Cuento corto
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único

A diversidade colorida daquele céu não se refletia no mar de areia abaixo de nós, e Kicha sempre reclamava por você viver de cabeça baixa. Ela dizia que em nossos pés só havia areia grossa e por vezes pedregulhos, enquanto o céu brilhava num espetáculo único acima de nossas cabeças. Mas você dava de ombros, e continuava a chutar pedras por aí.

Parecia não gostar das estrelas. Na verdade, você parecia não gostar de nada. E eu te achava meio que um idiota insensível até te obrigar a falar comigo, numa daquelas manhãs tão brilhantes que chegavam a me enojar. Acontece que você também tinha nojo daquele tempo, e foi mais ou menos por aí que as coisas começaram a dar certo entre nós.

Na nossa primeira noite nas entranhas, você falou sobre o céu, do jeito que Kicha gostava. E eu vi pela primeira vez aquele seu lado doce.

(Você é amargo até que alguém precise de sua doçura. É uma forma bonita de ser.)

No fundo, acho que sempre soube do quão especial você era. Só não quis aceitar com todas as letras. Talvez você me deixasse se eu dissesse, ou te arrancassem de nós (de mim).

Desculpe se te magoei com isso. Você estava meio perdido, não é? Thymia pode ser assustadora as vezes. E eu fingi não ver tua mão estendida, enquanto teu corpo afundava naquele oceano áspero. Eu não mereço suas lágrimas; nem me disponibilizei a enxuga-las naquelas noites em que o céu não existia para nós.

Então não chore por mim. Não corra atrás do meu barco, você não encontrará conforto algum aqui.

Saia daqui. Volte à baleia de lama e conte as estrelas com ela.

Tenho certeza de que o céu está lindo hoje.

25 de Febrero de 2020 a las 19:26 0 Reporte Insertar Seguir historia
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Fin

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Bar-t-t-tender pequena criatura invisível

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