Fugitiva do Amor Seguir historia

   Esta história começa muito antes de eu nascer. Quando minha mãe conhece meu ignoto pai. Onde viviam uma vida de amores, o que podíamos chamar de alma gêmeas, obviamente, completavam um ao outro. Cega da paixão, ingênua da realidade, não conseguia nem imaginar as tragédias que iriam acontecer dali para frente.

   Numa noite de amores, comum entre eles, ela engravidou. Pobre demais para abortar, teve que sofrer com as consequências. De primeira vista, meu pai pareceu aceitar a situação, mas foi aí que os problemas começaram. Os elogios se transformaram em xingamentos, as flores em tapas, e ainda insistia em dizer que era tudo culpa dela. Que merecia tudo aquilo, ou se não, pior. Foram duros meses, especialmente para mim.

   Abalada psicologicamente, acreditando que dependia daquele homem, mesmo todo dia reforçando que, estava por dó. Do mesmo modo que a maltratava, fingia ama-la. Após as brigas, chorava em seus pés ludibriando, arrependido. Como se ela, somente ela, o levou a isso. No fundo sabia que era um relacionamento abusivo, mas na altura do campeonato, preferia sofrer e aceitar, em vez de arriscar.

   Não havia mais forças.

  Algumas semanas antes de eu nascer, meu pai – se é que podia ao menos, apelida-lo assim – simplesmente nos abandonou. Dizendo que era melhor para ambos, principalmente para ele. Para não ser tão cruel, deixou fraldas quaisquer e alguns trocados, o bastante para sobreviver no máximo, uma semana. Desnorteada, sem controle de suas ações e pensamentos, como forma de escapamento, se afundou nas drogas.

   Mesmo em condições precárias, meu parto não houve problemas.

   Fui nomeada de Suzzy