Prólogo
“Ano de 1870, Japão, dois anos após o inicio da Era Meiji. Os cidadãos das pequenas e grandes cidades adaptavam-se ao novo regime estabelecido pelo governo. Era um verão como qualquer outro, em meados de agosto, o povo tirava proveito do que a estação proporcionava, e, durante essa passagem em suas vidas pacatas e monótonas, duas entidades consideradas místicas desceram a terra. Primeiro veio a Deusa do Sol, seguida do Deus da Lua e, após isso, meses passaram-se em total escuridão. Ao quarto mês, onde ninguém mais conseguia distinguir que horas seriam, as esperanças de que veriam a luz do dia novamente, renovam-se com o brilho do Sol sobre suas cabeças, porém, junto à luz vieram também, duas vidas que já teriam seus destinos traçados a se encontrar.”
26 de novembro de 1888, Tokushima.
18 anos depois...
Final de tarde, apenas ouvindo o vento chocando-se contra os galhos mais altos das arvores, o ressoar dos pássaros e o leve som que o riacho de uma cachoeira próxima a arvore que estava encostado, fazia. De olhos fechado e com os braços cruzados em frente ao peito, apenas descansando seu corpo e sua mente, ele ouve passos vindo em sua direção e sabia de quem pertencia.
— Sasuke? — ouviu chamá-lo por seu nome.
— Hm? — respondeu.
— Monossilábico como sempre? — retrucou o homem, com leve riso de deboche.
— O que você quer, Kakashi?
— Pensei em fazer companhia para você e seu bom humor. — provocou novamente.
Em resposta, recebeu apenas um olhar de canto do garoto, ele sabia que se dissesse mais alguma palavra, acabaria ouvindo resmungos e silêncio nos próximos dias. Ficou sentado ao lado de uma árvore, próxima ao garoto, observou-o respirar pesadamente mais de três vezes, e sabia que alguma coisa estava o incomodando.
— Qual significado de tudo disso? — questionou de uma vez — Passei toda minha vida recebendo um treinamento básico, e por quê? Apenas para defesa não foi, estou certo?
— Tudo ao seu tempo. — o mais velho respondeu por fim.
O homem permaneceu, ali, agora observando o céu que já escurecia, puxou um pequeno livro do bolso e retomou sua leitura. O rapaz suspirou, sabia que não ouviria uma resposta, por isso o ignoraria. Fechou seus olhos e tentou retornar a concentração de antes.
— Amanhã é noite de lua cheia. — disse de repente, mas foi ignorado — Lua cheia sempre trás algo.
“Lua cheia sempre trás algo.” Sasuke repetiu mentalmente, enquanto assistia o homem levantar-se e retirar-se. Elevou seu olhar ao céu, pensando no que aquilo poderia significar.
— *Gesshoku. — sussurrou para si mesmo.
Um eclipse lunar, algo que acontece todos os anos não seria considerado incomum. Na verdade, já era esperado, no decorrer dos anos assistiu várias e várias vezes. Olhou novamente para o lugar onde seu tutor estava, levantou-se e seguiu rumo a casa onde viviam.
***
26 de novembro de 1888, Akita.
— Eu acho que você deveria parar com isso. — repreendeu pela quarta vez.
— Eu sempre te ensinei isso, Naruto. Tudo que é bonito deve ser visto. — respondeu o homem de cabelos brancos.
— Sim, mas não desse jeito...
Vendo que nada do que falasse faria o mais velho mudar de ideia, o rapaz decide se sentar no chão, bufando de frustração, enquanto o homem continuava espiando escondido entre os arbustos, um grupo de meninas que se banhavam em uma cachoeira próxima de onde eles estavam.
— Sabe... Eu já li seus rascunhos para seus futuros livros, mas eu não vejo sentido ou graça neles. — comentou, na tentativa de fazê-lo parar sua ação.
— Você não sabe apreciar uma boa história... Ao menos, não ainda. — respondeu com um sorriso.
— Eu não... Ah! Esquece vai. — responde, levantando as mãos na altura da cabeça, dando-se por derrotado na discussão. — Ero-sennin.
— Já falei para não me chamar assim! — gritou o mais velho.
Devido à resposta alta demais que o garoto recebeu, as meninas notaram a presença dos intrusos e começaram a atirar pedras na direção dos dois, enquanto jogavam calunias sobre o abuso que estavam sofrendo.
Minutos depois, correndo do alvoroço que o grupo de meninas fizeram por terem tido sua privacidade invadida, os dois encontravam-se em meio a uma floresta com arvores, galhos altos e troncos largos, enquanto alguns esquilos os observavam de longe.
— Eu disse que não era uma boa ideia — resmungou o garoto.
— Era uma boa ideia, elas só nos notaram, porque você me provocou. — respondeu.
— Você que falou alto demais, além disso, quem acabou se dando mal fui eu. — retrucou, enquanto passava a mão no alto da cabeça, onde acabou sendo atingido por uma das pedras.
— Mas você pode confessar, foi divertido.
— Dessa vez eu devo concordar com você — concluiu por fim.
Enquanto descansavam da corrida, colhendo algumas pequenas frutas da região, Jiraiya olhou ao céu, que agora se tornava escuro, e percebeu que algo não estava certo.
— Vamos Naruto. — ordenou.
— Hã? — respondeu confuso, enquanto colocava mais algumas amoras na boca. — O que aconteceu?
— Não aconteceu nada, só pegue mais algumas e vamos embora.
Não entendendo muito bem o que havia acontecido para explicar a mudança repentina de humor do seu tutor, ele decide por seguir sua ordem sem retrucar, e começa a andar rápido para alcançá-lo.
“Não aconteceu nada... Ainda” pensou Jiraiya, enquanto ia em direção a casa em que residiam, com Naruto em seu encalço.
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