carlysto Carly Savage

Jennie, Lisa, Jisoo e Rosé tinham muito com o que lidar. As pressões sociais, os lares conturbados, os sonhos que pareciam serem inalcançáveis e a vida adulta batendo em suas portas com garras de ferro, tudo isso enquanto o vestibular se aproximava e os hormônios fervilhavam. Kim Jisoo é a número #1 em tudo o que faz — a garota de ouro, como todos chamavam. Era bonita, inteligente, rica, campeã nacional de Tênis e um prodígio musical, no entanto vinha sucumbindo lentamente em uma tristeza que ninguém parecia notar. Já Jennie, após o pai ser preso, decidiu jogar tudo para o alto e focar somente em seu sonho de ser a maior rapper de todos os tempos, sonho este que todos diziam para ela desistir. Lalisa, cansada de ver uma vez atrás da outra sua mãe ser agredida, resolveu que faria faculdade de direito e colocaria todos os imbecis como ele atrás das grades. No entanto, vinda de uma família pobre, não possue dinheiro para pagar a faculdade e tem de batalhar para conseguir a bolsa oferecida para a nº1 do ranking — ocupado pela perfeição em pessoa, Jisoo. Rosé foi diagnosticada com câncer e tenta mostrar a todos que é capaz, apesar de todos acharem que ela é uma porcelana.


Fanfiction Sólo para mayores de 18.

#blackpink #Jenlisa #chaelisa #jensoo
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Capitulo 1 - Jennie é um Caso Perdido

"Irmão, você não percebeu que você é o único representante do seu sonho na face da terra".Emicida, Levanta e anda.

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Capitulo 1 - Jennie é um Caso Perdido

JENNIE RUBY KIM


O beco estreito e sujo era o ponto sórdido que a TV escondia por trás da máscara do desenvolvimento Sul Coreano. Se esgueirava logo atrás dos arranha—céus lustrosos e dos telões cuspindo propagandas de produtos que os moradores nunca poderiam comprar. No beco, meia dúzia de adolescentes se amontoavam em um círculo desorganizado ao lado de uma lixeira metálica abarrotada das sobras de uma pizzaria decadente. "Pizza Express" era estampado em vermelho e preto nas caixas descartadas de qualquer modo.

A viela não era o local mais apropriado para aqueles jovens estarem, estava fétida e imunda; As paredes descascavam sua tintura em tiras pendendo ao chão, lixo se amontoava em pilhas e mais pilhas nas laterais, ratos roliços se esgueirava em busca de restos de alimentos e sujaram os seus bigodes com molho de tomate podre e lama. Conquanto os jovens de bandanas na cabeça, tatuagens ilegais nos braços e calças caídas até o meio do quadril, já estavam acostumados ao lixo e a podridão mais do que admitiam em suas rimas improvisadas. Eram o que havia de mais inútil na sociedade, os lixos que inundam as ruas e eram jogados de lado ou descartados nas lixeiras educacionais — reformatórios ou até mesmo a cadeia — para retirar o que era repulsivo da linha de visão. Quando todos já o taxaram de lixo, ficar em meio a sujeira não era nada mais do que apenas mais um ato do seu destino.

Dos que se acotovelavam para assistir o espetáculo no centro da roda, no mínimo 80% estava em idade escolar e, de fato, era onde deveriam estar nesse momento. Entrementes, mesmo nem tendo atingido a maioridade, grande parte já tinha uma família ( Filhos, esposas, pais doentes) para sustentar, por isso haviam largado os estudos para conseguir um emprego; outros foram expulsos ou deixaram a escola por apenas não verem esperança naquilo.

O bairro de Gamnyeon era um lugar terrível e desesperançoso. Ali, sonhos morriam antes mesmo de nascerem. Era como se os moradores nascessem tatuados com "fracasso" em suas testas e a realidade vinha para provar que a sina escrita em sua pele era verídica.

Um rato albino e rechonchudo se esgueirou entre as pernas desnutridas dos adolescentes. Suas patas minúsculas, porém ágeis arranhava o chão enlodado e em um curva para escapar de uma bota, quase esbarrou na caixinha de som no chão. Ela brilhava em três tons neons e a batida de um rap ecoava da máquina.

Jennie Kim, a única mulher dentro da multidão, fazia as palavras saídas de sua boca seguir o compasso do instrumental. Eram rimas tão ágeis e afiadas que a plateia não conseguia ficar parada; movia as mãos para cima e para baixo no ritmo dos versos cuspidos pelos lábios carnudos da rapper.

— Você fica por aí querendo bancar o MC, mas seu rap parece com o de uma criança se afogando no Tennessee. "Lorde do rap" você disse? Por favor, todos sabem que cão que ladra, não morde e aqui nessa batalha sou eu que dou o acorde. — Ela soltou — Achou que iria ganhar a batalha por eu ser mulher, mas esqueceu que o seu pau minúsculo não faz do seu rap mais rápido, mané.

"Se ajoelhe na minha presença, covarde. Eu sou Jennie Kim a única soberana do rap aqui." — Encerrou o parágrafo com chave de ouro e jogou a toca do seu cabelo no chão em um final agressivo que fez os espectadores em sua volta soltar um coro de "oooh".

Eles estavam assustados com a ferocidade da menina e admirados ao mesmo tempo. Ela era inegavelmente talentosa; possuía a agilidade, o ritmo, as rimas e até mesmo a presença de "palco". Se ela fosse homem seria uma rapper pronta para o estrelato. Mas, infelizmente, ela era mulher e ninguém queria ouvir um rap mandado por uma mulher.

Jennie era uma pessoa diferente quando estava em ação. De tal forma que ao chegar e propor a batalha, o desafiado havia rido na cara dela e aceitado apenas por pena (e porque ela era meio gostosinha). Mas, no momento que Jennie abriu a boca e mandou a primeira rima, o homem começou a cogitar a derrota.

Ela tinha uma aparência macilenta; deveria ter no máximo 1,64 de altura, magra como uma vara e parecia não lavar o cabelo oleoso há semanas. Seu rosto era levemente oval e seus olhos se abriam perfeitamente em um semicírculo. Não era exatamente a primeira imagem que vinha a cabeça ao se pensar em uma pessoa ameaçadora, é claro. Mas uma olhada na garota enquanto se movia de um lado para o outro com uma expressão agressiva, colocava medo em todos os marmanjos em sua volta.

Ninguém estava esperando por aquilo. O cara havia aceitado com a vitória certa nas mãos e agora estava sendo detonando ao vivo e a cores. Aos olhos dos espectadores, certamente, aquela era a batalha de rap mais empolgante que viriam em meses.

Jennie parecia uma gladiadora romana vestida em jeans abarrotado e moletom encardido. O beco inóspito de paredes mal pintadas era o seu Coliseu e a energia da platéia as suas espadas.

Empolgada pela vibe, deu as costas para o oponente corpulento e pediu para a plateia gritar ainda mais alto o seu nome.

— Yo...Yo... — O Rapper em suas costas tentou achar rimas para responder as ofensas, mas se sentia encurralado.

Quando o nome "Jennie" já soava alto o suficiente para o agrado dela, a morena se virou para o oponente e aproximou o rosto do dele, o desafiando como um animal que estava prestes a atacar.

A porta do fundo da pizzaria foi arreganhada e seguida com o estrondo quando ela bateu contra a parede. Todos os garotos dispararam para longe com medo do velho pizzaiolo Gong no qual diz a lenda era um atirador famoso que após 10 anos em cana, abriu uma pizzaria e agora fazia comida de quem o irritava.

— Quantas vezes já disse que não quero vocês fazendo algazarra aqui, seus pivetes? — O velho roliço esbravejou. Ele era careca, com os olhos miúdos e vestido em um avental encardido. Após assustar todos os meninos, ergueu o dedo rijo em direção a Jennie — Eu vou dizer a sua mãe o que você estar fazendo ao invés de ir para aula.

Após disparar mais uma série de xingamentos, o homem voltou para dentro e bateu a porta com força.

Jennie revirou os olhos, catou a toca que havia jogado no chão e a recolocou na cabeça. De um jeito descolado e presunçoso, enfiou a mão nos bolsos da sua calça e saiu lentamente do beco.

Aos poucos, os garotos que havia fugido retornaram lentamente e começaram a se amontoar novamente em volta de Jennie.

— Você é muito boa — o seu oponente admitiu alguns minutos depois quando os ânimos já haviam se acalmado. Mas ele não parecia sincero nas palavras e sim ofendido — para uma mulher, é claro.

Ah, como odiava quando usavam a sua sexualidade como padrão para medir suas habilidades. Ela nunca era apenas "muito boa". Os elogios sempre vinham seguidos de "tanto quanto um homem" ou "para uma mulher".

Irritada, travou o maxilar e o olhou com um olhar sério. A garota era no mínimo 20 cm mais baixa e uns 30 kg mais magra que o garoto, mas parecia totalmente minaz . Como uma pantera prestes a atacar.

— Hey, não fique com essa cara, princesa. — Ele falava exatamente como um marginal —Vamos dar uma volta por aí e quem sabe eu não te mostro uma utilidade melhor para a sua boquinha. Com a velocidade com o que rima, a sua língua deve ser bem habilidosa.

— Não saio com perdedores. — Ela estirou as mãos — Meu ingresso.

— Quem é Perdedor aqui?

O homem avançou para cima dela pronto para a machucar e ela acertou um chute nos seus testículos pouco antes dele conseguir tocar nela.

Quando você é uma mulher e vive em um meio de homens que não aceitam um "não" como resposta, você aprende algumas coisas para sobreviver. Chutar bolas é uma delas.

— Não vamos prolongar isso — Jennie fala mexendo nos bolsos do casaco e retirando um ingresso com o título "Boss". Ela havia ganho a batalha, era dela por direito. — Eu vou ficar com isso. Aliás, "Não estou interessada" significa que não estou interessada.

Arrumou a sua toca na cabeça, colocou as mãos as mãos nos bolsos da calça folgada e saiu pela rua com confiança deixando os homens para trás.

Conforme ela ia se aproximando do centro de Seul, as coisas iam se tornando menos maltrapilhas do que as deixadas para trás. As ruas iam se tornando mais limpas, os prédios velhos da época da guerra das Coreias eram substituídos por arranha céus brilhantes e as pessoas iam se tornando mais bem arrumadas — Essa era a cidade vista na TV.

No meio do caminho, entrou em um fast food aleatório e trocou no banheiro as suas roupas largadas pela farda azul marinho da sua Escola Preparatória Para Garotas, a Rolling Academy.

Jogou água no rosto, penteou os cabelos e os amarrou com o laço exigido pela norma. Ela riu com a sua imagem no espelho.

— E aqui, minha cara, que o Swag morre — Brinca consigo mesma. Vestida de saia rodada, meias 3/4 branca e com laço no cabelo longo, nem parecia a garota de alguns minutos atrás.

Jogou a sua bolsa sobre os ombros e saiu do banheiro com calma. Suas aulas começavam às 8 horas e o relógio em seu pulso marcava quase 9:30, mas ela não se importou. Ela tava pouco se lixando em ser pontual naquela maldita escola, para falar a verdade.

Vinte minutos depois, segurou as grades dos portões dianteiros que davam entrada para o colégio e os escalou com habilidade. Seus dois pés caíram juntos, seus joelhos absorveram o impacto e ela saiu andando pelo gramado verde—esmeralda. O lugar estava tão vazio quanto o seu interesse de estar nele.

Quando chegou embaixo da única árvore ainda com folhas, largou—se no chão e encostou a cabeça no tronco velho, fechou os olhos e esperou que o alarme do 3° horário soasse para ela ir para a sala.

A campainha tocou.

Ela se levantou, se espreguiçou e arrochou o laço no cabelo comprido. Reprimindo um bocejo, e ainda sonolenta, a garota saiu em direção ao corredor tomado por uniformes azuis e perfumes floridos.

Os corredores eram tomados por meninas ricas hiper produzidas. Por isso, ela sempre escolhia apenas ir para as salas quando o corredor estava cheio e ela não corria o risco de ouvir comentários censurando a sua aparência "desleixada" quando andava por eles.

Misturou—se entre as outras garotas, tentando fingir que sempre esteve ali e, assim, não chamar a atenção para a ausência nos dois primeiros horários.

O próximo horário deveria ser História Coreana e ela não estava nem um pouco afim de passar quase 2 horas ouvindo a professora falar sobre pessoas que já morreram.

Talvez ainda dê tempo de dar meia volta, ela pensou. Mas quando girou nos calcanhares, viu o coordenador vindo em sua direção.

Ela bufou e entrou na aula agilmente.

Sua cadeira na última fila estava livre como sempre. Na sua escola, todos os alunos batalhavam para estar no 1° lugar do ranking mensal e todos sabiam que quanto mais para trás você sentava, mais difícil era você atingir esse objetivo. Apesar de o primeiro lugar já estar consagrado nas mãos da menina de ouro, Jisoo.

Os colegas de sala sussurram, assustados em ver Jennie depois de semanas que ela não pisava na escola.

— Ela não estava presa? — Uma das meninas sussurra para a amiga.

— Me disseram que ela tinha levado um tiro — A outra respondeu

— Silêncio, a professora estar chegando.

A sala se tornou silenciosa assim que a mulher de meia idade passou pela porta. Parecia que não havia ninguém na sala, exceto Jennie que caminhava até a última carteira.

A porta da sala é aberta novamente.

— Parece que hoje nós temos uma convidada ilustre — A velha professora fala sobre seus óculos de meia lua e todos viram a cabeça para olhar Jennie — A que devo a sua presença ilustre em minha aula, Sra. Kim?

As outras meninas dão risadinhas baixas entre si.

— Eu estava entediada em casa — Jennie responde simplória e jogou a sua bolsa na cadeira com um barulho alto que ecoou pela sala.

A tutora pareceu extremamente contrariada com a resposta. Estava acostumada a ver os seus alunos abaixarem a cabeça e pedir desculpas em situações como aquela e após tantos meses sem a presença de Jennie na sala, havia esquecido sobre sua insolência.

Rangiu os dentes e colocou uma expressão séria na sua carranca magra e enrugada. Entretanto, sem saber qual medida tomar sem colocar o seu emprego em cheque, optou, por fim, em pegar o seu giz e escrever algo no quadro.

— Muito bem. Alguém pode ler o seu trabalho sobre A rainha Seondeok? — A senhora fingiu tentar escolher entre as meninas, no entanto seus olhos pararam em Jennie automaticamente. — Você.

A velha sabia que a garota não havia feito. Não tinha nem vindo a aula nas últimas duas semanas, como saberia sobre aquele trabalho estúpido? Mas essa era a graça, iria ensinar uma lição para àquela rebeldezinha de araque.

— Então, Jennie? Venha ler seu trabalho aqui na frente, todos estão esperando.

O silêncio foi ensurdecedor dentro da sala. Todos sabiam qual era a intenção da mulher ao fazer aquilo, mas ninguém se manifestou em favor de Jennie.

Vitoriosa, a professora se encostou em sua mesa. Os lábios ressequidos curvados para baixo; se contendo para não abrir aquele sorriso horrível e meio maníaco que expunha todas as vezes que conseguia humilhar um aluno. Professores em tese, deveriam ser as pessoas que ajudam você a se tornar uma pessoa melhor. Mas nem todos pareciam saber sobre isso.

— A rainha SeonDeok de Silla foi a segunda mulher a governar sozinha na... — Lalisa Manoban, uma das alunas da primeira fila, começou a ler o seu trabalho tentando mudar o foco de Jennie para ela.

A professora ergueu o seu dedo ossudo impedindo de a ruiva desse continuidade a leitura.

— Não, Lisa. Eu quero ouvir da boca dela. Afinal, deve ter tido muito tempo enquanto estava em casa com tédio. Sua pesquisa deve estar esplêndida, estou ansiosa para ouvi—la... e então, Jennie?

Seus olhos miúdos como os de um porco fuzilavam a garota.

— Eu não fiz.— Ela foi simplória. Lançava o mesmo olhar que era direcionado a ela pela velha em sua frente.

— Você não vêm a aula e quando vêem não faz as tarefas propostas. A sua média é a pior do estado, o que arrasta a média geral da instituição lá para baixo. Você não se sente mal por ser esse fardo, Srta. Kim? A sua preguiça...

Jennie pegou a sua bolsa com tudo e se levantou. Havia ficado na aula de História Coreana por quase 10 minutos, esse definitivamente era um novo recorde.

— Vai se fuder. — Ela xingou baixo. O que já era algum avanço, pois alguns meses atrás, ela teria dito em um tom perfeitamente audível.

— Para onde você está indo? — A professora grunhiu. Como a garota não respondeu, ela avançou decidida pela sala para fechar a porta antes que conseguisse sair — A aula não acabou.

— Eu tenho uma audição em 2 horas. — Disse Jennie com a voz controlada.

— Não.— A velha pegou a caneta e o bloco de anotações que sempre carregava no bolso e escreveu rapidamente um recado — Você estar de detenção essa tarde. Fale com o diretor.

— Como quiser — Ela puxou o papel da mão enrugada e bateu a porta da sala com força.

"Jennie Kim demonstrou novamente comportamento inadequado durante a aula de História Coreana I. Além disso, não realizou as tarefas solicitadas e mostra um baixo espírito escolar, falta de respeito e apreço aos superiores." Ela leu no papel em sua mão.

Soltou o ar com ironia. Dava para acreditar nisso? Se a sua mãe não enchesse tanto o seu saco para terminar o Ensino Médio, nem se daria o trabalho de ir naquela porcaria uma vez na semana.

Odiava estudar e não via como saber qual era a raiz quadrada de X elevado ao quadrado de Y era importante na carreira de Rapper que ela pretendia seguir.

Ela suspirou tentando conter o impulso de voltar na sala e enfiar o papel na garganta da professora.

Colocou o papel no bolso da blusa, verificou a hora e começou a andar em direção a sala do diretor do outro lado do prédio. O colégio era uma instituição pública, mas por se localizar em Gangnam, os governantes capricharam um pouco mais na estrutura física da escola para conseguir receber os filhinhos de papais que moram naquele bairro e por algum motivo não queriam ir para escolas particulares.

Jennie só havia conseguido uma vaga ali — Apesar de querer estudar em uma escola de artes; se teria que estudar ao menos fosse com pessoas que pensassem como ela e que amassem outra coisa que não fosse ficar bem colocado em um ranking — porque Guryong Village, para a infelicidade dos professores da Rolling, é uma área ilegal, mas que ainda ficava em Gangnam, logo a dando acesso a qualquer escola do bairro.

Jennie olhou de soslaio para a placa de vidro gigante que ficava na parede ao lado do armários de troféus. Nele ficavam colocados em ordem dos melhores alunos até os piores de cada turma. Na turma do 3° ano, Jisoo estava consagrada no topo e Jennie na última posição da base. No cantinho da vergonha, como todos chamavam.

Ela deu de ombros e continuou o seu caminho em passos lentos. Aquilo eram só números. Seu talento não era ficar horas com a cara enfiada nos livros, era algo bem diferente.

— Oi, Sara — Comprimentou a mulher da coordenação. Elas já eram quase amigas íntimas de tantas vezes que Jennie visitava ali.

— O que fez dessa vez? Andou brigando de novo?

Jennie tirou o papel do bolso e arrastou por cima da mesa para que a secretária pegasse.

— Não. Ninguém se feriu dessa vez. Só o orgulho da professora de história, acredito eu. — a garota brincou

— Menos pior. — A mulher suspirou e começou a digitar algo em seu computador — sente—se, o diretor já vai falar com você.

Jennie largou—se então em um dos bancos de espera, pegou o seu Samsung velho e abriu o seu bloco de notas. Leu a letra mais uma vez da música que ela havia preparado para a audição, era Lose Yourself do Eminem; Uma música legal, com uma batida boa no qual ela poderia mostrar o seu talento em pouco tempo. Além disso, ela se identificava levemente com a letra.

Preparou os gestos poderosos para fazer em cima do palco e redecorou a letra enquanto ficava nos bancos esperando para ser chamada na sala do diretor.

12 minutos depois, estava na sala do diretor. O homem suspirou quando Jennie entrou.

Ele colocou as duas mãos cruzadas sobre a mesa e a lançou um olhar sério para a garota. Vestia um terno azul bem passado e uma gravata vermelha. Seu rosto era quadrado e carrancudo.

— Essa é quarta vez neste mês?

— Quinta — Ela o corrigiu enquanto se sentava.

O homem suspirou pesado e tamborilou os dedos em cima da mesa de mogno. Ele ainda não havia expulsado Jennie da escola porque sabia que ela tinha potencial, era apenas preguiçosa.

— O que você pretende com tudo isso?Está tentando chamar a atenção para alguma coisa? Me diga.

Jennie franziu o cenho com a acusação disparada pelo diretor. A aluna era uma das mais faladas de dentro da escola, ela precisa de muitas coisas, mas "ir para a coordenação para chamar atenção" estava longe delas.

— Eu não fiz nada. Ela me fez uma pergunta e eu disse a verdade!

Mas óbvio que ele não acreditou na palavra dela. Porque acreditaria? Jennie era só uma das alunas do cantinho da vergonha.

— Eu não fiz nada... — Ela repetiu.

— Esse é o problema. — Ele se encostou na cadeira — Você não faz nada, estar matriculada nessa escola, mas não se envolve em nenhuma atividade académica ou sequer vêm à aula. Também não tem amigos e vive arrumando briga com outros alunos. Sabe o sofrimento que a sua mãe deve ter todas as vezes que eu chamo ela aqui?

Ela sabia sim. Tinha marcas de cada surra que levou para provar que literalmente havia sentido na pele o sofrimento da sua mãe.

— Eu estou focada em passar em uma audição — Jennie respondeu.

O homem olhava—a zangado e bufou:

— Seja realista, Jennie! — Ele gritou— quantas audições você já fez? 10? 50? 100? Se você tivesse o talento necessário, você já teria passado!

Foi como se alguém tivesse chutado a barriga de Jennie com força. Suas entranhas se contorcia de raiva e a sua face se tornava ao poucos um esgar de raiva.

Ela prendeu a respiração e pensou no que dizer para o homem.

— Esse é o meu sonho, Sr.Kim! — Retorquiu quase como um rosnado. O seu sonho era a coisa mais preciosa que possuía e ela não tinha planos para desistir dele tão facilmente.

— Sonhos foram feitos para a hora de dormir. Então sonhe quando tiver a cabeça no travesseiro, mas longe dele, se esforce para ter um futuro que assegure que ganhará muito dinheiro e dará estabilidade para os seus filhos.

Jennie o lançou um olhar venenoso. Estava sentindo a cólera subir pelo seu corpo.

— O vestibular está chegando...— Começou o diretor, em um tom calmo e anormal, o tom que se adotaria à cabeceira de alguém muito doente — Seu futuro depende de como você irá administrar os seus próximos meses. Sei que você acha que é tarde demais, mas se você deixar esse seu sonho bobo e focar nos seus estudos, você ainda tem chance de ser alguém.

— Eu sou alguém! — Protestou em voz alta,

— Eu não estou dizendo que você não é alguém. Mas se você não entrar em uma faculdade decente...

— Bom, se já acabou — Disse Jennie se levantando. Estava doida para sumir dali, correr para o mais longe possível — Eu estou atrasada para a audição.

— Não, eu não acabei

— E agora é o quê? Vai me dizer que minha preguiça não me permite estudar? Eu já escutei isso na semana passada — Falou impaciente enquanto recolocava as mochila no ombros para sair.

— Eu sei o quanto é capaz, Jennie — Ele falou quando ela chegou na porta — você e a Jisoo eram as melhores da turma. Lembra?

Jennie bate a porta da sala com um estrondo.

— Terei que informar a sua mãe! — O homem grunhiu por trás da porta.

Jennie apenas continuou andando pelo corredor. Havia certas vantagens em ter a tarja de "Caso perdido" tatuado em sua testa. Você poderia fazer tudo e ninguém se assustaria, afinal você estava fadado ao fracasso desde o início.

5 de Febrero de 2019 a las 05:19 0 Reporte Insertar Seguir historia
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