Capítulo 1: A pequena esperança.
Há muitos anos, uma tribo nômade fora formada, eram denominados como Uchihas. Temidos em muitas regiões por comportamentos violentos e dominação dos elementos provenientes da natureza, nunca se mostravam realmente para a sociedade, pois sempre encobriram os rostos com um lenço negro.
Havia uma característica marcante naqueles homens: Todos possuíam cabelos negros. A tribo é repleta de segredos e muitos questionam o motivo pelo qual não há mulheres entre eles.
-Itachi. -Resmungou Madara enquanto cutucava os gravetos da fogueira com uma espécie de barra de ferro fina. -Vá buscar mais galhos na floresta.
-Está louco, Madara? Está escuro, não pode mandar uma criança para um local como aquele. -Retrucou Indra, os braços cruzados em uma posição imponente.
-Já que reclama tanto, vá no lugar dele. -Disse ele de forma indiferente, sequer levantara os olhos para o homem.
-Está bem, eu irei. -Indra se deu por vencido, os ombros cedendo de uma forma mais relaxada.
Naquele momento da noite, todos ainda se viam acordados, alguns dentro das tendas e outros ao lado de fora, em volta da fogueira.
Itachi observava a pequena "discussão" dos dois homens sem entender muito. Ele era pequeno, tinha seus 9 anos de idade, cabelo longo, atingindo metade de suas costas, sempre preso em um rabo de cavalo, olhos grandes e curiosos, marcas um tanto profundas sob os olhos e um sorriso sempre discreto nos lábios.
-Maldito Madara! Sempre achando que pode mandar em tudo e em todos. -Indra resmungava enquanto entrava na mata, árvores e mais árvores cercavam tudo.
Indra possuía seus 17 anos de idade, apenas 1 anos mais novo que Madara. Era alto, corpo esguio, músculos normais, cabelos longos e negros, duas marcas repousavam em sua testa, como duas espécies de vírgulas apontadas uma para outra. Sempre se fazia de durão, mas no fundo só queria proteger sua família.
-Espero encontrar logo esses gravetos! -Suspirou pesadamente, as mãos posicionadas na cintura enquanto erguia a cabeça em direção ao céu estrelado.
Um choro pôde ser ouvido, alto e desesperado. Era uma criança. Indra olhou para as árvores rapidamente, confuso, tentando identificar de onde vinha aquele barulho.
-Um… Bebê? No meio da floresta? Que tipo de monstro… -Parou de falar imediatamente, notando que não adiantaria de nada ficar ali, reclamando. Começou a procurar a criança, revirando moitas e olhando atrás de pedras. -Oh, você está aqui. -Sorriu, tranquilo por tê-la achado.
A ergueu do chão, observando aquela pequena criaturinha que esperneava e chorava. Estava nua e cheia de sangue, provavelmente nasceu no meio da floresta e fora abandonada.
-Olhe só… É uma garotinha. Que coisinha mais adorável. -Riu, acariciando a barriga gordinha da criança enquanto a sacudia nos braços para que parasse de chorar. -Vou levá-la até o acampamento.
Olhou para os lados por uma última vez, na mínima esperança de encontrar o monstro que havia feito aquilo. Tentativa falha. Não havia nada além de árvores e mato.
Suspirou de modo pesado, caminhando com a bebêzinha em seus braços. Ignorara completamente os gravetos, apenas queria alimentá-la e deixá-la dormir.
-Até que enfim! -Disse Madara, ouvindo os passos de Indra bem atrás de si. -Onde estão os galhos?
-Esqueça isso, seu idiota. -Falou ríspido, cutucando o homem com a ponta de seu pé. -Encontrei uma criança no meio da mata.
-Uma criança? Quem fez isso? -Madara rapidamente se levantou, observando o bebê nos braços do garoto.
-Não tenho ideia, mas ela está morrendo de fome. -O olhava de forma séria, sentia-se revoltado com tal situação.
-Peça para Óbito arranjar um pouco de leite. -Madara também possuía a mesma expressão, não conseguia acreditar que algo tão desumano havia ocorrido. -Ainda bem que a encontrou, Indra… Quem sabe ela teria sido devorada por ursos.
Ele apenas inclinou a cabeça para frente e adentrou de forma apressada em uma das tendas. Óbito se encontrava sentado no canto, mordendo um palito de madeira.
-Eu preciso de leite. -Foi direto, não sabia há quantas horas aquela criança ficara sem alimento.
-O quê? De onde surgiu… -Indra o interrompeu de forma brusca..
-Cale a boca e busque o que eu pedi! Essa menina está morrendo de fome. -Falou ríspido, não tinha tempo para perguntas.
-Certo. -Óbito levantou-se, vasculhando os armários em busca de leite.
Óbito Uchiha tinha seus 12 anos, era baixinho, corpo magro, cabelos um pouco mais claros que o dos outros, curtos e arrepiados, os olhos também eram grandes, o dando um ar mais infantil ainda.
-Vamos, vamos! -O mais velho batia o pé impaciente.
-Achei. -Ergueu uma garrafa repleta de um conteúdo branco.
-Certo… Agora… Precisamos de um copo e de um funil. -Ele pensava de modo rápido, afinal, não havia nenhuma mulher por ali para alimentá-la, então deveriam improvisar.
-Hum… Funil e copo. -Óbito coçou a nuca, observando todo o local em que se encontravam. -Ali! -Abriu uma das gavetas e de lá retirou um funil cinza, pequeno.
-Muito bem. -Agarrou o funil, ansioso para suprir a necessidade da pequena. -Coloque logo o leite no copo, rápido.
-Calma! -Óbito estava nervoso também, não reagia muito bem sob pressão. -Pronto, toma. -O entregou o copo com leite.
-Obrigado. -Disse sem ao menos olhá-lo. Deslizou a ponta do pequeno funil até os lábios da criança e despejou um pouco de leite para ela. A menina se calou.
-Oh, veja só que gracinha. -O mais novo a observava com os olhos arregalados, cheios de carinho por aquela pequena criatura.
-Ela estava com tanta fome. -Observou Indra, vendo que a garota bebera o leite rapidamente.
-Onde a encontrou? -Ergueu uma sobrancelha, tomando o copo vazio das mãos do garoto, levando-o até a pia.
-Estava na floresta, atrás de um arbusto. -Sussurrou, notando que a pequena agora se aconchegava nos seus braços.
-Oh! Quanta crueldade, abandonar um bebê. -Resmungou, cerrando os punhos por conta da raiva que lhe subia a cabeça.
-É, mas agora devemos cuidar dela. Ser uma verdadeira família! -Um dos dedos deslizou por sobre a face dela, fazendo uma carícia.
-E… Qual nome vamos dar a ela? -Disse de forma animada, juntando ambas as palmas.
-Hum… -Indra fez uma longa pausa, pensativo.
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Na tarde seguinte, todos os Uchihas estavam reunidos de frente para uma grande árvore: Sasuke (com seus 5 anos), Itachi (9 anos), Óbito (12 anos), Shura (15 anos), Indra (17 anos) e Madara (18 anos).
Madara segurava a menina acima de sua cabeça, os braços estendidos enquanto Indra tinha em mãos uma banda de coco, cheia de tinta vermelha proveniente de frutas silvestres.
-Aqui, diante de todos os Deuses existentes, nós a batizamos como Sakura Uchiha! -Madara proferiu as palavras no instante em que Indra fazia desenhos com a tinta pelo corpo da pequena menina.
Quem escolhera o nome fora o segundo mais velho, dera como justificativa a cor dos poucos fios de seu cabelo que eram da mesma coloração das flores de sakura. Todos concordaram, pois era um bom nome e, a partir deste dia, Sakura tornou-se a única mulher dentro daquela tribo.
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