lara-one Lara One

Mulder e Scully investigam estranhas luzes numa floresta. Só que a verdade pode ser estranha demais para ser “engolida”.


Fanfiction Series/Doramas/Novelas No para niños menores de 13.
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LEVÍTICO 22


“Dize a Arão e a seus filhos que se abstenham das coisas sagradas dos filhos de Israel, as quais eles a mim me santificam, e que não profanem o meu santo nome. Eu sou o Senhor.”

Levítico 22:2


INTRODUÇÃO AO EPISÓDIO:

Fade in. *Indicação de ‘abre a tela’ apenas no início do roteiro.

Laredo - Texas - Restaurante e Motel “O Cowboy” - 12:49 A.M.

[Som: Patsy Cline – Crazy]

Geral da porta de entrada. Sai um Caminhoneiro gordo e barbudo, cabelos revirados, desleixado, com uma long neck de cerveja na mão. Cospe longe, limpa o nariz com a outra mão. Tosse. Caminha em direção ao caminhão. Para ao lado. Bebe a cerveja. Olha para a floresta em frente.

Geral da floresta, onde pequenas luzes movem-se por entre as árvores.

CAMINHONEIRO: - (INTRIGADO) Mas que... Que diabos é isso?

Ele atravessa a rua e vai em direção à floresta escura. As luzes continuam a mover-se lentamente. Ele entra na floresta. Vai embrenhando-se na mata.

Acentuação da música.

O barulho dos grilos e de uma coruja o assustam. Ele caminha com receio, em direção às luzes, olhando com curiosidade. O barulho dos galhos do chão, quebrando-se, o fazem virar para trás. O Caminhoneiro arregala seus olhos e grita.

Corta para o sangue dele que borrifa o tronco de uma árvore.

Fade to black. *Indicação de ‘fecha a tela’ (escurecer).


VINHETA DE ABERTURA: A VERDADE ESTÁ LÁ FORA

BLOCO 1:

Fade to up. *Indicação de abrir tela (continuação)

Mulder dirige o carro. Scully olha para o mapa em suas mãos.

SCULLY: - Tem certeza de que o caminho é este?

MULDER: - Não sei, mas é a única estrada que vimos até agora.

SCULLY: - Mulder, o que estamos fazendo aqui? O desaparecimento de uma pessoa não é problema nosso.

MULDER: - De uma pessoa talvez não. Mas de 26, em menos de três meses...

SCULLY: - Acha que é algum Arquivo X?

MULDER: - Talvez. Muitas pessoas relatam a presença de luzes na mesma floresta onde essas pessoas desapareceram.

SCULLY: - Isso não significa...

MULDER: - A primeira pessoa desapareceu na mesma noite quando essas luzes apareceram. (VIRA-SE PRA ELA) Você não acha estranho?

Scully dá de ombros. Mulder sorri.

MULDER: - Eu já disse o que eu gosto em você, Scully?

SCULLY: - E o que é?

MULDER: - Você sempre procura respostas mais complexas do que as minhas. É tão óbvio ver que existe alguma coisa extraterrestre por lá. (IRÔNICO) Mas você vai me dizer que deve ser um serial killer, saciando seu desejo incontrolável de matar

Scully fica séria. Faz seu tradicional beiço de “quem se importa”.

MULDER: - O que eu aprecio nos céticos é a capacidade de descartar o improvável. Isso é um belo sinal de que eles acreditam tanto na probabilidade do desconhecido que já o eliminam antes de qualquer resposta. Como disse Thomas Mann, a parte positiva no cético é que ele considera tudo possível.

SCULLY: - Mulder, eu acredito em você. Aceito suas teorias, acredito na sua intuição. Mas muitas coisas que você vê, não existem.

MULDER: - (SORRI) Aposto que muitas coisas que eu vejo são bem reais...

SCULLY: - Como esse caso, Mulder. O fato do xerife local pedir apoio ao FBI não significa que fomos escolhidos por se tratar de um Arquivo X.

MULDER: - Então fomos escolhidos por que somos os desocupados do FBI?

Scully fica quieta. Vira o rosto para a janela e olha a paisagem.


Laredo - Texas - Restaurante e Motel “O Cowboy” - 1:55 P.M.

Mulder pára o carro em frente ao restaurante. Desce. Scully o segue. Os dois entram no restaurante.

[Som: Patsy Cline – Stand By Your Man]

Ao ouvir a música, Mulder olha debochado pra Scully. Scully passa os olhos pelo lugar, disfarçando.

Panorâmica do local: Alguns caminhoneiros dançando com algumas prostitutas. Mesas arrumadas com vasos de flores no centro. Quadros de astros do cinema Western. Alguns chifres de animais nas paredes. Um local rústico, como os saloons do velho oeste.

Mulder dirige-se à mulher atrás do balcão, Jane Lee. É uma mulher de uns 30 anos, magra, cabelos louros longos e crespos, com uma blusa decotada, que realça seus seios fartos.

MULDER: - Senhora, sou o... (OLHANDO PRO DECOTE DE JANE) ... Agente Mulder. Esta é a minha parceira, a agente Scully. Somos do FBI.

JANE: - Ah, sim, esperava por vocês. Meu nome é Jane Lee. Em que posso ajudá-los?

Scully percebe onde estão os olhos de Mulder. O empurra e cumprimenta a mulher. Mulder quase perde o equilíbrio.

MULDER: - Estamos procurando a floresta de Greentown.

JANE: - Pois estão no lugar certo. É só atravessar a rua. Eu acompanho vocês.

Eles saem. Mulder encara Scully debochado. Ela finge que não percebe. Jane caminha à frente deles, num rebolado insinuante, num jeans apertado. Mulder olha pro traseiro dela. Scully fica sem graça.

JANE: - Vieram por causa das luzes? O FBI se interessa por isso?

SCULLY: - Sabe onde podemos encontrar o xerife Adams?

JANE: - Em alguns minutos ele passará por aqui para tomar seu café com rosquinhas.

SCULLY: - Sabe alguma coisa sobre esses desaparecimentos?

Eles param na entrada da floresta. Jane vira-se para Mulder.

JANE: - Algumas coisas estranhas acontecem por aqui. Estou há quatro meses neste lugar e toda a noite, além de caminhoneiros bêbados, vejo algumas luzes na floresta.

MULDER: - Como são essas luzes? Elas vêm do céu?

JANE: - Não, vem de dentro da mata. Mas isso é bom. Pelo menos meu restaurante pode virar ponto turístico para observadores de OVNIS.

MULDER: - (EMPOLGADO NUM SORRISO) Você acredita nisso?

JANE: - E você, não? Há muito mais mistérios no universo...

SCULLY: - (CORTANDO FURIOSA) Do que supõe a nossa vã filosofia. Vamos, Mulder. Vamos olhar por aí.

Mulder olha pra Jane sorrindo. Entra na floresta com Scully. Olhos colados no corpo de Jane.

MULDER: - (DEBOCHADO) Não vamos encontrar ETs às duas da tarde. Podíamos voltar pro restaurante, dançar, nos misturar com a população local, tomar café com rosquinhas e esperar o xerife...

SCULLY: - (IRRITADA) Por que tenho a sensação de que você está ficando imbecil?

Mulder abaixa a cabeça. Scully olha ao redor.

MULDER: - Scully, vamos morrer procurando alguma pista. É melhor voltarmos, jogarmos nossas coisas num quarto e juntarmos um grupo de busca. A floresta está ficando densa, podemos nos perder...

SCULLY: - (DEBOCHADA) Está com medo de que algum alienígena venha te pegar?

MULDER: - (IRÔNICO) Por que agora eu estou tendo a sensação de que você está ficando imbecil?

Scully dá meia volta. Olha debochada pra ele. Caminha na direção da entrada da floresta. Mulder vai atrás dela.

[Corte]

O xerife está sentado numa das mesas do restaurante, tomando café com rosquinhas. Mulder e Scully estão à mesa, com ele. Jane está atrás do balcão, pondo ordem no lugar.

XERIFE: - Foram 26 pessoas em três meses. Dá pra acreditar?

MULDER: - Estamos pensando em organizar um grupo de busca...

XERIFE: - Já fizemos isso, agente Mulder. Não encontramos nada. A floresta é densa, embora pequena. Já procuramos em todos os lugares. As pessoas simplesmente desapareceram.

SCULLY: - Não há testemunhas?

XERIFE: - A única testemunha aqui é Jane. Ela é a dona do restaurante e do motel e serve o melhor filé da região. A Jane já viu as luzes. Ela viu quando o caminhoneiro entrou na floresta. Depois não viu mais nada. As luzes sumiram.

Um homem alto e muito bonito sai da cozinha. Conversa com Jane. Mulder olha pra ele.

MULDER: - Quem é o sujeito?

XERIFE: - O Jack? Era o dono desse lugar. Mas estava indo à falência. Vendeu pra Jane. Ela veio do Mississipi, sabe fazer um bom filé. Transformou uma espelunca falida nesse lugar aconchegante. As pessoas param por aqui só pra provar o filé que ela faz. É o cartão postal da cidade.

MULDER: - E o que esse tal Jack ainda faz aqui?

XERIFE: - Ajuda na cozinha. É um bom açougueiro, cozinheiro e cortador de lenha. Na verdade, o marido da Jane sumiu quando fazia um mês que ela estava morando aqui. Ele foi um dos que desapareceram na floresta. O bonitão aí (APONTA PRA JACK), ficou consolando a viúva.

SCULLY: - (CURIOSA) Eles têm um caso?

XERIFE: - Eles não dizem, mas toda a cidade desconfia. Apesar dele ser quieto assim, é gente boa. Ela também. Nunca me deram problemas, exceto por alguns viajantes baderneiros que se hospedam aqui. Nossa cidade nunca teve crimes. Agora essas coisas acontecem.

MULDER: - Xerife, vamos ficar aqui no motel. Sabe onde nos encontrar.

Mulder levanta-se e sai. Scully pega uma rosquinha.


BLOCO 2:

Floresta de Greentown - 9:59 P.M.

[Som: Patsy Cline – Stand by your man]

Com as lanternas nas mãos, Mulder e Scully se embrenham na mata.

SCULLY: - Mulder, começo a achar que temos um Arquivo X por aqui. Pessoas sumindo no nada...

MULDER: - (DEBOCHADO) Será que finalmente estamos nos entendendo, Scully?

SCULLY: - Tenho que admitir que as evidências...

Mulder pára. Olha pro tronco de árvore com borras de sangue. Passa o dedo sobre o sangue. Cheira.

MULDER: - Scully, veja o que temos aqui.

SCULLY: - Parece sangue.

MULDER: - É sangue.

Mulder veste as luvas. Recolhe uma amostra. Entrega para Scully.

SCULLY: - Não é um Arquivo X.

MULDER: - Scully, quer minha teoria? Há relatos de pessoas que são agredidas fisicamente por extraterrestres.

SCULLY: - (INCRÉDULA) Mulder, olha o que está dizendo! Isso não faz sentido algum! (FERINA) Supondo, em última instância, que existam seres em outros planetas, eles viriam até a Terra apenas pra lutar boxe?

MULDER: - (LANÇA UM OLHAR DE DEBOCHE) Qual é a sua teoria então?

SCULLY: - Temos um serial killer solto por aí...

Mulder ri.

SCULLY: - Não estou achando graça alguma nisso, Mulder. Por que você não vê o óbvio?

MULDER: - Como explica as luzes?

SCULLY: - E-eu não sei. Não vi nenhuma luz ainda.

MULDER: - Ver, Scully, ver. Você como cientista deveria saber que temos cinco sentidos e não apenas um.

SCULLY: - Vou analisar essa amostra de sangue e ver... (CORRIGE) E comparar com o tipo sanguíneo das vítimas.

MULDER: - Acho que vou provar o filé da senhora Lee (IRRITANDO). Você deveria fazer isso.

SCULLY: - Não. Vou pro meu quarto analisar a amostra e comer arroz integral. É mais saudável.

MULDER: - Você é quem sabe. A vida tem mais gosto que apenas fibras e comida dietética.

Mulder sai. Scully o segue irritada.


Restaurante e Motel “O Cowboy” - 10:45 P.M.

Mulder está comendo um filé no balcão do restaurante. Jane faz café.

JANE: - Gostaria de um café, agente Mulder?

MULDER: - Sim. O xerife tem razão. Nunca provei um filé como esse. Qual o segredo?

JANE: - O segredo está no corte da carne. E isso é segredo de família.

Carl, um caminhoneiro entra.

CARL: - Hei, Jane! Prepara aquele filé especial! Tô rodando há mais de 10 horas e meu estômago está fazendo barulhos estranhos!

JANE: - Certo, Carl. Pode sentar-se, já vou preparar.

O caminhoneiro senta-se. Jane leva uma cerveja pra ele. Volta pro balcão.

JANE: - Deve ter uma vida interessante, agente Mulder.

Jane retira um filé cortado e coloca a carne crua sobre a chapa quente. A fumaça exala, o sangue escorre da carne.

JANE: - Desde pequena sonhei em ser agente do FBI. Acho que tenho atração por armas e ternos bem passados...

MULDER: - É um trabalho interessante.

Jane debruça-se no balcão, provocando Mulder com o decote.

JANE: - Aposto que você nunca pensou em trabalhar para o FBI. Você não tem cara de quem persegue bandidos. Não imagino um homem atraente e perfumado como você, correndo suado por aí.

MULDER: - De fato me especializei em crimes mais complexos...

JANE: - Da mente humana?

MULDER: - É, pode se dizer que sim.

JANE: - Você e... E a sua parceira... A agente Scully... Vocês têm alguma coisa... Algum tipo de relacionamento?

MULDER: - (RINDO) Não, não. Somos parceiros. Apenas trabalhamos juntos.

JANE: - Me pareceu que ela ficou irritada com nossa conversa. Parecia com ciúmes.

MULDER: - Ciúmes? De mim? A Scully? (SORRI) Não. A Scully é um pouco anti-social. Não liga pra ela.

Mulder levanta-se.

MULDER: - Bem, vou caminhar um pouco.

JANE: - Não tem medo de extraterrestres?

MULDER: - (MACHÃO) Eles é que têm medo de mim.

Jane passa sua mão pela gravata de Mulder. Puxa-o pela gravata, por sobre o balcão, de encontro a seu rosto. Morde sua orelha.

JANE: - Você tem um gosto delicioso.

MULDER: - (NERVOSO) Acho que vou caminhar enquanto é cedo.

Mulder afasta-se dela. Jane pisca pra ele. Mulder sai, desconcertado. Jack sai da cozinha. Encara Jane.

JACK: - O que pensa que está fazendo?

JANE: - Nada. Estou agradando o cliente.

JACK: - Ele é um agente federal.

JANE: - E qual é o problema? Por acaso eles têm alguma coisa diferente dos outros?

Jack sério, volta pra cozinha. Jane observa Mulder pela janela, num sorriso.


Quarto de Scully - 1:06 A.M.

[Som: Patsy Cline - Crazy]

O abajur ligado. Scully assiste TV, de pijamas, deitada na cama, comendo um pacote de maçãs secas. Olha para a janela. Levanta-se. Aproxima-se do vidro, olhando pra rua.

Mulder, de mãos nos bolsos das calças, em pé no asfalto, observa a floresta.

Scully solta um suspiro de angústia, olhando para o parceiro.

SCULLY: - ... Há quantos anos trabalhamos juntos, Mulder? Sempre é assim. Fica parado, mergulhado na sua busca pelo improvável, alheio a qualquer coisa, como se fugisse de si mesmo... O que espera encontrar nessa floresta? A prova definitiva de seus anseios pessoais por formas de vida alienígenas? Acredita que vai conseguir provar ao mundo que eles existem? Que com isso vai encontrar sua irmã?

Scully recosta-se na janela, observando Mulder.

SCULLY: - Posso saber cada reação sua. Não vai demorar muito e vai levar as mãos aos bolsos, procurando sementes de girassol para mastigar, enquanto fica perscrutando os céus em busca de respostas.

Mulder retira sementes de girassol dos bolsos, comendo-as.

Scully sorri. Fecha os olhos, angustiada.

SCULLY: - Impenetrável o seu mundo interior, Mulder... Se ao menos deixasse a porta dele entreaberta... (CENSURA-SE SUSPIRANDO, LEVANDO OS CABELOS PARA TRÁS DAS ORELHAS) ...

Scully fecha a cortina, deitando-se na cama.

Corta pra Mulder, observando a floresta. Triste. Olha para trás, percebendo o enorme caminhão que entra no estacionamento do restaurante. Duas prostitutas saem do restaurante com Carl, aos risos, os três bebendo cerveja e se divertindo. Mulder volta os olhos para a floresta. Olha para o céu. Entra na floresta, tirando a lanterna do paletó.

MULDER: - Ok, homenzinhos cinzas. Eu sei que estão aqui. Melhor se mostrarem de uma vez.

Barulho no meio das árvores. Mulder vira-se em pânico. Mira a lanterna pelo local.

MULDER: - Ok... E-eu não estou com medo. Sei que tem alguém aí. É melhor sair logo ou eu vou puxar minha arma!

Barulhos. Mulder vira-se rapidamente, arregalando os olhos. Grita histérico.


Quarto de Scully - 1:12 A.M.

[Som: Patsy Cline – Stand by your man]

Scully está analisando a amostra de sangue. Tira as luvas. Vai até o banheiro. Coloca as luvas no lixo. Liga o chuveiro. Tira a roupa.

Close na roupa que cai no chão.

Close nas costas nuas de Scully, que pega o roupão de banho e o coloca.

Batidas desesperadas na porta.

Scully suspira. Vai até a porta e a abre. Mulder entra correndo, assustado, fechando a porta atrás de si, recostando-se na porta, esbaforido, em pânico.

SCULLY: - Mulder?

MULDER: - (GRITA ASSUSTADO) Tranque as janelas!!!!!

SCULLY: - O que aconte...

MULDER: - Tem um lobisomem aí fora, atrás de mim!!!!!

Scully faz cara de deboche.

SCULLY: - Lobisomem?

Mulder senta-se na cama. Scully o encara.

MULDER: - Ele veio me seguindo, chamando pelo meu nome...

SCULLY: - (INCRÉDULA) Lobisomem? Seguindo você? Como ele sabe o seu nome? Mulder, se houvesse um lobisomem lá fora, você sacaria sua arma e...

MULDER: - (ASSUSTADO) Não deboche de mim! Eu sei o que vi!

SCULLY: - (DEBOCHADA) Mulder, sua mãe nunca lhe disse que lobisomens não existem? Ou ela esqueceu de lhe contar essa parte da história...

MULDER: - (FURIOSO) Se não acredita vá ver por você mesma!!! Tem um monstro aí fora e ele quer me pegar!!!

Scully olha pra Mulder com deboche. Dá de ombros. Abre a porta e vai para rua. Grita. Mulder sai em disparada. Há um homem completamente coberto de pêlos, com exceção dos lábios, num uniforme de assistente do xerife, sorrindo pra Scully.

HOMEM LOBO: - Oi, desculpe, eu não queria assustar seu parceiro... Vocês são os agentes federais?

Scully aproxima-se dele. Olha-o com curiosidade. Mulder observa de dentro do quarto, assustado.

HOMEM LOBO: - Meu nome é Billy, o Homem Lobo. Bom, vocês já devem ter percebido. Eu sou assistente do xerife Adams...

SCULLY: - Impressionante... (OBSERVANDO-O)... Posso?

HOMEM LOBO: - Claro.

Scully toca o rosto dele.

SCULLY: - É uma disfunção genética rara dos folículos capilares que crescem desproporcionalmente. É alguma alteração no DNA. Há um caso assim de dois irmãos no México. A medicina ainda não descobriu o que causa essa disfunção, que muito vulgarmente as pessoas chamam de ‘lobisomem’.

HOMEM LOBO: - Desculpem minha aparência horrível. Mas não há cura pra isso. O Xerife Adams me falou que vocês gostariam de vasculhar a floresta. Posso ajudá-los.

SCULLY: - Nós já estivemos por lá e analisei uma amostra de sangue que encontrei. Amanhã receberei uma resposta de Washington.

HOMEM LOBO: - Bem, se vocês precisarem de alguma coisa, podem ligar.

Billy sai. Scully olha pra Mulder.

SCULLY: - Lobisomem... Ahn! Vá para o seu quarto, Mulder. O ar quente do Texas está deixando você agitado.

Mulder abre a porta de seu quarto.

SCULLY: - (DEBOCHADA) Se encontrar alguma barata no seu quarto, pode me chamar. Eu o protejo!

Mulder franze as sobrancelhas e sorri com malícia.

MULDER: - Quem sabe você dorme na minha cama essa noite, Scully? Hum? Só por precaução. Deve ter baratas no meu quarto.

Scully entra em seu quarto. Volta com um inseticida spray e entrega pra ele.

SCULLY: - Durma abraçado com isso, Mulder. Vai resolver seu problema.

Uma coruja grita. Mulder dá um salto, fazendo cara de pânico. Scully ri. Mulder entra no quarto furioso. Bate a porta. Olha para o inseticida nas mãos.

MULDER: - (DEBOCHADO) Qualquer hora eu digo como você pode resolver o meu problema, mulher.


Floresta de Greentown - 4:44 A.M.

Panorâmica da floresta. Pontos de luz por entre as árvores. Mulder sai de seu quarto, apenas de calças e corre com a arma em punho.

MULDER: - (GRITA) Scully!!!!!!

Scully sai de pijamas de seu quarto. Corre com a arma nas mãos atrás de Mulder. Os dois entram na floresta.

MULDER: - As luzes!

Scully corre atrás de Mulder. As luzes vão sumindo por entre a mata. Scully tropeça em algo, caindo no chão. Mulder segue adiante. Scully levanta-se e olha pro chão. Arregala os olhos, mirando a lanterna.

SCULLY: - (GRITA) Mulder!

Mulder pára. Olha pras luzes que desaparecem no meio das árvores.

MULDER: - Droga!

Mulder volta, em busca de Scully.

MULDER: - O que foi...

Close no facho de luz da lanterna de Scully, revelando o corpo de Carl, o caminhoneiro, caído no chão. O crânio está rachado ao meio.


BLOCO 3:

5:10 A.M.

O furgão do necrotério leva o corpo de Carl, enrolado, numa maca. O xerife aproxima-se de Mulder e Scully.

XERIFE: - Então não estamos lidando com extraterrestres, mas com humanos...

SCULLY: - Vou fazer a autópsia nele e verificar o que podemos descobrir.

XERIFE: - Vai precisar da permissão da família, agente Scully. A religião dele não permite violação do cadáver.

MULDER: - Em quanto tempo acha que conseguiremos a permissão?

XERIFE: - Vou falar com eles. O Carl mora aqui perto. Vou convencer a família.

O Homem Lobo se aproxima.

HOMEM LOBO: - Quem poderia fazer isso?

MULDER: - (IRRITADO) Alguém com sede de sangue. Ou alguém que pensa que é uma figura mitológica de filmes de terror.

Mulder afasta-se, em direção ao restaurante. Scully olha para o Homem Lobo, ternamente. Vai atrás de Mulder. Mulder e Scully caminhando lado a lado e discutindo.

SCULLY: - (IRRITADA) Baseado em que evidência você fez essa acusação?

MULDER: - Foi ele, Scully. O Homem Lobo.

SCULLY: - Mulder, você está julgando uma pessoa pela aparência! É como julgar pela raça, crença, cor...

MULDER: - (DEBOCHADO) E pelo tônico capilar.

Mulder pára. Scully suspira, já sem paciência.

MULDER: - Foi ele. Quer apostar quanto?

SCULLY: - Mulder, ele é um bom rapaz...

MULDER: - Agora quem está julgando pelas aparências, Scully? Você está com pena dele. (JOGANDO) Ou está apaixonada por um monte de pêlos ambulante.

SCULLY: - (IRRITADA) Será que sou eu quem está apaixonada? Ora essa, Mulder. (ENCIUMADA) Você não vê que o suspeito provável dessas mortes é essa mulher que você fica abanando o rabo como um cachorrinho, tentando chamar a atenção! Ela é suspeita!

MULDER: - Jane? (RI) Ora, Scully. Jane não é suspeita! Esse monte de pêlos é mais suspeito do que ela! (ENCIUMADO) Não sabia que tinha atração por homens peludos...

SCULLY: - (IRRITADA) Não sabe muita coisa a meu respeito, Mulder. E nem a respeito daquela coisa siliconada atrás daquele balcão!!!

MULDER: - Prove que ela é suspeita.

SCULLY: - Vou provar. Chegaram os resultados. O sangue encontrado é do caminhoneiro desaparecido, que esteve no restaurante dela, na noite anterior a que chegamos.

MULDER: - E daí? Isso não prova nenhuma ligação do crime com Jane. Eu vi Carl sair com duas prostitutas ontem à noite. Quem sabe não foram elas?

SCULLY: - Ora, Mulder! São fatos circunstanciais! Jane tem a visão de toda a floresta. Não parece sinistro que os crimes começaram a ocorrer um mês depois que ela chegou à cidade? Não há nada de OVNIs por aqui, Mulder. Temos um assassino extremamente esperto, que mata suas vítimas e esconde os corpos. Se revirarmos a floresta, vamos encontrar cadáveres por todos os lados.

MULDER: - Acha que o assassino seria tão idiota de esconder os cadáveres na floresta?

SCULLY: - Acha que seria idiota de transportá-los por aí? Mulder, aquelas luzes podem muito bem serem lanternas! Você não quer acreditar no óbvio!

[Corte]

Mulder entra no restaurante. Jane vem até ele. Suja de sangue. Scully a observa.

JANE: - Desculpe. Tive de ajudar o Jack a matar uma ovelha...

SCULLY: - (IRÔNICA) Você gosta de matar?

JANE: - Olha, “queridinha”, eu não sei aonde quer chegar com essa pergunta.

MULDER: - Não ligue pra ela. Está com os hormônios à flor da pele, então desconta nos outros.

Scully olha pra Mulder, incrédula. Sai cabisbaixa e triste do restaurante. Mulder percebe que a magoou. Vai atrás dela. A agarra pelo braço.

MULDER: - Desculpe. Eu não pensei que você ficaria ofendida com uma brincadeira dessas...

SCULLY: - Não estou ofendida. Me parece que você perdeu toda a razão diante de um par de seios enormes!

Scully pára.

SCULLY: - Mulder, eu não gosto que você me ridicularize na frente dos outros. Portanto essa sua piada foi extremamente sem graça.

MULDER: - Desculpe, eu...

Scully vai pra seu quarto. Mulder, cabisbaixo, vai pro seu.


12:00 P.M.

[Som: Patsy Cline – Crazy]

Mulder entra no restaurante com uma das mãos nas costas. Vai até Scully que está sentada à uma das mesas.

MULDER: - (PIDÃO) Eu sei que isto não vai apagar a bobagem que eu disse, parceira, mas... E-eu não sou muito bom com as mulheres...

Mulder lhe entrega uma rosa. Jane observa. Scully sorri. Pega a rosa.

MULDER: - (CULPADO) E-eu sou uma pessoa extremamente insegura e pra disfarçar isso, eu uso de ironia para magoar antes que me magoem...

SCULLY: - Mulder, você não tem que me dizer isso. É pessoal demais.

Mulder senta-se.

MULDER: - ... O que você pediu?

SCULLY: - O “delicioso filé da senhora Lee”.

Mulder sorri. Scully também.

MULDER: - Vamos revirar aquele lugar hoje à noite. O Homem Lobo já juntou vários cidadãos de Laredo para fazermos uma busca. Vou confiar no seu instinto. O meu, nesse caso, não está funcionando.

SCULLY: - Por que me diz isso? Para não sentir-se culpado?

MULDER: - Eu... (CALA-SE) ...

Os dois trocam um olhar sério e penetrante. Jack coloca dois pratos com filé e batatas sobre a mesa deles. Mulder e Scully desviam os olhos um do outro, embaraçados. Jack olha pra Jane. Volta pra cozinha. Mulder e Scully olham pra comida e simultaneamente empurram os pratos, como se estivessem sem apetite.

MULDER: - Onde o assassino poderia enterrar os corpos? São centenas de milhares de quilômetros de floresta. Vou ficar vigiando a noite toda novamente. Precisamos pegar esse cara, Scully.

SCULLY: - A família da vítima não quer autorizar a necropsia. E é a única pista que temos até agora. O único corpo encontrado. Acredito que por você estar ali, tenha dificultado a ação do assassino, o deixando sem tempo para levar o corpo.

Scully fecha os olhos. Suspira.

SCULLY: - Estou me sentindo tão cansada! Gostaria de relaxar e aproveitar o ar puro deste lugar, a hospitalidade texana. Até de dançar country.

Jane aproxima-se.

JANE: - Hoje temos uma festa country por aqui. Vem gente de todos os lugares.

MULDER: - Vou ficar de olhos abertos. Hoje eu pego o desgraçado.


11:55 P.M.

Panorâmica do restaurante, que está cheio. Uma banda toca country, enquanto Jane serve filés e cervejas. Animação, algumas pessoas dançam. Scully entra. Observa as pessoas. Jack vai até ela.

JACK: - Gostaria de dançar?

SCULLY: - (SORRI) Eu nunca dancei country...

JACK: - Eu te ensino.

Jack a puxa. Envolve Scully pela cintura e os dois saem pelo salão. Scully ri.

SCULLY: - Eu nunca me diverti tanto!

JACK: - Assim, quando você for embora, vai se lembrar da hospitalidade texana.

SCULLY: - Há quanto tempo você e Jane estão juntos?

JACK: - Há alguns meses. Eu estava sozinho, ela também. Resolvi vender o lugar e ajudá-la na cozinha.

SCULLY: - Você é quem prepara a comida?

JACK: - Não. Na verdade eu só preparo a carne. A Jane tem horror a sangue. Ela cozinha, mas se recusa a cortar. Como eu sou açougueiro há mais de 20 anos...

SCULLY: - Você é daqui?

JACK: - Não. Sou de Cleveland, Ohio. Vim pra cá com uma mochila nas costas. Trabalhei até comprar este lugar. Gosto daqui. O único problema é a Jane.

SCULLY: - O que há com ela?

JACK: - Ela é muito exigente comigo. Não consigo ter voz ativa com ela. Mas nos unimos. Ela me mostrou coisas que eu não conhecia. Deu asas à minha imaginação... Com ela posso fazer coisas que você nunca sonharia.

SCULLY: - Como o quê?

JACK: - Algum dia, talvez eu lhe conte...

Jack percebe que Jane o observa. Então aproxima seus lábios dos de Scully. Scully desvia os lábios, constrangida.


BLOCO 4:

Mulder está sentado no quarto, de frente pra janela. Olha pra floresta. Bebe suco numa garrafa. O celular toca.

MULDER: - (ATENDE) Mulder.

XERIFE: - Agente Mulder, o grupo está pronto. Chegaremos em 15 minutos.

MULDER: - Aguardo vocês.

Mulder desliga. Bebe outro gole. Levanta-se. Deita-se na cama. Levanta de novo.

MULDER: - Droga de colchão duro!

Mulder levanta o colchão. O fundo da cama é de concreto.

MULDER: - Mas que droga de lugar! Com uma floresta aí na frente e eles usam concreto ao invés de madeira.

Mulder sai do quarto. Vai até o restaurante. Vê Scully dançando com Jack. Faz cara de pânico. Jane vem até ele. Mulder com os olhos pra Scully. Jane o puxa pelo braço, mas Mulder continua encarando Scully e Jack, já ficando de mal humor.

MULDER: - Por que concreto embaixo da cama?

JANE: - Esqueci de lhe dizer que seu quarto é reservado para os caminhoneiros gordinhos. Estou cansada de repor tábuas nas camas. Como não havia outro vago...

MULDER: - Pensei que estivesse me chamando de gordo...

JANE: - Preciso falar com você. Em particular, longe dos olhos de Jack.


Corta para o quarto de Mulder. Jane e ele entram.

MULDER: - Alguma coisa sobre os crimes?

JANE: - É. Tive medo de dizer antes, não tinha certeza... Mas... Eu acho que sei quem fez isso.

MULDER: - Quem?

JANE: - Extraterrestres.

Mulder ri.

JANE: - É sério, agente Mulder. Já vi alguns deles na floresta. Durante o dia. Acredito que eles possuam alguma base subterrânea por lá.

MULDER: - Por que extraterrestres atacariam uma pessoa rachando o seu crânio?

JANE: - O governo. O governo os ajuda.

MULDER: - Mas o que eles ganhariam com uma pessoa morta?

JANE: - Isso eu não sei. Mas já vi homens estranhos por aqui. Pareciam da CIA.

MULDER: - (CURIOSO) Quando presenciou isso?

JANE: - Há alguns dias atrás. Entraram na floresta e só saíram de madrugada. Eu pude vê-los, pois como sabe, o movimento por aqui vai até tarde.

MULDER: - Alguém mais viu?

JANE: - O Jack. Mas ele não quer falar sobre isso. Eram homens de terno preto.

MULDER: - Homens de preto?

JANE: - Sim, em um carro da década de 60. Muito velho, mas muito conservado. Talvez o governo esteja fazendo experiências com essas pessoas...

MULDER: - Você sabe muita coisa sobre esse assunto...

JANE: - Digamos que eu leia muito sobre isso. Temos alguma coisa em comum.

Jane aproxima-se de Mulder. Passa as mãos pelo peito dele. Desce as mãos até sua calça. Começa a tirar-lhe o cinto. Ajoelha-se.

MULDER: - S-senhora Lee, acredito que isso não seja...

JANE: - Relaxe, agente do FBI...

MULDER: - Senhora Lee, adoraria conversar sobre isso, mas...

Batidas na porta.

XERIFE: - (GRITA) Agente Mulder! Estamos lhe esperando.

Mulder empurra Jane. Ela cai sentada no chão. Mulder afivela o cinto.

MULDER: - (NERVOSO) Tenho que ir.

JANE: - (LAMBE OS LÁBIOS) Agente Mulder, não sabe o quanto aprecio uma boa carne...

Mulder sai depressa do quarto. Segue o delegado. A festa terminou no restaurante e os caminhoneiros sobem em seus caminhões para partirem. Scully sai do restaurante e vai atrás de Mulder. Entram na floresta, de lanternas. O xerife divide o grupo em quatro.

XERIFE: - Quero uma busca detalhada, centímetro por centímetro. Observem folhas reviradas, montes de folhas ou terra, e até mesmo sobre as árvores. Qualquer coisa que indique sinal da existência de algum corpo.

O Homem Lobo vai com Mulder e Scully.

MULDER: - Eu não sabia que você dançava country, Scully.

SCULLY: - ...

MULDER: - ...

Scully caminha mais à frente. Mulder a admira. Apressa o passo.

MULDER: - Descobriu alguma coisa?

SCULLY: - Ela é quem o governa. Jack é apenas um cordeirinho nas mãos de Jane Lee.

MULDER: - (SÉRIO) Como todo o homem nas mãos de uma mulher... Você acha que conquista... mas na verdade... acaba sendo fisgado... Completamente... Fisgado.

SCULLY: - (SORRINDO) Hum, Mulder. Não conhecia esse seu lado crítico afetivo.

Scully olha pras calças de Mulder.

SCULLY: - Mulder, seu zíper está aberto.

Mulder, envergonhado, fecha o zíper.

SCULLY: - O que descobriu da senhora Lee?

MULDER: - Que ela tem o péssimo hábito de colocar concreto debaixo da cama e coisas estranhas na boca, fora do horário das refeições... (PÂNICO) Concreto?

Mulder olha pra Scully que o observa sem entender nada. Repentinamente Scully parece ler a mente de Mulder. Os dois saem correndo. O Homem Lobo sem entender nada, os segue.

[Corte]

Mulder e Scully entram no quarto. Mulder levanta o colchão. Olha para o Homem Lobo.

MULDER: - Me arranje uma picareta depressa! Scully, verifique os outros quartos!!!

Scully sai correndo. O Homem Lobo entra com a picareta. Começa a quebrar o concreto. O xerife chega.

XERIFE: - O que está havendo por aqui, agente Mulder? Não pode destruir propriedade privada!

MULDER: - Talvez os corpos estejam sob o concreto da cama.

Close no concreto que vai se estilhaçando, revelando alguns ossos. Scully entra.

SCULLY: - Mulder, você precisa ver isso.

Mulder vai atrás de Scully. Entra num quarto. Há vários ossos debaixo de um colchão, ainda sem a camada de concreto. Mulder faz cara de nojo. Scully pega  um deles.

SCULLY: - Veja como estão bem limpos. Isso é trabalho...

MULDER: - De um açougueiro?

Scully afirma com a cabeça. Mulder puxa a arma.


Mulder, Scully e o xerife entram no restaurante. Reviram o lugar. Não encontram ninguém. Mulder sai pela porta dos fundos. Apenas o machado, sujo de sangue, cravado sobre o que resta de um tronco de árvore. Mulder volta pro restaurante. Olha aflito pra Scully.

MULDER: - Jane e seu açougueiro particular devem ter fugido.

XERIFE: - Vou alertar todas as unidades. Vamos dar uma busca no local.

O xerife sai.

[Som: Patsy Cline – Crazy]

Silêncio dos agentes, até que Mulder olha pra Scully, inconsolado.

MULDER: - Você tinha razão. Eu não desconfiei. Acreditei na história dela de extraterrestres e conspiração do governo...

SCULLY: - Não fique assim, Mulder. Devemos admitir que eles foram mais espertos do que nós. Que ótima maneira de esconder os corpos. Debaixo do concreto, nas camas, sob os colchões. Quem iria encontrar?

MULDER: - Mas por que fizeram isso?

SCULLY: - Talvez nunca vamos descobrir o motivo. O que me intriga é por que retirar a carne dos ossos? O que fizeram com a carne?

Os dois arregalam os olhos. Close num prato de filé com fritas sobre o balcão.

Fade out.



05/10/1999


14 de Noviembre de 2018 a las 08:56 0 Reporte Insertar Seguir historia
1
Fin

Conoce al autor

Lara One As fanfics da L. One são escritas em forma de roteiro adaptado, em episódios e dispostas por temporadas, como uma série de verdade. Uma alternativa shipper à mitologia da série de televisão Arquivo X.

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