makitasama Makita Sama

Desde o começo da nossa vida amorosa até os dias de hoje eu ainda o amo da mesma forma, com a mesma intensidade e tudo o que eu quero é continuar ao seu lado.


LGBT+ Todo público.

#Romance-fofo
Cuento corto
0
4.0mil VISITAS
Completado
tiempo de lectura
AA Compartir

Homem que tanto amo

Quando cheguei ao local de toda quarta-feira estava com meu coração acelerado, pois seria diferente e ele mesmo disse isso na semana passada, deixando-me nervoso para hoje.

— O que foi? Não vai ser de outro mundo, Osmar. — Ainda estranho quando falam meu nome, porém isso não importa.

— Eu sei disso, mas... — Antes que eu pudesse falar qualquer palavra, seus olhos me causaram uma calmaria diante de tanta vergonha e medo juntos.

— Sem “mas”, apenas vamos. — Ao final da fala segurou a minha mão direita e me levou para o nosso lugar de tomar café da manhã.

Parecia tudo normal até então, fazendo-me estranhar a situação rotineira, nisso fez um pedido bem mais caro, com vários tipos de comidas. Demorei alguns minutos para acreditar que era de fato meu namorado, porque ele quase nunca gasta demais, tanto que se eu penso em pedir algo mais caro desisto na hora e acabo pagando por conta própria.

Após essa refeição enorme fiquei sem saber como continuar o dia por conta da quantidade exagerada de alimentos, contudo meus alunos precisam de mim e dos meus ensinamentos.

— Pronto? — De certa forma eu não estava pronto, uma vez que eu ainda não havia processado tudo na minha mente, mas aos poucos eu conseguirei.

— Não, mas vamos nessa. — Espero que hoje os alunos do terceiro ano estejam mais calmos e mais respeitosos, é difícil dar aula em uma sala assim.

Se bem que da última vez eles não foram tão chatos assim, então o jeito é esperar para ver ainda mais que eu só vou descobrir isso depois do intervalo.

Depois de respirar bem fundo entrei para a aula no cursinho e continuei o conteúdo do caderno com a teoria, esta bem curta pelo fato de que os artistas modernos não possuem características fixas iguais aos tradicionais, e com exercícios.

É maravilhoso ensinar a matéria com o silêncio total e é uma recompensa para ambos os lados, já que eu termino antes do sinal e eles aproveitam o tempo livre para estudar outras matérias, além de conversarem um pouco.

Só é chato ter que andar tanto até a sala dos professores, mas tudo tem seu preço, principalmente nessa escola com várias classes.

— Achei que não chegaria hoje aqui, haja lerdeza. — Às vezes nem parece que namoramos, contudo ele é assim mesmo.

— Mas eu cheguei. — Abracei-o com bastante força e sentei ao seu lado, observando-o várias vezes com sorrisos.

Ainda que tenhamos ficado pouco tempo juntos, foi o suficiente para ficarmos mais calmos e até mesmo para ele diminuir seu lado ácido durante as aulas.

De certa forma é chato ter tantos cadernos somente para um movimento literário, mas como ele cai tanto nas provas não podemos fazer nada, senão aceitar.

Quando eu fechei o caderno e o som alto tocou, corri até o nosso ponto de encontro e no meio do caminho tropecei e caí no chão, isto é, eu achava que tinha caído de cara no piso.

— Por que correu? Poderia ter se machucado de verdade, seu idiota. — Meu rosto corou no mesmo instante e eu fiquei sem saber como reagir, já que era a primeira vez que isso acontecia conosco dentro da escola.

— Desculpe e obrigado. — Em meio aos gaguejos vergonhosos notei sua face também com tons de vermelho nas bochechas, algo raro de se ver.

Alguns alunos ficaram chocados com a situação, enquanto que outros estavam felizes por nós, alias, tinha um grupo comemorando o fato de nós sermos um casal de verdade e não só uma mera ilusão da cabeça deles, vai entender.

Considerei um avanço não ver um olhar preconceituoso naquela multidão de jovens e adultos, pena que com tanta confusão perdemos os cinco minutos de forma rápida.

— Quem mandou você tentar se apressar? Enfim, foi bom termos um momento juntos.

— Concordo. — Segurei a sua mão por uns segundos e voltei ao meu rumo, no caso, outra sala de cursinho.

Assim que cheguei à classe ouvi um grito bem alto do meu colega de trabalho, tanto que me arrepiei inteiro após ouvir tal palavra naquele tom de voz.

Embora eu tenha me desvirtuado pela falta de costume diante do som extremamente alto, voltei ao meu foco antes que isso atrapalhasse meus alunos e a mim, já que não quero correr de novo e cair nos braços dele.

Jamais imaginei que passaria tamanha vergonha em público, entretanto pensamentos assim somente com o bater do sinal.

Agora eu entendo o motivo do meu namorado sempre reclamar comigo sobre eu viajar demais nos assuntos, ainda mais que ele está certo e eu não sei como mudar as minhas atitudes nesse sentido, infelizmente.

— Desculpe por ter sido frio naquela hora, é que eu fiquei com medo de você ter se machucado ou tiver tido problemas com tanta aparição por um erro simples. Quer jantar hoje à noite? — Ele está mesmo diferente hoje.

— Sim, amor. — Esperamos o intervalo para decidirmos o local da noite especial, pois vinte minutos eram mais do que suficientes, ou era o que nós achávamos.

Enquanto pedíamos para reservar as mesas, muitos já estavam lotados ou fechados durante o nosso horário livre após as aulas noturnas, atrapalhando-nos diante da nossa decisão.

Infelizmente demoramos tanto a ponto de o sinal tocar e como nossas escolhas eram limitadas, fomos rápidos às salas de aula ou seria uma perda ainda maior de tempo por conta de algo que deveria ser simples.

Ao entrar no terceiro ano já notei que seria um dia mais difícil por ser trote e sempre que há fantasias há uma conversa sem fim, ou seja, um horror, mas nada que a gente não resolva ao longo desses noventa minutos.

— Qual é o trote de hoje? — Todos me olharam com um sorriso e logo me responderam sem nem pensar duas vezes.

— É de fantasia! Quer algum chapéu, capa, óculos? — Já que eu participei dos outros trotes de quarta também, por que não?

— Claro, mas quero o máximo de silêncio possível, ai quem sabe não sobra um tempo livre no final das duas aulas? — É só falar sobre ter tempo livre que eles ficam em silêncio de cara, no entanto até eu gosto disso.

Terminado o acordo peguei um par de óculos, uma capa, um chapéu e até mesmo um colar, achei bem engraçado e nem precisaram pedir a foto, pois eu mesmo tirei uma para mostrar ao meu namorado e para risadas futuras. As com os alunos deixei para o final dos quarenta e cinco minutos, senão perderia ainda mais tempo.

Eu noto algo bem chato quanto a alguns professores, porque percebo que nem todos dão a mesma aula do cursinho para os estudantes do terceiro ano, não sei bem o motivo, contudo se é para igualar o conteúdo, então a forma de lecionar também deveria ser a mesma.

— Não falei? Agora quem quiser tirar foto comigo fique a vontade, assim como quem quiser ir ao banheiro, tomar água. — Dessa vez mais pessoas decidiram ter uma recordação comigo, isso me deixou feliz.

Sei a pressão deles por conta da faculdade, do futuro emprego e vê-los se divertirem mesmo com tantos problemas me faz sentir melhor durante um tempo. Pena que poucos vão seguir o caminho da arte, principalmente da escrita, contudo é de se imaginar.

— Professor tem alguém na porta. — Estranhei essa fala vinda de um dos alunos e pelo tom de voz ser sério fui ao local ver quem era.

Para a minha surpresa era justamente ele querendo conversar sobre o nosso jantar de hoje.

— Consegui um restaurante... —Seu tom de voz passou do entusiasmado para o de risada em poucos segundos ao ver meu traje — O que você está usando? Saiu de uma festa fantasia surpresa?

— De certa forma sim, já que estão no trote de fantasia. E sério?! Que maravilhoso! — Meus olhos se encheram de lágrimas de tanta felicidade, a ponto de os alunos também sentirem essa emoção somente enquanto espectadores.

Amo essa sensação de alegria em todo meu corpo, tanto que eu adoraria tê-la por vários dias e não apenas nessas horas.

Chega a ser chato termos poucos minutos juntos no ambiente escolar da manhã, ainda sim o importante é aproveitar cada segundo perto dele, ouvindo a voz maravilhosa dele, além de receber seu carinho e sua proteção.

— Posso tirar uma foto para usar futuramente? Não quero perder mais a lembrança de te ver tão engraçado e fofo ao mesmo tempo. — Concordei, afinal, eu fiz isso também ainda que não pelos mesmos motivos.

Respirei fundo ou eu o beijaria em um lugar inapropriado, mas pelo menos a vontade foi passageira ainda bem.

Diante de tantos acontecimentos o sinal de volta tocou, obrigando-o a retornar antes que desse problema.

— Logo mais isso acaba e podemos almoçar juntos. — Sorri e me despedi para a segunda parte do conteúdo.

Enfim, cansei de narrar todo meu dia de trabalho, por isso vamos direto ao jantar.

Ambos tomamos um belo banho, penteamos os cabelos, ou o que ainda tem dos escassos fios restantes em sua cabeça, colocamos as roupas mais formais e saímos com meu carro para podermos gastar gasolina sem medo.

Por sorte o restaurante é próximo da minha casa, portanto chegamos sem atrasos.

— Vou levá-los a mesa. — Senti-me poderoso pela fala do atendente, mas é apenas uma norma nesses locais mais refinados.

— Gostou do lugar, amor?

— Eu amei. — Olhamos para a janela e vimos a linda lua com seu brilho maravilhoso, este causando-nos lembranças de quantos nos conhecemos no começo da minha carreira naquela rede escolar.

— Obrigado por tudo meu amor. Eu te amo. — Os olhos dele ficaram cheios de lágrimas, além de um lindo sorriso no rosto junto ao segurar das minhas mãos em cima da mesa.

— Eu também te amo. — Nisso beijou meus lábios com leveza igual ao nosso primeiro encontro.

1 de Marzo de 2020 a las 02:24 0 Reporte Insertar Seguir historia
0
Fin

Conoce al autor

Comenta algo

Publica!
No hay comentarios aún. ¡Conviértete en el primero en decir algo!
~