srta_park Srta_Park :).

Onde Park Jimin era um viciado em leite e um dia, um híbrido bovino folgado aparece em sua casa alegando ter sido adotado por si. Park aceita-o, por fim, acreditando que, pelo menos, agora teria seu leite gratuito. O único problema era que Jungkook queria algo em troca disso.


Fanfiction Sólo para mayores de 18.

#jikook #kookmin #cow!hybrid #jimin!bottom #jungkook!top #srta_park #hard!lemon
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Socorro, Taehyung!

September 20th, 2017

Wednesday, 12:45 PM

Jimin colocou seu dedo indicador e polegar por debaixo das lentes de seu óculos de armação preta e massageou as pálpebras, piscando os olhos pequenos em seguida. Esticou bem os braços para cima, espreguiçou-se, liberando um breve murmúrio aliviado pelo ato e girou o pescoço, ouvindo-o estalar. Fechou a tela de seu notebook ainda ligado e o tirou de seu colo, o pondo bancada ao lado da cama, calçou suas pantufas peludas e, por fim, levantou-se, sorrindo. Havia finalmente terminado os últimos seis capítulos do livro que estava escrevendo, não aguentava mais receber as ligações de uma editora eufórica pela conclusão do exemplar. E ainda pior que isso era ter que abrir mão dos seus preciosos copos de leite morninho para ingerir a maldita cafeína.


Estava exausto, não dormia a exatas cinquenta horas e vinte e dois minutos, tudo o que queria era tomar um belo banho quente, afundar-se em sua cama macia e dormir até, como já dizia sua mãe, ‘até o sol passaram por debaixo de suas pernas. Mas, antes, esquentaria uma bela xícara de seu líquido preferido.


Nem se importou de estar trajando seu mais belo pijama de shortinho e blusa com estampa de vaquinhas, afinal, morava sozinho mesmo, podia até andar nu, se quisesse. Apenas passou a mão pelo ninho que chamava de cabelo e caminhou para fora do cômodo.


Desceu as escadas esfregando os olhos pelo sono, quase caiu umas duas vezes, mas vida que segue. Chegou à cozinha e sua alegria foi imensa ao ver sua tão amada geladeira; correu até o armário sobre a bancada e tirou de lá sua linda caneca com o desenho de uma vaquinha fofa e ao olhar para o desenho, uma estranha sensação lhe apossou, como se estivesse esquecendo-se de alguma coisa. Deu de ombros e ignorou, colocando o objeto sobre o balcão e seguindo em direção à geladeira com um sorriso enorme no rosto inchado — culpa do sono e do monte de ramén que comeu nos últimos dias.


Pena que sua alegria toda morreu meio segundo depois, assim que abriu a porta e o ar gélido veio de uma vez, lhe fazendo arrepiar; mas não fora isso que o desanimou. Merda, onde estava o seu leite? Não era possível que já tivesse acabado. Lembrava-se muito bem de ter comprado duas caixas, três dias atrás! Ou será que estava louco?


Com certeza, escrever tanto pornô havia lhe deixado biruto. — Oh, sim, detalhe. Park, aos vinte e quatro anos, era um escritor de romances eróticos consideravelmente famoso. Bom, ao menos, vivia muito bem e estava satisfeito com seu trabalho. Em compensação, sua vida amorosa e sexual era uma desgraça; quem lia seus livros provavelmente pensava que o Park só vivia fodendo e bebendo vinho — e eca, Jimin odeia álcool. E, pff, uma merda. Quem o conhecia de verdade sabia que ele era mesmo um tremendo de um encalhado. Por que quer, como seu amigo, Taehyung, sempre dizia.


Voltando. O garoto podia ser assemelhado à um louco; agachado e com metade do corpo dentro do refrigerador, enquanto tentava a sorte ao caçar seu precioso líquido em todos os cantos possíveis daquele eletrodoméstico. Acredite, seu estado de sanidade era tão caótico que até mesmo levantara meia dúzia de ovos para ver se havia algo debaixo dos mesmos.


— Procurando alguma coisa?


Gritou vergonhosamente ao ouvir uma voz rouca falando bem próximo de seu ouvido, deixando cair um saco de cenouras no chão. Pôs a mão no peito em reflexo, sentindo-o subir e descer devido a sua respiração descompassada e batimentos acelerados. Quem diabos havia sido o infeliz que lhe deu um susto desses?


Virou-se rapidamente, encarando o ser que ria divertido como se não houvesse quase o matado do coração e… caralho, como havia esquecido-se daquele demônio?


— Seu maldito! Queria matar-me de taquicardia? — Esbravejou, ainda se recuperando da adrenalina súbita que lhe apossou. E ele apenas ria debochado.


— Desculpe, hyung! Não queria assustar você. — Mentiroso. O mais velho fechou os olhos, murmurando uma oração para que não voasse nele e rasgasse aquela cara bonita que em tão pouco tempo já odiava como nunca.


Oh, sim. Jeon Jungkook, dezessete anos, nacionalidade: Busan; Híbrido, espécie bovina. Sim, por mais louco que isso possa parecer, ele era um híbrido bovino. E, bem, nem o próprio Jimin acreditou de primeira.


— Não, imagina. — murmurou irônico — Apenas queria me ver escorregar, bater a cabeça no chão e morrer de hemorragia enquanto você se acabava em rir da minha cara, claro.


— Não seja tão exagerado, hyung. — Ditou, dando um gole na caneca que tinha em mãos. — Eu só queria me divertir um pouco. Estava com tédio e você estava distraído, pensei que seria legal fazer uma brincadeirinha.


Jimin o olhou indignado e ele não deu a mínima, bebendo mais um pouco antes de soltar o ar pela boca e abri-la em um sorriso que o menor julgou ser muito do impróprio.


— Além do mais… — Continuou, dando um passo em sua direção, o fazendo ir para trás em reflexo. Ele insistiu e logo sentiu seu quadril bater contra o murinho da cozinha americana, ficando preso. O moreno pôs as mãos ao lado de seu corpo e inclinou-se um pouco, até que estivessem com os rostos próximos até demais. Ele aproximou-se e o escritor prendeu a respiração ao vê-lo morder o inferior lentamente, lhe encarando. Virou o rosto para o lado e entreabriu a boca ao sentir o hálito gélido tocar sua bochecha. — Por quê eu iria te querer morto? Você me tem muito, muito mais serventia vivo, Park Jimin.


Assustou-se, estremecendo de leve e ofegando quando a pontinha peluda da cauda curta dele passeou pelo seu pescoço, Jeongguk colou mais os quadris e segurou seu queixo, virando-o para si. Instintivamente, os olhos do Park caíram sobre seus lábios finos, presos superficialmente pelos dentes tortinhos e então, subiram aos olhos negros e felinos que o fitavam ferozmente. Sem perceber, partiu os lábios e umedeceu-os com sua língua, o que fez o Jeon rir brevemente e quase quebrar a distância entre os rostos. Fechou os olhos, esperando pelo beijo que não viera, merda; quer dizer, o maior apenas riu e beijou-lhe brevemente o canto dos lábios, lhe provocando, e então se afastou.


Abriu os olhos, confuso, e olhou para o moreno como se o perguntasse que porra foi essa e porquê diabos ele não lhe beijou de uma vez. Mas ele não disse nada, olhava para um ponto qualquer do cômodo enquanto degustava de sua bebida a grandes goles. Jimin abriu a boca para xingá-lo como todas as vezes em que ele lhe provocava desta forma, entretanto, perdeu a fala ao observar o pescoço bonito do homem à sua frente.


O pomo de Adão subia e descia, o pescoço estava esticado, lhe dando a perfeita visão da pele amorenada, as veias dando-lhe um ar másculo que, cruzes! Subiu os olhos até o cabelo escuro, bem penteado e destacando os pequenos chifrinhos amarronzados, junto das orelhas brancas com poucas pintinhas pretas e depois fitou a cauda que balançava esticada para baixo. Ela era um tanto quanto grossa e tinha todo o comprimento​ em uma pele branca, com pintinhas negras, mas a ponta preta e com muito pelos longos. Bizarro, pensara na primeira vez que o vira; no entanto, tinha uma extrema curiosidade em tocá-la.


Continuou sua exploração descarada pelo corpo robusto. Jeon trajava somente uma camisa fina branca e um short preto que lhe deixava as coxas grossas de fora. Jimin engoliu a seco, segurando a vontade de agarrá-las e saber se eram tão macias quanto aparentavam.


— Quer uma foto? — Saiu de seus devaneios ao ouvi-lo chamar sua atenção. Encarou-o e com certeza deveria estar com a maior cara de boboca, porque ele riu. — Francamente, hyung. Você precisa de umas aulas de como ser discreto. Olha só, tá até babando.


O ruivo enfurrascou a cara, inflando as bochechas e sentindo a raiva voltar a lhe assolar. Como poderia ter delirado tanto ao ponto de achar esse energúmeno descarado atraente, segundos atrás? Argh, que ódio.


— Não seja tão prepotente. Estava apenas pensando o quão ridículo você é. Híbrido bovino, sério? Que tal ir procurar um bezerro pra amamentar e me deixar em paz, vaquinha? — Debochou, dando as costas e se abaixando para pegar as cenouras que havia deixado cair á pouco.


— Eu iria comentar sobre o quão delicioso você fica agachado dessa forma, mas irei preferir enfatizar que o bezerrinho daqui é você. Só falta admitir que é em mim que você quer mamar. Quem sabe eu não sou generoso e te deixo tomar o meu leitinho, uh? — Jimin levantou-se e encarou-o, pronto para rebater, contudo parou, ao finalmente notar um pequeno detalhe.


— Espera aí, o que é isso que você 'tá tomando? — Perguntou, fitando a caneca vermelha do Iron Man nas mãos alheias, e só não reclamou disso porque preferia mil vezes o Hulk. Jeongguk o encarou calado.


O ruivinho aproximou-se a passos largos e arregalou os olhos ao notar que sim, aquele maldito estava tomando o seu precioso leite. Abriu a boca lentamente e o híbrido engoliu a seco, quanto então, o menos avançou em cima de si, tentando tomar a xícara; porém, fora mais esperto e rápido ao erguer a mão.


— Me dá isso agora, Jungkook! — Gritou, esticando-se ao máximo, e ainda sem conseguir alcançar. — É meu!


— Nada disso, eu peguei primeiro. — Rebateu, sorrindo debochado enquanto protegia o copo.


— Mas eu comprei, então é meu!


— Você passou o tempo inteiro trancado naquele quarto e nem me deu atenção. Agora quer que eu te dê o que estou bebendo, é? Que tipo de dono é você, Park Jimin?


— Não interessa.


— Eu estou em fase de crescimento, preciso me alimentar bem.


Jimin rosnou, parando de tentar pegar. Encarou-o seriamente, colocando as mãos na cintura, tentando intimidar. Pff, um cara baixinho, com óculos enormes na cara, pijama de vaquinha e pantufa de patinho. Muito intimidante.


— Me dá essa merda, Jeongguk!


— Não.


— Estou perdendo a paciência.


— Uh, Uh. Tão rápido assim, hyung?


— Jeongguk. — Murmurou entredentes — Eu só quero tomar o meu maldito leite e ir dormir até acordar na puta que pariu. — Apontou para o copo erguido — Esse é o último, agora me dá.


— E se eu não quiser? — Assobiou debochado. — Você pode muito bem sair e comprar mais.


— Sabe muito bem hoje é feriado, não tem nada aberto, seu idiota.


— Isso é problema seu. Vai mesmo roubar a comida do seu pobre bichinho?


— Você não precisa de leite. Já tem por si só. — Ditou, cruzando os braços.


— Então, porquê não vem e bebe de mim, uh? — Jimin corou pelo súbito.


— Nã-Não seja idiota. — Em um ato rápido, tomou a caneca pela borda, puxando-a para si. Porém, o idiota acabou sendo ele próprio, pois puxou com tanta força que o objeto veio e voltou nas mãos do outro, derramando completamente o líquido em cima do moreno. — Merda!


— Porra, Jimin! — Ele praguejou, sacodindo o tecido branco encharcado, completamente grudado em seu corpo.


O ruivo pegou um pano e tinha em mente entregá-lo para que se limpasse, no entanto, acabou estatalando no lugar ao vê-lo livrar-se da camisa e passar as mãos pelo cabelo preto, visando se livrar do excesso do leite que pegou em sua franja. Novamente, seus olhos decaíram para a cauda balançando impaciente, completamente molhada. Jeon estendeu a mão para que lhe entregasse o tecido, mas o Park permaneceu paralisado. Era a primeira vez que o via sem camisa e, merda, aquele abdômen não era de Deus.


— Me dá logo, Ji-... — Parou de falar assim que ergueu a cabeça e notou o olhar do outro sobre si. Sorriu malicioso. — Hyung…


— Ahn? — O encarou, desnorteado. Logo, pigarreou, tentando se recompor. — O quê? O que foi?


Observou atentamente o maior deslizar a língua pelo lábio inferior, mordendo-o enquanto franzia a testa. E Jimin quis se matar por ter achado aquilo sexy.


— Você ainda quer beber leitinho?


O Park abriu e fechou a boca, pelo menos, umas três vezes; sem saber o que falar. Mentira, sabia sim. Entretanto, era covarde — e idiota — então, optou pelo que sempre fazia nessas situações:


— Vai se foder, Jeon Jungkook!


E saiu do cômodo a passos apressados, subindo os degraus da escada como um foguete, não demorando a atravessar a porta de seu quarto e se jogar de bruços contra o travesseiro, gritando irritado. Só não sabia se com aquele garoto infeliz ou se consigo mesmo por ser tão idiota e vulnerável à ele.


Se esperneou, balançando o móvel durante o processo e socando a coitada da almofada, antes de apanhar em mãos um dos seus muitos bichinhos de pelúcia, o seu preferido, e sentar-se sobre os joelhos, encarando-o com as bochechas infladas e um quase bico nos lábios cheios. Franziu o cenho e semicerrou os olhos para a pequena vaquinha preta e branca — Taehyung costumava chamá-la de demônio em filtro negativo, mas no fundo até a achava fofa. Por fim, bufou, jogando o bicho sobre os lençóis e se jogando dramaticamente neles também, enterrando o rosto e quase ficando sem ar enquanto lembrava-se do maldito dia em que conheceu aquele cretino idiota.


August 26th, 2017

Saturday, 11:08 AM

Abriu os olhos rapidamente, em um salto estava sentado na cama com as pálpebras arregaladas, os cabelos desgrenhados e apontando para todos os lados; o semblante atordoado. Devido ao seu despertamento súbito, seus ouvidos pareceram adquirir uma cápsula invisível contra sons, mas isso não durou muito e logo aquele barulho dos infernos soou em seus tímpanos como a sirene da morte. Socorro, quem demônios estava tocando sua campainha às… onze da madrugada?


Bufando, tocou a barra do seu edredom azul-claro com estampa de gotinhas de leite e o jogou sem cuidados para o lado, descobrindo seu corpo e logo, se pôs de pé, praguejando o frio do carpete contra seus pezinhos sensíveis. A passos pesados, saiu do cômodo, os olhos quase fechando e a cara inchada — de sono e raiva. Alguém tocava incessantemente a campainha e isso estava tirando-lhe do sério. Mas que merda, seja lá quem fosse, não tinha educação ou, ao menos, a decência de tocar uma vez e esperar? Inferno!


— Já vai! — filho da puta. Completou seu grito mentalmente. Desceu as escadas e cruzou a sala, indo em direção ao pequeno corredor que levava até a entrada do apartamento mediano. — Mas que droga, eu já ‘tô indo! — Reclamou, mas cerrou os dentes quando o outro não parou com o barulho.


Tocou a maçaneta gélida e girou-a irritado, puxando a porta e encarando seja-lá-quem-fosse com cara de poucos amigos. No entanto, logo seus lábios se partiram e ele desceu o olhar por todo o ser (gostoso 'pra caralho, enfatizou) à sua frente. E então, em menos de meio segundo, sua expressão passou para uma indentificável — e, provavelmente, extremamente abobalhada — enquanto seu cérebro se dividia em achar que estava delirando/ sonhando/ tanto faz, e em pensar… Porque porras tinha um adolescente (ou um cara com aparência de um) usando chifre e orelhas, na porta da sua casa em plena madrugada?


— Vai me deixar entrar ou vou ficar plantado aqui até depois de amanhã? — Jimin franziu o cenho ao digerir as palavras ranzinzas do desconhecido estranho.


— Como é?


— Ah, fala sério! Dá licença. — E, na maior cara de pau com óleo de peroba, empurrou-lhe para o lado levemente e adentrou o seu apartamento, andando pelo seu corredor, e se jogou no seu sofá, como se fosse dono da casa. Whats?


Quem é que ele achava que era? Um gostoso da porra?


Achava certo.


O rapaz, do qual não sabia o nome, estava sentado de pernas abertas, com os cotovelos apoiados no encosto do sofá enquanto lhe olhava na maior naturalidade. Jimin, ainda confuso, fechou a porta e, devagar, fez o mesmo caminho que ele, parando em sua frente com um olhar indagativo.


— E aí, tem algo 'pra beber aqui, não?


— Era só o que me faltava. — o menor murmurou, esfregando os olhos com as pontas dos dedos, indicador e polegar, antes de cruzar os braços e voltar a fitá-lo. — Quem é você, e o que faz em minha casa? — Pergunta clichê, sabia. Fez questão de enfatizar o pronome possessivo, para ver se o outro tomava vergonha na cara. O que, obviamente (embora, não para si. Já que não sabia que alguém podia ser tão folgado assim), não deu muito certo.


— Sou o Jungkook. — Nomeou-se, com a maior naturalidade, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. Park arqueou a sobrancelha, e ele deslizou a língua vermelha pelos lábios. — Jeon Jungkook. Você me adotou, lembra?


— Quê? Cara, você 'tá bem? — Riu, incrédulo com aquele absurdo que atravessou suas orelhas. — Porque eu adotaria um cara do seu tamanho? Você tem algum problema?


— E que culpa tenho eu de você ser baixinho? — Ele devolveu, lhe deixando sem palavras por tamanha afronta. — Tá tudo aqui, olha. — o ruivo o observou puxar um papel do bolso e desdobrá-lo, estendendo em sua direção. Pegou-o e antes que pudesse ler, ele mesmo recitou algumas palavras dali. — Proprietário: Park Jimin. Híbrido: Jeon Jeongguk. Espécie: Bovina. Idade: Dezessete anos. Data: 24/08/2017. Endereço: Cheongdan-gil, punningan-gu, 20153. Valor...


— TUDO ISSO? — Gritou, interrompendo-o. Tinha tantos zeros naquela folha que lhe deixava meio zonzo. Seus olhos estavam arregalados, realmente assustado. Tinha em mãos um documento de adoção de um cara de, segundo o papel, dezenove anos vindo de um pet shop por um preço absurdo que nem em sua vida passada (onde fora um belo príncipe herdeiro, imaginava) poderia pagar.


Por fim, jogou a folhinha na mesa de centro e cerrou as pálpebras, passando as duas mãos pelos fios bagunçados, enquanto era analisado pelo moreno. Respirou fundo, murmurando baixinho: — Calma, calminha. Isso é só mais um daqueles sonhos que começam escrotos e terminam com você acordando duro e frustrado. Já, já, ele acaba.


— Woah, então eu me assemelho aos protagonistas dos seus sonhos molhados? — É, não era um maldito sonho. E, aparentemente, ele o ouviu.


Ítem adicionado como primeiro na lista de micos do dia; e olha que ele acabou de começar — ao menos, para si. Tudo bem, Jimin, você supera. Ainda faltam muitas horas para o dia acabar e muitas vergonhas para passar.


Inalou o ar com força (na esperança de morrer por excesso de oxigênio nos pulmões e evitar aquele constrangimento — o que, infelizmente, não deu certo) e pôs um sorriso sem dentes no rosto, abrindo os olhos e encarando o ser de semblante irritantemente divertido.


— Com licença, deve haver algum engano. — umedeceu os lábios, gesticulando com as mãos, como faria ao tentar dizer para uma menininha que a fada dos dentes não existe sem sair com uma bela mordida no braço e um “vou contar pra minha mãe!” — Eu sequer saí de casa ontem, como posso ter adotado um…


— Híbrido? — Completou.


— Isso! — Esbravejou, franzindo o cenho em confusão. — Aliás, isso realmente existe? — Sua expressão mudou logo para uma desconfiada.


— O quê? Está querendo dizer que eu sou um louco fantasiado? Sério? — O olhar do menor não mudou e o moreno bufou, jogando a cabeça para trás em incredulidade, voltando pra frente um segundo após, com a expressão fechada — Você me comprou e agora está querendo me negar? Ah, mas não vai!


— Mas eu já disse que não te comprei! — Pontuou, ouvindo a risadinha debochada do mais novo.


— Você é Park Jimin?


— Claro que sou.


— Mora aqui?


— Óbvio.


— Esse selo no documento, é seu?


— É meu sim.


— Então, me adotou.


Se encararam por alguns segundos. Jimin incrédulo e Jeon com um sorrisinho falsamente inocente no rosto. Por fim, o ruivo controlou sua vontade de esmagar aquele rostinho bonito e fechou os olhos, murmurando com os maxilar cerrado que voltaria em um instante. Ele assentiu despreocupado e o Park foi a passos apressados até seu quarto, apanhando o aparelho celular em meio aos lençóis de sua cama, abrindo o telefone e segurando no número um, até discar. Chamou uma, duas vezes, até (amém) o outro atender, com a voz rouca e falha.


Al-


— Taehyung! — Interrompeu-o.


A-Ah, é tu, Jimin? Hoseok, não para, caralho! I-Isso… Assim… — O mais velho revirou os olhos, bufando ao ouvir uns sussurros bem desagradáveis para seu cérebro. — Chora, Chim.


— Eu vou acabar fazendo isso mesmo, mas é de nojo. — Dramatizou.


Até parece que nunca recebeu um boquete na vida. — Taehyung e suas frases incovenientes. — Ah, é. Faz tanto tempo que deve ter esquecido, já. Quando foi a última vez? No ensino médio? Seu pau já deve ter criado teias de aranhas. — Enfureceu-se com as risadinhas do outro lado da linha. Não ouviu a voz escandalosa de Hoseok e tentou ao máximo não imaginar o que estava impedindo-o de falar. Oh, droga.


— Venenoso. — Acusou — Enfim, não tenho tempo para suas gracinhas, preciso saber porque tem a porra de uma vaca sentada no sofá da minha sala?


— Quê? Você e suas alucinações. Se ferrar, eu tenho mais o que fazer.


— Taehyung! Não desli… — E ele desligou. — Filho da puta.


Aish! Jogou o celular na cama, puxando os fios de seu cabelo — muito bem hidratado, só pra constar — com força e fechou os olhos, recitando mentalmente o seu mantra. Inspirou fundo e expirou devagar, uma, duas, três vezes; e conseguiu se acalmar. Um sorriso sem dentes expandiu-se em sua face e quase estava murmurando aquele “ah humm” do macaco do Rei Leão, mas conteve-se.


— Você estava delirando. Isso não é real, ele não é real, nada disso é real. — Convenceu-se. Entretanto, mal havia conseguido e só foi abrir os olhos que foi puxado de volta ao mundo.


Jeon Jungkook, com um sorriso safado, refletido no espelho a sua frente e com os olhos cravados em sua retaguarda.


— Tem uma bela bunda, hyung.


Era oficial, iria realmente enlouquecer.


September 20th, 2017

Wednesday, 01:45 PM


Já havia tomado um belo banho quente para tentar apaziguar os pensamentos inoportunos, e enfiado-se na cama para dormir. O relógio ao lado marcava quase duas da manhã e, mesmo tendo passado dias sem dormir, não conseguia pregar os olhos. Seu estômago implorava por uma bela xícara de leite morno e seu cérebro lhe traía com imagens do mesmo líquido branco escorrendo e molhando todo aquele corpo lindo dos infernos.


— Mas que droga! — Praguejou, sentando-se na cama e segurando sua cabeça entre as mãos. — Para de pensar nesse idiota! É a falta do meu precioso cálcio, só pode.


Bufando, esticou a mão para apanhar seu aparelho celular — que estava jogado de qualquer jeito no chão. — e discou o número do único que podia ajudar-lhe naquele momento.


Jimin?


— Taehyung, me trás leite agora, pelo amor que você tem pelo T.O.P, me salva! — Jorrou as palavras com pressa.


Quê? Criatura, tu sabe que horas são? Eu juro que vou te esgoelar, seu filho da puta. — Xingou, com sono. — Vai dormir!


— Tae… Por ‘favooooor… Jeongguk tomou todo o meu estoque e eu não tenho como ir comprar agora. — Choramingou.


Porra, Jimin! Tu tem uma vaca em casa, bebe dela, bezerrinho. — Debochou. O maldito já conhecia o Jeon e não perdia uma chance de o chamar assim, provocando o Park devido a sua compulsão por leite.


— Você sabe que aquele cretino não me dá leite coisa nenhuma. — Reclamou.


Porque você é orgulhoso e não quer pedir a ele. — Riu, mas o menor ignorou seu comentário.


— Você vem ou não vem?


Eu vou é dormir.


E mais uma vez, desligou.


Às vezes, Jimin se perguntava para quê ter inimigos, quando existe Kim Taehyung.


Bufou, jogando-se na cama, tentando ignorar seu estômago — e cérebro — para conseguir dormir. Ha! Inútil.


September 20th, 2017

Wednesday, 03:10 AM


Iria enlouquecer. Merda, onde estava a porcaria do sono uma hora dessas? Estava quase indo atrás de um litro de conhaque, Maracugina, um porrete na cabeça, talvez. A droga da melatonina não queria ir embora, e Jimin estava começando a querer morrer.


Tudo bem que nem era tão tarde assim, se considerasse o fato de que ele era uma bendita coruja, mas o que realmente incomodava era aquele desejo compulsivo que começava a dar-lhe uma leve dor de cabeça. Já tinha ouvido falar em vício por cafeína, mas leite? Ele era realmente mais estranho que o esperado. Porque não se tornou um dependente de álcool ou maconha? Em dar o cu, talvez? Não! Tinha que viciar em porra de leite e na porra do leite escorrendo por aquele corpinho sarado. Puta que pariu, queria uma bala na testa.


Não iria aguentar. Já havia passado tempo demais sem beber do seu líquido do paraíso, não podia mais esperar. Que se fodesse o orgulho, tinha que tomar leite logo, mesmo que para isso tivesse de implorar ao filho da vaca que era Jungkook.


E pensando nisso, chutou os lençóis e praticamente correu para fora do quarto, pra não perder a coragem, indo em direção ao alheio, que ficava no andar de baixo. Depois que o Jeon chegou e parou finalmente de relutar, deixando-o permanecer ali, pesquisou um pouco sobre a sua espécie. Híbridos de vaca eram bem raros — por isso, nunca havia ouvido falar deles, embora conhecesse alguns de outros tipos — e costumavam ser bem retraídos e indiferentes. O que era bem estranho porque o Jeon era completamente diferente disso. Mas uma curiosidade que lhe atiçou, foi o fato de descobrir que eles possuíam glândulas mamárias e podiam produzir leite.


Isso lhe animou de primeira. Horas, nem precisaria mais comprar e teria a sua disposição sempre! Mas, não, esquecia-se que o híbrido é um filho da mãe e não lhe daria sem ganhar algo em troca. Jimin também era o cara mais orgulhoso da face da terra e jamais se rebaixaria ao ponto de implorar pelo leite do mais novo. Bom, com excessão de agora.


Assim que fechou a porta de seu quarto, parou, respirando pela boca. Decidiu, então, que diminuiria a velocidade — porque sua coragem súbita havia decidido sumir segundos após brotar misteriosamente — e assim o fez. Caminhou nas pontas dos pés em direção às escadas e ao chegar no local, segurou com firmeza no metal de apoio, quase escorregando devido o suor que se assolou em suas palmas. Primeiro um pé, depois o outro e assim por diante, cautelosamente. Depois de quase meio século (tudo bem, exagero, admite), conseguiu pousar no primeiro andar. Engoliu em seco e virou seu corpo, pronto para ir na direção desejada.


O caminho até o quarto do moreno não era tão longo, mas pareceu durar uma eternidade. Ao chegar lá, girou a maçaneta com cuidado e empurrou a porta sem fazer barulho e pôs somente a cabeça na fresta, tendo o vislumbre da silhueta do Jeon, deitado na cama e descoberto pelo lençol.


— Jeongguk? — Chamou-o baixinho, na esperança de que estivesse acordado. No entanto, ele sequer se moveu.


Jimin suspirou frustrado, dando as costas e resolvendo criar vergonha na cara e sair dali. Porém, não deu tempo de dar um passo, quando uma ventania gélida lhe arrepiou, proveniente da janela de vidro em uma extremidade do cômodo. Percebendo que o Jeon poderia resfriar-se, tratou de seguir até o local, pondo as mãos no apoio do objeto e o fechando. Olhou na direção da cama e balançou a cabeça negativamente pelo lençol estar jogado ao chão.


Andou até ali e se agachou ao lado do leito, tomando o edredom em mãos e erguendo a cabeça antes do corpo. Contudo, não pode completar sua ação porque algo chamou-lhe a atenção; a cauda do Jungkook. Estava bem próxima de si e deitada sobre o colchão, pendendo para baixo. Curioso e enxerido como era, ruivo não conseguiu evitar erguer a mão de dedos gordinhos e tocar, superficialmente, na pele preta e branca. Era macia e… quente. Muito, muito quente. Chegou até a crer que ele estava com febre ou algo assim, mas ao checar sua temperatura com a mão, constatou que não.


Sentindo seu coração acelerar, como se fosse uma criança roubando doce escondido da mãe, umedeceu os lábios, levando seus dígitos para a pontinha peluda do rabo, e esta, ao contrário do resto daquela parte tão intrigante, era fria e quase que espinhosa, mas sem machucar. O híbrido murmurou algo incompreensível e isso lhe fez recolher a mão, entrando em posição de defesa, assustado. Porém, foi só e depois de segundos com ele imóvel, Jimin não pode conter-se e passou a dedilhar aquela coisa com mais segurança e afinco.


Seu indicador deslizou pelo couro quente e macio, indo e voltando naquela pele para sanar sua curiosidade, abrindo um sorriso arteiro. As pontas de seus dedos brincaram devagar com os pelos pretos e ariscos, gostando da sensação de tê-los arranhando levemente sua tez.


Sentiu o corpo alheio fucar tenso, mas como ele não demostrou sinais de ter despertado, continuou sua exploração naquela área, agora rodeando a base do rabo e mexendo por ali. Agora parecia estar mais morno que antes, quase flamejante e Jimin assustou-se ao perceber que Jeon etava com uma ereção demarcada na calça de moletom que usava para dormir.


— Merda! — Praguejou sussurrando, se erguendo rapidamente. Teria corrido para fora dali, se uma mão não tivesse agarrado seu pulso, lhe fazendo virar o rosto e encarar aquelas orbes escuras que lhe fitavam com fome.


— O que pensa que está fazendo?


— Jungkook! — Esbravejou, alarmado. Os olhos esbugalhados e o coração quase saindo pela boca. Em alguns instantes teria um ataque cardíaco. O moreno arqueou uma sobrancelha e ele começou a gaguejar, com as bochechas rubras. — Eu só estava… eu estava… e-eu tenho que ir!


Ledo engano. A mesma mão que segurava seu pulso, o dobrou, colocando para trás de suas costas e lhe puxando para baixo, até que caísse em um baque, na cama, por cima do corpo quente e intimidante.


— Ir? — ele riu, soprado e sarcástico. — Me deixou assim e agora quer ir? — O ruivo teve suas bochechas em chamas quando, para intensificar a fala, ele impulsionou o quadril para cima, deslizando vagarosamente no seu, lhe fazendo abrir a boca em um gemido mudo. — Acha mesmo que vai me abandonar aqui depois de fazer meu caralho ficar duro desse jeito, Park Jimin?


As palavras saíram tão hostis que o humano teve seu ar roubado dos pulmões.


— Eu não… eu não… Droga, Jeon! — em um impulso rápido, empurrou o híbrido e saltou para fora da cama, correndo em direção a saída e puxando a chave da fechadura. Atravessou a porta em um rompante e quase gritou ao ver o mais novo se jogar em sua direção, quase conseguindo impedir-lhe de fugir. Com muito esforço, enfiou a chave, com as mãos suadas e trêmulas, e conseguiu trancá-lo lá dentro. Saltou, alarmado, derrubando o molho, quando a madeira estremeceu devido a um provável murro bruto, e um rosnado proferiu sua sentença:


— Quando eu te pegar, eu vou acabar com você, Park Jimin! — Que os deuses tivessem piedade de seu cu e o protegesse daquele chifrudo aloprado.


Ignorando os protestos do Jeon, correu em direção a sala, tomando o primeiro telefone que lhe apareceu e discando, mais uma vez, o número daquele imprestável que nomeava-se seu melhor amigo.


Park, seu desgraçado, se me acordar mais uma vez, juro que eu…


— Socorro, Taehyung! — Interrompeu-o.


Que foi, caralho?


— Tem uma vaca aqui.


— ...


— E ela quer me comer!


E eu com isso?


— Me ajuda! O que eu faço?


— …


— Responde, porra!


Se fode aí.


E desligou.


— Filho da puta, ‘pra quê tu serve? — Xingou. Porém, não tinha tempo. Largou o telefone de qualquer jeito e disparou a correr até a escada, sendo impedido antes de subir o primeiro degrau.


— Aonde pensa que vai, hyung?

28 de Febrero de 2018 a las 00:17 2 Reporte Insertar Seguir historia
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Leer el siguiente capítulo Há algo que eu não te contei, hyung...

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Alice Alamo Alice Alamo
Olá! Notei que sua história é uma fanfic e, portanto, está na categoria errada do site. Fanfics devem ser postadas na categoria Fanfiction e os gêneros como romance, poesia, lgbt, etc, devem ser postados nas tags ;) Para alterar, basta ir em Editar configurações da história, ok?
March 01, 2018, 16:02

  • Srta_Park :). Srta_Park :).
    Olá, muito obrigado pelo aviso. Sou usuária novata aqui do app e não sabia que não podia colocar outra categoria em fanfictions. De qualquer forma, agradeço ^^ March 01, 2018, 16:33
~

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