caramelosama Caramelo Sama

Sasuke odiava as reuniões de família que vez outra era obrigado a participar. Não era possível que algum ser humano realmente pudesse gostar de ter toda a família reunida em sua casa. Mas Mikoto teve a brilhante ideia de convidar a família inteira para sua casa no sábado onde tudo o que ele queria era ficar sozinho com o namorado loiro e barulhento. Ela apenas não imaginava – assim como Sasuke – que uma simples reunião de família que tinha tudo pra dar errado acabasse se tornando algo completamente diferente por conta do equivoco do genro. Ninguém era obrigado a aguentar aquela palhaçada em pleno sábado. E que surpresa, pra variar deu tudo errado! Por que se um Uchiha já faz besteira quando sozinho, imagine quando vários deles se juntam num só lugar.


Fanfiction Sólo para mayores de 18. © Todos os Direitos Reservados

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Uchihas Genéricos

E enfim Reunião de Família chegou ao Inkspired! Estou muito feliz por que queria traze-la para cá faz tempo; finalmente consegui. Para aqueles que já a leram em outras plataformas e estão lendo-a de novo, boa leitura. Para os que nunca a leram então desejo uma boa leitura, espero que gostem, se divirtam e que odeiem o Danzou tanto quanto eu. Kissus <3


OooooO


Reunião de Família


– Mas Sasuke, já faz três dias que a gente não namora só nós dois! – o loiro choramingou, seguindo atrás do Uchiha que ignorava a manha feita pelo namorado e andava em direção à saída da biblioteca que a escola possuía. Nem adiantava mais tentar fazer o trabalho ali, Naruto não calava a boca um segundo sequer.


– Dobe, sempre namoramos só nós dois. Eu sou monogâmico, lembra? – respondeu, não dando muita atenção quando Naruto bufou atrás de si, claramente insatisfeito com a brincadeira estúpida do namorado.


– Eu ‘tô falando sério teme! Eu quero namorar com você poxa! – apressou o passo para alcançar o Uchiha que já estava saindo do colégio. Agarrando-se a suas costas, obrigando-o a parar de andar. – Por favor?! Eu sinto sua falta, sabia? Você tem me deixado de lado ultimamente.


Sasuke respirou fundo, sentindo o outro esfregar o rosto em suas costas enquanto o abraçava por trás, costume que Naruto adquirira desde o dia em que haviam decidido engatar um relacionamento sério, há quase três anos inteiros. Quando finalmente o loiro percebeu que o sentimento que enchia-lhe o peito ao pensar no moreno era, definitivamente, muito mais abrangente do que aparentava até então.


Era fato que Sasuke preferia mil vezes passar o fim de semana com o namorado, pois apesar de estar fazendo manha – para variar – Naruto tinha razão dessa vez. Sasuke o estava deixando um pouco de lado nessa última semana, visto que as provas finais estavam chegando e o Uchiha tinha tirado esses dias para focar-se nos estudos. Coisa que não conseguia fazer quando o Uzumaki estava por perto. Todavia Mikoto deixara muito claro para si que aquele sábado era para Sasuke ficar em casa, já que finalmente a família inteira iria se reunir para um almoço e que até Indra, um primo bastardo, iria comparecer.


Não houve como dizer não para sua mãe, por mais que ele quisesse. Afinal ele também sentia falta de estar só ele e o loiro, seria muito melhor passar o dia inteiro com ele e não com todos os Uchihas, que sempre protagonizavam alguma cena não muito agradável em suas “reuniões”. Infelizmente teria de deixar o momento dele com Naruto para outro dia.


– Dobe... – Sasuke se virou, cuidando para não desfazer o abraço de Naruto em sua cintura. Focando as ônix nos olhos cerúleos enquanto tomava o rosto emburrado nas mãos. Aproximando-o de si. – Me desculpe okay? Prometo que vou recompensá-lo outro dia.


– Mas Sas... – o beiço que Naruto fazia chegava a ser engraçado, visto que o loiro não era uma criança e sim um adolescente que estava prestes há fazer dezoito anos em poucos meses, mas o Uchiha até achava fofo. Tinha vontade de morder os lábios rosados toda vez que formavam aquele biquinho. – Eu vou morrer se passar mais um dia sem você. Eu preciso de atenção!


Não houve como segurar a risadinha que escapou dos lábios pálidos do Uchiha.


– Deixe de bobagem usuratonkachi, não é o fim do mundo. – aproximou os rostos mais ainda, roçando a ponta de ambos os narizes. Satisfeito quando viu Naruto fechar os olhos e abrir suavemente a boca, entregue para si com apenas a promessa de um beijo que poderia nem sequer acontecer.


– Que droga você está esperando pra enfiar a sua língua na minha garganta? – o loiro rapidamente abriu os olhos, fitando o garoto dois centímetros mais alto com indignação.


– Educado, você. – o moreno comentou, segurando os cabelos da nuca do outro com certa firmeza, não se importando que estivessem no corredor principal da escola. Não era como se passasse alguém ali naquele horário em plena sexta feira.


– Oh, me desculpe se não tenho tempo para muita cortesia quando meu namorado fica tão próximo de mim após dias sem tocar meu corpo decentemente. – Sasuke teria rido do enfezamento alheio, porém Naruto fora mais rápido e quando deu por si o loiro já havia atacado seus lábios, deslizando a língua por eles ferozmente. Obrigando o Uchiha a fazer o mesmo quando este sentiu o doce sabor que a boca do Uzumaki possuía. Não importava quantas vezes beijasse aquele cabeça de vento, sempre iria parecer ser a primeira. Sempre teria a sensação de que aquilo era algo inédito, porque jamais perdia a graça.


– Não devia me agarrar assim aqui, vai acabar provocando reações que terá que resolver depois. – sussurrou no ouvido do outro, adorando o modo como à pele bronzeada arrepiou-se diante o sussurro.


– Do jeito que eu estou necessitado não me importaria nem um pouco se fizéssemos isso aqui no corredor mesmo. – respondeu, arrancando um sorriso ladino do mais velho, que a contragosto, afastou-se.


– Tenho que ir pra casa, até segunda Usuratonkachi. – virou-se, retomando a caminhada em direção ao ponto de ônibus para que pudesse ir logo de uma vez. Daqui a pouco iria anoitecer, nem sequer percebera que havia passado o dia inteiro na biblioteca, e Mikoto com certeza o estaria esperando para que pudesse ajudar com os preparativos para a reunião no dia seguinte.


– Nem pensar! Pode voltando aqui seu bastardo maldito! – e lá vinha Naruto correndo atrás de si mais uma vez. – Ainda não resolvemos essa situação. Não vou passar mais um final de semana trancado dentro de casa quando na verdade eu poderia estar fod...


– Certo. Você ganhou! – cortou, revirando os olhos diante a teimosia do Uzumaki. – Pode aparecer lá em casa amanhã, você já é da família praticamente.


Não esperou para ver a reação do namorado, apenas dignou-se a estender o braço quando notou o ônibus aproximando-se da parada. Também não olhou para o dobe quando embarcou no automóvel, não se preocupando em deixá-lo sozinho por saber que daqui a pouco Nagato, o irmão mais velho do loiro, iria buscá-lo. Já Naruto, que por mais insatisfeito que estivesse se permitiu sorrir enquanto via o ônibus afastando-se. Quem foi mesmo que falou que as coisas não se conquistam a base da pura teimosia?


Quis comemorar a pequena vitória daquele dia, mas antes que o fizesse a buzina do carro de Nagato soou e logo o irmão estacionava a sua frente. Fazendo Naruto correr para o carro preto do mais velho, jogando-se no banco do passageiro com um sorriso estampado de orelha a orelha.


– Que cara é essa? – o ruivo questionou assim que viu a felicidade do mais novo conforme este colocava o cinto. – Tenho certeza que não é por me ver.


– Digamos que eu consegui um tempo com o teme, além é claro, de comida diferente de graça. – riu, estalando os dedos quando juntou as mãos e esticou os braços para frente, alongando-os.


– Receio que não tenha entendido a última parte. – Nagato franziu o cenho pela confusão da última parte da frase, mas ao menos agora a animação do caçula fazia sentido em sua cabeça.


– Vou almoçar na casa do Sasuke amanhã. Ao que parece a família toda vai estar lá e vai ter bastante rango pro almoço. – informou. Não notando o olhar surpreso que o irmão lhe direcionava.


– Quando você diz a família toda, você realmente quer dizer a família toda? – perguntou desconfiado, era raro que os Uchihas estivessem todos em um único lugar. Honestamente era estranho só o fato de que não estaria cada um em um canto do mundo. Os Uzumaki e os Uchihas sempre mantiveram contato dado à amizade que seus pais tinham com Mikoto e Fugaku e desde que era bem mais novo não se recordava de ter visto todos os Uchihas juntos.


– Acho que sim. – o loiro franziu o cenho. – Sasuke falou que até um tal de Indra, primo de sabe-se lá onde dele, iria aparecer de não sei onde também. Vai ser um festão. – riu, suspirando cansado quando avistou sua casa aparecer no fim da rua, ficando mais próxima ao passo em que o carro movia-se.


Nagato estacionou em frente à residência, vendo que o carro de seu pai estava ocupando a garagem. Mal havia desligado o motor quando seu irmão pulou para fora, correndo desajeitado para dentro sem esperá-lo. Sorriu de canto com a afobação do mais novo e foi atrás, ouvindo o apito do carro indicar que estava fechado. Assim que adentrou sua casa avistou Kushina abraçando o filho pelo pescoço, sem notar que o estava esgoelando.


– Mãe, já chega! – Naruto resmungou, tentando tirar a cabeça do encaixe que a ruiva fizera.


– Demorou hoje, estava com o Sasu é? – provocou, vendo o rosto do filho corar pela insinuação implícita na fala dela.


– A gente só estava estudando mãe, ele estava na verdade. Não fizemos nada demais. – defendeu-se, finalmente conseguindo fazê-la soltá-lo. A ruiva ria de si quando virou-se para voltar ao preparo da janta, sendo acompanhada no riso quando Minato surgiu na cozinha com óculos de leitura no rosto.


– Já ouvi uma frase semelhante a essa antes, mas não era bem verdade. – o loiro mais alto comentou sorrindo, não se importando com a face aborrecida do filho mais novo, que descruzou os braços para empurrar Nagato quando este bagunçou seus cabelos.

– Não direi mais nada sem a presença de meu advogado. – Naruto foi até a ilha da cozinha, pescando do cesto de vidro em cima dela uma pera.


– Que advogado garoto? E para de comer que daqui a pouco o jantar fica pronto. – Kushina virou para ele, apontando-lhe a colher de pau suja de molho branco. Quase deixando pingar no chão encerado da cozinha.


– Em falar em comer, amanhã tem vai ter um almoço na casa do teme, posso ir né? – indagou, desviando o olhar e fazendo uma careta quando viu seu pai ir até a mulher e lhe roubar um selinho bem demorado em sua humilde opinião.


– Almoço é? – Kushina murmurou, prestando mais atenção no sorriso do marido, que agora voltava para a sala, do que na pergunta feita a si.


– Terra chamando mãe. – Nagato estalou os dedos, rindo quando ela olhou para eles com as maçãs do rosto rosadas.


– O que foi moleques? – ela voltou-se para sua panela, alheia ao olhar debochado que os filhos trocaram a suas costas.


– O almoço, mãe. O almoço na casa do Sasuke. – Naruto a situou. – A família dele toda vai estar lá, alguns parentes vão vir e provavelmente vai rolar uma churrascada. – brincou, rindo da imagem que se passou em sua cabeça.


Kushina, todavia, levou a sério. Empolgando-se.


– Churrascada? – os olhos violetas espiaram o loiro por sobre seu ombro. – Te convidaram?


– Sim. O Teme disse que somos da família, então posso ir. – respondeu, distorcendo sem perceber, as palavras do namorado.


– Mesmo? – a ruiva riu faceira, acreditando estar inclusa no convite. Ou seja, já se programando para ir comprar carne para levar amanhã. – Claro que pode ir querido, qual carne eles gostam?


– Picanha mãe, com certeza picanha. – Nagato não se aguentou e gargalhou com a insinuação do irmão que riu junto, ambos achando mais graça ainda pela mulher não ter entendido a conotação da frase.


– Certo, agora vai tomar um banho pivete, você está cheirando a Sasuke. – mandou. Não verdadeiramente incomodada com o cheiro, mas era bom que Naruto tomasse um banho antes de chegar com as mãos perto da sua comida. Vai saber por onde as mãos de seu filho passaram pouco tempo atrás.


oOo


Sasuke fora dormir tarde por ter ficado até às três e meia conversando com Naruto por mensagens de texto, achando graça quando este pediu uma foto do seu “amiguinho” e não escondeu sua frustração quando recebeu como resposta a foto de um capiroto peludo que Sasuke achou no Google ao pesquisar por Satã. Aquilo lhe rendera boas risadas de madrugada, quando lia as mensagens em Caps Look que o loiro mandava. Chamando-o de idiota bastardo que adorava o maligno de chifres lá em baixo. Por esse motivo, quando acordou naquela manhã de sábado, estava exausto e sem a mínima vontade de se levantar para ajudar sua mãe com o preparo do almoço. Principalmente quando ouviu a voz escandalosa de seu primo Shisui soar do quarto ao lado.


Claro que ele seria o primeiro a chegar.


O primo não desgrudava um segundo sequer de seu irmão, principalmente desde que assumiram um relacionamento que só eles achavam não ser do conhecimento de toda a família. Até hoje Sasuke não entendia como Itachi podia realmente acreditar que ninguém havia percebido que os dois tinham um caso, não quando Shisui entrava pela janela do mais velho na calada da noite. E digamos que o primo não fosse o Uchiha mais discreto que existia. A prova disso era todas as vezes que ouviu resmungos do lado de fora quando este caia da janela ao tentar escalá-la.


De qualquer forma não tardou para que sua mãe batesse na porta para acordá-lo, informando que logo mais Madara e os outros iriam chegar. Foi o que bastou para revirar os olhos e jogar as cobertas para o lado, rumando para o banheiro com uma enorme insatisfação. Só de pensar que teria de aguentar o humor ácido do tio por todo o dia e se duvidasse pelo fim de semana inteiro, já queria se jogar da janela também.


Após um bom banho para se acordar vestiu-se e saiu do quarto, lembrando-se de trancá-lo para que nem um tio fuxiqueiro fosse lá bisbilhotar suas coisas como houvera acontecido da última vez. Não se surpreendendo ao descer as escadas ao mesmo tempo em que seu tio Obito adentrava a casa com uma grade de cerveja em mãos. Jamais entenderia por que raios o tio gostava daquilo.


– Sasuke! – o homem lhe sorriu, cumprimentando-o com um aceno de cabeça ao qual o mais novo retribuiu. – Onde está seu pai?


– Estou aqui. ­– Fugaku logo apareceu, vindo cumprimentar o cunhado junto de Kagami, que viera saudar o irmão mais novo.


Sasuke mal teve tempo de terminar de descer as escadas para ir cumprimentar o outro tio, quando o filho deste desceu as escadas feito um raio, trombando consigo e o jogando degrau abaixo. Sasuke por pouco não quebrara todos os dentes no chão, mas o teria feito se não se segurasse no corrimão e descesse quase que pulando.


– Ah, foi mau ai priminho. – Shisui se desculpou, sorrindo ainda que fosse fuzilado pelo olhar sanguinário que Sasuke lançava a si.


Já Itachi, que vinha logo atrás do namorado, olhava para o irmão como se ele estivesse na mira de um revólver tamanho fora o susto que levara ao pensar que ele cairia. Não obstante sua expressão logo passou de medo para alívio, de alívio para irritação e quando Shisui deu por si já havia levado um tapa na nuca.


– Cuidado com o meu irmão. – ralhou, puxando a orelha do namorado em seguida.


– Certo rapazes, já chega dessa confusão aqui. – Mikoto apareceu, indo cumprimentar o irmão mais velho que acabara de entregar a grade de cerveja para o sobrinho mais novo, que cogitou jogar tudo fora. Sabia como Obito ficava quando bêbado, não era muito... Digno de um Uchiha. – Fico feliz em vê-lo. Sasuke, leve as bebidas para o freezer, por favor.


Bufando, andou até a cozinha, inalando faminto o cheiro da comida de sua mãe. Não sabia o que ela cozinhava naquele fogão, mas seja lá o que fosse parecia extremamente delicioso. Direcionou-se a geladeira, abrindo a parte superior e esforçando-se um pouco para erguer todas aquelas garrafas, franzindo o cenho ao ouvir o som característico de gelo sendo raspado. Pouco depois, após recuperar-se da agonia que se instalou em seus dentes, foi agraciado com um belo de um tapa nas costas, que quase o fez dar de cara na porta da geladeira e então a voz estrondosa de Madara soou.


– Ei pirralho, não vai dar um abraço de boas vindas no seu tio preferido? – perguntou debochado, achando divertida a expressão enfezada do sobrinho. Que nesse momento só queria voltar para o seu quarto e ignorar o furdunço que estava acontecendo em sua casa.

– Por que acha que o tio preferido dele é você? – Izuna apareceu na entrada, sorrindo gentilmente quando aproximou-se quase que vagarosamente e abraçou Sasuke. Não que o mesmo fosse chegado a abraços, mas foi mil vezes melhor do que os cumprimentos anteriores. Até porque, realmente gostava de Izuna mais do que dos outros. – Bom dia Sasu.


– Bom dia tio. – respondeu educadamente, engolindo a irritação que estava sentindo e que provavelmente despejaria sobre Madara.


– Ah, então é assim? – Madara se fez de ofendido, virando as costas para ambos. – Vou procurar seu irmão, ele deve me dar o devido valor.


Isso, vai atazanar o Itachi e me erra.


– Então, como tem passado Sasu? – Izuna indagou quando voltavam para a sala, Sasuke arregalando os olhos ao notar a confusão que se encontrava o cômodo.


Madara estava, aparentemente, implicando com Itachi, que tinha Shisui ao seu lado rindo de alguma besteira que o mais velho falara ao passo em que Itachi estreitava os olhos – claro sinal de que ele estava ficando saturado da ladainha. No sofá estava sentado Kagami e Mikoto. Os dois conversavam tranquilamente e mais ao lado estava Obito conversando com Izumi. A última pessoa que Sasuke gostaria de ver naquela casa e que estava agradecendo até então por achar que a mesma não tinha vindo. Não suportava a prima de jeito algum, não havia ninguém que pudesse fazê-lo gostar dela.


Não saberia dizer – caso alguém perguntasse – desde quando não ia com a cara de Izumi, por que era algo que parecia ter nascido junto consigo. Era como se já houvesse vindo ao mundo com um manual que dizia em letras grandes e destacadas por marca-texto neon: Anti-Izumi!


Claro, fazia ciência de que grande parte do ranço que pegara da prima era derivada da obsessão que a mesma possuía com seu irmão. Lembrava-se que na infância ela procurava de todos os meios atrair a atenção de Itachi apenas para si e que quando o mesmo a ignorava, alegando que preferia ficar com o irmãozinho, ela abria o choro até que algum dos adultos obrigasse Itachi a dar a tão almejada atenção à garota. Fazendo com que assim Sasuke tivesse de não só dividir seu irmão com a biscate, como também ter de ficar sentado olhando ela forçando seu irmão a brincar com ela de casinha. E claro, ela monopolizava Itachi. Sempre dando um jeito de retira-lo da brincadeira para que fossem só os dois.


Com o tempo isso só piorou, por que aí ficou claro que o interesse “amadureceu” e que Izumi havia nutrido algum tipo de interesse amoroso em Itachi. Por sorte seu irmão nunca deu moral para ela e apesar da gentileza com que a tratava, tentava mostrar a garota, afastando-a e rejeitando sutilmente suas investidas, que não iria rolar de modo algum. Não era nem preciso dizer que quando Itachi assumiu um relacionamento sério com o irmão mais velho dela, a garota tivera um surto.


Sasuke ainda se lembrava do escândalo irritante que ela obrigou seus pais a assistirem, dizendo besteiras do tipo que deixavam claro que eles não podiam aceitar aquilo. Sasuke seria hipócrita em não dizer que o momento de sua vida onde mais sentiu orgulho de seu pai, foi quando ele pediu – do modo nada paciente dele – para que ela calasse a boca e fosse embora.


Não satisfeita ela ainda brigou com Shisui e com Sasuke, claro. Não perderia a chance de provocá-la e obviamente ela não perderia a oportunidade de destilar veneno para cima de si. Proferindo coisas como o fato de que ele também havia perdido Itachi para seu primo, não que isso incomodasse Sasuke de fato. O irmão estava feliz com Shisui, isso bastava para si. E obviamente ainda tinha o fato de que, apesar de aborrecê-lo na maior parte do tempo, Shisui não o destratava e ficava satisfeito sabendo que Sasuke era prioridade na vida do irmão.


– Sasu? – Izuna tocou-lhe o ombro de leve, preocupado quando percebeu que Sasuke não reagia.


– Sim? – voltou os olhos para o tio, encarando os traços de seu rosto. Era verdadeiramente assustadora a semelhança que possuíam. Ainda mais por terem uma diferença de idade que dizia qual o mais velho por questões de sete anos. – Ah, claro! Bem. Tenho passado bem ultimamente.


Izuna ainda ergueu uma sobrancelha, encarando-o com se dissesse que não acreditava no que havia dito.


– Certeza?


– Claro. – Sasuke foi poupado do interrogatório que provavelmente viria, dado a perspicácia do tio, quando a campainha tocou e ele se dispôs a ir abrir a porta.


Se soubesse que seria atacado mais uma vez naquele dia, teria deixado para que outra pessoa recebesse os convidados. Se bem que não gostaria de Naruto agarrado em outra pessoa do mesmo modo que estava agarrado em seu corpo agora. Beijando-lhe a bochecha como se o estivesse vendo pela primeira vez em dez anos.


– Dobe me larga, por favor. – tentou afastar o namorado quando percebeu que sua família encarava-os.


– Eu estava com tanta saudade de você, teme! – murmurou, esfregando a ponta do nariz em seu pescoço, aspirando-lhe o cheiro da pele clara.


– Você me viu ontem seu idiota. – respondeu, revirando os olhos diante o drama do loiro.


– É, mas eu sou uma pessoa carente e ontem à noite quando eu precisava de você, você teve a audácia de me enviar à foto de um demônio ao invés do seu… – Sasuke calou a boca do outro com a mão, puxando-o para dentro. Mostrando ao Uzumaki barulhento que a casa estava cheia e que ele deveria ficar quieto.


Instantaneamente o rosto bronzeado corou, tamanha a intensidade dos vários pares de ônix que se fixaram nele naquele momento.


– Ah, Oi família do teme. – acenou, sorrindo envergonhado enquanto a outra mão coçava a nuca nervosamente.


– Olá Naruto. – Mikoto sorriu gentil, quebrando o silêncio entre os Uchihas. – É bom vê-lo aqui.


– Vem dobe. Você ainda não conhece alguns membros da família Uchiha. – o moreno sorriu em deboche, arrastando o loiro pra onde estava Izuna. No caminho tendo de parar para que o loiro cumprimentasse Kagami, que ele também não conhecia ainda.


E qual não foi à surpresa de Naruto quando pararam em frente à Madara – que finalmente havia parado de aborrecer Itachi – e agora estava conversando com um garoto, que para o desespero do Uzumaki, era praticamente igual ao seu namorado. Foi inevitável que arregalasse os olhos e encarasse aquela sósia de Sasuke, analisando-o como se houvesse encontrado um espécime raro.


Entretanto, apesar da semelhança física inegável, Naruto conseguia nomear alguns pontos que divergiam ambos. O primeiro era o fato da suavidade no rosto do outro. Ele parecia calmo, tranquilo e bem menos ácido. Isso por si só já mudava e muito suas feições. Segundo: Os lábios eram mais cheios que os de Sasuke, assim como o cabelo era bem mais comprido. Além do que ele sorria gentilmente para si, coisa difícil de ver estampada nos lábios do teme.


– Já disseram que vocês dois parecem cú e calça? – indagou, sem conseguir conter a pergunta que coçava sua língua. Só notando a indelicadeza no segundo em que sentiu o Uchiha ao seu lado beliscar seu braço. – Aí teme!


Esfregou o lugar judiado, olhando irritado para Sasuke, que o olhava do mesmo modo até escutar ambos os tios rirem com gosto.


– Não com essas palavras, mas em síntese já. – respondeu Izuna, achando divertido o modo espontâneo do loiro. – Prazer Naruto, sou Izuna Uchiha, tio do Sasuke.


– Eu julgaria gêmeos, mas tio serve também. Vocês Uchihas são bem genéricos. – Naruto deu de ombros, não notando que sua fala poderia soar grosseiramente. Não era sua intenção, afinal de contas. Ele só não conseguia segurar a língua ou sequer filtrar seus pensamentos. De qualquer forma sua sorte foi que o tio mais novo de Sasuke achou engraçado.


– Isso eu realmente nunca ouvi antes. – Izuna brincou, não ficando ofendido porque em parte concordava com o namorado do sobrinho. A prova disso, aliás, eram Sasuke e ele.


– Genéricos? – Madara cruzou os braços, deixando a coluna ereta para lustrar a grande diferença de altura entre eles. – Isso é porque você nunca olhou bem pra mim. Diferente do seu namoradinho eu sou um deus glorioso. – o sorriso garboso brincou na face da Madara, fazendo os outros dois Uchihas revirarem os olhos diante o achismos narcisista do mais velho.


– Ainda prefiro o teme, ele faz coisas com a boca que você não conseguiria. – Naruto também cruzou os braços, sorrindo satisfeito com a sua defesa ao namorado, que deu-lhe um tapa na cabeça logo em seguida. – Que isso teme?


– Quer calar a boca Naruto!? – ralhou, estreitando os olhos para o loiro e depois voltando-os para os tios. Ao menos Izuna teve a decência de não rir, diferente de Madara. – Não se atreva a dizer um pio a respeito.


Antes que Madara tivesse a chance de provocá-lo com gracinhas, tomou a mão do Uzumaki e arrastou-o para longe dos outros dois. Puxando-o escada acima, parando apenas para retirar a chave do seu quarto do bolso e abrir a porta trancada. Trazendo o loiro pro lado de dentro enquanto este se deixava levar com um sorriso maroto. Já sentando na cama macia do moreno para vê-lo trancar novamente a porta e então seguir até si. Parando em sua frente com as mãos na cintura, os olhos mostrando irritação. Sasuke ficava uma gracinha quando bravo.


– Vai me dar atenção agora, Sas? – perguntou, as mãos apertando os joelhos em expectativa. Os olhos azuis reluzindo e refletindo a esperança do namorado ceder finalmente.


– Quer apanhar usuratonkachi? – ignorando a pergunta do mais novo, Sasuke inclinou-se um pouco na direção dele. Franzindo o cenho com ainda mais irritação.


– Não sou muito chegado em prazer na dor, mas a gente pode tentar. – deu de ombros, o sorriso ainda presente em seu rosto.


– Deixa de falar merda Naruto! – Sasuke acertou a própria testa com um tapa, achando inacreditável a vontade do outro de transar que fazia-o sequer pensar em outra coisa. – Só para de falar besteira na frente dos meus parentes. É capaz de me infernizarem pelo resto da vida depois.


– Tá tá. Que seja teme. Por que me trouxe pro seu quarto? – olhou ao redor, fazia no mínimo duas semanas que não ia ali e mesmo assim tudo permanecia igual. Não havia nem mesmo uma peça de roupa fora do lugar, apenas a cama que se encontrava não perfeitamente arrumada.


– Estou poupando a gente daquela convenção lá embaixo. – suspirou, deitando-se na cama ao lado do Uzumaki. – Se bem que assim que notarem nossa ausência virão a nossa procura.


– Que ‘tá pegando? Não gosta deles por acaso? – deitou-se também, ficando de lado para que pudesse observar o moreno.


– O que eu não gosto é as discussões que tem sempre que eles se reúnem. – respondeu, massageando as têmporas com as lembranças de reuniões outrora. – Dá última vez meu pai brigou com Kagami, meu tio, por sei lá o que. Quase saíram no braço.


– Sério? – os olhos azuis se arregalaram. – O tio Fugaku ainda consegue se mover o suficiente pra brigar? Imagina só! O coitado quebrava.


Naruto riu, não notando o olhar de Sasuke em si.


– Meu pai tem quarenta e sete anos, só para a sua informação. – murmurou, revirando os olhos perante a imbecilidade do loiro. – Enfim, como se não bastasse isso eu ainda estou me segurando pra não bater a cabeça da Izumi na parede desde que éramos crianças.


Naruto parou de rir, encarando Sasuke com bastante interesse no momento.


– Izumi?


– A irmã mais nova do Shisui. Minha prima… – não passou despercebido o desgosto na voz do Uchiha ao falar a última palavra, isso atiçou ainda mais a curiosidade do Uzumaki, que nunca havia escutado falar sobre essa tal de Izumi.


– Ela está aí hoje? – Sasuke assentiu. – Você não me apresentou ela.


– E nem pretendo. Te quero o mais longe possível daquela cascavel. – Naruto gargalhou escandalosamente dessa vez, achando engraçado o modo como Sasuke tinha deixado claro que só a ideia dele perto da garota lhe causava ciúmes.


Aproveitando-se disso Naruto ergueu-se, passando rapidamente uma das pernas sobre o corpo de Sasuke até que estivesse sentado sobre seu ventre. Ambas as mãos espalmadas no peito do moreno, coberto pelo tecido fino da camiseta preta. Sorriu maliciosamente quando Sasuke estreitou os olhos ao mesmo tempo em que erguia a sobrancelha direita, questionando-o sobre o que estava fazendo. Em resposta a isso mordeu o lábio inferior e tombou a cabeça um pouco para o lado, percorrendo a língua pelo lugar mordido em seguida.


– Você fica uma graça quando está com ciúmes. – respondeu a pergunta muda, rebolando muito levemente sobre o colo alheio.


– Quem disse que estou com ciúmes? – apesar do tom defensivo da frase, o Uchiha ditado permitiu-se levar as mãos até as coxas do loiro; apertando-as com certa força. Gostava de vê-lo montado sobre si daquela maneira.


Naruto não respondeu dessa vez, ao invés disso abaixou-se até que seus lábios estivessem em contato com a pele clara do pescoço de Sasuke. Local onde depositou um beijo molhado, criando uma trilha de mais beijos até que alcançasse a clavícula levemente exposta pela gola da camiseta. Incentivado pelos suspiros baixos que o outro soltava de vez em quando, lambeu-lhe a pele para depois mordê-lo ali. Satisfeito ao sentir os dedos de Sasuke apertando ainda mais suas pernas.


Quando olhou para cima, em busca dos olhos negros, encontrou-os encarando-o de volta, perto o suficiente para hipnotizá-lo do mesmo modo como sempre fazia. Não havia um momento sequer em que Sasuke não o estivesse atraindo e seduzindo-o com aquele par de olhos tão escuros quanto uma noite sem luar. Por isso, do mesmo modo como acontecia sempre que as íris azuis fixavam-se nas negras, avançaram um contra os lábios do outro.


Sasuke não saberia dizer se foi ele que agarrou os cabelos da nuca de Naruto e o puxou para o beijo ou se foi Naruto que se atirou para frente até estarem mordendo e chupando a língua um do outro. Tudo o que ele sabia era que em um segundo suas línguas se entrelaçavam quando as bocas se uniam e que no segundo seguinte saliva escorria pelo seu queixo quando elas brincavam no vão entre os rostos. Quando o Uzumaki estava deitado na cama, as pernas puxando o quadril do Uchiha até estarem friccionando as semi-ereções uma na outra.


Naruto, regozijado por estar tendo o que queria desde a última transar dos dois, estava prestes a abrir o botão da calça do namorado para então ser interrompido por batidas na porta. Que vieram acompanhadas da voz de uma garota, que fizera Sasuke enrijecer-se ao ouvi-la. Saindo de cima de seu corpo e ir até a porta com passos furiosos. Secando os lábios com o punho.


– O que você quer? – perguntou irritado, se pondo no espaço pequeno que abrira. Impedido a garota, que esticava o pescoço para espiar dentro do cômodo, de ver Naruto deitado na cama vermelho e ofegante.


– Tio Fugaku pediu que eu avisasse que era para você descer, a menos que queira que ele mesmo venha aqui. – informou, desistindo de tentar ver o que acontecia no quarto do primo.


– Recado dado, pode ir. – a porta foi fechada com força em sua cara, o som da madeira batendo ecoou pelo corredor. Provocando um vento que bagunçou seus cabelos perfeitamente penteados.


– Certo, ela perdeu pontos comigo pela falta do senso de oportunidade. – Naruto resmungou, levantando-se da cama com uma expressão nem um pouco condizente com o típico humor dele. Não podia estar mais frustrado do que já estava.


– Vamos dobe, Izumi já acabou com o clima mesmo. – ajeitou os cabelos desgrenhados do loiro da melhor forma que pode, tomando sua mão e saindo do quarto mais uma vez. Por sorte, quando descia as escadas pela segunda vez ao dia, não houve ninguém para trombar consigo e quase manda-lo ao chão.


Chegando à sala, onde o resto da família estava, a primeira coisa que ambos notaram foi os cabelos ruivos de Kushina. Que conversava animadamente com Mikoto. As duas rindo de alguma uma coisa que a Uzumaki havia dito. Para após isso notarem o pai de ambos conversando com o resto dos homens na sala, tirando Itachi e Shisui, que ouviam a empata foda da família. Pela cara deles ela com certeza estava em mais uma de suas falhas tentativas de flerte com Itachi.


– Por que sua mãe está aqui? – Sasuke indagou, olhando de esguelha para namorado, este que apenas limitou-se a um dar de ombros.


– Ah, aí está você Naruto! – Kushina os avistou os rapazes, já levantando-se para abraçar e beijar o rosto do genro. – Oi Sasu, faz tempo que você não aparece lá em casa. Vou ficar magoada achando que não gosta da minha companhia.


– Não fique, prometo que assim que der eu faço uma visita. Além do que é um prazer estar com a senhora. – o sorriso gentil e o tom educado na voz do moreno fizeram com que a ruiva apertasse suas bochechas, murmurando algo como “fofura” ao mesmo tempo em que Naruto revirava os olhos.


– Mãe, porque você e o pai vieram? – perguntou, olhando torto para os dedos dela no rosto do moreno. Não sabia de quem ficava com mais ciúmes. Se do Uchiha que ficava todo dócil em presença da sogra ou se da própria mãe, que só faltava adotar Sasuke.


– Ué, você falou que teria churrasco. Aí liguei pra Mikoto e disse que estava trazendo mais carne. – Kushina pôs as mãos na cintura, olhando-o como quem diz que sabe que você fez merda. – No fim nem era churrasco, mas aí ela me convidou e eu trouxe a carne do mesmo jeito. Até tentei convencer seu irmão a vir, mas ele disse que ia sair com a garota Konan e Yahiko. Ainda não entendo que tipo de relação esses três tem.


Naruto até poderia explicar para a mãe – que parecia pensativa sobre o assunto, o indicador no queixo ressaltando a dúvida dela – mas sabia que seria perda de tempo. Primeiro porque não era da sua conta. Nagato que atualizasse a mãe deles sobre o poliamor que vivia com os melhores amigos. Segundo porque não estava disposto a ouvir o questionário da ruiva, que ele sabia que aconteceria, sobre um assunto que não lhe dizia respeito. Portanto deu de ombros e deixou-a na sombra em que estava.


– E quem vai assar a carne? – os olhos negros de Sasuke passearam pela sala, notando que Obito não estava lá.


– Seu tio se ofereceu, ele vai tirar as teias de aranha daquela churrasqueira velha do seu pai. – Mikoto levantou-se do sofá, sua fala atraindo a atenção do marido. Que correu os olhos pelo lugar, de rosto em rosto e depois veio rapidamente em direção à esposa.


– Obito vai pôr as mãos na minha churrasqueira? – perguntou nervoso, vendo a mulher assentir sem entender o porquê do tom do homem. – Nem por cima do meu cadáver!


Sasuke assistiu seu pai sair feito um furacão da sala, deixando os outros Uchihas sem entenderem o motivo da revolta do mais velho. O único que entendia o desespero do patriarca era Minato, visto que já havia sido alvo da fúria Uchiha de Fugaku em uma ocasião passada. Quando sem querer esbarrou na tão amada churrasqueira do outro e quase foi posto para fora aos pontapés.


Tudo o que escutaram após a saída de Fugaku foi um grito irritado do mesmo e então Obito aparecia aborrecido enquanto esfregava a nuca – local acertado com certa brutalidade pelo cunhado.


oOo


– Tem dias que minha irmã está insuportável. – Shisui comentou quando finalmente Izumi decidiu afastar-se deles e foi conversar com o pai de ambos.


Itachi mirou os olhos para onde a prima estava, sorrindo conforme gesticulava calmamente ao tentar explicar algo para Kagami. Ele concordava, em grande parte, que a garota tinha o dom de torrar a paciência de algumas pessoas, principalmente de seu irmãozinho. E que desde que anunciou o namoro com Shisui o mesmo vinha sendo uma das pessoas mais atormentadas pela jovem. Contudo Itachi não perdia a paciência com ela independente do que a menina fizesse. Ele entendia que ela sentia por ele algo que jamais poderia ser retribuído, além do fato de que ela era apenas uma adolescente de dezesseis anos em busca do amor do garoto dos sonhos.


– Não é tão ruim assim. – respondeu, voltando a olhar para o namorado. – Ela só quer ser amada, que mal há nisso?


– Mal nenhum, muito pelo contrário. – o mais velho apoiou as costas no encosto do banco onde estavam sentados, debaixo da sombra de uma árvore no quintal dos fundos. – Eu quero muito que alguém a ame como ela merece, mas isso não significa que eu queira que ela pense que esse alguém é você.


– Não importa muito o que ela pense Sui, você sabe que minha escolha sempre vai ser você. – entrelaçou os dedos com os do mais velho, apertando-os suavemente. – Seu ciúme é irracional.


– Você não tem noção da vontade que estou de te beijar por causa dessa frase, só não o faço porque há crianças presentes. – riu, arrancando um sorriso de canto do mais novo.


– Se controla Shisui. – murmurou, satisfeito com a carícia feita em sua mão pelo polegar do outro.


– Você não me diria isso se visse o que eu vejo agora. – respondeu, os olhos brilhando enquanto olhava o rosto sereno do namorado, que apesar de tranquilo, possuía um ‘quê de malícia no sorriso ladino.


Antes que Itachi abrisse a boca para responder Minato apareceu com um sorriso e uma bandeja com salsichão fatiado com farofa. Oferecendo como um belisquê, visto que o almoço em si iria atrasar por ter se transformado em um churrasco de uma hora para outra. Tanto que nem fazia muito tempo que Fugaku fora para frente da churrasqueira, trajando um lindo avental escrito ‘Beije o Cozinheiro’ em letras cor do salmão. A última vez que vira seu pai vestido daquele jeito foi quando tinha treze anos e era aniversário de oito aninhos do Sasuke – ou seja, a última vez que Fugaku tocara naquela churrasqueira.


– Delicioso! – exclamou Shisui contente, enfiando vários pedaços de salsichão na boca até que suas bochechas estivessem infladas de comida.


– Que bocão em Sui. – o mais novo não pode deixar de comentar, piscando um olho para o outro, que corou com o tom de voz usado para a fala. – Podia encher ele com outro tipo de carne.


– Não me provoca Itachi. – respondeu, forçando a comida a descer goela abaixo rapidamente.


– Jamais.


– Alguém aí vai querer picanha? – Fugaku gritou de repente, atraindo a atenção dos outros presentes.


– Querer a gente quer tio, mas não a sua! – Shisui gritou de volta, ocasionando o riso geral no mesmo segundo no qual o seu sogro olhava para si ameaçadoramente.


– Cada dia que passa esses moleques ficam ainda mais folgados. – Madara balançou a cabeça negativamente, ainda rindo do deboche do pirralho Shisui. Como se não bastasse à brincadeira sem noção do garoto, ainda era obrigado a ver seu irmão mais velho vestindo um avental questionável enquanto calçava chinelos e segurava uma lata de cerveja. Atípico, para não dizer outra coisa.


– Essa juventude é bastante avançada, Madara. – Kagami sorriu, já estava acostumado com as brincadeiras sem noção do filho mais velho. Não era novidade que ele falasse algo com aquela conotação.


– Avançada demais pro meu gosto. – resmungou, lembrando-se do próprio filho, Indra, e de como o pivete era antecipado para alguém com vinte anos. Apesar de que ele mesmo era alguém que foi muito precoce em várias fases de sua vida, a prova disso era o fato de Indra ter nascido quando tinha quinze anos.


– Já está resmungando irmão? – Izuna aproximou-se de ambos junto com Sasuke, que tinha uma marca roxa muito suspeita no pescoço e nem sequer fazia jus sobre isto.


– E quando ele não está? – o mais novo entre os quatro provocou, não perdendo a chance de implicar com o tio gratuitamente.


– Por que não vai atrás do seu namorado loiro, pivete? – o homem retrucou, ignorando o riso contido de Kagami.


– Naruto sabe usar o banheiro sozinho. – deu de ombros, sorrindo de modo que Madara caracterizaria como aborrecente.


– Pessoal. – Mikoto juntou-se a eles para falar o que desejava, já que estavam no meio do jardim e dali teria a atenção de todos. – Só queria agradecer por terem vindo aqui hoje. A muito espero um momento com todos vocês e ficou muito feliz de finalmente esse momento estar acontecendo.


Naruto, que acabava de sair do banheiro incomodado com um pedaço de papel higiênico que grudara na sola de seu All Star, apressou o passo quando viu sua sogra discursando no jardim. Seria falta de respeito perder suas palavras, não seria? Acreditava que sim, por isso correu até onde o namorado se encontrava, não perdendo tempo em passar os braços em torno da cintura dele – não sem antes olhar a bunda alheia que Sasuke possuía – e beijar-lhe o pescoço. Adorando o modo como Sasuke se arrepiou e enrijeceu sob seu toque.


– Pelo amor de deus, teme. – sussurrou em seu ouvido de forma rouca e sensual, o mais sensual que podia. – Cada vez que olho essa raba fico impressionado com ela.


Esfregou a virilha contra a bunda do moreno, deixando muito claro que estava insatisfeito com a pequena diversão interrompida mais cedo e que adoraria uma nova tentativa. Dessa vez bem longe da tal prima de Sasuke, de preferência.


– Vai se esfregar muito mais no meu tio, dobe? – a princípio Naruto não entendeu a pergunta, até olhar para o lado e encontrar Sasuke o encarando furioso como jamais estivera antes. Assim como vários pares de olhos focados em si com curiosidade e surpresa.


Só então notou que abraçava, na verdade, Izuna. Um som que jamais poderia ser identificado saiu de seus lábios enquanto se afastava do corpo ainda tenso do outro. Os olhos azuis arregalados pelo constrangimento da cena que estava protagonizando. Puta que pariu! Por que raios eles tinham que ser tão iguais?


– Isso sim é algo que não se vê todos os dias. – Shisui murmurou para Itachi, levando um tapa no braço para que calasse a boca e não colocasse lenha na fogueira. Era fácil perceber que seu irmãozinho estava prestes a ter um ataque ali mesmo.


– Meu deus, Sas, eu… – Naruto foi até o verdadeiro namorado, as mãos tremendo em nervosismo perante o olhar sanguinário que recaia sobre si.


– Não diz nada usuratonkachi, não diz nada que é capaz de você fazer mais merda ainda! – cortou-o furioso, bagunçando os cabelos quase que caoticamente.


– Naruto às vezes se supera. – Kushina acertou um tapa na própria testa ao constatar que o concordava com o marido sentado ao seu lado.


– Juro que achei ser você teme, eu juro de pé juntinho. – murmurou perdido, não se importando que todos os encarassem.


– Seu idiota, me arranja desculpa melhor! Você sabe muito bem que meu cabelo é curto. Não tem como confundir e nossas roupas ainda são bem diferentes! – gesticulou afobado, o ciúme lhe correndo como veneno por dentro das veias.


– Ah teme! Vocês têm a mesma altura e a mesma bunda magnifica, acha mesmo que eu reparei na roupa ou no cabelo? – Naruto só percebeu que tinha dito besteira quando risadinhas contidas foram ouvidas e Sasuke pareceu prestes a pular no seu pescoço para estrangulá-lo até a morte.


– Você olhou para a bunda do meu tio, maldito?! – os olhos azuis pareciam prestes a saltarem para fora de suas órbitas, mas não teve como responder, pois Sasuke já falava novamente. – Não me admira. Você estava se esfregando nele a pouco, uma olhadinha não é nada, não é Naruto?


O Uchiha não esperou por uma resposta, saiu andando a passos pesados – como se desejasse abrir uma cratera a onde pisava – e sumiu dentro de casa. O loiro, desesperado, seguiu correndo atrás dele enquanto gritava coisas como “teme me perdoa!” ou “eu te amo moreno!”. Sumindo das vistas alheias também.


– Bunda magnifica hein maninho. – Madara foi o primeiro a quebrar o silêncio vergonhoso que se instalou no ambiente, cutucando o braço do irmão para despertá-lo do transe em que se encontrava. As bochechas vermelhas feito pimentão.


– Cale a maldita boca. – retrucou, abaixando o rosto para que ninguém visse a coloração em que o mesmo se encontrava. Izuna o sentia arder.


– Você foi sarrado pelo namorado do Sasuke. – Izumi não aguentou e logo já estava rindo, juntamente de Shisui, Obito e Madara, claro.


– Gente, eu juro que não foi essa a educação que eu dei para aquele moleque. – Kushina tratou de explicar-se, também constrangida por ter visto a cena que ocasionou uma briga de casal na frente de todo mundo.


– Esse garoto é dos meus. – Obito brincou, cutucando a bochecha em chamas do caçula de Madara. – Tudo bem aí “embaixo” Izu?


– Vá se foder Obito. – afastou a mão que lhe tocava com um tapa demasiadamente forte.


– Não acredito que você disse foder. – Fugaku, que assistia a tudo em silêncio, virou-se para seus espetos com carne, desgostoso. O que sua família havia se tornado?


Seu filho mais velho recebia visitas nada castas durante a noite. O caçula tinha um namorado pra lá de pervertido. Seu irmão mais novo fazia uso de um vocabular chulo e o resto de seus parentes faziam de sua casa uma zorra. Quando foi que se imaginou passando por um absurdo desses?


– Não se iluda meu amor, seu irmão já não é mais uma criança. Ele já deve até fazer nheco nheco. – Mikoto sorriu compreensiva, acariciando as costas do marido sem notar que sua frase apenas servira para deixar Izuna ainda mais vermelho, se é que era possível.


– Que graça. Ele faz nheco nheco gente. – Obito caiu na gargalhada com Shisui, dessa vez não foram acompanhados por Madara. Que não achou nada engraçada a fala da cunhada. Que história era aquela pra cima do seu pequeno e frágil irmãozinho? Izuna era quase um anjo de tão puro, ora essa!


– Calem a boca! – o homem exaltou-se. Sentia que faltava muito pouco para entrar em combustão.


oOo


Sasuke subia a escadas como se desejasse afundar o chão por onde pisasse, ignorando os chamados do namorado, que o perseguia escada acima desesperado. Implorando pra que o moreno parasse de correr e escutasse o que tinha a dizer, mas o Uchiha – possesso de ciúmes, só conseguia pensar na cena desagradável que era Naruto com os braços entorno do corpo de outro homem. A pior visão que tivera naquele dia.


Estava sentindo tanta raiva que não se importou com a possível rachadura que a porta de seu quarto sofreu ao ser aberta e em seguida fechada com brutalidade no batente. Assim como não se importou com os murmúrios de Naruto do lado de fora do quarto, batendo na porta já judiada, pedindo a Sasuke para abri-la.


– Teme pelo amor de deus! Me deixa entrar pra gente poder conversar. – a voz chorosa do Uzumaki alcançou seus ouvidos e foi impressionante a vontade de ceder ao pedido.


– Vai conversar com o Izuna! – gritou aborrecido. Circulando de um lado ao outro dentro do cômodo.


– Para de bobagem! – o loiro voltou a bater na porta. – Você sabe que eu te amo bastardo, não tem o direito de ficar bravo comigo por um engano bobinho.


– Você não me ama porcaria nenhuma, seu mentiroso deslavado! – retrucou, parando e virando-se para encarar a porta. Gesticulando em direção a ela como se o próprio Uzumaki estivesse à sua frente. – Se me amasse saberia que não era eu ali!


– Maldito teme! Você por acaso tem espelho, bastardo? Já viu como você e seu tio são parecidos? – a pergunta soou nervosa. Se Sasuke pudesse ver Naruto naquele momento, enxergaria o loiro bagunçando os cabelos já não muito arrumados.


– Se somos tão parecidos vai lá se esfregar nele mais um pouco. – a imagem da cena voltou a sua mente, fazendo-o balançar a cabeça com nojo.


– Puta que pariu bastardo! Eu não quero me esfregar no seu tio, inferno. Quero me esfregar em você seu idiota, mas caso não tenha notado, tem uma porta entre nós! – o grito rouco e aborrecido de Naruto fizera Sasuke estremecer. A simples ideia do corpo do outro contra o seu já servindo para que seu membro sofresse pontadas de excitação.


– Diz que me ama.


– Que? – a pergunta soou confusa após um tempo de silêncio onde Naruto processava a frase fora de encaixe que o moreno soltara.


– Diz que me ama. Eu quero ouvir mais uma vez.


No mesmo instante o Uzumaki se acalmou, sorrindo de modo amável enquanto encarava a porta como se o próprio namorado estivesse ali. O loiro sabia que aquele era o fim da discussão ridícula que estavam tendo e isso o tranquilizava. Odiava brigar com o outro, mas odiava ainda mais que Sasuke fosse tão inseguro quanto ao amor que Naruto dizia sentir por si. Sabia que aquela pergunta era a prova viva de que o medo do Uchiha era não ser retribuído; de que um dia Naruto mudasse de ideia quanto ao relacionamento dos dois.


Mas, mesmo que já houvesse dito várias vezes que isso era um medo sem fundamento dele, Sasuke nunca parecia entender. De qualquer forma, não é como se não gostasse de reforçar que o amava e por isso diria aquelas três palavrinhas quantas vezes fosse necessário.


– Eu te amo.


E aquilo soou tão lindamente para o Uchiha, que sua vontade foi de abraçar o loiro para nunca mais soltar.


– Agora abre essa porta, vai.


O pedido foi concedido rapidamente e logo Naruto já entrava – fechando cuidadosamente a porta – e tomava Sasuke nos braços. Acolhendo o namorado que desviava os olhos para qualquer lugar, apenas para não foca-los nas íris azuis.


– É verdade? – a voz baixinha do moreno questionou quando findaram o abraço.


– O que Sas?


– Sobre ter sido um engano.


– Óbvio que sim. – sorriu. O sorriso radiante que fizera Sasuke se apaixonar. – Até porque você sabe que minha bunda é só sua, né amor?


A pergunta zombeteira viera acompanhada de uma risada brincalhona, mas ambos sabiam que a afirmação era verdadeira.


– Tem certeza disso, dobe? – e lá estava o Uchiha seguro de si e autossuficiente que Naruto conhecia. A cabeça levemente inclinada para o lado conforme a voz melodiosa deixava os lábios que sorriam em pura malícia.


– Absoluta. – maneou a cabeça em um gesto afirmativo. – Você sabe que é o único que me dá tesão. Sou completamente Sasukesexual. Falando nisso, eu ‘tô bem carente, sabia?


O sorriso no rosto do Uchiha ampliou-se e o loiro tremeu em expectativa quando teve o maxilar segurado com firmeza, ambos os rostos sendo perigosamente aproximados.


– Não acho que você tenha sido um bom garoto Naru. Talvez não mereça que eu cuide de você hoje. – os dedos impuseram um pouco mais de força no rosto bronzeado, não o suficiente para machucá-lo, pois jamais faria algo que causasse dor ao outro, mas o suficiente para que as mãos de Naruto buscassem seus pulsos. Segurando-os em busca de maior contato.


– Fui um mau garoto então? – questionou, entrando na brincadeira. Afinal, nenhum jogo era para apenas uma pessoa no namoro deles.


– Com certeza foi. – o sussurro no ouvido de Naruto fizera com que se arrepiasse, contorcendo-se de leve quando teve o lóbulo da orelha mordido.


– Maus… – suspirou, o incômodo dentro das calças já instalando-se na premissa de uma foda deliciosa, a qual tanto desejava. – Maus meninos merecem ser punidos.


Sasuke riu roucamente, voltando a encarar os olhos do mais novo. Deliciado com a luxúria já acometida naquele azul tão intenso.


– É o que quer que eu faça? – perguntou, lambendo lentamente os lábios rosados, mas afastando as bocas antes que Naruto o beijasse. – Quer que eu o puna?


– Sas… – os olhos fecharam-se em um claro sinal de que queria o prometido beijo que a língua do Uchiha o instigara a desejar.


Contudo o que recebeu foi o afastamento do outro, o calor de seus dedos desaparecendo de sua pele ao notar que já não era mais tocado pelo moreno. Os olhos abrindo-se na procura do namorado, que se encontrava sentado na ponta da cama relaxadamente. Dessa vez o olhar despejado sobre si era sério, não havia mais brincadeira nas íris negras.


– Tenho certeza que sabe o que deve fazer. – e Naruto sabia.


Andou lentamente até Sasuke, ajoelhando-se no chão entre suas pernas enquanto as mãos apertavam com força as coxas alheias. Usando-as como apoio ao descer entre elas, encarando o namorado sem jamais quebrar o contato visual. Nem mesmo quando os dedos deslizaram para o botão na calça escura, abrindo-o ao passo em que seus lábios eram mordidos ao descer o zíper da peça em seguida.


Sasuke deliciou-se com o toque suave da mão de Naruto sobre seu membro, desejando que a fina peça da cueca evaporasse de uma vez. A massagem por cima do tecido era gostosa, o fazia querer suspirar ao sentir os dedos do outro apertando seu pau com necessidade em senti-lo, mas sabia que seria ainda mais gostoso quando pele com pele se encontrasse. Não precisou dizer isso ao loiro, ele já sabia apenas em olhar para si. Portanto o suspiro preso em sua boca escapou quando o loiro puxou seu pênis para fora, sorrindo quando este acertou-lhe os lábios ao ser exposto.


Naruto não gostava de enrolação, tal como Sasuke, sendo assim já havia posto a língua para fora também. Lambendo o membro ereto desde o falo até a cabeça avermelhada. Olhando uma última vez para o Uchiha antes de afundar o pau dele até sua garganta, tendo o ímpeto de se tocar ao ouvir o gemido arrastado que o moreno tivera a decência de deixá-lo escutar. Porém conteve essa vontade, sabendo que caso estimulasse-se também, acabaria por não aguentar muito naquele jogo de puro erotismo.


Dedicou-se então ao falo ereto em seus lábios, já completamente melado de saliva quando o tirou de sua boca para poder chupar a glande, as bochechas se comprimindo, quase que estrangulando o membro de Sasuke. Que já se apoiava na cama com uma das mãos enquanto a outra agarrava os cabelos de Naruto com força, embora não ditasse o ritmo das chupadas. Não o faria, pois além de saber que Naruto gostava de comandar o boquete, também sabia que não havia necessidade. O loiro tinha noção do que estava fazendo e o fazia muito bem, diga-se de passagem.


Tanto é que conseguiu arrancar um gemido extremamente alto do Uchiha no momento em que deu mais uma chupada forte, para depois descer os lábios e tomar seus testículos na boca. Olhando em seus olhos novamente, a mão direita trabalhando de forma tortuosa na felação em seu pau.


– Caralho Naruto, que boquinha gostosa. – ofegou, acariciando os cabelos loiros com carinho. Retribuindo o sorriso que ganhou do outro, que ainda chupava suas bolas com extrema gula.


– Está gostando, Sasuke? – questionou com falsa inocência, os olhos brilhando travessos.


– Com uma boqueteira dessas não tem como eu não gostar. – Naruto riu, achando divertido o modo como as palavras sujas faziam-no ficar ainda mais duro dentro das calças. O sorriso se alargando mais ainda quando três dedos foram postos frente ao seu rosto. – Vamos lá usuratonkachi, deixa eles bem meladinhos pra eu poder metê-los em você.


Naruto mordeu o lábio inferior, apertando uma perna contra a outra antes de fazer o que o Uchiha dissera. Segurando em sua mão com delicadeza ao abrir a boca e por os três dedos lá dentro de uma só vez. Chupando-os devagarinho para aproveitar ainda mais a visão que eram as orbes ônix nubladas pelo desejo.


Chupou os dedos com vontade, deixando que sua saliva pingasse no chão quando passou a chupar e lamber um por vez. Gemendo abafado ao se ver tão deleitado com o simples ato que fazia. Gemendo ainda mais ao ter os cabelos da nuca puxados para cima pela outra mão do namorado, o obrigando a ficar de pé.


– Tira a roupa. – não era um pedido, era uma ordem clara e seca. Naruto pode sentir seu pênis latejando em excitação com o tom sério e rouco da voz do moreno.


Por isso não demorou a fazer o que era ordenado, puxando a camisa laranja pela cabeça e a jogando em um canto qualquer do quarto. Em seguida abrindo o botão da própria calça, deslizando o zíper dela lentamente – apenas para atiçar o moreno – e em seguida permitiu que ela escorregasse até o chão. Chutando-a para longe após isso. Assim como fazia com os sapatos e as meias. Agora restava apenas a boxer preta, que Sasuke fitava com extremo interesse.


– Eu disse pra tirar, dobe. – falou assim que notou que a última camada de roupa ainda estava presente no corpo que ansiava nu.


– Primeiro me diz, teme. – sorriu maldoso, os dedos de ambas as mãos brincando com o cós da boxer. Puxando-a levemente para baixo, deixando que expusesse o máximo sem permitir que mostrasse ao Uchiha o pau duro ali residente. Alguns pelos loiros ficando visíveis para o moreno. – O que vai fazer comigo quando eu estiver completamente nu?


Sasuke respirou fundo, extremamente satisfeito com a ousadia do Uzumaki. Gostava daquilo, daquela provocação que instigava seu lado mais desejoso. Gostava do jogo de palavras, do modo como Naruto as usava na hora certa. E amava, puta que pariu, como amava aqueles olhos azuis repletos de tesão.


Sorriu.


– Vou te foder até que me implore para parar.


– Se esforce então, por que eu quero muito dar pra você agora. – respondeu, puxando a cueca para baixo e deixando-a ali mesmo antes de avançar sobre o colo do outro. Sentando-se sobre as pernas de Sasuke, que havia puxado as peças de roupa até abaixo dos joelhos.


Manteve-se de joelhos sobre o outro, segurando em seus ombros para ter um apoio quando o dedo que circulava sua entrada finalmente fosse inserido em si. Agradecendo mentalmente pelo Uchiha ter ido um pouco mais para trás, assim dando-lhe a chance de colocar os joelhos sobre o colchão.


– Pede. – a voz baixa foi sussurrada contra seu ouvido novamente e Naruto mais uma vez se arrepiou. A coluna inclinando-se com o leve roçar dos lábios de Sasuke em sua orelha. – Pede Naruto.


– Coloca… coloca em mim. – murmurou, gemendo languidamente ao deitar a cabeça para trás quando Sasuke enfim enfiou o primeiro dedo no canal estreito.


– Você geme como uma puta. – informou. O próprio membro sofrendo pontadas violentas por gostar de ouvir a voz do loiro daquele jeito.


– Coloca mais um. – pediu, submergido demais no prazer para dar atenção ao que Sasuke tinha dito.


– Como se pede, dobe?


– Sas... Por favor, não me tortura desse jeito, porra! – choramingou, conquistando a benevolência do Uchiha, que acatou ao seu pedido. Pondo o outro dedo sem dar tempo de Naruto sequer arfar. Já estocando os dois dígitos dentro de si.


O som dos dedos molhados de saliva chocando-se no ânus rosado fazia um som deliciosamente erótico ecoar pelo quarto. Em uma sinfonia luxuriosa que dançava pelo ambiente juntamente aos gemidos arrastados que escapavam dos lábios inchados por estarem sendo mordidos com força. Mordidas que se intensificaram quando o terceiro dedo foi posto para dentro e Sasuke os abriu como podia.


– Já chega. – ofegou quase sem ar. – Teme, já estou reparado o suficiente.


– Certeza dobe? Não me importo de te dilatar com os dedos mais um pouquinho. – apesar da brincadeira, a pergunta continha um ‘quê de preocupação. O moreno sabia que ambos estavam sedentos demais e que aquela não seria uma foda muito carinhosa.


– Está me perguntando se estou pronto para montar no seu pau? – o loiro sorriu, apertando uma das mãos em seu ombro enquanto a outra descia e puxava a mão de Sasuke de trás da si. Arrancando com certa brutalidade os dedos de seu canal. – Faz logo o que você disse que faria e me fode, maldito!


As mãos do Uzumaki se direcionaram a barra da camisa que Sasuke ainda usava e a puxou para cima rapidamente. Jogando-a longe no mesmo segundo em que sentiu o Uchiha posicionando o pênis contra sua entrada e então o puxando pelo quadril para que sentasse.


Não conteve o grito que eclodiu de sua boca ao ter toda a extensão do membro do outro o preenchendo. Sasuke até esperou Naruto se acostumar com a brutal invasão, não sabendo diferenciar o grito e distinguir se era dor ou prazer que o loiro sentia. Porém nem um minuto depois e o Uzumaki já quicava em seu colo com uma ânsia quase palpável. Não se importando em estar gemendo alto demais, assim como o namorado, que o agarrava pela bunda para auxiliar no sobe e desce descontrolado.


– Que merda Naruto. – falou com certa dificuldade, cravando a ponta dos dedos na carne do outro. – Vai me fazer gozar se continuar sentando desse jeito.


O loiro riu divertido, respondendo com tanta dificuldade quanto o outro.


– Vai ter que aguentar Uchiha, por que alguém vai ter que me satisfazer hoje. Eu espero que seja você a me deixar de perna bamba.


– Caralho Uzumaki! – as palavras o atiçaram mais do que já estava e quando Naruto deu por si o moreno já havia parado seus movimentos. Abrindo sua bunda e então metendo sem dó. Ocasionando solavancos que o corpo do loiro mal conseguiu suportar sem cair.


Naruto deitou a cabeça no ombro do namorado e mordeu com certa força quando Sasuke cumpriu a promessa e passou a fode-lo como se fossem animais. Sua bunda se chocando contra a virilha do moreno, que impulsionava o quadril para cima a fim de rasgá-lo no meio.


– Geme Naruto! – uma das mãos do Uchiha puxou os cabelos da nuca loira, forçando a cabeça dele para trás. Arrancando seus dentes da própria pele com força, não que se importasse, apesar da possível marca que iria ficar arroxeada mais tarde. – Geme pra todo mundo ouvir que sou eu te dando prazer aqui.


O loiro riu. Uma risada embriagada pelos gemidos e arquejos que soltava.


– E quem mais seria? Seu tio? – recebeu um puxão mais forte, ao mesmo tempo em que a estocada veio mais violenta contra seu corpo. Não podia negar; aquilo fora extremamente gostoso. A próstata acertada daquela maneira o fizera delirar. Os olhos chegaram a revirar nas órbitas tamanho o prazer que lhe era infringido.


– Não brinca com fogo, Naruto. Vai acabar queimado. – alertou, os olhos fixos no sorriso cretino nos lábios inchados. – Não sou o Izuna. Quero que grite meu nome, quero que implore por mais de mim.


Novamente o loiro apenas riu.


– Tudo o que vai acabar queimado aqui é meu cú, Sasuke. – agarrou os cabelos negros, puxando-os com a mesma força que os seus eram. – Agora cala a maldita boca e me beija.


As línguas se encontraram afoitas, necessitadas pelo contato uma da outra. As bocas desesperadas, tão sedentas que se moviam com certa violência. Os dentes chocando-se poucas vezes, os lábios se raspando e sendo mordidos deliciosamente. As línguas se entrelaçando dentro e fora das bocas, à saliva sujando ambos os queixos. Os movimentos da penetração sem perderem o ritmo, mesmo que dessa vez Naruto voltasse a quicar sobre o quadril que ia ao seu encontro. O som dos corpos suados se tocando servindo para excitá-los mais ainda.


O loiro sentia que poderia morrer ali mesmo, naquele momento, quando a mão que antes lhe segurava a bunda foi direcionada ao seu pênis gotejante. Estimulando-o na mesma velocidade no qual o pau de Sasuke se enterrava em si. Aquela sensação só poderia ser considerada a melhor do mundo, nada menos que isso. Ele estava no paraíso, vendo tudo borrado apesar de colorido. Era uma explosão de sensações que o fazia querer ficar ali para sempre, nunca parar mesmo que seu corpo já não possuísse forças para continuar.


Contudo a deliciosa sensação parou de repente e os olhos azuis nublados foram direcionados para os que o encaravam igualmente embaçados de desejo.


– Por que merda você parou? – questionou, começando a se irritar com a interrupção.


– De pé.


– Como? – ergueu uma sobrancelha, confuso.


– De pé. – Sasuke repetiu, e ainda que sem entender, Naruto fez como ele pediu. Levantando-se de seu colo e logo sentindo seu corpo ser virado de costas para o Uchiha, que puxou-o novamente para sentar-se. Afundando-se nele mais uma vez. – Quero ver minha porra te sujando quando eu gozar.


Naruto não reclamou, até achou excitante a ideia ter a bunda cheia do esperma do moreno enquanto ele o olhava. Aquilo era deveras estimulante para si, que rebolou igual uma puta de filme pornô – não que ele assistisse – sobre o pau que já dava indícios do orgasmo que viria. Apoiando-se nas pernas do namorado que segurava firmemente em sua cintura. Dando-lhe o auxílio que necessitava para quicar mais um pouco antes que Sasuke gemesse alto e rouco, gozando de um modo que suspeitava nunca ter gozado antes. O orgasmo lhe atingindo de modo arrebatador, amolecendo suas pernas assim como todo seu corpo. Que tremia completamente com os espasmos do prazer que sentia.


– Deixa eu te ver, Naru. – pediu, a voz mostrando-se cansada.


O Uzumaki levantou, as mãos segurando as nádegas e afastando-as para que Sasuke tivesse uma ótima visão do estrago que havia feito. E coloca estrago nisso. Pois o orifício do loiro estava completamente dilatado, vermelho e escorria bastante esperma. Melando-o todinho, desde o local maltratado até as pernas, que mal se incomodavam com o líquido viscoso que por elas escorria. Foi uma das melhores visões que o moreno já teve.


– Seu rabinho está bem judiado, usuratonkachi. – comentou sorridente, passando um dedo de baixo para cima no ânus melado de porra. Enfiando o dedo do meio lá dentro após isso, estocando devagar apenas para poder ouvir os suspiros deliciamos do namorado. Que gemeu bem audível quando o dedo que o penetrava foi substituído pela língua alheia. Que lambeu-lhe com vontade antes de ter seu orifício chupando. Naruto mal acreditava no que Sasuke estava fazendo.


– Sas...! Sasuke eu vou... – tentou avisar e tão logo já havia sido virado de frente para o Uchiha. Que voltou a enfiar o dedo em si ao mesmo tempo em que colocava seu pau na boca e sugava com vontade. Recebendo de bom grado o sêmen de Naruto. Que sentiu como se todas as células do seu corpo explodissem em um orgasmo juntamente, caindo mole sobre o corpo a sua frente. Que não teve força para ampará-lo e logo os dois já estavam jogados sobre os lençóis.


As respirações arfantes, plenamente satisfeitos com o sexo gostoso que haviam feito. Ficaram uns minutos em silêncio, os tórax descendo e subindo rapidamente, Naruto havia rolado para o lado direito e estava virado de frente para Sasuke. Que sorriu olhando para o teto um pouco depois. O loiro sorriu junto, rindo divertido posteriormente. Atraindo a atenção do Uchiha, que não entendeu o motivo da graça.


– O que foi? – perguntou curioso.



– Você percebeu que a gente deu uma transada hard aqui com nossas famílias no andar de baixo, né? – indagou risonho, não dando muita importância no momento pro fato de que com certeza geral havia os escutado.


– Bom… pelos menos eles sabem que alguém já almoçou. – respondeu tão divertido quanto Naruto, que agora arregalava as safiras. – Naru?


– Pelo amor de deus, Sasuke! Eu vou ficar sem comida! – sentou-se rapidamente, preocupado com o possível almoço que havia perdido.


Definitivamente levantar foi uma péssima ideia. Imediatamente sentiu uma pontada dolorida no local em que tinha sido acertado tantas vezes, as pernas fracas também não contribuíram para que se mantivesse erguido e tão rápido quanto levantou ele foi ao chão. Dando de cabeça no piso.


O lamento dolorido fizera Sasuke se erguer também, não tão exausto quanto Naruto – o que foi bom pois senão teria ido ao chão também – e ir avaliar a situação do namorado com preocupação.


– Você está bem? – passou um dos braços dele por seu ombro e levou o Uzumaki em direção ao banheiro acoplado, sentando-o na tampa do vaso.


– Eu ‘tô bem tontinho, teme. – respondeu sorrindo, apesar da cabeça estar latejando e sua visão bem nublada.


– Idiota, o que te deu na cabeça para se levantar desse jeito? – resmungou, massageando as têmporas e em seguida indo até o chuveiro e ligando-o. Deixando a água bem morna para não sofrerem um do choque térmico.


– Que tal um do segundo round, hein? – uma sobrancelha loira se ergueu e Sasuke sorriu zombeteiro.


– Uma foda já acabou com você, imagina o que eu faria contigo se te fodesse mais uma vez? – provocou, vendo o olhar do outro tornar-se aborrecido.


– Não me subestime, bastardo. Sou mais resistente do que pareço. – respondeu sério, vendo o sorriso do outro se alargar.


– Acredite, eu não duvido nada disso. – voltou até o loiro, ajudando-o a ficar de pé e andar até o box. Entrando junto com ele debaixo da água quentinha. O corpo agradecendo pelo contato com a água.


– Ah… Isso é realmente bom. – Naruto colocou a cabeça de baixo da água, molhando os cabelos loiros. – Um banho é sempre bom.


Sasuke assentiu sorrindo gentilmente, virando o loiro e pegando o sabonete e a esponja que ficavam em um suporte na parede. Fazendo bastante espuma antes de deslizar com suavidade a esponja nas costas do Uzumaki, que praticamente ronronou agraciado.


Naruto apoiou-se na parede com as duas mãos e se deixou soltar sons de satisfação conforme Sasuke ia esfregando seu corpo com cuidado. Limpando-o desde a entrada sensível e levemente dolorida, até os calcanhares. Tirando de si toda a sujeira feita pelo líquido esbranquiçado que o próprio moreno despejara.


Quando se viu limpo decidiu que estava na hora de retribuir o favor, então virou-se e tomou a esponja das mãos do namorado. Um sorriso ladino, que muito se assemelhava a uma raposa, nascendo nos lábios ainda avermelhados. Sasuke ergueu uma sobrancelha diante a expressão no rosto do loiro, mas não disse nada quando este o conduziu para que se escorasse na parede. Suspirando baixinho ao ter a pele quente das costas em contato com ao azulejo frio. Porém também permaneceu em silêncio quando uma das mãos bronzeadas pressionou sua cintura conforme a outra deslizava a esponja por seu tórax. Descendo até o caminho da felicidade, como o próprio Naruto havia apelidado.


Seus olhos seguiram o rosto do loiro, que mantinha as íris azuis focadas no trabalho que fazia em seu peito, antes de subirem e encontrarem os seus. O sorrio nos lábios rosados se intensificou, e quando deu por si, ambas as mãos do loiro desapareciam atrás de seu corpo enquanto seus corpos se colocavam em um abraço onde seu nariz roçou no ombro bronzeado. Sorriu quando uma das mãos do Uzumaki agarrou sua bunda e a outra deslizou os dedos por cima da fenda entre elas.


Nesse momento Naruto beijava seu pescoço, chupando-o mais forte quando o dedo médio começou a pressionar a entrada alheia. Ao qual se contraiu quando o dedo foi introduzido em si, indo o máximo que podia.


Só nesse momento falou.


– O que pensa que está fazendo, usuratonkachi?


– Eu? Nada. – retirou então o dedo do canal do Uchiha, retornando em seguida com dois dígitos, que se afundaram no corpo do moreno. Cujo gemeu arqueando as costas e agarrou-se aos braços que circulavam seu corpo. – Quem geme como uma puta agora?


A risada rouca chocou-se com sua orelha arrepiando os cabelos úmidos de sua nuca. Contudo antes que empinasse o quadril para que os dedos dentro de si entrassem mais, Naruto os retirou de vez. Beijando-lhe a bochecha antes de se virar e tiras a espuma do corpo como se nada houvesse acontecido.


– Dobe?


– Não me olha do jeito que eu sei que você está me olhando. – Naruto comentou, ainda de costas. – Foi você que falou que não haveria segundo round.


Sasuke, naquele momento, quis estrangular o maldito namorado que tinha. Ao invés disso olhou para baixo e gemeu em frustração ao encontrar seu pênis já duro, sabendo que não seria aliviado pelo outro. Teve então de levar a própria mão ao falo e iniciar sua tão indesejada punheta enquanto Naruto continuava virado enxaguando o corpo. Ciente do que acontecia a suas costas. Virando de frente ao Uchiha quando este já estava no seu limite e fitando encantado a expressão vulnerável que Sasuke adquiria quando gozava. Os olhos fechados. O rosto corado. Os lábios semiabertos.


Depois os dois se enrolaram em toalhas e voltaram para o quarto. Naruto tomou a liberdade de colocar uma muda de roupas do outro, que lhe coube perfeitamente e em seguia ajudou Sasuke a se vestir. Agora era ele que não havia se recuperado da letargia pós-orgasmo.


– Espere aqui, vou ver se arrumo gelo para colocar nessa sua cabeça e algo para você comer. Aposto que está com fome. –disse o moreno, que pretendia pegar comida e trancar-se mais uma vez no quarto para evitar a família e suas crises.


Então deixou Naruto sentado na cama e desceu as escadas pulando os degraus, indo em direção à cozinha sem se atear as vozes que vinham do lado de fora. Abriu o freezer e tudo o que encontrou foi menos da metade das garrafas de cerveja que tinham ali antes, mas nenhum gelo. Como as panelas de comida também não estavam mais ali, decidiu sair para preparar um prato para Naruto. Fazendo pouco caso dos olhares que sabia, recairiam sobre si.


Não deu outra.


Foi só colocar os pés no gramado que imediatamente vários pares de olhos se viraram em sua direção, mas ninguém ousou dizer nada enquanto ele ia até a mesa posta no meio do quintal e pegava um prato da pilha para poder servir-se. Estava prestes a ir até seu pai, que parecia ter montado vigília naquela churrasqueira, quando sentiu uma mão grande em sua cintura. Imediatamente reconheceu que não era a mão de Naruto, mas antes de afastar quem quer que seja uma vez máscula já preencha seu ouvido.


– Izuna, vai acabar ficando gordo de tantas vezes que vem aqui se servir. – uma risada debochada soou e em seguida um aperto mais forte em sua cintura.


Estava pronto para se virar e bater no infeliz que o confundira com seu tio quando um raio loiro veio correndo desajeitadamente. Puxando seu braço e abraçando-o para que o sujeito não se aproximasse mais.


– Pode ir largando meu homem. – Naruto segurava sua cabeça contra o próprio peito, fazendo Sasuke ter de ficar um pouco inclinado.


– Que? – a voz do outro, que Sasuke ainda não havia visto, perguntou confuso. Porém não precisou de muito para que Izuna chegasse até eles com cara de poucos amigos.


– Olha aqui, eu me sirvo quantas vezes eu quiser, me entendeu? Você não regula a quantidade de comida que eu ingiro ou meu peso. – disse furioso, apontando para o homem enquanto Sasuke tentava se soltar do agarre do Uzumaki. – Outra, qual o problema de vocês? São cegos por acaso? É tão difícil nos diferenciar assim?


Quando o Uchiha mais novo finalmente conseguiu fazer Naruto solta-lo, percebeu que havia mais gente em sua casa do que quando saíra dali antes. Uma dessas pessoas era o albino com quem seu tio ralhava agora. Tobirama, se não se enganava.


– Isso certamente não se vê todos os dias. – a voz de Shisui brincou, ele ainda estava junto com Itachi, mas dessa vez enchia-se de carne.


– Pare com isso. – Kagami, mais ao lado, brigou com o filho.


– Nossa, vocês realmente são parecidos. – Tobirama coçou a nuca, olhando de um para outro, não constrangido pelo fato de ter “assediado” o sobrinho do ficante barra namorado não assumido barra não namorado.


– Que gênio você. Ninguém tinha percebido isso antes. – Madara revirou os olhos, cruzando os braços e bufando mal humorado. Desde que Hashirama chegara com o irmão e aquela Uzumaki sem vergonha da Mito e do filho dela, aquele maldito churrasco se tornará um inferno.


Estava tudo tranquilo, até que a campainha tocou e quando Itachi voltou junto com ele vinha um Hashirama sorridente, um Tobirama que devia estar é morto e aquela ruiva metida a besta com a prole dela. Logo o almoço estava sendo servido e ele por algum motivo havia ido parar na rodinha com os Senju, as Uzumaki e sua cunhada. Até Izuna estava ali, e conversava com Mito muito tranquilamente, ignorando Tobirama.


Irmão traíra.


Ficou o tempo inteiro em silêncio, respondendo com extrema má vontade quando alguém perguntava algo para si. Não suportava ver aquela perua ruiva rindo e se assanhado pra Hashirama, que era idiota e se ria todo para ela também. Teve vontade de bater com a cabeça dele naquela churrasqueira do irmão umas trinta vezes, para ver se ele parava de se engraçar com a engessada da Uzumaki.


No entanto o clima tenso – onde ele estava a um por cento de se levantar e afogar a cascavel no próprio veneno – foi quebrado por gemidos e gritos. Não precisava ser gênio para saber de onde vinham e de quem eram. Foi bem vergonhoso escutar o sobrinho transando com o namoradinho dele, mas ao menos alguém estava se divertindo e infelizmente não era ele.


Até poderia se o trouxa do Hashirama desse um pouquinho de atenção para si, mas o imprestável estava abanando o rabo pra piriguete ruiva. E como se não bastasse isso, ainda tinha que ficar vendo o outro Senju se assanhado pro lado do seu irmãozinho, como se achasse que Izuna estivesse ao seu alcance. Era um idiota também. Como se o caçula fosse dar trela pra um homem asqueroso daqueles.


Depois – pra completar o dia maravilhoso que estava tendo – Obito assaltou a maldita geladeira e já tinha virado pra dentro uns sete litros de cerveja. O palhaço estava tão bêbado que além de vomitar nos pés de Fugaku, que se controlou pra não encher a cara do cunhado de porrada ao ter os pés e o chinelo sujos com os líquidos intestinais do outro, decidiu que seria uma boa ideia cantar. E aquilo foi o limite. Escutar aquele retardado cantando alguma coisa sobre ter beijado alguém e ter sido melhor do que ele imaginava foi à gota da água. Ele próprio estava se segurando para não esganar o maldito.


Por sorte não muito depois ele desmaiou em cima de Tobirama, que também já estava revoltado porque o outro ficava chamando-o de Kakashi e dizendo que ele tinha roubado uma tal de Rin sei lá das quantas, dele. Achou, naquele momento, que seria um problema a menos, mas aí algum abobado decidiu que ele deveria levar o Uchiha inconsciente pro quarto de hóspedes no andar de cima. Não sabia o que tinha sido pior, subir as escadas com um bêbado desmaiado que cheirava a vômito ou escutar algo sobre cú queimado quando passou pela porta de Sasuke – que estranhamente estava rachada.


Definitivamente ele queria matar todo mundo ou morrer, contanto que aquele dia de merda acabasse de uma vez. Infelizmente Madara cometeu o erro de achar que já estava ruim o suficiente e que não tinha como piorar. Belo engano, isso sim. Pois sem mais nem menos seu pai e seu querido tio chegaram, não tendo sequer tocado a campainha, algo que todos fizeram por terem o mínimo de educação. O desgosto foi evidente no rosto de todos os Uchihas presentes quando Danzou chegou, nem Mikoto tentou disfarçar o desagrado com a presença do velho caquético.


Apenas para ter certeza que a sorte não estava a seu favor os dois vieram exatamente em sua direção. Primeiro Tajima o cumprimentou, para voltar sua atenção aos demais e mostrar que diferente do irmão, ele possuía educação. Já que tudo o que Danzou fazia era o encarar e ignorar o restante, que até preferia que assim fosse.


Madara nunca fez questão de suportar o tio ou ao menos fingir e desde pequeno aprontava para cima do velho, que também nunca gostou de si. E que claramente guardava rancor pelas travessuras feitas no passado. A prova disso foi quando sibilou mais uma injuria em sua direção.


– Você parece o mesmo pivete irritante que era da última vez que o vi.


Madara sorriu ácido, implorando por paciência. Por que se Deus lhe desse mais força, mataria aquele velho nojento.


– Sinto-me na obrigação de dizer que o senhor também continua o mesmo idoso desprezível que era da última vez que o vi. Agora por que não vai atormentar aqueles fedelhos ali e me erra? – apontou para os sobrinhos antes que Danzou retrucasse a afronta e saiu em direção a casa. Praticamente bufando feito um touro furioso.


Hashirama, que observava a interação de ambos, não tardou a se levantar e seguir o velho amigo, não ouvindo o chamado de Mito e rumando para dentro da casa atrás de Madara. Ela não precisava ser um gênio para saber que não deveria o seguir por reconhecer que não gostaria de presenciar o que quer que fosse acontecer entre aqueles dois. Não seria a primeira vez, afinal. Seu coração já até mesmo havia se blindado contra os sentimentos ruins que a tomavam sempre que pensava no homem pelo qual nutria uma paixão há muitos anos, trocando caricias com alguém que não fosse ela mesma.


E quanto a Danzou, fez exatamente o que Madara havia dito e andou até os filhos de Fugaku, torcendo o nariz perante as demonstrações de afeto trocadas entre o garoto Sasuke e o menino loiro que se empanturrava de carne ao seu lado. Assim como repudiava as mãos entrelaçadas de Itachi e Shisui. Que além de serem dois homens, eram também da mesma família. Ignorando plenamente os outros dois que ali estavam. Izumi e o filho da Uzumaki do qual não lembrava o nome e nem fazia questão.


– Vai começar. – Itachi murmurou assim que notou que os próximos alvos eram eles.


– Por que tem um senhor olhando feio pra gente? – Ashura, que havia chegado pouco antes com a mãe, questionou confuso.


Não estava acostumado a ter interações com a família Uchiha, visto que sua mãe e ele moravam longe e não mantinham tanto contato com estes da mesma forma que sua tia Kushina fazia. Portanto até achou estranho e de última hora quando foi informado que iam para um churrasco na casa deles. Ao menos acreditava que Naruto e Nagato lhe fariam companhia, era o mínimo visto que eram primos e se relacionavam bem entre si. Todavia, para seu infortúnio, sua tia havia avisado quando chegaram que o primogênito não estava lá e que o caçula se sumira com o namoradinho há um tempo.


Então até que Naruto surgisse ele ficou sentado em um canto “conversando” com Itachi, Shisui e Izumi. Essa última que desde o início mostrava sua insatisfação diante aos suaves beijos trocados entre os primos. O que ainda bagunçava sua cabeça. Se bem entendeu, Itachi e Shisui namoravam e eram de fato parentes. Mas não era um assunto seu, então ficou calado quanto a isso. Agradecido pelo modo como os dois puxavam conversa consigo. Não muito depois Naruto e Sasuke chegaram, e diferente do que imaginou, mal conseguiu olhar para os dois. Tamanha a vergonha que sentira por escutar ambos mais cedo.


– Por que não se pode mais ter paz na própria casa. – Sasuke murmurou bem a tempo de Danzou parar em frente a eles.


– Não pensem que não os vi de safadezas aqui. – o homem resmungou, olhando para os Uchihas em questão. Nem se quer achando que Naruto era digno o suficiente de receber ao menos um olhar de repreensão.


– Engraçado, por que ninguém aqui se importa o suficiente com o que você vê ou não. – Shisui, sempre tão sorridente, fechou a expressão e deixou claro que também possuía aversão ao homem.


– Seu debochado. Vocês não tem respeito pelos mais velhos, estão corrompidos pela alma, tamanha a impureza de seus atos libidinosos. Vão arder nos círculos do inferno como punição pelos seus pecados contra a moral e os bons costumes.


Naruto franziu o cenho diante aquilo ao passo em que os Uchihas reviram os olhos. Até um segundo atrás estava almoçando contente, e então de repente para um velhinho em sua frente e começa a discursar palavras preconceituosas. Simplesmente do nada!


– Sabe por que vocês não tem um pingo de respeito nesses corpos profanados pelo maligno? Por que cometeram o crime de se deitar com um homem. – continuou, alheio a veia que pulsava na testa de Sasuke, porem Naruto viu e soube que lá vinha chumbo.


– Tem razão. Somos todos pecadores. Você tem razão. A gente adora foder com outro macho, meu Deus, nós nos amarramos num pecado contra sei lá o que. – o namorado explodiu, competente sem paciência para aquilo. Era toda vez a mesma coisa. Ele não tinha mais saco para isso.


– Garoto malcriado! Isso são as consequências de uma gravidez fora do casamento. – falou, estufando o peito com uma altivez que apenas ele acreditava possuir.


Sasuke já estava prestes a se levantar e mandar Danzou a merda quando Mikoto apareceu, sorrindo gentilmente – apesar de ele saber que o sorriso era forçado.


– Aqui está você. – ela disse para o mais velho, as mãos cruzadas em frente ao corpo delicado. – Não nos cumprimentou ao chegar. – riu baixinho. – Acredito que Fugaku esteja ansioso para conversar com você. Por que não vai lá falar com meu marido?


Danzou resmungou uma última coisa que ninguém entendeu e saiu, indo atormentar mais alguém. Do mesmo jeito que sempre fazia. Era um velho amargurado que já havia notado o quanto o resto da família não fazia questão de sua presença e que por isso se dedicava a encher-lhes de todo o modo possível. Principalmente por ir contra as tais profanações que acreditava que eles representavam.


– Obrigado mãe. – Itachi comentou, suspirando e recebendo o braço do namorado por seus ombros.


– Seu pai que se entenda com o tio agora. Não vou permitir que este homem venha a minha casa e ofenda meus filhos e minhas visitas. – disse seriamente, sorrindo em seguida para as crianças. – Juízo vocês.


Lançou um último olhar a todos, principalmente ao filho mais novo – que chegou a corar – e voltou de onde viera.


– Que merda hein, teme. Cara chato. – Naruto torceu os lábios, voltando a comer sua comida que chegara a esfriar.


– E é por isso que ninguém gosta dele. – respondeu, balançando a cabeça.


– Até me irritei. Vamos Ita, vamos dar uma volta por aí. – Shisui se levantou, puxando o namorado pela mão e acenando para eles quando se afastou com o mesmo.


– Eles estão indo se pegar, não é? – Ashura comentou e Izumi não escondeu a careta em seu rosto, levantando-se e seguindo o dois na provável intenção de atrapalhar.


– Lá vai à empata foda. – Naruto resmungou com a boca cheia de carne e farofa.


– Como assim? Por que ela seria… uma beleza! – os olhos castanhos do garoto brilharam, direcionados a um ponto atrás do outros dois.


O loiro e o moreno então se viraram para ver o que parecia ter fascinado o outro Uzumaki, deparando-se com um rapaz de cabelos castanhos que acabara de chegar e agora sorria ao falar com o avô e os outros Uchihas. Sasuke não escondeu a surpresa por ver como Indra estava diferente. Da última vez que o vira ele era um moleque mirradinho, um pouco mais alto do que a si mesmo e não sorria. Definitivamente não sorria.


– Quem é aquele princeso? – Ashura já se punha de pé, tirando uma poeira inexistente de sua roupa.


– Um primo distante. – o moreno mal terminou de responder quando Ashura informou que tinha um alvo naquele dia e partiu para onde o também recém-chegado estava. Pedindo que lhe desejassem sorte.


Os dois que restaram riram da empolgação do outro e de certo modo ficaram contentes por estarem novamente só os dois. Sem ninguém para incomoda-los ou fazer discurso de ódio quando Sasuke se inclinou, segurando o maxilar de Naruto e o beijou novamente. Por que aquilo jamais perderia o gosto.


oOo


– Seu pivete malcriado! Tire-me já daqui! – bateu o punho fechado na porta de madeira acima de sua cabeça, que estava trancada pelo lado de fora com correntes. Mantendo-o preso no porão nos fundo da casa. – Madara eu ordeno que me liberte desse lugar escuro e fedido!


Continuou gritando, batendo enfurecido na porta que apenas rangia com a agressão inútil que recebia. E Danzou, mesmo sabendo que Madara não estava mais ali e que provavelmente ninguém o ouviria gritar, continuou esbravejando e socando a madeira repetidas vezes.


Seu indesejado sobrinho que o aguardasse quando fosse liberto dali. Ia fazer questão de ele mesmo o condenar ao inferno assim como teria o feito quando o pegou com as calças arriadas ali nos fundos, apoiado na parede e gemendo conforme Hashirama Senju – outro pecador – arrebatava para dentro de seu corpo e o beijava tal como se beija uma mulher.


Ia mandar todos ao inferno, isso claro, quando conseguisse e se conseguisse sair dali. Não era como se o resto da família estivesse preocupado com o repentino desaparecimento do maior encosto que era Danzou. Muito pelo contrario. Mesmo que o homem não soubesse, todos estavam agradecidos por não esbarrarem mais consigo. Principalmente o sobrinho, que continuara o que fazia com o Senju e o primogênito de Fugaku, que se encontrava no próprio quarto com as pernas erguidas sobre o peito com o primo entre elas. Sem contar Tobirama, que se deleitava com a boca gulosa de Izuna ou Ashura, que descolara uns beijos depois de muito flerte.


Realmente, ninguém se importava que Danzou houvesse sumido.


OooooO


Só queria dizer que caso a formatação tenha erro ou algo assim é por que tive que modificar para trazer para o Ink. Qualquer coisa me avisem :3 Até uma próxima! <3

18 de Marzo de 2018 a las 00:32 0 Reporte Insertar Seguir historia
15
Fin

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Caramelo Sama O sol nasce, a bicicleta anda, o lobo uiva e o urso panda.

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