundo que me faça arrepender disso. – Entrelaçou os seus dedos com os de Jiwoo, que encontrava-se um pouco confusa com toda a situação.


— Fico feliz em ouvir isso. – Respondeu de forma simplória, sorrindo largo para o Kim — Antes de ir quer fazer alguma oração? Quem sabe pedir por uma namorada bonita? – Sugeriu a divindade, soltando o entrelaço das mãos e sorrindo de forma sugestiva.


— Não preciso fazer nenhuma oração, estou olhando para tudo o que preciso e já abracei o meu mundo hoje. – disse Matthew, seu olhar mantendo-se firme nos olhos dourados que pareciam um pouco vacilantes.


— Obrigada por me considerar tão especial, você é um rapaz sonhador e merece ganhar o mundo. – Fechou seus olhos e sentiu a brisa calma lhe abraçar com delicadeza — Woona iria chorar ao te ouvir chamá-la de "meu mundo".


— Sim. – Soltou uma fraca risada, não deixando de admirar a beleza da brisa suave balançando aqueles fios prateados que tanto amava — Então posso considerar o seu agradecimento como uma resposta positiva?


— De quê exatamente? – Questionou a deusa, mesmo sabendo a resposta.


— De que aceita todos os meus sentimentos de agora e que virão futuramente. – Respondeu o Kim, mantendo o olhar ainda firme e sem nenhum medo de expressar como se sentia.


Talvez. – Aproximou-se novamente do rapaz, deixando os rostos quase colados — Me prove que é merecedor dos meus possíveis sentimentos por ti.


— Como? – Matthew sorriu pequeno.


Zele pelo meu coração e o meu povo.


— Como desejar, minha amada deusa.


O balançar das árvores e a delicada ventania eram a prova de que o futuro de ambos estava selado, que duas almas completamente opostas e de mundos diferentes eram capazes de amar uma a outra, zelar pelo bem estar delas mesmas e das pessoas que amavam de coração.


Pois o amor pode nascer no próprio vazio, assim como um pequeno broto nascido de uma minúscula semente pode se tornar uma árvore gigantesca, capaz de dar frutos por muitas gerações.


*Notas Finais*


Primeiramente gostaria de agradecer a xxliswa por essa capa maravilhosa, estou realmente encantada com a maneira como representou por completo a minha história, estou nas nuvens com essa obra de arte, muito obrigada de verdade 💖💞💖💞💖💞


Espero que todos tenham gostado, que mais escritoras de bwoo possam surgir e que vocês explorem todos os tipos de tema com eles. Deem amor ao KARD!


Twitter: @stephy_lilian


CuriousCat:

https://curiouscat.me/stephy_lilian


Nos vemos em uma próxima história 💞

7 de Mayo de 2020 a las 18:17 0 Reporte Insertar Seguir historia
3
Fin

Conoce al autor

Ageha Sakura >> why do you still wishing to fly? >> taekook is a cute world sope ; bwoo ; kaisoo ; markson ; hyudawn twitter: @stephy_lilian [Ficwriter]

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