levy_mcgarden Vitoria Menezes

Yoongi tenta todos os dias evitar que o seu amor passe por aquela porta e nunca mais volte.


Fanfiction No para niños menores de 13.

#sope #yoonseok #BTS #j-hope #Rap monster #Suga #Yoongi #Suicidio
Cuento corto
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Capítulo Único

Acordei sentindo uma forte dor de cabeça. Me revirei na cama algumas vezes. Estou em casa. Era sempre tão rápido, mas eu já estava acostumado.

Me enrolei no lençol e senti aquele cheiro doce do seu perfume e sono. Cheiro de sono.

Bocejei fechando os olhos preparado para voltar a dormir. Então senti, gelidamente aquelas mãos me envolverem a cintura. Era um alívio gigante as senti ali novamente todos os dias.

Me virei para ver o seu rosto mais uma vez. Ele estava de olhos fechados, mas sorria delicadamente, daquela forma tão bela que só ele conseguia. Piscou lentamente até abrir os olhos por completo e me fitar deixando seu sorriso maior.

Meu coração acelerada todos os dias nesse momento. Era como se fosse a primeira vez que ele sorria para mim. Era lindo apreciar isso uma última vez.

Ele entrelaçou nossos dedos e nossas pernas nos tornando mais próximos.

- Eu te amo. - ele disse com a voz rouca de sono outra vez. Eu ri. Era tão engraçado a forma como isso soava todos os dias.

- Eu sei. - respondi deslizando a palma pelo seu rosto macio. Seus lábios em forma de coração. Já estava ansioso para vê-lo de novo.

Então, aquele despertador infernal tocou novamente. Com aquele apito alto anunciando o fim da minha felicidade. Ele berrava e entrava pelos meus ouvidos rasgando.

Ele se curvou para trás para desligar o aparelho e suspirar.

- Tenho que ir. - disse e meu coração voltou a se agitar. Por que?

- Não quer ficar em casa? - perguntava todos os dias esperando que a sua resposta mudasse, mas era sempre a mesma.

- Eu preciso ir. - riu se sentando. - Na volta eu venho lhe buscar para tomar-mos sorvete. - prometeu. Porém, ele nunca cumpri. Nunca.

Rolei na cama tentava afagar meu desespero crescente. Não vá hoje... não vá.

- Se você ficar... - chamei sua atenção que estava escovando os dentes na porta do banheiro me encarando fazer manha. - eu faço o que você quiser... até mesmo... aquilo.- ele riu e voltou para o banheiro para cuspir a pasta e lavar a boca. Então veio na minha direção e beijou meu rosto.

- Pode ser na volta?

- Não... - entrelacei seu pescoço. - Agora.

- Yoongi... - repreendeu baixinho. - Eu preciso ir. Não faça manha.

- Eu faço qualquer coisa. - implorei. Ele suspirou sorrindo.

- Você está muito carente hoje... - se separou do meu abraço e voltou a se arrumar. Meu coração não parava de se agitar. - O que houve? Você nunca foi assim...

Começou a se vestir. Colocou aquela camiseta branca maldita que sempre que a olhava sentia meu coração saltar e na minha mente tudo começava a se colorir instantaneamente enquanto ele a deslizava pelo seu corpo. Tão branca...

- Não quer pegar um táxi? - perguntei sentando na cama vendo ele terminar de vestir o resto da roupa manchada.

- Não tem necessidade. Eu estou bem na hora.

- Eu pago. - ele me fitou novamente com a sobrancelha arqueada. Então voltou e me beijou. Senti que choraria, mas segurei. Por que beijá-lo é malditamente bom?

- Você se preocupa de mais. Vai dar tudo certo, ok? - sorriu e começou a calçar os sapatos. Não... não ok.

Cada segundo passou arrastando e de certa forma isso me deixava feliz. Ele tomou seu café de todos os dias na sua xícara preferida e me deu um longo beijo. Sussurrou coisas no meu ouvido que me arrepiaram por completo e me fez pensar que como eu queria que ele voltasse pra casa logo e cumprisse tudo isso.

- Podemos fazer isso agora. - sorri. Ele riu negando com a cabeça.

- A espera deixa tudo mais gostoso. - respondeu mordendo meu lábios e enfim saindo de casa. E foi como se me levasse com ele.

Sentei no sofá e esperei. Não quis ligar a TV dessa vez. Estava cansado dessas notícias que eram sempre as mesmas e as falas dos desenhos que eu já havia decorado.

Agarrei meu joelhos e encarei o relógio. Ele voltaria para casa a tempo para o almoço. Suspirei. Eu havia feito um bolo, mas ele não comeu. Dessa vez eu não faria. Tudo estava no armário e é a onde ficaria.

Mudei de posição várias vezes e encarei o relógio.

Talvez se na próxima vez eu vá com ele...

Não, ele sempre negava que eu fosse junto.

Eu deveria amarra-lo na cama.

Ele ficaria bem bravo, mas e idai?

Me pergunto se eu conseguisse fazê-lo ficar em casa, o que aconteceria quando chegasse a hora?

O telefone tocou me fazendo saltar no sofá e de meus pensamentos.

Que droga!

Fui lentamente em sua direção enquanto seu som preenchia a casa. Parei na sua frente e percebi que minha mão não tremia mais como das outras vezes. Levei o aparelho ao ouvido e pude ouvir a respiração do outro lado.

- Sr. Min Yoongi? - aquela mulher perguntou novamente. Engoli seco.

- Sim. - respondi firme.

- O Sr. conheçe um homem chamado Jung Hoseok? Tem algum grau de parentesco?

- É meu namorado.

- Poderia se dirigir ao Hopital Público de Seul? Houve um acidente e o Sr. estava na chamada de emergência do celular da vítima.

- Estou a caminho.

Desliguei. Ela deve ter estranhado minha calma. Porém, eu não estava calmo. Apenas sabia que me descontrolar não ajudaria. Nada ajudaria.

Me vesti com a mesma roupa de sempre. Aquela calça jeans azul e a camiseta preta de Hoseok que foi a primeira que vi quando atendi o telefone pela primeira vez. Lembro de ter saído correndo desesperado e aos prantos.

No dia anterior eu estava febril, e como sempre tive facilidade para ficar doente, Hoseok achou melhor eu faltar a faculdade. Fariamos três anos de namoro hoje e por isso fiz um bolo. Me lembro de estar sentado a mesa de frente para o bolo esperando chateado por Hoseok estar demorando de mais. Ele só ia assistir as três primeiras aulas e voltaria para cuidar de mim.

No fim, eu pensei que ele havia esquecido e saído com os amigos dele. Ele fazia isso as vezes depois da aula e sempre foi distraído. Tentei ligar para ele, mas seu número deu fora de área, ele provavelmente havia esquecido de carregar, como sempre e levou sem checar a bateria. Eu suspirei emburrado e cortei uma fatia do bolo e comi em silêncio, até que o telefone tocou.

Agora eu estava descendo no elevador e passando pela portaria. O porteiro Jin estava organizando uns papeis em cima da mesa e sorriu acenando para mim. Eu retribui.

Na primeira vez, ele me viu aos soluços e me ajudou a chamar um táxi. A moça do telefone havia me dito o que Hoseok sofreu, pois eu havia perguntado. Dessa vez eu não o fiz.

Chamei um táxi e pedi para ele ir ao hospital. Eu sempre pegava o mesmo taxista e sempre dava o mesmo preço. Ele sempre me oferecia balinhas de açúcar e eu recusava. Sempre começava a chuviscar depois do segundo semáforo e o taxista sempre fazia comentários sobre o tempo estar estranho e que mais cedo houve um assalto em um ônibus, houve tiros e vítimas e todos já estavam comentando que a polícia não conseguiu prender o culpado. Ele sempre bufava e dizia que quase foi assaltado uma vez no táxi, um homem entrou e lhe apontou uma arma, ele nunca contava o resto da história e eu não perguntava, ele apenas finalizava dizendo "Foi Deus". Deus...

Paramos em frente ao hospital e eu o paguei, o preço exato, pois já saia com o dinheiro contado. Entrei e avisei na recepção que eu fui chamado para ver um paciente. Eles me levaram até Hoseok com um sorriso triste.

- Oh... você chegou. - a moça que me ligou disse. - Me acompanhe.

Entramos no quarto e ela levantou o pano me mostrando o rosto bonito de Hoseok. Os olhos fechados como se estivesse dormindo, pronto para acordar, se espreguiçar e dizer que me ama. A camiseta branca completamente manchada de vermelho.

- Eu sinto muito. - disse a moça. - Nós tentamos muito reanima-lo, mas ele foi baleado no peito e já chegou sem pulso.

- Tudo bem. - disse sem tirar os olhos do homem a minha frente. - Pode sair? - perguntei e ela saiu sem contestar.

Me aproximei e sentei em uma cadeira ali do lado. Toquei sua mão gelada e entrelacei nossos dedos, beijei a costa da sua mão e olhei seu rosto novamente. Havia um pouco de sangue na sua boca. Lembro de ter chorado por cima do seu corpo, gritado e implorado que ele voltasse. Quase destruí esse quarto e foi preciso dois seguranças para me afastar do seu corpo. Um médico conversou comigo durante um tempo e depois chamou um psicologo que eu mandei a merda. Eles me entregaram o celular de Hoseok que estava com pouca bateria, pois o hospital devia ter carregado para ver o contato de emergência. No papel de parede eu e ele estávamos abraçados deitados na cama e eu beijava o seu rosto enquanto ele sorria mordendo a língua. Minhas lágrimas pingaram na tela do celular e corri para o banheiro e vomitei bolo de aniversário de três anos de namoro.

Tudo passou pela minha cabeça naquele dia, como num filme... desde que nos conhecemos. Senti vontade de morrer também e pensei seriamente nisso. Então dei o contato dos pais de Hoseok para o hospital e disse que ia até em casa buscar algumas coisas. O psicologo falou comigo novamente e disse que eu devia ficar e chamar alguém pra ir me buscar, mas eu o ignorei. Apenas sai andando e chorei o caminho inteiro até em casa. Peguei a xícara favorita de Hoseok e a abracei chorando, a lavei com cuidado e guardei no armário. Deitei na cama e chorei mais um pouco sentindo o seu cheiro ainda fresco no lençol. Como Deus pode ser tão cruel?

Chutei tudo que vi no caminho e por fim abri a janela. Subi no parapeito e olhei lá para baixo. Estava no vigésimo segundo andar. Meu coração estava a mil e minha cabeça doía.

- Ho..seok.. - chorava dizendo seu nome. Olhei lá para baixo de novo e enxuguei as lágrimas. Dei mais um passo e fechei os olhos. Dizem que a morte é rápida e indolor.

Acho que não foi nem um pouco assim.

Quando abri os olhos, eu estava na cama e Hoseok estava acordando. Aquilo havia sido um pesadelo?

Não. Aquilo apenas repetia.

Era uma chance de eu salva-lo? Não importava o que eu fizesse ele sempre saia.

Na próxima eu vou definitivamente amarra-lo... ia para casa e me jogava da janela. O que se tornava mais fácil a cada vez.

Não... não pode ser isso.

Senti uma lágrima escorrer pelos meus olhos. Fazia dias que eu não chorava a morte de Hoseok. Não é pela morte.

- Acho que está na hora de deixar você ir. - disse começando a soluçar enquanto apertava fortemente a mão do maior. Algo estava errado. A cada dia Hoseok tinha a pele mais fria e a cada dia eu me dirigia como um robô em direção aquela janela.

- Eu te amo. - suspirei. Eu devia ter dito hoje.... - Foi a última vez, eu prometo. Você pode ir. - disse sentindo uma dor enorme crescer em mim e começar a querer explodir. Me levantei e corri para fora do quarto indo em direção ao banheiro. Eu vomitei bolo de aniversário.

Mas eu não fiz bolo...

Não importa mesmo que eu tente mudar. O final é o sempre o mesmo... nada vai apagar isso... não vai mudar...

Chorei com toda a minha força e o psicologo conversou comigo e disse para eu ligar para alguém.

Eu chamei Namjoon, meu melhor amigo e quem me apresentou Hoseok.

Ele chorou também e me abraçou.

- Nós vamos ficar bem. - disse para Namjoon que sorriu fraco. - Não é? 

21 de Marzo de 2018 a las 16:58 0 Reporte Insertar Seguir historia
2
Fin

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