biialightwoodpotter B. L. P.

Sasuke estava bem. Ele tinha uma bela família. Amigos maravilhosos. Uma boa faculdade. E principalmente o amor da sua vida. Naruto. Aquele que conhecera quando tinha acabado de entrar no Ensino Médio. Aquele que tinha o feito descobrir o que era o amor. Ele dependia de Naruto para a sua total felicidade. Dependia de Naruto a sua vida. Amava-o a ponto de não saber controlar suas emoções. Emoções essas que acabaram sendo as culpadas pelo que estava vivendo agora. Emoções que fizeram com que aqueles anos parecessem inúteis. Inúteis. E isso era o que matava-o por dentro. (05/09/2016) Imagem: Snow124 https://www.flickr.com/photos/45305087@N02/21841238023/in/dateposted/


Fanfiction Anime/Manga No para niños menores de 13.

#yaoi #naruto #naruto-sasuke #sasunarusasu #au #universo-alternativo
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WILD

Conheceram-se no começo do Ensino Médio. Naruto tinha acabado de se mudar para a cidade e consequentemente se matriculado na escola, quando Sasuke o viu pela primeira vez andando pela mesma, todo desajeitado com sua mochila pendurada em um ombro, livros nos braços quase a caírem e tentando pegar a senha do armário no bolso da calça. Na época, Sasuke riu levemente do loiro do outro lado do corredor. Se arrependimento matasse, estaria morto; por que com aquela risada, que foi percebida – e retribuída - pelo Uzumaki, que foi onde tudo começou.

Com seus quinze anos, Sasuke sempre entendeu que sentia algo de diferente pelos meninos, que deveria sentir pelas meninas e, ao receber aquele sorriso tão divertido e ao mesmo tempo envergonhado do outro, fez seu coração doer de forma que nunca sentiu antes.

Sakura sua amiga de infância, na hora do intervalo, percebeu que o amigo estava um tanto longe enquanto brincava distraidamente com uma folha da árvore que estavam sentados sob e corria o olhar pelo campo da escola.

— Sasuke? - chamou e não obteve resposta – Sasuke! - gritou, estalando os dedos na frente dos olhos do moreno.

— O que? - exclamou surpreso, olhando-a.

— O que você tem menino? - a garota de cabelos tingidos de rosa pastel olhou para o amigo estranho.

— Nada – jogou a folha toda amassada na grama - Pareço ter algo?

— Bastante – ela ergueu as sobrancelhas também tingidas, como ela conseguia isso, o moreno não sabia.

— Não é nada – sacudiu os ombros - Você está ficando cada dia mais louca Haruno.

— E você a cada dia que passa, mente pior – a menina lhe deu um soco no ombro e continuou – E eu não vou te obrigar a contar nada por que nunca precisei. Você sempre me conta as coisas quando precisa. - ela sorriu.

— Exato – Sasuke sorriu de lado para a amiga e continuaram com assuntos aleatórios até o fim do intervalo e assim que se levantou, limpando qualquer sujeira da calça do uniforme, Sasuke o viu novamente.

O loiro estava rindo como uma criança com um ruivo de outra sala, porém de mesma série que ele. Ambos pareciam se divertir encostados à grade da escola.

O resto de aula tinha sido monótono como todos os dias de sua vida escolar, mas dessa vez, o Uchiha tinha ficado com aquele sorriso o tempo todo na cabeça.

Assim que o sinal tocou, arrumou seu material e foi em direção ao seu armário, guardar os livros que não precisaria levar para casa, e dessa vez não viu o loiro.

Seu olhar estava fixo no chão, os fones de ouvido no último e não percebia nada o que acontecia, tropeçou algumas vezes e esbarou em algumas pessoas, mas em geral, estava bem. Estava até o momento que sentiu uma mão em seu ombro e quase gritou como uma menininha ao se virar, balançando os braços de forma agressiva.

— Ei, calma – ouviu ao fundo da música.

Era o tal garoto loiro que havia passado o dia em sua cabeça. E ele estava ai agora, na sua frente e Sasuke podia dizer que ele era realmente lindo. Seus cabelos loiros brilhavam ao sol, os olhos azuis pareciam ter reflexos de água e o sorriso aberto, divertido e branco que recebia era a coisa mais linda que já havia visto.

— Olá - Sasuke disse retirando os fones.

— Ah, então foi por isso que não me ouviu te chamar – o outro falou rindo levemente de si mesmo.

— Me chamando? - o Uchiha perguntou confuso.

— Sim – respondeu e começou a andar ao lado do moreno – Eu te vi vindo por essa direção e como meu caminho é o mesmo, achei que podíamos ir juntos, só que você anda muito rápido 'ttebayo, então comecei a te chamar, mas como não surgiu efeito, corri atrás de você.

Sasuke não sabia o que dizer, estava levemente chocado com tudo. E assim que o loiro abriu a boca, essa não se calou pelos dez minutos que ainda caminharam. O Uchiha por sua vez, continuou totalmente calado, apenas observando como aquele menino gesticulava contando sobre o porquê tinha se mudado da Austrália para o Japão, como seu pai era japonês e tinha encontrado sua mãe numa viagem pelo país e se casado, contradizendo o avô e sua linhagem, e assim tinha nascido ele; como o pai tinha decidido voltar a país de origem, como era sua vida nesse país e como estava tendo leves dificuldades com a língua nova, mesmo que seu pai tivesse lhe ensinado desde pequeno, mas que passar vinte e quatro horas ouvindo em língua estrangeira era difícil.

E no momento em que chegaram ao fim da rua principal que tinham pegado, e o moreno estacou fazendo Naruto parar também e o olhar confuso.

— Você vai por qual lado? - o Uzumaki perguntou se virando para o outro que tinha ficado um pouco atrás.

— Pela direita – Sasuke respondeu apontando para a rua em específico e o loiro sorriu.

— Eu vou pela esquerda – ele disse – Somos vizinhos de costas! - riu animado.

Sasuke deu um leve sorriso de canto, que animou o mais novo. Desde manhã que vinha procurando o moreno e não obteve sucesso, e assim que o viu fazer o mesmo caminho que o seu para casa, se animou. Durante o monólogo que de Naruto, o mesmo percebeu que o moreno não era muito tímido e ficou um pé atrás sobre ele estar ou não importunando o garoto, mas assim que viu aquele mísero sorriso, percebeu que ele tinha a conquista que muitos não tinham. E duas vezes!

— Bem, eu vou indo – o loiro pôs as mãos nos bolsos e jogou a cabeça para o lado de sua rua – A gente se vê amanhã? - perguntou com um fundinho de esperança de a resposta ser positiva.

O moreno por sua vez olhou profundamente naqueles olhos cerúleos e viu ali, aquela esperança de uma nova amizade e concordou com a cabeça, levando os olhos novamente ao chão, o que fez o outro rir largamente de felicidade e admiração pelo Uchiha tímido.

— Então amanhã a gente se encontra aqui, okay? Às sete e meia pode ser? - quando o mais velho concordou com um ruído ele sorriu mais abertamente, como se fosse possível e lhe acenou com a mão, começando a seguir seus caminhos, mas parou e se virou para o moreno novamente - A propósito, meu nome é Uzumaki Naruto, e o seu?

— Uchiha Sasuke – disse baixo, mas o loiro conseguiu ouvir.

— Bem, foi muito bom te conhecer, Sasuke – sorriu novamente e seguiu seu caminho, deixando um Sasuke de coração acelerado para trás.




Sasuke chegou em casa e logo subiu para seu quarto, ignorando o irmão mais velho que lhe fazia perguntas sobre como tinha sido o primeiro dia no Ensino Médio, e se jogou de cara no travesseiro, abraçando-o e gritando em seguida.

Aquilo não podia estar acontecendo.

Sasuke prometeu a si mesmo que nunca se apaixonaria por ninguém. Não depois do que passou com toda a separação dos pais e foi decidido que ia morar com o irmão mais velho. Não estava reclamando de morar com o irmão, longe disso, mas não há nada – na opinião do pequeno Uchiha – do que ter uma família completa em baixo do mesmo teto. E uma família que não brigue.

Os dez primeiros anos da vida de Sasuke foram de discussões e mais discussões dentre Mikoto e Fugaku, seus pais. Às vezes, não era nada demais, às vezes era vinda de Mikoto, às vezes de Fugaku, mas a todo o momento, todos os dias, eles brigavam. O Uchiha menor, no começo, observava pelas portas da casa, os pais levantarem a voz um para o outro, depois começou a ir para o quarto e deitar em sua cama quando começavam, em seguinte ia para o quarto do irmão que começava a lhe contar alguma história engraçada da escola, lhe ajudava no dever e tentava o distrair. E por fim, Sasuke apenas colocava seus fones de ouvido no último em qualquer lugar da casa e ficava jogando em seu Nitendo.

E após tais dez anos, Mikoto finalmente pediu o divórcio do marido e mudou-se do interior para uma cidade vizinha da capital com os dois filhos, colocando o mais velho numa escola particular, com o dinheiro da pensão que recebia do antigo marido.

Assim que entrou para a faculdade, Itachi resolveu mudar-se para a capital em si, perto de onde estudava e deixou o irmão mais novo e a mãe sozinhos, porém, durante as férias de verão, Sasuke colocou na cabeça que queria ir morar com o irmão, e não havia nada que podiam fazer além de aceitar, afinal, se tinha alguma coisa que Sasuke puxara de Fugaku, era a teimosia. E mesmo que empacando algumas fodas de Itachi, o mais velho aceitou o menor de bom grado em sua casa, afinal, a mãe já tinha até arranjado um novo namorado, e estava se dando muito bem com ele.

Mas Sasuke saiu ferido com tudo isso. Mesmo que estivesse feliz morando com seu irmão, com a felicidade da mãe, e ainda assim, com a felicidade do pai, que também estava se saindo bem na antiga cidade, uma coisa morreu no menino. O amor. Tudo que ele já tinha ouvido nas histórias que contavam na escola primária, nos desenhos que assistia, todo o encanto morria quando chegava em casa e via os pais brigando daquele jeito.

E agora, ele estava ali, com seu coração ainda acelerado, o rosto no travesseiro, pensando que todo aquele sentimento de raiva pelo amor das outras pessoas, que ele sabia que ia ter um fim – por que tudo sempre tem um fim – estava indo água a baixo, por causa de um menino idiota que mal tinha acabado de conhecer.

— Sasuke? - ouviu ser chamado pelo irmão que entrava em seu quarto.

— O que foi Itachi? - perguntou, sentando-se na cama e largando travesseiro.

— Eu quem pergunto – o mais velho sentou-se ao lado do menor – O que foi?

Sasuke pôs as mãos entre as pernas e olhou pelo canto de olho para o maior.

— Nada – respondeu, abaixando os olhos para o chão de madeira clara, que contrastava com o apartamento, que era decorado com vários tons de azul, preto e branco.

— Sério? - o Uchiha mais velho deu um sorriso de lado, sentindo a mentira do menor expandir-se do pequeno corpo ao seu lado – Pois acho que está mentindo.

— Não estou – o menor disse com seu tom indignado.

— Se você já sabe que eu sei quando está mentindo, por que ainda tenta? - Itachi riu levemente, colocando a mão no ombro do irmão.

— Vai que ainda consigo enganar você - Sasuke sorriu para o irmão de forma culposa de depois se virou para o mesmo e respirou fundo. Itachi estreitou os olhos, nunca tinha visto o irmão tão nervoso para lhe contar algo, então resolveu apenas esperar ele começar.

— Como é se apaixonar por alguém Tachi? - o menor finalmente olhou para o irmão mais velho, que lhe encarava confuso e intrigado.

Itachi sabia do desprezo do irmão mais novo por toda a questão de paixões e amores e ele estar ali, agora, lhe perguntando aquilo, era realmente preocupante. Provavelmente fez uma cara muito intrigante para o mais novo, já que o mesmo prosseguiu, tentando se explicar.

— Não que eu esteja apaixonado por alguém Nii-san – sorriu nervoso e seus olhos transmitiam a mentira para Itachi – Um... Um amigo meu que está e quer saber como é.

— Ah sim, - o maior riu já recuperado – Um amigo seu.

— Sim... – concordou com a cabeça.

— Bem, hm... – Itachi pensou um pouco – Estar apaixonado é sentir seu coração se agitar, dobrar e quebrar em seu peito toda vez que você olha para a pessoa em questão. É sorrir sem motivo e querer o bem dela. É sentir o mundo parar a sua volta e tudo parecer banhado pela luz do sol. É amar como nunca imaginou que pudesse.

Sasuke ficou paralisado com as falas do irmão. Não podia estar realmente apaixonado pelo loiro. Podia?

— Diga isso a ele – o Uchiha maior terminou, encarando o menino tenso a sua frente.

— Ele? Quem disse que era um menino? Eu nunca que me apaixonaria por um menino! – exclamou Sasuke.

— Ao seu amigo Otouto – o moreno sorriu largamente para o menor que estava vermelho por perceber que tinha entregado tudo de bandeja para o irmão e o mesmo apenas se levantou e foi para a porta, parando no batente apenas para virar para o menor, ainda sentado na cama, chocado e abalado – Diga-o que também não tem problema se apaixonar por um menino. As pessoas que o amam não deixarão de ama-lo e que isso não é motivo para vergonha. É muito pelo contrário.

E assim o mais velho saiu e Sasuke voltou a se jogar na cama pondo as mãos sobre os olhos para depois as arrasta-las até os cabelos e respirar fundo.





Acordou totalmente perdido e desesperado.

Tinha perdido o horário para a escola.

Assim que olhou o relógio quis bater em sua própria cabeça. Era apenas cinco e meia da manhã. Podia ter mais uma hora e meia de sono e estava ali, sentado na cama, quase vestido com as calças do uniforme.

Retirou a peça de roupa e voltou para debaixo das cobertas, mas seu sono não vinha novamente de forma alguma, resolvendo assim, entrar em seu Facebook— coisa que não fazia há séculos – e pesquisar um pouco sobre o novo garoto da escola.

Uzumaki Naruto, quinze anos, aniversário dia dez de outubro, apaixonado por Rámen.

Interessante. Pensou Sasuke. Simplório e direto.

Várias fotos de quando era neném postadas pela mãe, marcações em fotos de amigos no que provavelmente ainda era na Austrália, devido as paisagens que nunca seriam do Japão.

Em todas, Naruto estava sorrindo abertamente abraçado com os amigos em questão, como se em todas se divertisse como não houvesse amanhã.

Stalkeou o menino até o ano de 2012, e sim, como todos da época – principalmente Naruto – tinha fotos para lá de constrangedoras que o moreno ria de tão bobas e tão a cara do loiro que eram.

Ficou ali até ser interrompido pelo despertador do próprio celular e decidir se levantar.

Vestiu o uniforme da escola, organizou a mochila novamente e saiu do quarto, parando no corredor para checar o cabelo, que como sempre, a parte de trás sempre dava resistência contra o pente.

Chegou à cozinha, encontrando um Itachi já de terno e gravata, pronto para ir estágio que fazia na empresa de comércios exteriores da cidade, tomando seu digno café preto de todas as manhãs e sentou-se de frente para o irmão, pegando na mais que uma maçã da fruteira em cima da mesa de mármore.

Itachi o olhou por cima da xícara e voltou o olhar para o jornal que estava lendo. Não ia perguntar o porquê Sasuke já estava acordado, mas tinha suspeitas de que era por causa do tal amigo. Sorriu, sendo encoberto pela xícara e deixou-a na mesa.

— Bem, eu vou indo trabalhar – o mais velho se levantou e pegou sua bolsa perto da porta, dando uma ultima olhada no mais novo, que lhe acenou com a mão.

Sasuke apoiou o rosto da mão e olhou o relógio, ainda faltavam dez minutos até a hora que Naruto tinha combinado consigo de se encontrarem aonde tinham se despedido no outro dia, e isso disparava o coração do moreno.

Pegou seus fones de ouvido e colocou a primeira música da playlist e resolveu sair de casa de uma vez. Andou calmamente até o final da rua e ficou ali, esperando até dar sete e meia.

E assim que seu celular marcou tal horário, ele olhou para o lado da rua de Naruto e nada. Não tinha se passado nem dois minutos e o Uchiha já imaginava que tinha sido esquecido, levado um bolo. Isso nem é um encontro seu idiota! Repreendeu-se mentalmente e começou a mexer o pé direito em nervosismo.

Mais cinco minutos e ele começou a considerar o fato de ir sozinho para a escola. Nesse mesmo instante enxergou um borrão laranja vindo em sua direção em alta velocidade.

— Por Kami! Sasuke! – Naruto quase o levou junto enquanto derrapava para parar ao lado do moreno. Estava ofegante, levemente suado e totalmente atrasado. – Te fiz esperar, não fiz? Ah, me desculpe! Meu pai saiu para trabalhar, minha mãe continuou dormindo e meu celular não despertou e...

Nessa hora que percebeu que mantinha suas mãos nos ombros de Sasuke, resultado de sua derrapada e ter tentado se manter em pé pela ajuda do corpo do moreno, e que seus rostos estavam bem mais próximos do que a etiqueta social pede.

— Hm... – largou o menino e deu um passo para trás. Não ele de incomodasse com tal aproximação, mas seus pais haviam lhe dito que os japoneses mantinham certos apreços com o espaço pessoal e atos afetivos, principalmente em público, e pelos poucos minutos que tinha conversado com o Uchiha no outro dia, pode perceber que ele mesmo era um dos que se pudesse, ficaria numa bolha.

— Vamos indo então? – o loiro sorriu novamente seguindo seu caminho ao lado do moreno – Já estamos quase atrasados por minha causa.

Sasuke concordou com a cabeça e começou a andar, tentando não demonstrar sua respiração descompassada para Naruto, que por sinal estava falando descontroladamente igual ao outro dia.

O Uchiha, ao ser tocado e estar tão perto do Uzumaki, quase teve um ataque cardíaco. Não estava acostumado com aproximações e principalmente de alguém de quem gostava. Seu coração pulou no peito e a dor foi tão forte que quase não conseguiu encobrir a sua surpresa. E como no dia anterior, Sasuke foi o caminho inteiro em silêncio, apenas ouvindo Naruto falar, dessa vez sobre como na Austrália estava acostumado a todos os seus vizinhos terem filhos da sua idade e podia passar horas na rua do subúrbio onde morava com eles até escurecer e como ali no Japão o único jovem que tinha perto era Sasuke.

Chegaram ao portão da escola e Sasuke viu Sakura descer do carro da mãe, dando-lhe tchau e já se dirigindo ao amigo moreno.

— Bom dia – a menina disse, colocando os cabelos rosa atrás da orelha.

— Bom dia – disse o Uchiha e percebeu que a amiga olhava para além de seu ombro. Confuso, olhou para onde a Haruno e viu ali, o loiro mexendo em seu celular, como se esperasse o moreno.

— Uzumaki? – Sasuke chamou e o mesmo ergueu o olhar, surpreso. Tinha se distraído com a mensagem da mãe e nem tinha visto a rosada chegar.

— Ah, desculpe – sorriu e guardou o celular no bolso e estendeu a mão para a menina – Prazer, sou Uzumaki Naruto.

— Haruno Sakura – a mesma fez uma reverência para o loiro que retribuiu, esquecendo-se dos costumes japoneses.

Entraram os três juntos na escola, sem antes Sakura deixar um olhar interrogativo para o amigo de longa data com ares de “O que esse menino faz com você, ou melhor, com a gente?”.

Os dois meninos se separam assim que o sinal tocou, e se dirigindo cada um para a respectiva sala de aula.

Naruto tinha gostado bastante do moreno, mesmo ele sendo extremamente calado, o loiro viu potencial no menino e uma futura boa amizade. Assim, no intervalo, chegou o mais rápido na porta da sala do menino e esperou o mesmo sair, junto com a outra amiga dele. Naruto esperava dar-se bem com ela, afinal percebeu o olhar julgador da menina sobre si e se era amiga de Sasuke, também queria ser amigo dela.

Os primeiros dias foram extremamente difíceis para o loiro, afinal, ele era uma besta ambulante e extravagante, diferente dos dois amigos, que eram extremamente silenciosos e sempre passavam despercebidos por toda a escola.

E falando na escola, o amigo ruivo de primeiro dia o loiro também tinha se agrupado os outros três e assim, começado a ser o quarteto fantástico, segundo o resto da escola, que passou a amar o loirinho falante e super amigável. Sasuke e Sakura agora também começaram a ser reconhecidos por serem o menino e a menina mais linda do primeiro ano da escola, juntamente com o loiro. Muitos veteranos diziam entre si e até para eles, que quando eles entraram no Ensino Médio, não eram assim, que aquela geração já nasceu linda.

E enquanto tudo isso acontecia e muitas meninas davam em cima de si e do amigo, Sasuke se remoía por dentro com aquela paixonite pelo Uzumaki. Toda vez que o loiro ria de si por negar uma menina de seu ano e até mais velha, e dizia que devia aproveitar enquanto tinha chance, o moreno queria lhe gritar de volta que queria ele e não essas meninas abusadas e cheias de maquiagem. Agradecia por Sakura não ser daquele jeito.

Meses se passaram daquela amizade tortuosa de Sasuke com o loiro, sonhava dias seguidos em estar com o menino, não parava de pensar nele um segundo sequer e amava quando ficavam horas conversando por mensagens até um deles – diga-se de passagem, o loiro com mais frequência – parar de responder por ter dormido. Sentia vontade de pegar na mão do Uzumaki todas as vezes que estavam juntos e sempre estava o olhando, independente do local.

Sakura que não era besta nem nada e desconfiava da sexualidade do amigo desde que ele nasceu, um dia chamou-o num cantinho durante o intervalo e lhe desferiu a pergunta de uma só vez.

— Sasuke, você gosta do Uzumaki? – cruzou os braços o esperou a resposta do maior.

— O-o-que? – gaguejou, mas sua voz conseguiu sair de sua garganta.

— Você, Uchiha Sasuke gosta do Uzumaki Naruto? – perguntou mais uma vez a rosada com a cara mais séria que conseguia.

— N-não – negou abaixando a cabeça e ficando vermelho.

— Não minta para mim Uchiha – Sakura chamou-o pelo sobrenome e quando isso acontecia, sabia que estava mais do que enrascado com ela.

— Okay... – suspirou fechando os olhos – Sim, eu gosto dele – soltou e quando abriu as pálpebras, viu uma Haruno muito feliz à sua frente.

— AWN – exclamou a menina e abraçou o amigo, deixando-o mais atordoado do que já estava.

— Você esta lidando bem com isso? – perguntou, segurando nos ombros da menina.

— Se estou lidando bem com isso? ESTOU AMANDO ISSO! – grito e deu um pulinho ao mesmo tempo e abraçou o moreno novamente.

Sasuke no começo não soube lidar muito bem com a reação da amiga. A mesma havia lhe dito que desconfiava desde quando eram pequenos que o moreno não gostava de meninas e quem prestasse devida atenção nas reações do mesmo, também seria capaz de perceber isso, o que deixou o menino preocupado, pois se Sakura desconfiava, sua família sabia há anos. E agora tudo que fazia, Sakura sabia que tinha um motivo por trás e tudo para ela era razão para exclamar “Ain que fofo!”.

O Uchiha passou por uma crise interna algumas semanas sobre o caso Naruto – que por sinal estava cada vez mais próximo dele – e sem querer acabou soltando para o irmão, uma noite de sábado em que jantavam pizza de frente para a televisão.

— Então Sasuke, como anda aquele seu amigo... Naruto? – perguntou Itachi sem motivo algum durante o jornal da noite.

— Bem – respondeu o moreno avoado, enquanto respondia exatamente o loiro em questão.

Naruto ultimamente passava o dia depois da escola na casa do Uchiha e várias vezes o mais velho chagava do trabalho e o menino ainda estava ali, assim levando o mesmo a conhecer o mais novo amigo do irmão mais novo.

E no mesmo instante que bateu os olhos no loiro, soube que Sasuke o amava.

— Você já disse que o ama? – perguntou casualmente mordendo seu pedaço de pizza.

— Ainda não – Sasuke respondeu e depois de segundo caiu a ficha do que tinha dito. Paralisou momentaneamente antes de se virar para o mais velho e gritar – Itachi! E-eu... e-eu...

— Eu sei otouto, eu sei – o de cabelos compridos sorriu fechando os olhos – Sempre soube.

— V-vo-você sempre... O que?! – exclamou o menor.

— Sim, eu sempre soube. Mamãe também - riu da expressão chocada do mais novo.

— M-ma-mamãe também? – Sasuke quis abrir um buraco no chão e se enterra lá dentro. Seu mundo tinha ido por água abaixo. Era tão evidente que ele era gay? Não podia ser.

— Sim – o moreno maior concordou – Você sabe que mães sempre sabem das coisas.

E assim começou-se a conversa mais estranha, esclarecedora e feliz da vida de Sasuke com o irmão. Itachi começou dizendo que desde quando o mais novo era pequeno que ele ouvia-a falando com Fugaku que não teriam netos – não biológicos – da parte de Sasuke, e que com isso ouvia o pai rir e concordar, dizendo que mal esperava para colocar medo no futuro genro e no próprio filho sobre essa questão, o que levava Mikoto lhe estapear e rir também, imaginando a cena. Essa era uma das poucas vezes que ambos riam juntos. Disse também, que quando Sasuke mudou-se para com ele, sua mãe pediu que quando o menor resolvesse se assumir, era para ter toda aquela conversa consigo e depois ligar imediatamente para ela, que a mesma ia num pulo até a casa dos meninos dela.

Itachi também tentou convence-lo a conversar sobre sexo e proteções, o que foi repelido pelo menor com muito afinco e até uma cantarolada e indicadores nos ouvidos para o bloqueio das palavras do mais velho, que riu da atitude do irmão e continuou apenas com os conselhos. Por fim chegaram ao assunto Naruto e amigos, e pelas palavras do maior, Sasuke não devia ter medo de se assumir para eles e muito menos a Naruto. Para o moreno, o menor tinha é que chegar no loiro e lhe dizer tudo o que sentia, sem medo de ser recusado, coisa que – pelo que já tinha visto do Uzumaki – ele sabia que ele não ia fazer.

E foi isso que Sasuke fez. Duas semanas após tal conversa, depois de vários conselhos de todos de quem podia pedir, ele falou para o loiro o que sentia.

E a surpresa maior não foi Naruto dizer que era hétero e sim que também tinha começado a sentir tais coisas pelo moreno.

E após tais revelações, eles começaram um relacionamento. Não era de Sasuke demonstrar afeto com pessoas a sua volta, mas pelo visto Naruto era o completo oposto. Era comum ver o loiro pegar na mão do moreno enquanto estavam sentados um do lado do outro, abraça-lo com todo seu carinho e deitar sua cabeça no ombro do menor, e principalmente o beijar durante o caminho de volta da escola. Se perguntassem ao loiro se estava viciado na boca do moreno, a resposta dele seria um grande "sim".

Mas Sasuke não ia dizer que amava aquilo. Ele continuava um Uchiha orgulhoso demais para dizer tal coisa.

Mas sim, ele amava. E como amava. Adorava sentir seu corpo junto ao do loiro, passar as mãos pelos cabelos dourados, sentir o cheiro do perfume do outro, as mãos dele em seu quadril que subiam por suas costas e passavam por seu peito para chegarem até sua nuca.

O Uchiha havia contado tudo para sua mãe e seu irmão, e ambos ficaram completamente felizes pelo menor dos morenos.

Já Naruto, esse lhe disse que desde o começo de sua amizade com o moreno, tinha contado para seus pais o que sentia, afinal, ele era muito próximo de ambos e não tinha medo de falar nada para os dois. O que também foi esclarecedor para o Uchiha, pois todas as vezes que tinha ido à casa do loiro, percebia que os progenitores do então namorado o olhavam de forma diferente e sempre estavam comentando baixinho algo, o que o deixa apreensivo, levando-o a pensar que eles talvez pudessem ter percebido que gostava do filho deles e que não iam com a cara do menino.

E por fim, com tudo esclarecido, agora tanto Sasuke quanto Naruto não se desgrudavam. Para quem não os conhecessem, eles só pareceriam bons e velhos melhores amigos, mas quem estava com os dois a maior parte do dia – como Sakura – quase não aguentava a explosão de fofura que era o mais novo casal.

E os dias foram se passando e se tornando semanas e meses, chegou o aniversário de Sasuke e passou-se, comemoraram apenas as pessoas que o moreno mais gostava e se sentia bem perto.

Naruto começou a fazer aulas de karatê e jiu-jitsu, Sasuke a fazer aulas de francês e inglês junto a Sakura, Itachi arranjou uma namorada, que para a felicidade de todos os Uchihas, era a pessoa mais maravilhosa do mundo.

Mas por falta de tempo, os dois meninos começaram a não ter mais tempo um para o outro. Claro que ainda iam embora juntos, com um Naruto que lhes parava a cada quinze segundos para se beijaram, tornando o caminho de dez minutos em um de meia hora. Mas como a tarde de ambos estava ocupada, não se viam mais como antes. O que não era ruim e eles já estavam se acostumando e que nas palavras do Uzumaki:

— Não se ver todas as tardes deixa saudade, o que é ótimo, pois no final de semana, podemos matar todas elas – e sorria para o namorado, dando-lhe mais um beijo.

Mas Sasuke, mesmo que não falando nada, apenas concordando, morria só de pensar que toda vez, em uma segunda-feira, só iria ter o loiro completamente para si na sexta-feira à noite. Sentia falta de estar com o loiro, quase que vinte e quatro horas por dia.

E com essa falta extrema do namorado, que resolveu mandar mensagem para o loiro, já nas madrugadas de uma quarta-feira, onde dizia que sentia muita falta dele. Naruto até ficou surpreso, pois não era do Uchiha de declarar-se de tal forma e tão aleatoriamente. Mas sorriu e disse que também estava na mesma.

Sasuke então teve a brilhante ideia.

“Por que não vem dormir aqui?” O Uchiha escreveu e, respirando fundo, mandou a mensagem.

“Ai? Agora?” Leu o que o loiro havia respondido e mordeu o lábio.

“Sim. Tem como?” O moreno estava a tremer, e não podia negar nem se quisesse.

“Em cinco minutos.” Recebeu a mensagem do namorado depois de longos dois minutos, no qual Naruto realmente pensou se aquilo era uma boa ideia. Não que ele tivesse em mente que aquilo era um convite para terem ambos suas primeira vez, longe disso, afinal só estavam juntos há alguns meses, mas a expectativa é receio eram maiores que si.

Mas o Uzumaki foi. Saiu de casa pela porta da frente, com a mochila da escola no ombro e o celular na mão. Deu a volta no próprio quarteirão e sim, os namorados eram quase que vizinhos de costas mesmo. Entrou pelo gramado da casa do moreno e agradeceu pelo mesmo não ter um cachorro igual a si. Deu a volta na casa e chegou embaixo da janela do namorado. Olhou ao redor e constatou uma rota de escalada a partir da lata de lixo ao telhado e à janela do menino. Mandou outra mensagem para o Uchiha avisando que estava ali e logo viu a cabeça do mesmo para fora da respectiva janela. Sasuke lhe acenou e ele finalmente subiu pelo trajeto que havia mentalmente planejado. Estava se sentindo em um filme americano, e estava adorando.

Assim que passou pela janela, sorriu vitorioso. Não tinha se matado no meio da subida, felizmente. Queria só ver a descida.

— Oi – sorriu para o moreno e abriu os braços.

— Oi – Sasuke correu para o aconchego do abraço do namorado e suspirou. Estava carente demais.

Sasuke mal acreditava que ele realmente tinha ido até a sua casa só para vê-lo. Estar nos braços de Naruto era algo incrível, e era tudo que conseguia pensar naquele momento.

O loiro levou-os até a cama do moreno e ali se deitaram, ainda abraçados, sentindo o calor do corpo um do outro sobre a manta aconchegante que o Uchiha tinha. E assim ficaram aos beijos e caricias até o moreno dormir e Naruto começar a velar seu sono.

Como aquela criatura tão esplêndida podia ser só sua? Sasuke era bonito demais, especial demais, perfeito demais para si. E ao mesmo tempo, enquanto todos falavam que Sasuke era quem não merecia o loiro, tudo que o mesmo pensava era o contrário. Ele não merecia todo o amor que o Uchiha estava o dando. Sabia – pelo Uchiha mais velho – tudo que Sasuke havia passado e agora, ali, com seus braços rodeando aquele corpo pequeno e pálido, tudo o que pensava era que ele não valia um pedacinho de tudo o que recebia do outro.

E ele se sentia um tanto tolo ao pensar nisso, mas era o que se passava por sua mente de adolescente. Mas ele nunca contou isso a Sasuke. E talvez isso pudesse ter alterado o futuro que tiveram.

Por que nas noites em que se falavam horas a fio, e os dias que passavam aconchegados um nos braços do outro, e todas as vezes que se amaram mais e mais, tudo o que pensavam era que aquela vizinhança era fria demais para o amor que compartilhavam, e cada misero olhar, beijo e sorriso os deixavam mais loucos um pelo outro.

E sim, ambos os corações agitavam, dobravam e se quebravam a cada vez que se olhavam, e isso os deixavam loucos.

"You make my heart shake
Bend and break
But I can't turn away
And it's driving me wild
You're driving me wild"
(Você faz meu coração se agitar
Dobrar e quebrar
Mas eu não posso voltar atrás
E isso me deixa louco
Você me deixa louco)


26 de Febrero de 2018 a las 00:04 1 Reporte Insertar Seguir historia
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