ariane-munhoz Ariane Munhoz

Sakura acreditava piamente na magia de Itachi quando via Sarada silenciar-se assim que o tio a pegava nos braços. "Acho que é seu cheiro, pois basta pegá-la no colo e se acalma dormindo feito anjo." Para Alice Alamo <3


Fanfiction Anime/Manga Todo público.

#naruto #itachi #sarada #fluffy #family #tiocoruja #uchihafamily #família
Cuento corto
7
5.8mil VISITAS
Completado
tiempo de lectura
AA Compartir

O Encantador de bebês

O choro do bebê preencheu o quarto onde dormia a plenos pulmões. Uchiha Itachi não soube quando se tornou rotina que Sakura fosse até seu quarto no meio da madrugada com um pequeno embrulho nas mãos e uma expressão de quem não dormia há pelo menos três vidas.

Ainda se lembrava de quando a – agora – cunhada havia retornado para Konoha, sob o pretexto de que Sasuke a havia enviado de volta com o pequeno embrulho nos braços.

− Esta é Uchiha Sarada, sua sobrinha. – Sakura disse, como se fosse simplesmente normal retornar após nove meses com aquele pequeno embrulho choroso com um cheiro reconfortante que a Itachi lembrava sua infância.

Sakura havia lhe contado brevemente a respeito de sua viagem com Sasuke, passando por milhares de lugares enquanto seu irmão se concentrava em expiar os próprios pecados. Itachi lembrava-se de ter feito uma negativa com a cabeça, descrente que o irmão havia mandado a mulher recém-parida para Konoha sem que ele retornasse.

Quando foi atrás dele perguntando o porquê de não estar por perto, poucas noites depois de receber Sakura em sua própria casa para que ela tivesse tempo de se acomodar de volta na Vila da Folha, recebeu a seguinte resposta:

− Esse não é o mundo onde eu quero que ela viva, cercada por perigos que podem voltar para assombrá-la por conta dos meus próprios erros. – disse.

− Se estiver por perto, o mundo dela estará seguro.

− Não enquanto eu não estiver apto a ser seu pai.

O que Sasuke não dizia através das palavras, Itachi enxergou em seus olhos: o temor de não atender às expectativas, que sempre lhe assombrara durante toda uma vida. Não ser um bom pai, não ter a habilidade de lidar com suas dúvidas, medos e anseios.

Então, vieram as palavras derradeiras, que justificavam a presença de Sakura em sua casa, mesmo que meses já tivessem se passado:

− Por favor, Tachi-nii, cuide dela por mim.

Sasuke nunca pediu que Itachi cuidasse de Sakura também, mas ele o fazia mesmo assim.

É, foi dessa forma que Sakura acabou entrando em seu quarto no meio da madrugada, a expressão chorosa de quem já não mais sabia que significava dormir. Itachi pôs-se de pé rapidamente, tomando a sobrinha de seus braços e, feito mágica, ela parou de chorar. Abençoado Itachi!

Sarada acomodou a cabecinha na curva de seu pescoço, um sorriso tenro nos lábios enquanto adormecia ao som da voz rouca e arranhada do tio, que lhe cantava uma canção de ninar qualquer.

Derrotada, Sakura apoiou-se no batente da porta, observando o Efeito Itachi acontecer.

− Tentei de tudo antes de vir incomodá-lo, nada resolvia. Olhei suas fraldas, mas estavam limpas. Fiz massagem na barriga, achando que ela podia ter cólicas, mas seguiu chorando. Também não tinha fome, tentei dar de mamar. Acho que é o seu cheiro, pois basta pegá-la no colo e se acalma dormindo feito anjo. Talvez seja falta do pai. – As palavras vieram antes que Sakura pudesse freá-las, junto da expressão tristonha, porém resignada, de quem não tinha quem amava por perto. Itachi compadeceu-se, embora não compreendesse de todo o que a levava a continuar indo atrás de seu irmão, exceto que de certa forma ele compreendia sim. – Me desculpe.

O ex-nukenin fez uma negativa com a cabeça, como quem não se incomodava com isso.

− Não escolhemos a quem amar e não mandamos em nossos corações. – disse ele. – Sei que tem sido um período difícil, esse de adaptação com Sasuke. Ele ainda está tentando descobrir quem é no meio do caos que criei para ele. Sou eu quem deve desculpas a você.

Sakura sorriu fraco diante das palavras de Itachi. Conhecia todo o passado de Sasuke pois havia feito parte dele. Depois da guerra, o Uchiha mais velho foi preso como um dos membros da finada Akatsuki. Com a revelação de informações importantes, conseguiu diminuir consideravelmente a própria pena de prisão, e Hatake Kakashi, na época o Rokudaime Hokage, compreendeu que ele havia sido usado no jogo do conselho de Konoha para evitar que o Massacre Uchiha acontecesse como uma revolta que derramaria sangue de toda uma nação em prol dos interesses egoístas de seu clã.

Sua única sentença havia sido se resignar à vida de um cidadão comum pelo período de três anos. Período no qual seu chakra permaneceu selado para que se adaptasse à vida em Konoha e os cidadãos voltassem a vê-lo, se não com bons olhos, sem o medo de serem assassinados a qualquer momento.

Claro que não ter seu chakra em total uso não o impediria de fazer isso, afinal, Itachi era ótimo com espadas e kunais, além de um exímio lançador de shurikens. Ora, que tipo de gênio ele seria se só dependesse de seus jutsus?

Finalmente liberto, estava em período de avaliação para retornar às missões, embora tivesse que admitir que a vida como um cidadão normal de Konoha, conseguindo trabalhos aqui e acolá era muito receptiva. Demorou algum tempo, é claro, e muitos dos habitantes ainda tinham medo de sua presença, mas agora era visto como um membro da Vila da Folha, alguém que havia se arrependido de toda a sua sina, além de toda a história sobre o conselho ter vindo à tona de forma que muitos foram até mesmo complacentes com sua dor, dizendo o quanto ele havia sido corajoso de carregar sozinho todo aquele fardo, mas Itachi não se sentia assim.

Sabia que jamais seria capaz de alcançar a redenção, embora compreendesse, em partes, a frustração do irmão em ter escolhido aquele caminho. Sasuke havia manchado as mãos com sangue inocente e culpado quando tudo o que Itachi queria era ter morrido pelas mãos dele de forma que o Uchiha mais novo pudesse se livrar de toda a dor e ódio infundados que sentia, mas no momento derradeiro, aquele do golpe final, Sasuke vacilou diante do grito estridente de Naruto pedindo para que parasse com aquilo, pois aquele não era o caminho que deveria seguir.

Claro que seu irmãozinho não o teria ouvido e Itachi sequer queria isso, mas as provas vieram à tona e Sasuke viu tudo em que acreditava cair por terra naquele momento. Itachi permaneceu acamado durante muito tempo, vítima da doença que o acometia há muito tempo, e que só foi passível de recuperação graças às incríveis habilidades de Senju Tsunade, também responsável pelo primeiro transplante de córneas em Konoha que agora lhe permitiam enxergar novamente, ainda que com apenas um olho doado por seu próprio irmão.

Sarada havia adormecido muito antes que qualquer um dos dois notasse, acalentada pelos braços protetores do tio coruja que agora se sentava na poltrona, ajeitando-a sobre o próprio peito onde a bebê ressonava baixinho.

− Comigo nunca age assim. – Sakura deixou uma risada escapar. – Chora, grita e esperneia. Acho que não levo mesmo jeito para ser mãe.

− Não diga isso, Sasuke era do mesmo jeito. – Itachi revelou. – Mamãe vivia pedindo para que eu o segurasse no colo, dizendo que eu tinha propriedades mágicas, e ele parava de chorar.

Sakura encarou aquela cena, na verdade não se cansava de ver o semblante tranquilo da filha nos braços do tio.

− Vai ver você é um encantador de bebês.

Itachi poderia gostar dessa ideia. Talvez por isso passasse tanto tempo no orfanato de Konoha, lecionando para as crianças e contando histórias de um período não tão sombrio de sua vida. Elas escutavam tudo fascinadas, sem nem sequer sonhar com quem falavam.

− Vai ver. – Deu de ombros. – Descanse um pouco, Sakura, deixe que eu cuido dela.

Sakura agradeceu, levando alguns minutos para retornar com a mamadeira, visto que Sarada já havia aberto os grandes olhos negros e agora brincava com as longas madeixas do tio.

− Boa noite, Itachi. – murmurou baixinho.

− Boa noite, Sakura.

Eram dois estranhos dividindo a mesma casa que tinham apenas uma coisa em comum: o amor que nutriam pelos familiares.

Itachi ajeitou Sarada consigo, dando-lhe de mamar. A garotinha sugava o leite de mamadeira com voracidade, e o Uchiha precisou afastá-la duas ou três vezes para que Sarada não se engasgasse. Quando terminou de mamar, colocou-a no ombro, dando leves tapinhas em suas costas até que arrotasse.

Olhou para a janela, onde um falcão estava repousado, encarando-os com um olhar analítico.

− Veja, Sarada-chan, aquele é o falcão do seu pai. – murmurou, aninhando-a nos braços enquanto recebia a ave no ombro com leves bicadinhas em sua orelha. – Aposto que ele queria estar aqui com você. Vai chegar um tempo em que estará. Até lá, estarei ao seu lado, minha menina. Eu cuidarei de você.

Os raios de sol penetravam pela janela quando Itachi depositou Sarada no berço, tendo adormecido com ela na poltrona enquanto lhe contava histórias de quando Sasuke ainda era pequeno. Distante, uma sombra pairava observando-os. Itachi apenas encarou da janela.

− Vou cuidar dela, baka-otouto. Não se preocupe. – Recostou o indicador e o médio sobre a testa dela, dando-lhe um poke suave. – Amo você, Sarada-chan.

A sombra desapareceu. Itachi sorriu. Sabia que Sasuke estaria por perto sempre que sua pequenina precisasse, e ele também.


Notas:

Não sei se saiu do jeitinho que você queria, Allie, o Itachi ainda é um território meio novo pra mim, mas eu chego lá com algumas tentativas, haha. Espero que você goste, e o pessoal também!

Nos vemos nos comentários!

18 de Julio de 2018 a las 22:21 2 Reporte Insertar Seguir historia
2
Fin

Conoce al autor

Ariane Munhoz Dona de mim, escritora, louca dos pássaros, veterinária e mãe dos Inuzuka. Já ouviram a palavra Shiba hoje?

Comenta algo

Publica!
Rosangela Nascimento Rosangela Nascimento
lindo
July 22, 2018, 00:12

~