anni557 Ana Maria

Lendas e mais lendas são contadas ao longo dos tempos, belas, apaixonantes ou até mesmo assustadoras. Mas a verdade é que nem sempre contamos toda a verdade. A última canção é a história de “Lullaby”, o ser criado por Sandman para lhe ajudar na tarefa árdua de trazer bons sonhos a todos os humanos. Este ser sempre criou a música perfeita que acalmava aqueles que não conseguiam dormir, quem diria que certa vez uma humana se tornaria a canção perfeita para ele.


Romance Todo público.

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Capítulo 1

Muitas lendas começam do surgimento daquela criatura, esta não seria diferente.

No começo Sandman, o Senhor do Sono, era solitário, trabalhava noite e dia sem ajuda ou descanso. Certo noite, o sol já havia sumido há horas do céu e a lua brilhava tranquila, a magia de Sandman fazia efeito em cada pessoa que a tocava, menos uma. Um homem que já havia tocado a areia permanecia em pé, mais acordado que nunca, e reclamando o quanto desejava o sono.

Mesmo com todas as tentativas e misturas de areia mágica, o Senhor do sono, já irritado com a situação, decidiu criar um companheiro, alguém que resolveria seu problema de uma vez por todas. Este posto foi preenchido por Lullaby, a criatura que criava canções de ninar, entretanto ele era mais forte que isso, suas canções criavam para a pessoa que as ouvisse um sonho acordado, onde tudo o que lhe estressava ou ocupava a mente se transformava em puro alívio e descanso. A realidade era alterada temporariamente e, se preciso, também a forma de Lullaby.

Por anos os dois trabalhavam juntos, confiavam um no outro como irmãos. Entretanto, um dia fatídico aconteceu, Lullabay, seduzido pelo mundo humano, se tornou a arma mais mortal de todas. Ele, cego com a ambição humana, transformou a si mesmo em uma flauta mágica, aqueles que ouviam sua música se encontravam no mais profundo sono, aquele o qual jamais acordariam.

Ao descobrir sua traição Sandman ficou irado, ele mesmo se jogou no mundo humano e prendeu Lullaby em sua forma de flauta, o levando para seu castelo onde ninguém o acharia.

Para que o trabalho não ficasse tão cansativo quanto antes, o Senhor do sono pediu ajuda as fadas do pântano, que antes só brincavam por ai, para o ajudar a espalhar a areia pelo mundo.

Durante anos, nunca houve mais ninguém imune as areias de Sandman, mas então aconteceu. Dia após dia começaram a aparecer mais e mais gente que não era influenciado pelas areias, nem mesmo a magia mais forte de Sandman conseguia tranquilizar suas mentes e repousar seus corpos. Já haviam meses que os números de pessoas acordadas durante a noite estavam aumentando, a cada segundo Sandman estava a procura de novas misturas, novas areias, de qualquer forma capaz de acabar com aquela situação.

- É impossível! – gritava Sandman enfurecido ao despejar mais um saco de areia do sono no buraco logo a sua frente e, ainda assim, as luzes na tela que tomava toda a parede não se apagarem – Já tentamos de tudo, todas as misturas, todas as quantidades e até mesmo, todos os horários… Só que nada adianta! Estas pessoas permanecem acordadas e se continuar assim meus poderes se acabarão… Tudo vai se acabar! – ele falava assustado e bravo, não se mexia, permanecia olhando para a tela e amaldiçoando o dia em que a insônia apareceu.

- Se acalme Sandman, não passam de alguns milhares de pessoas… Não é como se fossem 1 milhão – logo atrás do velho senhor enfurecido estava um brilho, apenas um brilho, sua cor amarelada parecia iluminar tudo em volta, e, de dentro deste, saía uma voz com um tom zombeteira que tentava acalmar Sandman.

- Me acalmar? Mês passado era apenas uma pessoa e de lá pra cá se tornou esse caos… Temos que fazer algo! – o senhor grisalho estava decidido, se virou e caminhou até fora da sala, deixando os brilhos confusos para trás.

- Não acha que ele vai ser louco a ponto de usar Lullaby, acha? – perguntou o brilho mais a direita em uma voz inocente e feminina, parecia assustado e preocupado. Mas ele na verdade apenas tinha medo por Sandman.

- Não tenho certeza, mas estaremos prontos caso ocorra – respondeu definitivamente o brilho de voz zombeteira que agora estava apenas sério.

Durante duas longas semanas os brilhos seguiram a fazer seu trabalho sem a presença de Sandman, estavam preparados e muito bem treinados, os tornando capazes de despejar o pó do sono e seu determinado lugar. Entretanto nunca conseguiriam fabricá-lo, então somente usavam as areias prontas de reserva.

Durante esse tempo de sumiço do senhor do tempo a quantidade de pessoas acordadas durante a noite, os números começaram ser alarmantes até mesmo para os meros brilhos. A cada dia aquele numero dobrava, parecia que algo faltava na areia a deixando ineficiente, não se sabia ao certo o que estava acontecendo.

Em um momento de completo desespero um dos pequenos brilhos percorreu o grande castelo do sono em procura de Sandman, a luz que emanava de si havia mudado com a preocupação e agora havia se tornado completamente vermelha. Por horas aquela luz avermelhada correu por cada um dos cômodos, ela gritava pelo nome do Senhor do sono alto e claro, mas não conseguia resposta.

Certo momento o brilho desistiu, não conseguira encontrá-lo em nenhuma canto, então apenas retornou à sala onde permaneciam suas iguais. Ali chegando se viu em frente a Sandman.

- Sandman? Como chegou aqui sem que eu lhe visse? E por que esses inúteis não me avisaram? – ela se referira aos outros brilhos com muita raiva, mas nenhum deles disse nada.

Nesta hora o brilho avermelhado se tornou ainda mais intenso, logo atrás ao Senhor do sono havia uma sombra em pé e, mesmo sem enxergar ao certo as feições, ela sabia que seu pior medo havia se tornado realidade.

- Não… Não me diga que… - gaguejou a voz de dentro do brilho.

- Sim, é ele, entretanto é nossa única opção restante – falou o senhor sério, porém com tanto receio quanto os brilhos em sua frente.

- Está com medo purpurina? – zombou o ser encoberto por sombras logo atrás de Sandman dando um leve sorriso que brilhou nas sombras assustadoramente.

- De você? Nunca, você é apenas uma canção de ninar estúpida! – a luz avermelhada foi aos poucos se tornando amarelada novamente, e a voz que estava séria voltou a ser zombeteira com pequenos risos no fim.

- Quietos! – a voz de Sandman ecoou pelas paredes se transformando em algo mais forte e intenso que fez até mesmo os brilhos tremelicarem – Temos muito trabalho a fazer – cada brilho entendeu a mensagem e voltou ao trabalho de despejar o pó do sono, então o Senhor apenas se virou e encarou a criatura negra sorridente – Você sabe o que tem que fazer, entretanto… - o Senhor foi se aproximando da sombra e a cada passo seu corpo se transformava em cada vez maior, cada vez mais assustador – Se ousar me trair ou sair do seu propósito eu não serei bonzinho! – a voz de Sandman havia se tornado forte e grossa, tirando completamente o sorriso da sombra – Irei lhe destruir!

A criatura não esboçou uma resposta se quer, apenas encarou Sandman assustado e compreensivo. A mesma sabia que seu criador havia sido muito bom em sua punição, sabia que, a pesar de tudo que havia feito, o que lhe foi dado como castigo nem mesmo pagaria um porcento da quantidade de mal que ele havia espalhado na humanidade.

- Agora vai, estarei lhe monitorando pela grande tela… Não me decepcione! – aos poucos Sandman foi voltando ao normal, à sua forma de um velhinho gentil.

De longe os brilhos puderam escutar um suspirou longo da criatura, e logo a viram pular em um dos buracos que levava ao mundo humano.

Noites e mais noites se passavam e Lullaby conseguia controlar o número de pessoas acordadas, ele criava seus sonhos acordados e então elas se colocavam a dormir facilmente. Sandman estava orgulhoso de sua criação, mas ainda assim não deixava de a observar, tinha medo de mais uma traição.

Antes de que a canção fosse criada, Lullaby precisava passar um pequeno tempo observando a pessoa, precisava aprender sobre ela e então, só então, colocava em prática seus poderes tão belos.

Naquele dia tudo começou normalmente, a criatura passaria o dia observando seus alvos do espelho mágico que havia ganhado de Sandman, nele ela poderia ver todas as angustias de cada humano que não conseguia dormir, destas ele criava uma solução e um belo sonho.

Em sua lista estavam cerca de 100 pessoas, todas com problemas iguais, umas passavam a noite preocupadas com o trabalho atrasado, outras com as contas que tinham a pagar, algumas somente se preocupavam com o amor que nunca acharam. Porém entre todas elas havia uma moça, ela não parecia triste, angustiada ou brava com qualquer coisa que houvesse, muito pelo contrário, esta mulher parecia feliz e contente com tudo em sua vida. Ela havia capturado a atenção de Lullaby.

O espelho, ao receber a ordem de mostrar o que deixava ela acordada, apenas se tornou escuro e nada se mostrou em seu reflexo.

- O que? Mostre me espelho, quero ver o que chateia ela – ordenou mais uma vez Lullaby, porém o espelho nada o fez – Então apenas me mostre ela – Lullaby, em sua voz macia, pediu mais uma vez e desta vez as imagens começaram a surgir.

Aos poucos o espelho contou a história daquela mulher, passou ano por ano mostrando sua trajetória e trazendo ainda mais duvidas a Lullaby. Sua infância parecia ter sido difícil, mas sempre houve sorrisos e risadas em seu rosto, ela fora forte diante da morte de seu pai, e ajudou sua mãe na perda a fazendo sorrir. Sua adolescência fora ainda mais incomum, não tinha amigos ou um namorado, mas nem parecia se importar fazendo de sua escola um palco para demonstrar todos seus talentos incríveis. E sua fase adulta era ainda mais diferente das outras, trabalhava em um escritório estranho e completamente angustiante, faziam apenas alguns dias que Lullaby se lembrava de ter ajudado 5 ou 6 de seus colegas, mas ela, ao contrário de todos eles, não chorava a noite ou gritava com todos, era gentil e sorria até mesmo para a flor que florescia.

- Não faz sentido espelho, por que ela não conseguiria dormir? Sim, sua vida fora difícil, mas ela não parece ter sido abalada por isso – Lullaby perguntava ao ar, não sabia o que fazer, ela não parecia triste, não era como os outros.

Chegara a noite e ele criou a canção de cada um de seus alvos, menos da mulher de antes, ele não sabia muito bem o que fazer, mas não podia deixar daquele jeito, era seu trabalho ajudá-la.

Depois de obter sucesso com todos, Lullaby decidiu fazer uma abordagem diferente, mudou sua aparencia para algo mais humano e foi ao encontro da mulher misteriosa.

Ele caminhava rápido, sua curiosidade sobre aquela mulher era mais forte que ele pudesse aguentar, então apenas se acelerava mais e mais. E sem perceber, Lullaby esbarrou na mulher que ele tanto ansiava por conhecer.

- Oh, me perdoe moço – a mulher sorriu em meio a mil desculpas, seus olhos lembravam a escuridão de uma noite sem estrelas, e seus cabelos era do mais ardente ruivo.

- Eu que devo me desculpar, estava distraído – Lullaby não pode deixar de lhe retribuir o sorriso tão belo.

- Esta tudo bem, acho que devo seguir meu caminho – a moça apenas acenou com a cabeça e voltou a andar.

Lullaby não teve tempo de lhe falar algo, havia de perdido em seu olhar, assim como alguém se perderia no mar. Ele precisava saber mais sobre ela para terminar seu trabalho, mas algo dentro dele queria saber mais dela por algo mais forte que o próprio dever. A criatura ainda estava ali, parada apenas observando a bela mulher, que trajava um belo vestido preto e justo, se distanciando aos poucos. O som de seu salto batendo no chão era como estacas no peito de Lullaby, significava que ela estava partindo.

Em uma atitude desesperada ele voltou a andar rápido na direção da mulher, não tinha mais opções, decidiu que esta seria a que teria mais chance de dar certo. Aos poucos foi se aproximando e, quando já podia tocá-la, segurou um de seus braços a puxando leve para trás.

- Espere… Eu… - era uma situação estranha para Lullaby, ele sempre sabia tanto sobre a pessoa que as palavras simplesmente saiam de sua boca, porém não desta vez.

- Ah… Você… Posso ajudar? – ela perguntava sem deixar de sorrir.

- Na verdade queria saber se gostaria de tomar alguma coisa comigo, não me sentiria bem sem um pedido de desculpas adequado – a única ideia que ele tinha era enrolar, era fazê-la lhe contar o que a incomodava.

- Não sei, não acho que precise disso tudo… - a mulher, um pouco desconfortável com a situação, não se sentia bem ao sair com um estranho, mesmo compreendendo a culpa q ele sentia.

- Eu insisto, você escolhe onde – ele dizia calmo, mas por dentro ardia em desespero por falhar em sua missão, sabia que qualquer erro que cometesse atrairia a ira de Sandman sobre ele.

- Acho que… - ela estava pronta para o recusar novamente, mas quando olhou em seus olhos, seu coração ardeu em felicidade, não sabia o que era – Certo, vamos ao bar aqui perto… As meninas do escritório vivem falando sobre – ela seu um sorriso e ele apenas retribuiu voltando a andar ao lado dela.

A verdade é que Lullaby estava em sua cabeça, controlando certos pensamentos e emoções, a fazendo se sentir a vontade junto a ele. A fez ficar atraída por ele, quase apaixonada, era a única forma de faze-la falar. 

24 de Octubre de 2018 a las 13:06 2 Reporte Insertar Seguir historia
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Ana Maria Um escritora amadora com apenas um sonho... Ser reconhecida.

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Milla Fernandes Milla Fernandes
Ai q lindooo, aposto q o Lullaby vai se apaixonar pela mulher e o Sandman vai castigá-lo
October 27, 2018, 12:13
Milena Queiroz Milena Queiroz
Porra, essa mina é muito forte, se fosse eu ja tava chorando em posição fetal no meu quarto kkkk
October 27, 2018, 12:13
~

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