zuzuomelete Júlia Fincatti

Despertara com uma sensação esquisita. De bom humor, ela tinha o desejo de fazer algo novo, inédito para a monotonia de sua vida. Decidiu começar adentrando a Rua dos Salgueiros...


Fanfiction Anime/Manga Todo público. © História sem fins lucrativos criada de fã e para fã sem comprometer a obra original.

#dragonball #gochi #zuzuomelete #paris #romance
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Capítulo Único - Café

. . .


Chichi Chevalier era famosa. Toda Paris já ouvira falar em sua dança gentil, os pés que rodopiavam graciosos em uma sapatilha de ponta. Sua beleza mórbida, de longos cabelos cor de carvão e pele branca como a neve, fascinava tanto jovens quanto senhores.


Entretanto, Chichi era infeliz. Apesar de admirada pelo planeta e além, era só. Só ela e o velho Duval – um camundongo. Ela não tinha amigos. O pai, sua única família, falecera doente alguns anos antes.


Neste contexto, aos recém completos dezessete anos, Chichi banhava-se tranquila, no pequeno apartamento. Com as mãos, trazia a água morna até acima da cabeça, lavando as costas pálidas. De olhos fechados, tentava – talvez no que fosse seu único momento particular – esquecer-se dos problemas, das tarefas, das cobranças...


Vez ou outra, Chichi Chevalier desejava ser livre. Sua infância no campo, regada a flores e brincadeiras, lhe fazia falta. A saudade do tempo onde era verdadeiramente feliz lhe doía o peito, arrependendo-se de ser quem era.


. . .


A noite passara rápido como as garoas do verão. Envolta na grossa camada de casacos, Chichi caminhava pelas ruas tranquilas, contemplando o raiar do Sol. Sorriu, sempre gostou de observar o céu. As nuvens, em seu vai em vem infinito, a conquistavam.


Despertara com uma sensação esquisita. De bom humor, ela tinha o desejo de fazer algo novo, inédito para a monotonia de sua vida. Decidiu começar adentrando a Rua dos Salgueiros.


Ela nunca estivera na Rua dos Salgueiros. Nunca cansavam de dizer-lhe que apesar do belo nome, lá vivia a escória. Todo tipo de marginal e delinquente, viúva e criança e miserável, habitavam a ruazinha estreita e pouco iluminada.


Mas não era bem assim. Ao adentrar, cada vez mais, a Rua dos Salgueiros, Chichi deparava-se com um mundo novo, colorido. Os pequenos comércios preparavam-se para o novo dia, o aroma do pão fresco podia ser sentido. E acompanhada da primeira fornada matutina, viriam as barraquinhas simplórias, vendendo seus variados tipos de produtos.


Sem se importar com o provável atraso para o ensaio das segundas-feiras, Chichi sentou-se na cadeira de metal ornamentado do café escondido na esquina. A fachada gasta do pequeno estabelecimento era oculta por todas as cores da simplicidade, que triunfavam sobre tudo e todos ao redor.


Poucos minutos depois, um jovem apareceu. Trajando as calças curtas, o suspensório, as mangas da camisa dobradas nos cotovelos, sorriu e perguntou a clássica pergunta:


— O que deseja, mademoiselle?


Chichi cogitou pedir um croissant de maçã. Para beber, uma porção generosa de café com leite. Mas este era o seu pedido de todas as ocasiões, e aquele era o dia das coisas novas:


— Não sei. Surpreenda-me!


— Como desejar! — o sorriso sincero alargou-se e foi-se embora.


. . .


Alguns longos minutos se passaram. O dia começava a agitar-se, o movimento pouco a pouco tomando conta das ruas de Paris. O povo ia para lá e para cá, balões vermelhos eram soltos pelas crianças, voando alto no céu. Chichi observava o cenário concentrada, quando o sorriso retornou:


— Aqui está, mademoiselle. Espero que goste! — depositou o pires sobre a mesa.


— Caso não seja do meu agrado, a culpa é toda e somente sua! — respondeu brincalhona.


— Sei disso. Por isso mesmo desejo que goste: não terei culpa alguma! — deu meia volta, ao trabalho.


Sobre o pires, havia uma xícara delicada, adornada por um casal de passarinhos azuis. Girando-a com cuidado, Chichi admirava o bom gosto da peça. Ao retornar a xícara em seu devido lugar, enfim sentiu o aroma do café quente. O único cubo de açúcar derretia por entre o coração meio torto de creme.


“Aposto que foi o garçon quem fez” — pensou ela.


Devagar, como se o tempo jamais passasse, Chichi saboreou o café muito bem feito. O coração aos poucos desmanchando em meio a própria doçura. E feliz - feliz como não era há tempos - chamou o jovem para a sua mesa:


— Ei, garçon. Venha cá! — disse assim que o avistou.


— Pois não, mademoiselle? O que achou? — perguntou ansioso, secando o suor da ponta do nariz.


— Sente-se aqui comigo, este café é demasiado especial para que saboreie sozinha.


— Ora, mademoiselle. Eu adoraria, mas tenho muito o que trabalhar...


— Não seja tímido! Uns minutinhos de paz não fazem mal a ninguém.


— Já que insiste... — olhou para os lados e sentou-se brusco como um elefante.


Por mais algum tempo – que ninguém fez questão de cronometrar – ficaram ali. Trocaram olhares, ônix para ônix, como se enxergassem a alma. Almas bonitas e sinceras. O mundo era só deles, os afazeres já não importavam mais. Um momento único e sublime, que não deveria acabar.


Não sabiam quando os sentimentos viriam assim, como em uma avalanche desenfreada.


Não sabiam quando os corações bateriam ritmados, em perfeita sincronia.


Não sabiam quando o estômago voltaria a encher-se de borboletas.


Não sabiam quando rever-se-iam.


O café terminou, a xícara vazia. As mãos delicadas envolveram, discretamente, as mãos grossas e ásperas. Olho no olho, até os lábios rosados sussurrarem, em uma pequena confusão:


— O-o seu nome... qual o seu nome, garçon? Eu preciso saber!


— O-o meu nome... o meu nome... meu nome é Goku, Son Goku.


— Son Goku... — repetiu como se proferisse o mais precioso dos tesouros — soa bem.


— Obrigado... mas e o seu? Diga-me o seu nome, mademoiselle?


— Chichi, Chichi Chevalier.


— Chevalier, a Joiade Paris? — sorriu em uma surpresa agradável.


— A própria! — retribuiu o gesto.


Com certo pesar, Chichi desenlaçou o laço bem dado entre os dedos, anunciando convicta:


— Acho que amanhã nos veremos novamente, Son Goku. — se ergueu da cadeira.


Um último sorriso e ela caminhou distante, com todo seu charme. Até ser engolida pela alegre Rua dos Salgueiros.


— Sim... eu te esperarei, Chichi Chevalier. — guardou a melodia para si.


. . .


Os laços firmes da fita vermelha que se estende pelo infinito

Os laços que jamais serão desfeitos

Que durarão para todo o sempre...


Os laços do amor verdadeiro

Concedidos somente uma única vez,

Pois o amor perfeito nunca se desfaz

Pelo contrário, se fortalece


E fortalece a alma de quem se permite aventurar na perpétua montanha russa

Nas subidas e nas descidas do amor

Sem jamais sucumbir...

24 de Julio de 2019 a las 22:00 0 Reporte Insertar Seguir historia
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Fin

Conoce al autor

Júlia Fincatti Preguiça de escrever uma bio decente! XD Posto fanfics de Dragon Ball!

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