Isabella Cooper
Finalmente cheguei no inferno que chamo de casa, hoje tive que sair mais cedo da minha terapia porque a terapeuta me chamou de louca durante a sessão e eu ainda descobri que tudo o que eu falava para ela a mesma contava para Carlos. O único lugar em que me sentia segura e achava que podia desabafar, a pessoa pela qual achei que me ajudava, me traiu! Ela estava contando tudo para a droga do meu marido, tudo por uma grande quantia em dinheiro. Carlos tem 32 anos e é dono da blublanck uma empresa famosa de cosméticos aqui em Chicago, me casei com ele quando eu tinha 19 anos para poder dar uma vida melhor para minha família, porém para isso acontecer eu sacrifiquei minha felicidade. O casamento é horrível, eu não posso trabalhar, apanho quase todos os dias e sou obrigada a fazer sexo sempre que ele quer, não tenho o controle da minha própria vida.
Mas hoje ele permitiu que eu saísse com a minha melhor amiga Letícia. Vamos assistir a um filme de terror no cinema, me arrumei e fiquei trancada até dar a hora de ir... 18:30 peguei meu celular, carteira e minha bolsa e fui ter algumas horas de felicidade com minha parceira.
-Eu estava morrendo de saudades da minha vaquinha. - ela fala enquanto me dá um abraço apertado.
-Eu também estava com saudades da minha loirinha quente.
-Vamos lá ver o nosso filme e aproveitar o tempo juntas.
Estávamos na fila para comprar os ingressos, bebidas e uma pipoca, o atendente pareceu ser bastante carismático e...
-GOSTOSO!!!
-O quê?
- O atendente olha, é um baita gostoso. Vem cá me fala como estou? Estou apresentável? Se eu soubesse que um cara lindo ia nos atender, teria me arrumado mais.
-Meu deus! Não precisa disso tudo não.- Falei um pouco mais baixo pois a nossa vez chegou.
-Dois ingressos e duas pipocas por favor. -ela fala se atirando no balcão.
-Claro, só um segundo.
-Pra você eu tenho todo tempo do mundo.-Ela fala mexendo no cabelo.
-Que brega. - sussurrei para que ambos não me escutassem.
-Aqui estão seus ingressos e as pipocas, mais alguma coisa senhoritas?
-Qual seu nom...
-Dois refrigerantes. -falo cortando a mesma e ganhando um olhar mortal em retorno.
-Aqui estão, algo a mais?
-Seu núme...
-Mais nada, obrigada e peço desculpas por isso. - Falei interrompendo ela e puxando a garota para longe do balcão.
-Que merda Isabella, custava esperar ele me dar o telefone?!
-Você me mata de vergonha sabia? Agora deixe de reclamar e vamos assistir, afinal é para isso que estamos aqui, não para arrumar paquera. -Falei rindo e puxando-a para a sala.
O filme teve duração de duas horas, foi bastante chato e sem graça para um filme de terror, confesso que esperava mais, além disso são exatamente 20:42. Já se passaram 10 minutos que o filme acabou e eu ainda estou aqui no cinema esperando a Letícia parar de dar em cima do atendente para podermos ir embora. Sim, ela voltou para falar com ele e pedir o número de telefone do rapaz. Por incrível que pareça, ele gostou dela e deu o contato. Ela finalmente se despediu e está vindo em minha direção. Tudo estava correndo perfeitamente bem até que recebo uma ligação.
-Alô?
- Merda, onde você está Isabella? Por quê não chegou ainda?
- Já estou indo embora.
- Se você não chegar aqui logo, já sabe o que vai acontecer!
- Tudo be...
Ele desliga antes que eu termine de falar.
Desde o momento em que saí de casa para vir ao cinema, Carlos já me ligou três vezes! Levei até algumas reclamações pelo toque do celular atrapalhar durante o filme. Eu poderia simplesmente desligar o aparelho e aproveitar o filme mas se eu sequer cogitasse a ideia de fazer isso, Carlos viria atrás de mim e não exitaria em me bater na frente de todos.
-Era aquele merda de novo? -ela fala se aproximando de mim.
-Sim, era ele. Sinceramente não sei nem como ele deixou eu vir ao cinema sem os seguranças estarem grudados em mim.
-Você deveria se divorciar dele. Sinceramente, nem sei por que você casou com ele! Se eu estivesse aqui quando o casamento aconteceu, eu poderia até sequestrar você, mas eu não iria permitir que você se casasse com ele.
- Você sabe que eu não tive muita escolha, precisava ajudar minha família. A não ser que você quisesse me ver pedindo esmola.
- Nem um e nem outro, iríamos dar um jeito, nós duas sempre damos.
-Eu sei, mas agora já foi. Minha mãe está bem e minha irmã está trabalhando, tudo porque pude ajudar elas.
-Isso não é justo! E onde fica a sua felicidade?
-Elas estão felizes e nada mais importa. Eu farei qualquer coisa para que continue assim, mesmo que isso inclua continuar casada com ele.
-Você se sacrifica muito pelas pessoas, devia pensar mais em você mesma.
-Não quero mais falar sobre isso, vamos embora! - falo saindo do cinema com ela atrás de mim.
Estávamos indo em direção ao metrô quando escutamos um grito em um beco mais há frente. Foi tão rápido que pensamos ter sido coisa de nossa cabeça, porém como a curiosidade sempre fala mais alto, decidimos conferir se tinha algo de errado acontecendo e realmente tinha. Um cara na base dos seus 19 anos estava tentando estuprar uma garota que aparentava ter 14 anos. Ele estava prendendo ela contra a parede e tentando tirar a roupa da menina, a mesma lutava contra o garoto mas era muito mais fraca que ele. Letícia e eu nos entreolhamos e sem pensar duas vezes fomos ajudar ela, Letícia correu e puxou o cara para que ele saísse de cima da garota e eu logo gritei para que a mesma corresse. O homem conseguiu derrubar Letícia mas não deu tempo de fazer nada com ela, pois no mesmo instante eu peguei uma barra de ferro que tinha no lixeiro do beco e bati em sua cabeça fazendo com que ele soltasse um gemido de dor. Letícia aproveitando a situação, lhe deu uma rasteira. Assim que ele caiu no chão, nós duas não demos tempo para que ele se levantasse. Fomos para cima dele, Letícia chutava e dava socos nele enquanto eu batia com a barra de ferro diretamente em sua cabeça. Quanto mais ele gritava, xingava e se debatia, com mais força nós agrediamos o garoto.
Ao recobrarmos a consciência da raiva e ódio que momentos antes transbordara de nós, notamos que o cara não se mexia e nem falava. Ele estava todo machucado, principalmente na região da cabeça, estava irreconhecível e havia uma grande quantia de sangue espalhada pelo chão. Assustadas com o que a gente poderia ter feito, me ajoelhei e fui conferir o seu pulso.
-Nada...
- O quê? Como assim?
- NADA! Ele não tem pulso Letícia. O que a gente fez?!
- Temos que sair daqui, antes que vejam a gente.
- Vamos deixar ele aqui? Sério isso?
-Idai? Você quer levar o corpo do garoto pra casa. Cremar e entregar as cinzas pra família, dizendo "Olha, matei seu filho mas aqui está o que sobrou dele" -ela dispara e eu a olho irritada.
- Estamos ferradas. -a frase saí como um sussurro.
-Vamos logo! -ela praticamente grita.
- Será que a menina está bem?
-Graças a nós, sim.
Coloquei a barra de ferro em minha bolsa enquanto deixavámos o local. Eu que não seria burra o bastante pra deixá-la com minhas impressões digitais.
Havia uma grande quantidade de sangue disposta em nossas mãos e roupas. Não podíamos andar por aí assim e muito menos pegar o metrô, então a única alternativa foi deixar o local a pé. Chegamos em uma área afastada do centro, tinha pouca pessoa vagando pela rua e como era noite, ninguém se deu o trabalho de prestar atenção em nós. Letícia ligou para Louise, uma amiga nossa, vir nos buscar e nos tirar daqui o mais depressa possível. O plano foi queimar as roupas manchadas de sangue, derreter a barra de ferro e fingir que àquela noite nunca aconteceu...
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