Eu era mais um cigarro do seu maço, mais um que você pegou para usar.
Você ascendeu minha chama, provou do meu gosto, me tragou até que não sobrasse nada.
E quando você viu que eu já não era o suficiente para te satisfazer, optou por simplesmente jogar-me fora, e então, abriu mais um maço de seus cigarros...
Porque você era o cigarro tóxico aos pulmões de qualquer pessoa, me fizeste de isqueiro para os teus cigarros, tuas inconstâncias e despedidas, queimando em alimentação cada rastro da tua ausência.
Tu eras fumo com essência e sabor de falta e por-te na boca era a iminência perfeita de um vicio irremediável. Tu eras maços de uma sorte de adeuses e eu os consumi incansavelmente, até o câncer de te amar não ter mais cura.
Tu tragavas nicotina, mas a fumaça que escapava por entre seus lábios eram promessas quebradas, palavras vazias jogadas ao vento, ilusões mascaradas e despedidas programadas.
E olha só, amigos perdidos, vícios predominantes, problemas se amontoando e a crise que durou mais que os amores dos quais jurei serem eternos. Está tudo mudando, e, bem, eu não pedi por nada disso. Eu sinto falta de quando eu ainda estava sob controle e à par do que ocorre da minha vida. Da paz interior que hoje já não tenho mais. E eu só queria entender
quando foi que eu deixei as coisas
levarem esse rumo. Decaindo e caindo.
Eu queria poder voltar no tempo. Sem esperança, cigarro já chegou no filtro e quer saber de uma coisa? A tendência é sempre piorar.
Gracias por leer!
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