thammirb Thammi RB

“Uma lenda antiga vai agitar as correntezas dos sete mares e as águas translúcidas se tingiram de vermelho”. Kurama o terrível capitão do infame navio pirata Kyuubi encontrou mais do que esperava em seu último saque. Um desconhecido de olhos negros e pele pálida com um passado misterioso marcado por seu pior inimigo. Esse encontro vai engatilhar a roda do destino e iniciar uma corrida, não por ouro e prata, mas por justiça, liberdade e vingança. E aquele acostumado a seduzir pode acabar se afogando. “... Tome sempre cuidado com o canto da sereia”.


Fanfiction Anime/Manga Sólo para mayores de 18.

#romance #drama #pirata #yaoi #aventura #lemon #naruto #narusasu #sasunaru #shiita #gaaino #sns #yuri #orange #hentai #ação
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Capitulo I - Gatilho do Destino

Disclaimer: Os personagens da fanfic pertencem a Masashi Kishimoto, apenas o enredo é de minha autoria.

Avisos:A história vai conter interações homossexuais e heterossexuais. Cenas de sexo, palavras de baixo calão e violência.

✦Os casais principais serão NaruSasuNaru – ShiIta – GaaIno. Esses terão desenvolvimento assíduo durante a história, mas outros casais do fadom também serão citados. Alguns bem “tradicionais” e outros nem tanto, vai depender muito do gosto de cada um.

Os gêneros são: Ação, Aventura, Drama, Romance, Yaoi, Yuri, lemon, Orange, hentai.




Correntezas Escarlates

Capitulo I

Gatilho do Destino

Uzushio – 1702

Um sorriso amoroso enfeitou os lábios de Kushina ao ver o filho sentado na areia olhando para ondas do mar como se fossem a única coisa que importassem naquele mundo. Quase foi o suficiente para amenizar sua raiva por aquele rapazinho ter desaparecido no meio da noite. Quase.

Aproximou-se com passos tranquilos. Entendia o fascínio do seu pequeno aventureiro, ele tinha sangue Uzumaki e os Uzumakis eram corsários a gerações. Até aquela ilha, Uzushio, pertencia a sua família desde o tempo de seus antepassados, antigamente utilizada como local de descanso e despensa para as pilhagens, hoje era a casa deles.

- O que tem a dizer em sua defesa? – Colocou as mãos na cintura em uma falsa postura zangada.

- Eu sabia que me encontraria. – Sorriu, aos sete anos, no franzino garoto loiro de olhos azuis intensos, faltava um dentinho da frente. – Você sempre me acha.

A mulher de cabelos escarlates não resistiu e terminou se derretendo por aquele sorriso banguela, junto com a forma como as estrelas refletiam nos olhos claros herdados do pai. Suspirou e terminou sentando ao lado dele para observar o mar, sua mão foi para os fios cor de ouro.

- Você sente, não é? O oceano chamando você... Todos nós sentimos isso, os Uzumakis. – Puxou-o para seu colo e apoiou o queixo no topo da cabeça do filho, entrelaçando suas mãos. – Um dia você vai atender esse chamado.

- Eu vou? – A voz jovem soava cheia de expectativa.

- Claro que vai, mas... – A sensação desconhecida que vinha de tempos em tempos e que ela nem sempre conseguia ignorar fez sua pele se arrepiar, e o vento gelado da madrugada não teve nada haver com isso, então entonou as palavras que surgiam do âmago do seu ser. – Vai ser muito perigoso porque o oceano carrega seu destino meu filho e o seu destino esta entrelaçado...-

- Mamãe? – Naruto piscou sem entender o porquê da voz de Kushina ter ficado tão diferente.

A bucaneira respirou fundo para afastar aquelas sensações incomodas. Apertou seu pequeno mundo entre os braços ciente de que o tempo que teria com ele seguro ao seu lado era limitado.

- Você quer ouvir uma antiga história do oceano?

- Que tipo de história? – A mãozinha pequena começou a brincar com a areia.

- É uma lenda antiga passada de geração em geração na nossa família. – Sorriu ao recordar que tinha quase a mesma idade quando seu pai contou aquele conto para ela pela primeira vez. – Mas só se você for grande o suficiente para ouvir.

- Eu sou! Eu sou! O vovô sempre diz que eu vou ser o Capitão Kurama, a raposa dos mares, o pirata mais temido de todos os tempos!

- Você vai ser meu amor, eu tenho certeza de que vai ser. – A vivacidade de Naruto era um balsamo para sua vida. – Vamos ver... Um dia a muito, muito tempo uma linda sereia se arriscou a vir para a terra porque tinha se apaixonado por um grande marinheiro. Entretanto, sereias são criaturas de grande poder e todos queriam captura-la para usa-la em beneficio próprio.

- Por quê? – A testa do menino se franziu em raiva e confusão. – Por que eles queriam fazer mal a sereia?

- Bem, sereias não são boazinhas, arrastam homens para o fundo do mar e se alimentam da carne deles – apertou a barriga do filho que gritou indignado pelo susto e pelas cócegas. – Mas elas também são as únicas que sabem todos os segredos do oceano e o tipo de poderes que ele esconde. – Os dois fixaram os olhos na imensidão azul escura pela noite ouvindo o som das ondas quebrando. – Lembre-se sempre de ter cuidado com o canto da sereia quanto estiver no mar.

Naruto estremeceu de leve e se agarrou mais na mãe que apenas riu suavemente beijando a bochecha infantil. Ia terminar de contar a história, mas o som de passos rápidos vindo pela areia chamou atenção de mãe e filho. Jiraya, capitão do navio Kyuubi, parecia agitado e sua expressão mostrava que o patriarca da família Uzumaki tinha grandes preocupações.

- Kushina, minha filha, nós temos um problema. Vocês dois precisam fugir agora mesmo. – Ditou brusco já pegando o neto no colo e andando com ele.

- Pai?! – A mulher saltou do lugar que estava sentada e começou a segui-lo sem entender. – O que está acontecendo?

- Não há tempo, eu preciso que fiquem seguros.

- Vovô a mamãe não terminou de me contar a história da sereia que se apaixonou por um humano – Naruto reclamou emburrado.

O homem mais velho interrompeu seus passos e olhou para os olhos azuis como o mar mais profundo que o neto herdou do lado paterno. Ele era tão jovem, tão inocente. Não merecia ser envolvido em algo tão macabro.

- Ela vai ter tempo de te contar o restante no navio. A partir de hoje a sua mãe é a nova Capitã do Kyuubi.

- O que?! – A exclamação de Kushina quase foi ofuscada pelo ofego de felicidade do menino que não entendia o que aquilo significava, eram poucas as razões que alguém deixava de ser capitão, mas a principal delas era a morte e se Jiraya a estava nomeando capitã era porque algo que não tinha conhecimento estava acontecendo. Pegou o filho de volta. – O que está acontecendo pai?

Um segundo depois o silencio da madrugada foi quebrado pelo som de tiros de canhões e se iluminou com fogo quando as casas arderam em chamas ao serem atingidas. Estavam sendo atacados, mas isso não devia ser possível, ninguém além deles e da tripulação sabia a localização exata de Uzushio.

- Ele está aqui – Jiraya apertou os punhos. – Ele nos achou.

No meio da escuridão a luz da lua cheia e das chamas refletiu o imenso navio e o animal rastejante que se destacava na bandeira negra. Naruto arregalou os olhos e foi como se seu cérebro pintasse um quadro daquela cena. Uma que jamais esqueceria.

“Lembre-se sempre de ter cuidado...”

Arredores do Monastério Nuestra Senora – 1722

(20 anos depois)

- Sempre tenha cuidado...

- Kurama!

Os olhos azuis se abriram, estivera viajando no passado nos últimos minutos e não gostou nada de ser interrompido, mesmo que fosse pelo seu primeiro imediato e melhor amigo.

- O que foi Shikamaru?

Shikamaru Nara revirou os olhos, aquele idiota tinha como hábito esquecer que ele era o capitão e sem as ordens dele o navio ficava completamente a deriva. Não que ele fosse um mal marinheiro, muito pelo contrário, a fama do pirata Kurama, a raposa demoníaca dos mares era o suficiente para fazer alguns homens se borrarem de medo e aquele desgraçado conseguia fazer isso com o mínimo de mortes possíveis.

- Você ainda não deu sua resposta.

- Do que? – Bebeu rum da garrada que carregava consigo de forma diligente.

- Shukaku, ele vai estar em Sirena e quer falar com você. Nós vamos imediatamente ou vamos fazer uma última pilhagem antes?

O loiro refletiu sem tirar os olhos do mar. Volta e meia ouvia um som suave através das espumas formadas pelas ondas, era como uma voz encantadora que o guiava nas suas aventuras desde sempre. Só uma pessoa no mundo conhecia aquele fato e embora o alertasse a ser cuidado, nunca resistia aquele cântico desconhecido.

- Onde seria esse saque?

- No Monastério Nuestra Senora, poucos guardas e muito ouro. Sabe como esses cristões gostam de coisas brilhantes. – Deu ombros sabendo que o Uzumaki estava calculando os prós e os contras. – Não acho que alguns tesouros a mais fariam mal, ainda mais se considerarmos que estamos indo para Sirena.

As palavras foram analisadas pelo capitão que fechou os olhos para escutar o palpite de onde deveria ir primeiro.

- Mude nosso curso para o monastério. – Bebeu o restante do rum sentindo o vento ficar mais forte impulsionando o navio que acelerou sobre as águas salgadas. – Vamos ver que tipo de surpresas esses monges guardam para nós. – Abriu um sorriso cheio de promessas que lhe garantia o titulo de raposa demoníaca do mar.

Konoha – Sede da Marinha

A mesa do café da manhã era invejosamente farta e aproveitada por seus ocupantes de forma silenciosa. Os únicos que quebravam a tradicional falta de barulho eram as duas crianças de pouco mais de cinco anos que pouco se abalavam com a expressão séria do pai.

- Itachi, você não acha que é cedo para eles terem lições tão rígidas? – Izumi decidiu fazer uma última tentativa de dialogar com o marido sobre o assunto.

Entendia que devido à posição social deles era de se esperar que seus filhos começassem a se educar bem cedo, mas não tinha gostado nada dos horários impostos por aquele preceptor. Sabia que provavelmente aquela seria uma batalha inútil por que aquilo que o grande Capitão de Mar e Guerra da Marinha Itachi Uchiha decidia, dificilmente podia ser contornado, mas nada a impediria de tentar negociar.

- Quanto mais cedo melhor Izumi. – Limpou a boca com o guardanapo de pano imaculado. – Eles não vão ser crianças para sempre e precisam estar preparados para o futuro.

- Eu compreendo. – Tentou não demonstrar sua exasperação. – Só acho que essa rotina de aulas é muito intensa e crianças precisam ser crianças enquanto podem.

O oficial da marinha apoiou as mãos na superfície da mesa e imediatamente Izumi de calou ciente de que aquele era o momento de recuar. Itachi jamais alterava a voz ou usava fins violentos para se impor, não era preciso, afinal apenas sua presença e voz, na verdade até seu silencio era o suficiente para demonstrar sua dominância.

- Infelizmente minha queria o mundo não permite que crianças sejam crianças. – Ele mesmo era a maior prova disso. – Diminua as aulas se isso a agrada, mas eles devem aprender como a sociedade funciona.

Os lábios femininos lutaram para não demonstrar o sorriso que queria dar ao esposo. Itachi podia ser rígido, mas ao mesmo ponderava os seus pedidos graças ao carinho que nutria por si. Só era lastimável que carinho seria tudo que teria do marido.

- Lembre-se que eu vou convidar o Almirante de Esquadra para jantar conosco amanhã, faça os preparativos.

Toda a satisfação de Izumi se esvaiu rapidamente ao ser lembrada que aquele homem viria até sua casa outra vez. Entendia que seu esposo devia muito a ele, mas não conseguia confiar naqueles olhos tão isentos de emoções.

- É claro – sorriu educada. – Seu tio e primo também virão?

- É possível, estenderei o convite a eles hoje na reunião.

- Eu ouvi convite?

Os ocupantes da mesa desviaram-se para o homem moreno de cabelos ondulados que havia acabado de entrar. Ele era bem parecido com Itachi e ao mesmo tempo não era, sua expressão não era tão ilegível e decididamente podia-se dizer que era uma pessoa quente. Izanami e Izanagi sorriam amplos ao identificar o visitante e até esqueceram os bons modos.

- Tio Shisui! – As crianças correram para abraçar o Uchiha que pegou um em cada braço.

- Shisui. – Izumi levantou da cadeira para cumprimentar devidamente o primo do esposo. – É ótimo ver você, aceita tomar o dejejum conosco?

- Eu adoraria, mas a verdade é que vim sequestrar seu marido.

Os dois pares de olhos negros se encontraram. A ligação durou menos de um segundo e Itachi foi quem desviou primeiro como sempre.

- Qual o motivo da visita? – O genitor dos gêmeos levantou pegando o chapéu que compunha seu uniforme.

- Lorde Minato voltou de Suna e quer discutir estratégias novas aproveitando a presença do Almirante de Esquadra. Ele pede prioridade.

- É claro. – Virou-se para a esposa. – Tenho muitos assuntos para resolver no Amaterasu. – Amaterasu era seu navio. – É provável que só retorne amanhã com os convidados para o jantar.

- Certo. – Izumi engoliu o nó que se formou na sua garganta com a polidez do homem que chamava de marido.

O Capitão da marinha esperou o primo colocar seus filhos gêmeos no chão e se despediu dos dois com leves afagos nos cabelos negros. Shisui, por outro lado, foi mais caloroso e abraçou as crianças beijando suas testas antes de seguir o outro para fora.

Entraram na carruagem sem dizer nada, geralmente preferiram andar a cavalo, mas o Lorde de Konoha não parecia disposto a esperar e levaria algum tempo para selares suas montarias.

- Meu pai confirmou presença na reunião de hoje – Shisui foi vencido pelo silêncio primeiro.

- Bom, faz tempo que eu não o vejo.

Kagami Uchiha, pai de Shisui era uma grande navegador e por anos foi o primeiro imediato de Fugaku, pai de Itachi, além de companheiros no mar os dois genitores também eram primos de primeiro grau.

A história dos pais de Itachi parecia ter vindo direto das tavernas locais. Fugaku que chegou muito perto de ser Almirante da Marinha abdicou de tudo ao conhecer a esposa, Mikoto e constituir família. O Capitão do Sharingan que por anos teve a fama de ser um homem sem coração parecia não suportar a ideia de ficar muito tempo longe de sua belíssima mulher e futuramente de seus dois filhos. Contudo em um trágico infortúnio, Mikoto e Fugaku haviam morrido de forma precoce e repentinamente deixando Itachi órfão. Por sorte Kagami tomou para si a responsabilidade de criar o filho de seu primo e o fez com muito esmero, mesmo que aquela atitude tenha sido lamentável em alguns aspectos.

- Não é comum Minato nos convocar assim com tanta urgência. – Itachi comentou não querendo que aquele incomodo silêncio recaísse entre eles novamente. – Aconteceu alguma coisa?

- Você sabe que Minato é obcecado coma ideia de erradicar todos os piratas... Aquele em particular.

- Sim – o tom do mais novo ficou ainda mais gelado do que o normal. – Eu compartilho com ele essa ânsia em particular.

- Eu sei. – O rosto do outro Uchiha oscilou tristemente. – Parece que um dos espiões do Almirante conseguiu informações daquela ilha.

- Uzushio foi localizada? – Surpresa iluminou os olhos do capitão.

A ilha utilizada pela família de piratas Uzumaki jamais foi encontrada por nenhuma força da marinha, alguns acreditavam que ela não passava de uma lenda para aumentar a fama do clã de corsários.

- Não exatamente, mas indícios de que ela é muito real.

Discretamente o punho esquerdo de Itachi se cerrou e ele olhou pela janela divagando. O lado que estava dava vista para o mar que se estendia até o horizonte dando abrigo ao assassino da sua família.

Não por muito tempo.

☠☠☠

A parte boa em saquear tempos religiosos era que não restavam duvidas que a pilhagem seria satisfatória. A parte ruim? Não tinha a menor graça. Naruto avaliou as moedas de ouro com tédio. Sua tripulação invadiu o monastério tão rápido que os sacerdotes mal se deram conta do ocorrida até estarem todos ajoelhados no meio do pátio em quanto os piratas iam de cômodo em cômodo pegando tudo que fosse de valor.

- Ahoy! Isso saiu muito melhor que a encomenda. – Sakura Haruno, médica do navio ergueu uma corrente de ouro que na ponta tinha uma esmeralda do tamanho de um morango. – Posso ficar com essa?

Kurama assentiu sem entusiasmo, estava bem desapontado com a falta de emoção. Esperava que pelo menos em Sirena as coisas melhorassem, aproveitou que estava dentro do monastério para fazer uma oração silenciosa por uma linda bunda para se enfiar por horas, seria o que precisaria para aliviar a tensão que a falta de uma boa briga fazia.

- Acabaram?! – Gritou saindo da cadeira majestosa que parecia ser usado como um trono pelo alto sacerdote do lugar.

- Ala norte completamente limpa. – Kiba anunciou encantado com uma adaga de ouro.

- Noroeste também – Kakashi confirmou.

- Na oeste ficou faltando uma porta que parece ser um porão, que está muito bem trancada. – Rock Lee pediu desculpas com o olhar. – Nem eu consegui arromba-la.

As sobrancelhas loiras subiram, salas bem trancadas significavam tesouros mais valiosos. Não que pudesse reclamar do saque, pensou olhando a montanha de ouro e pedras preciosas, mas seria descortesia deixar alguma coisa para trás.

- Você. – Apontou para o sacerdote mais velho. – Onde estão as chaves da porta?

O idoso adornado por tecidos finos e que teve todas as joias roubadas tremia muito e estavam com as mãos unidas implorando para ser poupado. Vendo aquela cena deprimente, Naruto revirou os olhos irritado, aquele era exatamente o tipo de homem que gostava de matar, puxou a espada encostando a lamina na garganta do velho covarde.

- Eu não gosto de repetir minhas perguntas padre. – O tom do capitão conhecido como Kurama perdeu toda energia tranquila sendo substituído por uma ameaça real. – Onde está a chave? Eu quero saber o que esta escondido no seu porão.

O ameaçado perdeu completamente a compostura e praticamente desfaleceu aos pés do loiro, mas antes que esse pudesse expressar reações, um frade colocou-se de pé intercedendo pelo bispo.

- P-Por favor, espere – pediu enfiando a mão nos bolsos – Eu sou o responsável pelas chaves. – Retirou o pesado molho onde uma grande chave de ferro se destacava. – Essa aqui abre o porão, mas aquele lugar é usado apenas-

- Não estrague a surpresa monge – Shikamaru o pegou pela gola. – Guie o capitão até lá em silêncio e talvez, só talvez ninguém precise virar lanche de tubarão.

O frade se calou de imediato e evitou olhar para o líder do bando de piratas. O homem loiro possuía seis cicatrizes no rosto, como uma raposa e as marcas acentuavam sua selvageria e mesmo que tenha durado poucos segundos, foi o bastante para fazê-lo temer bastante pelo seu destino.

- Eu vou com você – Kakashi Hatake, mestre do Kyuubi anunciou já seguindo eles.

- Acha que eu não conseguiria me defender de um simples homenzinho religioso? – Naruto ironizou. – Além disso, nosso monge aqui não faria nada estúpido, não é monge?

O irmão sacudiu a cabeça em negação, orando ao seu Deus por misericórdia e para não sucumbir ao medo de ter aqueles dois fora da lei nas suas costas. Sabia que o capitão ficaria decepcionado quando descobrisse o que tinha por trás daquela porta e reforçou suas preces para não ser alvo de seu desgosto e fúria.

- Que lugar horrível para se viver. – Kakashi torceu a boca para as úmidas paredes de pedra com cheiro de mofo. – Quem em sã consciência escolhe viver em um lugar como esse?

- Viver para os desígnios de Deus é uma benção.

- É mesmo monge? – Naruto riu arteiro e passou um dos braços pelos ombros do cativo. – Já que estamos virando amigos me tire uma dúvida. Por que seu Deus precisa de tanto ouro e prata? Ele parece um tanto ganancioso para mim.

Ouvindo os risos dos homens o frade selou os lábios sabendo que aquilo não passava de uma provocação esdruxula e ele não ganharia nada respondendo.

- Acho que ele não gostou da pergunta Kurama. Devia pedir desculpas, lembre-se que não devemos zombar da fé alheia.

- Certo, certo... Desculpe se eu o ofendi meu nobre sacerdote, acho que esse tempo de isolamento roubou todo o seu senso de humor.

- O isolamento é uma das poucas maneiras de realmente se aproximar de Deus e eu o fiz por vocação.

- E vocês vivem felizes aqui? – O brilho nos olhos azuis deixava claro que o pirata estava se divertindo. – Não sentem nem um pouco de vontade de experimentar a liberdade?

- Nós estamos satisfeitos, servir a Deus nos basta para alcançar a plenitude da vida carnal.

Eles chegaram às escadas que dava ao porão e a grande porta de ferro de fato era maciça.

- Interessante padre... – Desceu os degraus atento. – Isso me lembra de uma vez que atacamos um convento e as freiras de lá se mostraram ansiosas para comungar conosco. – Abriu um sorriso raposino. – No sentindo bíblico.

Atrás deles, Kakashi gargalhou alto sendo capaz de sentir todo horror do jovem sacerdote. Naquele convento encontraram uma boa pilhagem, não tanto como a do monastério, mas a verdadeira recompensa veio das “esposas de Deus” que se mostraram mais versáteis e desinibidas que muitas prostitutas de Sirena. Ah essas beatas.

O frade emudeceu com a fala e engoliu a seco ao se ver diante da porta do porão e quando pararam de frente para ela hesitou em colocar a chave da fechadura.

- Qual o problema?

- Não há nada aqui que vá agrada-lo. – Respondeu ainda mantendo a cabeça abaixada. – Esse é um lugar usado para castigos e penitências apenas.

- E agora que você diz isso? – O mestre do navio imediato bufou irritado, mas foi silenciado pela mão de Naruto que se ergueu.

Estava com um pressentimento estranho, mesmo estando distante do mar a mesma sensação o puxava para aquele cômodo escondido.

- Abra a porta e deixe que eu mesmo decido se o que tem aí dentro vai me agradar ou não.

Ciente de que aqueles podiam ser seus últimos momentos de vida o frade decidiu que os passaria com o mínimo de dignidade e abriu a porta e o primeiro a entrar foi o líder dos piratas.

No primeiro momento não conseguiu distinguir nada do cômodo escuro que só tinha uma pequena janela com barras de ferro no alto de uma das paredes para ventilação. O cheiro de mofo misturado com maresia era quase insuportável mesmo para ele acostumado a passar dias no mar. Porém, assim que seus olhos se acostumaram com o breu pode distinguir uma pessoa encolhida contra um dos cantos da parede de pedra. A respiração dele estava alta e difícil, com certeza, adoecido pelo tempo preso ali. O que aquela pobre alma tinha feito para merecer um castigo como aquele?

- O que ele fez? – Indagou se aproximando do prisioneiro.

- Quebrou as regras. – Falou simples porque também não sabia os detalhes, as punições eram decididas pelo alto clero.

- Não é o seu Deus que prega perdão e misericórdia? – Criticou. – Forma estranha de demonstrar isso.

Ajoelhou-se para retirar os fios negros que cobriam o rosto alheio. Mesmo sem luz pode ver que era um jovem homem de pele extremamente pálida. O rosto, apesar de óbvia desnutrição tinha uma beleza singular e seu fôlego ficou preso na garganta quando ele entreabriu as pálpebras e se viu diante do par de olhos mais absurdamente negros do todos os sete mares. Podia-se dizer que a natureza havia retirado duas perolas negras do fundo do mar e colocado no rosto dele.

- Kurama, vamos – Kakashi apressou. – Temos que ir para Sirena e isso foi uma perda de tempo.

O capitão do Kyuubi ainda não tinha dissipado do prisioneiro, mas seu companheiro estava certo. Não havia nada que pudesse fazer ali. Levantou do chão e foi seguido pelas íris escuras que o encaram por um segundo antes de se esconderem mais uma vez. O rapaz se abraçou e virou de costas, os trapos que ele usava escorregaram pelo corpo magro deixando as costas delgadas expostas.

Naruto não sabia o porquê daquela cena tê-lo deixado tão perturbado, já tinha visto coisas muito piores e homens em pior estado na vida de pirata. Já na porta, deu uma última olhada no estranho, como o rosto a pele das costas dele também era extremamente branca e imaculada, exceto por uma cicatriz de queimadura. O coração do loiro disparou ao reconhecer o desenho e voltou para dentro do cômodo erguendo-o pelos braços.

- Quem é você?

- Naruto? – Kakashi chamou estranhando a movimentação.

- Onde conseguiu essa cicatriz? – Interrogou ferozmente.

- O que? – A voz masculina saiu fraca a rouca - Não sei do que tá falando... Me solta.

Só em toca-lo, Naruto percebeu que o moreno estava com uma febre altíssima e beirava a inconsciência. Porra, naquele estado ele não iria conseguir responder porquê tinha uma marca de queimadura com o mesmo símbolo da bandeira do navio que a vinte anos tinha atacado sua terra natal.

- Chame Sakura! – Ordenou a Kakashi. – Ele vem com a gente. – Olhou para o frade que observava tudo calado. – Reze para ele viver monge, viver para responder minhas perguntas ou cada uma das pessoas desse monastério vai ter um destino pior que a morte. – O homem de imediato ficou de joelhos tremendo sob o olhar demoníaco do Capitão Pirata. Esse ajeitou o enfermo nos braços, precisava tira-lo daquele lugar. – Qual seu nome? – Perguntou mais calmo, temeroso de que ele estivesse franco demais até para lhe dizer isso.

- Sasuke... Meu nome é Sasuke.


(***)

Espero que gostem dessa nova aventura tanto quanto eu^^

Beijos

6 de Febrero de 2020 a las 00:24 2 Reporte Insertar Seguir historia
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AB Ana Banana
Nunca li primeiro capítulo tão envolvente e perfeito.Estou ansiosa para o desenrolar da fanfic e já consigo imaginar o quanto vou gostar.
February 11, 2020, 05:22

  • Thammi RB Thammi RB
    Eu tô adorando desenvolver essa fic. Espero conseguir manter o clima de suspense. Sou apaixonada por fantasia. Vamos ver o que vai dar^^. Obrigada pelo comentário. February 16, 2020, 16:15
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