diegossauro Diegossauro

Pouco mais de um ano havia se passado após toda aquela loucura de viagem ao Egito, e Kakyoin guardava até hoje vários sentimentos que haviam nascido ali. JotaKak, AU em que ninguém morreu após a batalha contra DIO. Era pra ser uma One-shot, mas virou uma Three-shot, rs. Presente de amigo secreto para Maju, obrigada bb por ser tão maravilhosa, e fico muito feliz por ter gostado do presente que fiz com tanto amor e carinho sz. Capa: https://www.pixiv.net/member_illust.php?mode=medium&illust_id=48301901


Fanfiction Anime/Manga Todo público.

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Capitulo 1


Kakyoin caminhava sem pressa até o terraço do colégio. O dia estava quente e abafado, o que o deixava meio letárgico, mas de uma forma boa. Relaxado, ele diria.

Mas o motivo de ir calmamente, fora pelo que ocorrerá a minutos atrás. Assim que o sinal bateu, ele fora atrás de Jotaro na sala ao lado, porém viu uma garota, que não era daquela sala, entrando rapidamente, e se dirigindo ao amigo, completamente vermelha. E então Kakyoin entendeu.

Já estava acostumado de fato, Jotaro era muito popular entre as estudantes, e não só entre elas, pensou acenando negativamente com a cabeça. Pelo menos uma vez por semana alguém se declarava a ele, ou pior, pediam para que Kakyoin levasse cartas de amor. Kakyoin se sentia quase que como uma piada quando isso acontecia. Nas primeiras vezes ele ficava olhando para as cartas, se perguntando se deveria mesmo entregá-las ou não. Era colocado em uma situação de muito mal gosto, mas sendo sincero, como aquelas garotas tolas poderiam saber do que se passa em sua mente? Pensando dessa forma, as primeiras foram entregues com certo receio, mas após ver inúmeras vezes a reação negativa do amigo para tudo aquilo, de alguma forma o gesto se tornou corriqueiro e despreocupado.

Afinal de contas, mesmo sem saber o porque, Jotaro sempre recusava as confissões, sejam elas feitas por cartas anônimas, cartas assinadas ou pessoalmente. Kakyoin acreditava ser esse o motivo por não se incomodar mais com as cartas, ou sempre que Jotaro era parado no corredor.

É claro que ainda se questionava o porquê das garotas, e não só elas, serem sempre negadas. Seu lado racional costumava acreditar que era por tudo que Jotaro já havia passado, e como um romance com uma garota comum não poderia simplesmente caber ali. Porque, de forma alguma você chega para uma garota que recém conheceu, e solta que consegue usar de espíritos mágicos, que viajou até o Egito e matou seu tatara-avó vampiro.

Só esse pensamento já fez Kakyoin sorrir, e ser encarado de forma estranha por quem vinha no sentido contrário da escada que subia agora. Não tinha como colocar alguém comum no meio de toda essa bagunça, por que a bagunça aconteceu e passou, mas ainda existe toda a situação dos usuários de stand por ai, e de ex-seguidores de DIO.

Usuários de stand atraem usuários de stand, isso nunca iria mudar.

Bem, esse era seu lado racional, mas ninguém é feito apenas de razão, e normalmente temos sempre um sentimento que gosta de ir contra ela.

O coração.

É claro que os primeiros motivos faziam muito mais sentido em qualquer hipótese que Kakyoin resolvesse colocá-los, mas havia dentro de si um lado que preferia viver sonhando em hipóteses quase impossíveis.

Infelizmente Kakyoin não conseguia conter as ideias absurdas de seu coração. Quer dizer, depois de viver determinadas situações, não tem como você não criar fortes laços com alguém - e experiências de quase morte em outro país se encaixava bem nisso.

Poderia colocar justificativas em tudo que havia acontecido, e seu lado racional já havia feito isso com cada uma delas, mas seu coração era teimoso demais. Sabia que em situações desesperadoras o cérebro funcionava de uma forma meio estranha, já lera inúmeros artigos de sobreviventes de guerras, sobre como você acaba se apegando a coisas bobas, pois no meio de todo o caos, você só quer fugir e tentar manter a sanidade.

Chegou até a porta do terraço, e a abriu devagar. Estava vazio mas não era uma surpresa, Jotaro expulsara qualquer um que costumava ir ali, quase que pegando como um território seu. Incapaz de conter um riso que surgiu pelo pensamento, Kakyoin foi em direção ao local que costumavam almoçar, pois ali batia um vento fresco e era coberto por uma grande sombra.

Voltando aos pensamentos que era incapaz de afastar de si, mesmo após mais de um ano do ocorrido, já se questionara sim, se esse apego advindo da situação de risco não era o que havia acontecido com ele, mas sabia que não era esse o caso. Jotaro já havia atraído seu interesse quase que na primeira vez que o viu, claro, havia acabado de ser salvo do controle mental do DIO, mas ao olhar para Jotaro quase que como pela primeira vez, já foi capaz de sentir algo se remoendo em seu interior.

Isso não o fazia tão diferente daquelas garotas que se apaixonavam por Jotaro apenas por achá-lo bonitão e “tãããão legal!!” como elas mesmas diziam. Mas aquilo havia sido apenas um interesse momentâneo causado pela surpresa e gratidão por ter sido salvo. Dias depois, o senhor Joestar o havia explicado as implicações de quebrar aquele controle mental, e de como Jotaro quase fora pego também, e mesmo assim não desistiu.

Ali foi o primeiro momento em que Kakyoin sentiu um frio no estômago. Aquele tão falado frio no estômago. Mas naquele dia, resolveu que era aflição por ter estado sob controle mental, e resolveu apenas deixar pra lá.

Mas claro que tudo não se resolveu dessa forma. Pequenas atitudes de Jotaro começaram a se tornar muito perceptíveis a Kakyoin, como quando Jotaro soltava pequenos sorrisos, e isso só acontecia quando Kakyoin estava por perto.

Esse fato era de todos, o que mais mexia com ele. Jotaro era sempre muito sério, parecia uma parede sem emoções, mas isso apenas para quem o olhasse de longe. No fundo, Kakyoin concordava totalmente com Holly, Jotaro era um cara legal e gentil, apenas tentava esconder isso do mundo. Ou apenas não era acostumado com demonstrações desse tipo.

Já haviam passado por incontáveis situações de vida ou morte, já haviam se ajudado outras inúmeras vezes, sentiram o alívio na pele de ver que ambos estavam bem outras tantas vezes. Na pior delas, que Jotaro chegou a pensar que Kakyoin estivesse morto, a expressão de alívio e o brilho nos olhos de felicidade de Jotaro ao constatar que não, aquela expressão jamais sairia das lembranças de Kakyoin.

Pensando por essa forma, fora natural desenvolver sentimentos românticos para com Jotaro, não? Ele não poderia realmente se culpar por isso.

E é essa linha de pensamento que seu coração resolvia seguir, ignorando toda e qualquer razão. Se isso acontecerá a Kakyoin, existe a chance de ser da mesma forma para Jotaro?

Afinal Kakyoin não era o único confortável com a presença do outro, não era o único a sentir o alívio por ver que o outro estava bem, e com certeza não era o único a preferir dividir o mesmo quarto em hotéis. Nesse último caso, chegou até mesmo a usar desculpas absurdas para garantir essa divisão:

“Porque ambos somos estudantes” disse em voz alta com ar de riso. E ninguém nunca questionou a falta de lógica naquele argumento.

Essa linha de pensamento sempre vinha á tona quando Jotaro recebia confissões. Por que ele sempre às recusava? Será que de alguma forma, isso tem a ver com ele gostar de alguém…?

E a razão nesse caso concordava com o coração de Kakyoin, pois a única pessoa que ele conseguia pensar que se encaixaria nesse papel era ele mesmo. Não era arrogância ou se superestimar, era apenas analisar tudo que haviam vivido e as possibilidades de futuro.

É claro que havia o fato de ambos serem homens, e Kakyoin não sabia muito o que pensar sobre isso. Pra ele nunca fora algo de importância, nunca fora sobre “gostar de um homem” e sim sobre “gostar de Jotaro”, mas não fazia ideia de como era o pensamentos do outro sobre tudo isso.

Suspirou ao mesmo tempo que ouviu a porta do terraço se abrir. Para qualquer um que olhasse, Jotaro parecia a mesma coisa de sempre, mas Kakyoin sabia que ele estava mais do que irritado.

“Problemas?” Perguntou como quem não quer nada, dando espaço para Jotaro sentar-se ao seu lado.

“Mais uma vadia” Acomodou-se, aceitando um sanduíche que Kakyoin o oferecia.

Suas pernas se encostaram.

“Ora Jotaro, depois de tantas confissões, ao menos deveria estar acostumado” Analisava-o de canto de olho.

“Tsc, ela não aceitava um ‘não’, olha o tempo que eu perdi. Ficam mais descaradas a cada dia que passa”

“Mas Jotaro, não seria por que você não dá a elas um bom motivo para a rejeição?” Na verdade, essa informação se baseava no quanto Kakyoin conhecia sobre Jotaro, pois nunca conversavam muito a fundo sobre as confissões que ele recebia.

“Não devo explicações a elas”.

Não sabia se era por toda aquela linha de pensamento que estava antes, ou se sentiu que dessa vez poderia insistir no assunto. Havia uma mínima abertura ali? sentia que dessa vez sim.  

“Mas talvez deveria dizer a elas um motivo, assim quem sabe desistam com mais facilidade.” abocanhou o sanduíche “Mas afinal Jotaro, por que você rejeita todas elas?”

Jotaro ficou um tempo quieto, apenas comendo seu almoço. Kakyoin quase desistira de ter uma resposta, quando Jotaro prosseguiu:

“Eu não tenho interesse naquelas vagabundas”

“Mas é isso que você diz a elas?” riu-se “Se for, é por isso que não desistem”.

“Yare Yare Daze…”

“Se você usasse alguma desculpa mais clara, talvez funcionasse melhor”.

“Hm”

“Como por exemplo, dizer que gosta de alguém, ou que já está saindo com alguém”. Manteve seu tom o mais casual possível. Estava criando uma brecha para Jotaro, certo?

Jotaro apenas se encostou mais a grade às suas costas, e fechou os olhos. Nem assim seu semblante parecia calmo. Kakyoin se limitou a aproveitar a brisa fresca que batia em seu rosto, tentando fazer o vento levar toda a sua confusão mental embora.

“Você parece bastante entendido do assunto” Jotaro finalmente falou. Kakyoin riu.

“Bem, sim, mangás shoujo”.

Jotaro limitou-se a o encarar com olhar duvidoso, e Kakyoin resolveu se explicar:

“Depois de tudo que aconteceu, bem, eu queria me distrair, mangás shoujo acabou sendo uma boa opção. Depois dos jogos, e talz.”

Jotaro soltou um sorriso de canto com sua resposta. Justamente o sorriso que mechia com toda a estrutura de Kakyoin.

“Sonhando com um príncipe encantado, Kak?”

Kakyoin corou levemente, principalmente pelo uso do apelido, que de vez enquanto era usado após esses anos de convivência. Ah, aquilo era claramente uma abertura, certo? Jogando todos seus receios de lado, e munido com toda a coragem que tinha, respondeu de uma vez:

“Um príncipe não, mas quem sabe um pseudo delinquente”

Jotaro o olhou fixamente, e Kakyoin era incapaz de olhar para qualquer lugar que não fosse a sua frente. Sabia que estava corando ainda mais, e que isso mais o fato de não conseguir encarar o amigo só deixava ainda mais claro o que acabou de dizer.

O sinal do colégio tocou, e Kakyoin não sabia se agradecia ou xingava pelo timming perfeito. Tentando aparentar uma calma que não tinha, começou a juntar suas coisas, para voltar para a sala. Jotaro nem havia se mexido. Kakyoin não sabia o que pensar sobre aquilo.

Quando estava com a mão na maçaneta, sentiu um movimento atrás de si.

“Espere” Disse Jotaro, que acabando de levantar. Kakyoin sentiu o ar faltar ao seu redor. Poderia ele ter estragado tudo?

Parou, mas continuou com a mão agarrada fortemente a maçaneta. Sentia Jotaro se aproximar. Estava travado no lugar, tentava invocar sua calma natural, mas falhava ridiculamente. Por que havia feito aquela loucura, por que?

“Kakyoin” sentiu as palavras. Jotaro estava muito próximo, quase sussurrando no seu ouvido. Suas pernas fraquejaram.

“Hm..?” Não conseguiu responder mais que isso, sua voz não era confiável. Tentava respirar fundo, mas não queria que a atitude fosse percebida pelo outro. Sentiu as mãos de Jotaro no seu braço que segurava a maçaneta. Jotaro deslizou a mão por ele, o fazendo soltar dali. Com nenhuma força sendo necessária, indicou para Kakyoin se virar para ele. A delicadeza do Jotaro o surpreendeu, e sem o medo de levar um soco pelo que dissera, se virou, ainda incapaz de encarar os olhos verdes a sua frente.

Permaneceram um tempo ali, ignorando completamente que deveriam estar voltando para a sala de aula. Kakyoin encarava alguma coisa acima do ombro de Jotaro, enquanto era encarado fixamente.

“Olhe para mim” Disse Jotaro com aquela voz baixa, o fazendo se arrepiar. Não tinha forças para negar, e mesmo com todos os receios do mundo, o encarou profundamente. Viu algo em Jotaro que nunca tinha visto antes. Para qualquer pessoa, era ele apenas sendo ele, mas Kakyoin conhecia Jotaro bem demais. Conhecia cada mínima forma de expressar que ele possuía. Não conseguia dizer exatamente o que era que estava contido ali, mas sabia que era algo bom, algo recíproco. Jotaro o encarava quase que até o fundo de sua alma, e aparentemente também encontrou em seus olhos o que procurava.

Kakyoin viu a mão que estava livre de Jotaro ir em sua direção. Seus olhos estavam semicerrados. Sentiu aquela mão grande em seu rosto descer a seu pescoço, e por fim seguir para sua nuca. Não resistiu mais, se é que em algum momento qualquer resistência havia passado pela sua cabeça. Fechou os olhos quase que de forma involuntária.

Sentiu lábios nos seus, e tremeu. Não acreditava que aquilo estava realmente acontecendo. Levou suas mãos a Jotaro, se agarrando na primeira parte dele que encontrou, não sabendo direito o que estava fazendo. Sentiu o toque dos lábios ir embora, mas quando ia abrir os olhos para questionar, sentiu o toque novamente, mas dessa vez com mais fome.

Não foi apenas um breve encostar dessa vez. Sentiu a mão em sua nuca o segurar mais fortemente, sentiu os lábios começarem a se mover, e moveu os seus juntos. Seguia apenas seu instinto, enquanto seu coração ia a loucura.

Havia um forte desejo ali, uma fome que o fazia tremer por inteiro. Uma fome que estava além de seus mais molhados sonhos. Estava zonzo, não sabia se pela avalanche de sensações ou pela falta de ar. Sentia o corpo todo de Jotaro contra si, e aquilo era demais pra ele.

Aparentemente também era demais para Jotaro, que separou suas bocas, encostando sua cabeça a de Kakyoin. Kakyoin por sua vez, encostou sua testa no ombro de Jotaro, ainda o agarrando, enquanto respirava profundamente. A mão de Jotaro foi para seus cabelos, com uma suavidade que ninguém imaginaria. Kakyoin agarrou mais forte o tecido do uniforme escolar nas costas de Jotaro. Ambos tentando se recuperar, e sem saber muito bem como agir.

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Ao final do dia, Kakyoin arrumava seu material para ir embora, quando ouviu seus colegas de sala o chamando. Ao olhar pra porta, visualizou uma garota corada. Já imaginando o que seria, deixou suas coisas na mesa, e foi falar com ela. O corredor estava meio cheio então ela tentava da melhor forma possível esconder o que estava prestes a fazer.

“Er… Kakyoin-kun, poderia, er.. por favor, entregar isso ao Jotaro-kun?” Gaguejava notavelmente, enquanto estendia de forma escondida uma cartinha rosa cheia de fru frus.

Kakyoin respirou designado, enquanto com um sorriso educado recebia a carta. Com a carta ainda em mãos, e a garota agradecendo a sua frente, sentiu um peso em seus ombros.

Olhou pra frente e viu a garota ficar quase roxa de tão envergonhada. Ao se virar, percebeu que Jotaro apoiava seu braço em seus ombros, quase que com um meio abraço. Corou levemente mas agiu com casualidade.

Jotaro, vendo a carta nas mãos de Kakyoin, a pegou, para o terror da garota a sua frente, e a devolveu a garota, que ficou extremamente perplexa.

“Desculpe, Kakyoin já está saindo com alguém” disse em seu casual tom seco.

Kakyoin ficou boquiaberto, a garota tomada por um surto de coragem, estendeu a carta diretamente a Jotaro.

“É para você, Jotaro-kun”

“Da no mesmo. Agora vamos Kakyoin, cadê suas coisas?” Dito isso, puxou um chocado Kakyoin pelos ombros, enquanto largava a garota boquiaberta para trás. Esperava que ela fosse minimamente esperta para entender o recado. Após uns passos, Kakyoin pareceu se recuperar.

“Jotaro! Aquela garota, ela vai perceber, ela...”

“E isso é um problema?” O mirou profundamente nos olhos.

Kakyoin abriu e fechou a boca diversas vezes. A escola toda saberia se Kujo Jotaro estivesse saindo com alguém. Se Kakyoin se incomodava de saberem que era justo ele, de todas as pessoas? Não, de forma alguma. Achava que Jotaro se incomodaria, mas Jotaro nunca dera a mínima pra opinião alheia.

Nunca agradeceu tanto por Jotaro ser como é, como agora.

Um sorriso de satisfação surgiu em seu rosto.

“Não, nenhum pouco, vamos, preciso organizar minha coisas ainda”.

30 de Diciembre de 2018 a las 16:42 0 Reporte Insertar Seguir historia
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Continuará…

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