Notas iniciais
Então gente, essa foi feita para o desafio de Halloween do inkspired. Basicamente uma estória deve ser desenvolvida a partir de uma imagem selecionada pelos embaixadores do desafio.
A imagem utilizada para essa estória pode ser encontrada aqui.
E segue também abaixo.
Espero que gostem!
Créditos na imagem
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Nahant, Massachusetts
31 de outubro de 1997
Shisui olhou o relógio na parede pela quinta vez nos últimos dez minutos.
Por um lado, ficava satisfeito em ter um motivo para reclamar finalmente de Itachi ter feito algo errado – algo raro no senhor-eu-ando-sempre-na-linha -, por outro lado, Itachi nunca se atrasava. Em nada. A palavra ‘atrasado’ não existia no vocabulário de Itachi Uchiha.
Olhou para a rua pelo vidro do café, o mar a distância estava agitado, o tempo carregado para uma chuva forte que se anunciava.
Bateu os dedos na mesa, focando na música saindo do balcão e não no relógio na parede.
Load up on guns, bring your friends
It's fun to lose and to pretend
She's over-bored and self-assured
Oh, no, I know a dirty word
O turno de Itachi logo começaria, e não teriam tempo de conversar. Suspirou cruzando os braços para se proteger do frio quando alguém abriu a porta.
Olhou esperançoso para o grupo que entrava escapando da chuva que começava a cair, esperando ver os cabelos escuros e o rosto envergonhado pelo atraso, Sasuke provavelmente nos calcanhares do irmão reclamando da chuva. Nada.
Sua mente foi no comportamento de Itachi nos últimos dias. O rosto cada vez mais pálido e cansado, a expressão distante. A forma como ele parecia afastar Sasuke, ser até mesmo cruel com o irmão algumas vezes.
Hello, hello, hello, how low
Hello, hello, hello, how low
O telefone tocou de forma estridente no balcão até alguém atender.
Seu coração apertou no peito.
Algo não parecia certo.
Itachi era a pessoa mais gentil que conhecia. Estranho, introvertido, com sérios problemas para se socializar, mas ainda assim a pessoa mais bondosa em que podia pensar. Principalmente com o irmão mais novo.
Hello, hello, hello, how low
Hello, hello, hello
-Shisui! – Olhou para Anko, o rosto dela parecia preocupado lhe apontando o telefone. – É Itachi.
Antes mesmo de ela terminar já estava se erguendo rapidamente e pegando o telefone da mão dela.
-Ei, Merlin, quando disse que me daria bolo hoje, não pensei que fosse no sentido figurado. – Seu sorriso morreu quando como resposta recebeu silêncio. - Itachi?
Um soluço baixo, respiração trêmula.
Apertou o telefone, a garota no balcão o fitava com o rosto pálido, com certeza tendo percebido algo errado na ligação também.
-Itachi, o que aconteceu? Está chorando?
A respiração do outro lado acelerou, e não recebeu resposta.
-Itachi? Merlin, o que houve? – suavizou a voz, e seu sangue gelou quando identificou algo do outro lado da linha além da respiração e dos soluços do outro.
Gritos.
E então um estampido ensurdecedor.
Silêncio.
Olhou a garota com os olhos arregalados.
-Shisui.
A voz dele parecia distante. Ouviu mais gritos, suas mãos trêmulas. Anko estava falando algo, mas não conseguia ouvir.
-Salve Sasuke.
A linha ficou muda e derrubou o telefone no chão.
-Shisui! O que houve?
-Chame a polícia.
Já caminhava para a saída, Anko vinha logo atrás.
-Cacete Shisui! Espere. O que aconteceu?
-Tiros. Chame a policia para a casa dele agora!
-Shisui!
Alcançou a saída, a chuva já forte, e correu.
A casa dos Uchiha não ficava muito longe do café. Na verdade, nada ficava muito longe naquela ilha. Em minutos já estava vendo a grande edificação no topo da colina. A chuva já havia aumentado ao ponto de encher o caminho de lama enquanto subia pelo cascalho.
Seu coração batia acelerado no peito, vendo as portas e janelas abertas batendo com o vento, a chuva invadindo a casa. O portão escancarado, a bicicleta de Sasuke caída na entrada.
Não parou de correr até estar na sala, esquecendo do perigo que poderia encontrar.
Paralisou apenas ao encontrar o primeiro corpo.
Estava perto da escada, caído com os pés ainda nos últimos degraus, de bruços. Um tiro nas costas. Obito Uchiha.
Não soube quanto tempo ficou paralisado, vendo todo o sangue, mas acordou do choque quando ouviu novo estampido e um grito – de Sasuke -, e quando deu por si, estava correndo em direção ao som, saltando os degraus da escada.
O corpo de Mikoto Uchiha estava no corredor em direção aos quartos, um tiro no peito. Por cima do corpo dela, Fugaku Uchiha, ou imaginava que fosse. Não havia restado muito da cabeça.
Shisui sentiu bile lhe subir pela garganta. Desviou os olhos e continuou no corredor até a direção que ouvira o tiro.
Parte sua sabia que estava sendo estupido e deveria esperar a policia chegar. Não sabia o que encontraria ali.
Outra parte, uma mais forte, apenas pensava em Itachi ao entrar no quarto de Sasuke de supetão.
Ele esperava ver muita coisa ali. Itachi lutando contra um assassino. Ou pior, mais corpos.
Nunca aquilo.
A roupa dele estava suja de sangue, o cabelo longo solto cobrindo seu rosto. Parado no meio do quarto, rifle na mão. A porta do guarda roupa estava escancarada, marcas de tiro.
Um pé dele no peito de Sasuke, o segurando no chão, cano apontado para a cabeça do irmão mais novo que o fitava com os olhos arregalados.
-Itachi?
Os dois o fitaram ao mesmo tempo. Sasuke com a expressão apavorada como nunca vira na vida.
O rosto de Itachi parecia...vazio. Mesmo com as lágrimas caindo. Os olhos estavam distantes, como se nem mesmo o visse realmente ali. Por segundos, os três se fitaram. As sirenes como pano de fundo do lado de fora da casa. Cada detalhe que sempre estaria gravado na sua mente, a janela aberta e batendo, a chuva entrando na casa, os soluços de Sasuke.
Aqueles segundos em que o rosto de Itachi mudou.
O vazio dando lugar ao horror, ao medo.
A tristeza.
-Itachi, largue Sasuke. – Sua voz saiu estranhamente firme, as mãos em rendição, olhando um animal acuado.
Para sua surpresa, o rifle subiu, o cano saindo de Sasuke.
Apontado para seu peito.
Sasuke tentou sair debaixo do pé do irmão, e gemeu quando ele o apertou com mais força.
-Itachi, abaixe a arma. – Gritos lá embaixo. Segurou o choro, fitando o outro nos olhos. – Vamos lá Itachi, eu não sei o que aconteceu, mas...isso não é você.
Uma risada trêmula do outro. Um sorriso estranho no rosto sujo de sangue.
O rifle mudou de direção novamente, as mãos trêmulas.
-Itachi? O que está fazendo, Itachi?
O cano abaixo do próprio queixo.
O sorriso.
-Cuide dele.
Ele nunca esqueceria. Aqueles meros segundos, em que se moveu tarde demais.
O estampido, o sangue respingando em seu rosto.
O grito de Sasuke.
O corpo de Itachi caindo no chão com um baque.
A denial, a denial, a denial, a denial, a denial
A denial, a denial, a denial, a denial
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Saitama, Japão
Dias atuais
-Kanpai!
Naruto Uzumaki estava tendo um dia ruim. O que sendo ele, não era uma grande novidade.
-Você foi demitido de novo?
A voz de Neji estava tão resignada que deveria se sentir ofendido. Os olhos claros o fitaram de forma julgadora limpando os copos no balcão e fez um bico ofendido em resposta que não deveria ser possível para alguém que já passava dos trinta anos.
-O que você fez dessa vez?
-Não foi minha culpa. – Se defendeu se servindo uma nova dose. Antes que pudesse a virar o outro tomou da sua mão e o olhou de forma feia. – Qual é, Neji? Eu preciso disso.
-Você precisa ir para casa, tomar um banho, dormir e ir procurar emprego amanhã. Sério, Naruto. O que você fez?
Desistiu de tentar pegar o copo de volta. Sua cabeça estava rodando e a encostou na madeira do balcão. Neji suspirou após alguns segundos sem resposta. Fechou os olhos, ignorando os sons ao redor. As risadas no bar, a voz de Neji falando com alguém.
Havia cochilado um pouco na posição, provavelmente, e a próxima coisa que percebeu foi a mão fria na sua nuca.
-Vamos, eu te levo para casa.
Resmungou algo, e sentiu ele colocar seu braço nos ombros dele, a posição desconfortável pela diferença de altura.
-Eu posso ficar de pé. – Reclamou enquanto saiam para a noite fria em direção ao carro do outro. Neji não respondeu e bufou. – Eu bebi dois copos Neji.
-E não está parando em pé, de sono. Quando foi a última vez que dormiu, Naruto?
Não respondeu, não tendo defesa. Entrou no banco do carona e suspirou. Sabia que não tinha como se livrar do outro quando ele ficava assim.
O outro dirigiu em silêncio por alguns instantes, mas sabia que não seria assim por muito tempo.
-Hanabi está preocupada com você.
Bingo.
-Hanabi, ou você?
Mesmo com os olhos na estrada sabia que o outro estava franzido a testa com desagrado.
-Nós dois.
Para ele admitir isso deveria estar mesmo muito ruim.
-Ela disse que você não está se cuidando.
-Hanabi se mudou para meu prédio para me vigiar, não foi?
O silêncio do outro era a confirmação que precisava.
Sabia que ela e Konohamaru o convidando para jantar toda noite não era a toa. Os dois tinham até mesmo conseguindo a força uma chave do seu apartamento, e quando sumia um deles sempre aparecia lá para o chutar para fora da cama.
Tinha certeza que havia durado tanto no último emprego por causa dela o tentando deixar funcional.
Não conseguia nem mesmo se irritar com isso.
-Hinata não iria querer te ver assim, Naruto.
A frase quieta fez seu coração apertar e fechou a cara. Sentia uma grande vontade de abrir a porta do carro, mesmo em movimento, e fugir dali.
-Nem ela, nem as crianças.
-Neji, pare.
-Sabe que estou certo.
Por sorte já havia parado em frente ao apartamento. Abriu a porta antes mesmo do carro parar.
-Naruto. – Neji agarrou seu pulso, mas não o fitou, um pé já fora do carro. – Naruto, só estamos preocupados.
Ele sabia, realmente sabia disso.
-Eles iriam querer te ver feliz Naruto, não assim. Já faz um ano...
-Não importa! – o grito o surpreendeu. Neji afrouxou o seu pulso, mas não o soltou. Não tinha coragem de o olhar e ver sua expressão. – Não importa, eles não estão mais aqui para ver, estão?
Puxou seu pulso e dessa vez ele o deixou ir.
-Eu te ligo amanhã – Ofereceu de forma hesitante, como pedido de desculpas.
Não olhou para trás para ver ele tinha ouvido, entrando no prédio.
Fugir dos problemas era a única coisa que conseguia fazer na vida, afinal.
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Havia um homem na porta do seu apartamento.
Por alguns segundos parou no corredor, conferindo se estava no andar certo. Não seria a primeira vez em que cometeria esse erro. No entanto, ali estava a ridícula porta laranja e florida que havia pintado com Himawari e Boruto no natal passado. Não tinha erro.
Avaliou o estranho de forma hesitante. Era alto, mais alto que ele. O rosto pálido e de feições aristocráticas lhe lembrava os Hyuuga, a diferença nos olhos escuros ao invés dos claros que se acostumara. Os cabelos eram muito escuros e batiam nos ombros, a postura ereta e confiante para alguém que estava parado em uma porta florida de um estranho quase meia-noite.
-Posso ajudar?
O homem o fitou, e se havia ficado surpreso não demonstrou.
Ótimo, mais uma pessoa estoica.
-Naruto Uzumaki?
-Depende. Quem é você?
O outro ergueu uma sobrancelha de forma julgadora e cruzou os braços. Estava com sono demais para isso.
-Eu sou Sasuke. Sasuke Uchiha.
O sotaque dele era estranho, carregado. Lhe lembrava o de alguém. O nome também lhe parecia familiar. Mas de onde?
-Shisui me falou de você.
Ah.
Esse Sasuke.
Isso explicava o sotaque. Americanos.
Suspirou, sabendo que não poderia se livrar disso.
-Quer entrar?
-Seria o ideal.
Sobrancelha erguida, expressão de desdém, um pouco irritada. Mesmo sendo ele a bater na casa de um estranho aquela hora. E realmente, como ele havia conseguido entrar no prédio?
-Você é do jeitinho que seu primo falou, sabe.
Ignorou a expressão ultrajada com seu tom e o deixou entrar.
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A forma com que o homem avaliava sua casa com desgosto lhe lembrava bastante Hiashi sempre que vinha visitar.
E realmente, se não estivesse tão cansado ficaria irritado.
Tirou os livros do sofá e os colocou no balcão, dando espaço para que o outro sentasse. Ninguém poderia reclamar que não era educado.
-Café, chá?
O outro negou, fitando os porta-retratos na mesinha de forma descarada. Do jeito que Shisui havia dito, também.
Deu de ombros, fazendo o café para si, de olho no outro do balcão. Ele apertava uma pasta nas mãos, a expressão indiferente enquanto olhava ao redor.
-Se importa se eu fumar?
-A casa é sua.
Estava muito, mas muito tarde para isso.
-Shisui está no Japão também?
-Não.
Certo, sem conversa afiada então.
Ficou em silêncio, pensando o que o primo de Shisui podia querer com ele. Ele tinha algumas ideias da razão de Shisui o recomendar para alguém depois do último caso em que havia o ajudado, mas fitando o homem no sofá, ele não parecia ser o tipo de pessoa que acreditaria nessas coisas.
Trouxe o café para a sala, acendendo o cigarro. O outro fez uma cara de desgosto e sorriu com isso. Apenas alguns minutos, mas já percebera que irritar o outro era divertido.
- É verdade?
O outro tossiu, e então o fitou de forma analítica. Quase revirou os olhos com isso. Parece que lidar com Uchihas sempre seria difícil.
-Verdade?
-Os seus – ele apontou para as suas mãos enluvadas - ...talentos?
Então era sobre isso.
‘Droga Shisui, que parte de nunca falar sobre isso não entendeu?’
-Se é o Sasuke que seu primo tanta fala. – Franziu o nariz, bebendo o café sem fitar o outro. – Não veio aqui sem ter certeza. Mas não sou o gênio aqui para saber.
Podia sentir o olhar julgador em seu rosto e soltou a fumaça apenas para o irritar mais.
-Isso eu percebi.
Certo, agora estava ofendido.
-Não sou eu que bato na porta dos outros no meio da madrugada para pedir ajuda.
A expressão do outro mudou, e não sabia a razão. Os ombros pareceram relaxar estranhamente.
-Rude, direto e idiota. É você mesmo, apesar de ele não ter dito que vivia de forma tão deprimente.
-Ei!
- Eu não gosto de você, mas é meu último recurso.
Piscou aturdido. Parece que havia sido testado? O outro o ignorou.
-Poxa, obrigado...
- Shisui disse que era confiável. Apesar do meu primo ser um idiota também, ele nunca errou com ninguém.
-Hum, você é mais falante do que ele falou.
Novamente foi ignorado.
-Eu não sei o quanto sabe sobre o que aconteceu com minha família.
-Shisui me contou algumas coisas.
O outro cruzou os dedos no queixo, o rosto analítico.
-...E eu pesquisei outras.
Admitiu cruzando os braços de forma defensiva.
-E o que essas...pesquisas falaram?
Desviou os olhos para o carpete, se sentindo desconfortável. Shisui não gostava de falar do assunto, imaginava que o primo seria do mesmo jeito. Mas lá estava ele perguntando aquilo.
-A família se mudou para o Estados Unidos na década de 50. Parte da família morreu nos anos 50, outra nos anos 90. Hoje só existem vocês dois, e alguns membros aqui no Japão. Não há muito sobre o que aconteceu na década de 50, mas em 90...o filho mais velho matou os pais e o tio e se matou.
-Sabe algo. – a voz de Sasuke foi suave e quieta, e o fitou. A expressão dele estava pensativa. – Mas longe de ser o bastante. Aqui. – Ele apontou para a pasta. – Tem o que precisa saber. Quando ler me encontre amanhã nesse endereço. Esse é meu número, caso não vá.
Ele anotou algo em um bloco de notas e o entregou com a pasta. Recebeu de forma hesitante, ainda confuso com tudo que havia acontecido desde que o outro entrara ali.
Viu aturdido o outro se erguer.
-Vou indo, e desculpe pela hora. – O pedido de desculpas pareceu amargo, de alguém que não tinha costume de se desculpar.
-Espere aí, você não disse exatamente no que precisa de ajuda.
-Shisui me contou o que aconteceu com sua família. Como eles morreram.
Ele fitou os porta-retratos por alguns segundos. As fotos de Naruto com os filhos e Hinata, e Naruto se sentiu exposto.
Seus olhos se estreitaram de forma irritada. Quem aquele estranho pensava que era?
Antes que pudesse falar algo, Sasuke Uchiha o fitou, já perto da porta. A expressão dele, pela primeira vez na noite parecia diferente.
Era familiar.
-Essa pesquisa. – Ele apontou para a pasta. – Era da minha esposa. Um mês atrás, ela cometeu suicídio na casa em que meus pais foram mortos, ao viajar metade do país com minha filha sem eu saber.
Uma expressão familiar, realmente.
-Minha filha desapareceu no mesmo dia.
Era a mesma expressão que via quando olhava no espelho.
De quem havia perdido tudo.
- E agora eu preciso de ajuda para a encontrar.
‘Ou quase tudo.’
Antes mesmo que Sasuke Uchiha tivesse saído do seu apartamento, o deixando sozinho no sofá, olhando para o nada e segurando a pesquisa de uma mulher morta, Naruto sabia que iria o ajudar.
Ele entendia aquela dor bem demais para não o ajudar.
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Gracias por leer!
Capítulo III – Os segredos da casa e do monstro
Suspense e mistério? Ok. Poderes sobrenaturais? Ok. Quebra dos bons costumes? Ok. Modo certo de se desfazer uma possessao? Confere também! Um final que... ops, sem spoiler! Uma história incrível com uma escrita arrebatadora que te prende do começo ao fim. Recomendo muito essa belezura!
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