aloucadoscavalos A Louca dos Cavalos

Peter Parker se despede de Gwen Stacy, por não ter conseguido salvá-la na torre do relógio.


Fanfiction No para niños menores de 13.

#homem-aranha #peter-parker #Gwen-Stacy #despedida #songfic #emocionante
Cuento corto
1
4.5mil VISITAS
Completado
tiempo de lectura
AA Compartir

Gwen Stacy Está Morta

+

Os girassóis desabrocharam Gwen, mas para mim eles não possuem mais cores, ambos já estão mortos há muito tempo, o mundo está morto, eu estou morto, pois como o Sol é a fonte vital para os girassóis, Gwen, você era a minha. E o que restou para mim?

Um homem inútil que passa a viver pelo cemitério, fez amizade com a morte que resoluta, não me leva para junto de você, me pergunto se não iremos compartilhar também a morte; me passei por mentiroso em dizer que viveríamos para sempre?!

Suas bochechas rosadas, seu olhar gelatinoso pela paixão e as lágrimas que expunham fortemente o sentimento, o maldito tempo correndo, a horripilante lembrança dos ponteiros ecoando no grande Big Bang, as engrenagens tiquetaqueando com o som do inferno por meus ouvidos, fechei os olhos para não enxergar e tentei bloquear os sons, mas meu sentido aranha; expõe tudo.

Minha força não foi o suficiente para lhe proteger, talvez se eu tivesse ignorado o Duende Verde desde o princípio em que caía, talvez se eu não tivesse tentado nocauteá-lo primeiro, talvez se eu tivesse deixado que ele me acertasse; poderíamos estar juntos agora.

Seu sorriso é a minha ruína, lembrar que ele não existe mais com vida ou que não vou vê-lo além de minhas lembranças, suga minha existência lentamente; espero não estar decepcionada por minha antipatia, mas meu amor, todas as lágrimas que eu possuía eu as chorei junto ao seu corpo, naquele chão onde tudo despencava.

Meus dedos estão no couro vivo de tanto que eu afago aquele túmulo na esperança de que eu ouça um sussurro seu ou ao menos sua mão quente mais uma vez, suas vestes resvalando nas minhas, nossos corpos se aquecendo mais uma vez.

Eu desejava formar uma família com você Gwen, talvez nunca tivemos dito a oportunidade em falar sobre isso mas Deus; como eu desejava, ver novamente seus olhos em nossa criança e os meus cabelos rebeldes na personificação do nosso amor.

Apenas escuto uma música repetitiva em minha mente, a canção melodiosa da dor, do sofrimento, a feição desse sentimento é horrenda, meu amor; é como um rosto desfocado na noite onde não se tem esperanças e que se alimenta de felicidade, do último de alegria até que desmaie de exaustão.

Você amava os girassóis lembra? Eu lhe presenteei com um no nosso primeiro mês de namoro, no nosso sexto mês de namoro, viajamos para a Holanda observar as belas flores que combinavam perfeitamente e invejavelmente com seus cabelos e sua doçura, possuíam também a mesma força de vontade e desejo de viver; que tirei miseravelmente de você, mas jamais cometerei esse pecado com os de nossa plantação.

Prefiro mesmo que não nos encontremos novamente, não serei digno, certamente você está entre os anjos e eu já faço ideia ao lugar do qual pertenço; quebrei o mandamento da paixão, protegê-la acima de tudo.

Minha aliança, não sai mais do meu dedo por mais que eu quisesse retira-la e a sua, eu mando ao joalheiro sempre que possível para conserva-la sempre brilhando e viva, ao longo dos anos; não suportarei ver perder a cor da única coisa ainda colorida para mim.

O som das suas batidas respiratórias era um dos meus favoritos dentre todas as músicas existentes no planeta, seguido pela sua fala e após os seus gemidos, estes que saíam fracamente de seus lábios, diante sua enorme timidez.

Ironia não?! Uma moça tímida que namorava o garoto mais popular do mundo.

Seu beijo é tudo que mais sinto falta nesta vida, não me interesso por mais nenhum gosto fora o seu, passei a viver sem sabores, os aromas também me foram privados, pois não são mais seus perfumes caros e refinados.

Virei inimigo do tempo, por não conseguir pará-lo por um momento para privar a vida da minha mulher, deixei que seu avanço demente e apressado não me prejudicasse; vivo o meu tempo, o meu momento e desfruto dele ao seu lado, a cada milissegundo, segundo, minuto e hora desta dolorosa sobrevivência.

Convivo com os meus demônios dentro de mim e os de fora que me acolhem em seus abraços sufocantes de surtos e delírios, de aconchegos momentâneos e pesadelos.

Como continuarei sendo um super-herói se o meu propósito está dolorosamente enterrado sob uma lápide?!

As aranhas sempre matam seus parceiros para servir de mantimento para ela e as crias; ainda que meu propósito fosse este não teria sido em vão e teria vívido para servir a dona dos meus votos.

Todo o meu ser, meus sentidos implorava para que naquele momento, mais uma vez eu fosse mais rápido que o tempo, para salvar quem eu amava; me assombro na perspectiva de tentar desvendar seus últimos pensamentos diante da morte.

Todo o meu alicerce tremeu junto da cidade, ao ouvir odiosamente perfeitamente audível, o atrito do corpo seco contra o chão duro e o gemido de vida se esvaindo pelos lábios vermelhos. A razão do meu tormento em todas as suas milhares aparições e facetas.

Suas fotografias, nossas fotos, preenchem as paredes de meu quarto, todas elas com os momentos de nosso relacionamento e ocasiões importantes, que servem de recordação.

Poderia existir realidades alternativas em outras dimensões para podermos viver juntos e nos amando por toda a vida?

Não preencho mais os monumentos com declarações de amor, pois a pessoa a qual era destinada não possui mais a capacidade de poder lê-las, enxergá-las e senti-las; perdi a capacidade de fazer as pessoas ao meu redor felizes.

Me aceito como o fardo que me tornei e não me sinto mais julgado pela sociedade, pois se tornou a verdade, que a verdade seja dita e esclarecida para todo o mundo, não me envergonho dela e nem jamais me envergonharei, pois todo mundo que já sentiu a perda de um amor, me entenderá; não procuro redenção para com as pessoas e nem que me compreendam, mas apenas, que aceitem o novo fator global, não esconderei e nem ocultarei, pelo contrário, deixarei visível.

Peter Parker está morto.

23 de Agosto de 2019 a las 02:15 0 Reporte Insertar Seguir historia
4
Fin

Conoce al autor

A Louca dos Cavalos "A escrita é como um cavalo selvagem, em que não consegue segurar-lhe as rédeas; porém se surpreende ao deixar livre." By Daniele de Fátima Silva ♞♥♞ Perfil de Daniele de Fatima Silva Sou uma escritora amadora que carrega a mesma paixão pela escrita dos escritores profissionais.

Comenta algo

Publica!
No hay comentarios aún. ¡Conviértete en el primero en decir algo!
~