A
América Pâmela


Edelayne Raymond nunca imaginou que sua vida pudesse ter tantas reviravoltas, mesmo sendo a filha de um dos maiores caçadores não passava pela cabeça da pequena garotinha que o mundo fosse tão traiçoeiro. Tudo o que a menina conhecia foi por água abaixo quando a mesma resolve se aventurar no porão proibido da família onde lá encontra um vampiro, vampiro esse que desperta um sentimento na menina lhe causando confusão. Perdas acontecem, dores aparecem e o passado se encontra perdido. Nesse caminho, Edelayne tenta entender as coisas ao seu redor e quem ela era no passado, em meio a tudo isso uma pergunta permanece: Como era a minha família?


Aventura No para niños menores de 13.

#vampiros #aventura #drama #sobrenatural
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A caçada

No meio da floresta uma família de caçadores treinava a pequena Edelayne. Uma menininha de seis aninhos bem curiosa e carinhosa. De pele cor jambo, pequenos olhos chumbo e cabelos castanhos escuros ondulados que iam até o meio das suas costas. Edelayne era fisicamente parecida com a mãe, Celeste. Uma mulher que lutava até o último suspiro pelos filhos e pelo seu povo, vinda de uma família de caçadores que nunca desistiram, não importando as consequências.


- Isso, agora olhe para sua presa e sem fazer barulho ataque-a. - sussurrava seu pai cujo nome era Alion. Um homem branco de olhos azuis acinzentados que transmitiam um ar autoritário, seus cabelos loiros queimados acima das orelhas. Alion era alto e esbelto, seu rosto era fino e comprido.


A pequena caçadora atirou sua flecha em direção a um coelho branco que pulou quando foi atingido. Seu pai se levantou e caminhou até o animal morto por uma flechada. Edelayne ficou um pouco triste por ter o matado , mas feliz pois na sua família todos são excelentes caçadores e não há espaço para erros. A menina por enquanto só caçava pequenos animais, mas um dia isso irá mudar quando a mesma tiver que matar seres sobrenaturais. Sua realidade mudará e Edelayne terá que provar uma coragem imensa para tal missão. Era comum os filhos de caçadores treinarem desde pequenos suas habilidades garantindo assim seu futuro.


- Você está indo cada vez melhor filha! - Celeste dizia abraçando a pequena. - Logo, logo você poderá ir para a próxima fase! - disse colocando uma pequena mecha do seu cabelo atrás da orelha enquanto sorria para a filha.


- E vamos poder caçar juntos! - Brendan, seu irmão mais velho, falou sorrindo largamente. Ele parecia seu pai. Olhos azuis acinzentados e brincalhões, pele clara e cabelo loiro queimado com pequenas mechas castanhas e uma franja que quase cobria os seus olhos travessos, seu rosto fino igual ao do pai.


- Estou ansiosa para isso! - Edelayne disse pulando de felicidade. Era visível a inocência da criança, Brendan sorriu fracamente. Como filho mais velho ele já enfrentava alguns monstros da noite como eram chamados e sua inocência foi tomada quando teve que matar seu primeiro vampiro.


- Muito bem, está na hora de voltarmos. - Alion segurava o coelho morto enquanto ia em direção a mansão, sem se dar o trabalho de parabenizar a filha. Para ele, Edelayne estava muito longe de se tornar digna de ser chamada de Raymond, sobrenome da família mais famosa e rica que se já ouvira.


- Vamos, meu amor? - Celeste disse sorrindo para sua filhinha que acenou e entregou seu arco e flecha para sua mãe.


- Quer ver que eu vou chegar primeiro? - Brendan provocava sua irmã, era algo que ele fazia para esquecer suas obrigações. Atentar Edelayne era como trazer sua criança de volta. Mesmo tendo apenas 11 anos ele tinha uma maturidade avançada até demais para sua idade.


- Não vai não! - antes de começar a correr, Brendan empurrou levemente sua irmã para o lado e disparou na frente da pequena que rangeu os dentes antes de correr atrás do irmão.


Brendan ria da garotinha que ficará para trás, a mesma mesmo ofegante corria para alcançá-lo, Celeste ria do jeito dos seus filhos enquanto caminhava lentamente até a mansão da família. Esses eram um dos momentos que ela mais apreciava, ver seus filhos agindo apenas como crianças normais.


Brendan deu um salto e pulou para dentro da mansão. O hall da entrada era enorme do tamanho de duas salas, as paredes eram pintadas na cor marrom escuro com detalhes na cor vinho, uma enorme escada larga preta ficava no centro com corrimões prateados e duas escadas laterais acima. Quando Edelayne chegou, seu irmão a provocou fazendo careta e sons irritantes. Irritada e chateada pelo seu irmão ter ganhado dela novamente, Edelayne empurrou com força o irmão que cambaleou para trás com as sobrancelhas arqueadas.


- Pode me empurrar mas eu ganhei, eu ganhei, eu ganhei! - o menino pulava em volta da irmã a provocando ainda mais.


- Para Brendan! - a menina ordenava e mesmo assim seu irmão continuava a rodear a pequena garotinha que mantinha os braços cruzados.


- Brendan pare de provocar a sua irmã! - a voz angelical da Celeste fez o menino parar de pular, mas como um garoto terrível, Brendan cutucava a irmã e puxava levemente o seu cabelo, fazendo Edelayne bater o pé no chão várias vezes enquanto batia no irmão que se divertia com a situação.


- Brendan chega de provocar sua irmã! - A voz grossa e autoria do Alion fez Brendan estremecer e parar de provocar a irmã se afastando da mesma. - Vá tomar um banho, temos uma caçada hoje. - falou o homem olhando de cima seus filhos.


Brendan acenou mas antes de se dirigir para o seu quarto cutucou mais uma vez a irmã que bateu nele, o mesmo subiu as escadas rindo da cara da menina.


- Vou mandar preparar o jantar. - Celeste disse com o seu sorriso gentil e foi para a cozinha passando por seu marido e lhe dando um rápido beijo na bochecha, Alion não moveu um músculo e nem demonstrou qualquer tipo de emoção.


Edelayne estava sozinha com o seu pai no hall da entrada. A menina passava seu pezinho no chão tentando criar coragem para falar com o homem parado ao seu lado.


- Papai. - a menina olhou para cima engolindo em seco.


- Diga minha caçadorinha. - Alion se ajoelhou ficando na altura da pequena que olhou no olhos azuis acinzentados do seu pai.


- O que o senhor faz com os bichinhos que eu caço? - Alion sorriu para aquela pergunta antes de pensar em uma boa resposta. Afinal, Edelayne era só uma criança de 6 anos.


- Eu vendo eles para pessoas que gostam de comer ou estudar. - Alion passou a mão no topo da cabecinha da filha e se levantando - Agora está na hora da mocinha ir tomar banho.


Alion apertou levemente o nariz da filha que começou a rir e correu para a escadaria. O homem suspirou como se estivesse cansado de tudo aquilo e caminhou em direção ao corredor repleto de portas e paredes cor vinho. No final do corredor escuro, Alion abriu uma porta de madeira pesada e desceu por uma escada estreita e escura. Caminhou por outro corredor feito de pedras até chegar a uma porta de metal antiga. Tirou do bolso uma chave de metal e destrancou a porta.


Alion entrou na sala que era iluminada pelos raios de sol que entravam por uma pequena janela que ficava no alto e que continha grades. O homem caminhou pela sala que tinha correntes penduradas no teto, no canto do lado direito uma espécie de mesa alta. Alion andou até o fundo da sala e começou a falar:


- Mais um dia aqui. Você ainda mantém esperanças? Acha que eles viram te salvar? - Alion soltou uma risada curta e sinistra - Desista, nada poderá te salvar de mim! - falou com um sorriso cruel no canto dos lábios.


~~~


Na mesa de jantar a família fazia sua refeição pacificamente. Brendan que estava sentado de frente para Edelayne, começou a chutar suavemente sua irmã provocando a mesma. Edelayne que comia sua comida encarava o irmão raivosamente enquanto o mesmo sorria mastigando de boca fechada. Alion vendo a atitude do seu filho resolveu repreendê-lo.


- Brendan! - a voz severa do pai fez o menino parar de chutar a irmã e olhar para o mesmo. - Pare de provocar sua irmã e vá se arrumar para a caçada!


Brendan acenou tenso e rapidamente terminou de comer e foi se arrumar. Edelayne e seus pais terminaram seu jantar e a menina perguntou docemente como em uma tentativa de amolecer o coração do pai.


- Posso ir junto papai? - perguntou olhando diretamente para seu pai que lentamente repousou sua taça na mesa.


- Não! - Alion respondeu seco e direto sem olhar para a filha, o que fez com que a menina abaixasse a cabeça.


- Você ainda não está pronta, meu amor. - Celeste estendeu sua mão pela mesa até tocar na pequena mão da sua filhinha dando a ela seu melhor sorriso. - Quando você estiver pronta você irá conosco, eu prometo. - Celeste deu um sorriso gentil acompanhado de uma piscadela arrancando um pequeno sorriso da filha.


- Tá bom mamãe. - Edelayne responde fracamente.


No hall da entrada Edelayne via seus pais terminarem de se arrumar pegando suas armas enquanto esperavam Brendan. Edelayne apertava uma mão na outra vendo dois cachorros enormes sendo segurados por correntes grossas guiados por outros caçadores fora da mansão. Cachorros esses que eram usados para caçar vampiros, bruxas e lobisomens. Edelayne temia os cachorros ferozes que pareciam que atacariam a mesma em questão de segundos. Brendan finalmente se juntou à família pronto para a caçada.


- Ótimo, agora vamos! - Alion se ajoelhou ficando na altura da filha. - Tchau minha pequena caçadorinha. Você vai cuidar da casa para o papai? - Edelayne acenou e Alion sorriu depositando no topo da cabeça da menina um beijo. - Que bom, estou contando com isso.


Alion se levantou e saiu da mansão indo até os outros caçadores. Brendan deu leves tapinhas no topo da cabeça da irmã chamando a sua atenção.


- Tchau chatinha! - Edelayne cruzou os braços se emburrado - Eu vou, mas eu volto para esconder a sua bonequinha feia! - falou sorrindo de lado.


- Brendan! - por mais que Edelayne odiasse as provocações do irmão não podia deixar de se preocupar. Mesmo tendo apenas seis anos, ela sabia que sua família enfrentava monstros perigosos, não se cansava de ouvir escondia os adultos falando deles, de como são perigosos e selvagens e que mataram vários caçadores sem dó. - Se cuida seu chato. - falou abaixando a cabeça olhando para o lado.


Brendan sorriu vendo a preocupação da irmã e saiu seguindo o seu pai. Celeste era a que mais se preocupava, seu coração de mãe se apertava ao ter que deixar sua filhinha nas mãos de outros. Mas sabia que era necessário, ela caçava principalmente para tentar erradicar esses seres da face da terra para que os mesmos não machucassem seus filhos.


- Até logo, minha pequena - Celeste pegou sua filha no colo e deu um abraço forte na mesma. Ao dizer "até logo" era como se ela dissesse para ela mesma que logo voltaria para casa. - Fica bem, tá? A mamãe te ama muito meu amor!


Edelayne agarrou-se na mãe e balançou a cabeça concordando. Esses momentos sempre foram difíceis. Ir para a caçada significava que tudo podia acontecer, inclusive mortes. Celeste colocou sua filha no chão e deu um beijo na bochecha da pequena, com o coração apertado e os olhos ardendo pelas lágrimas saiu da mansão. Edelayne ficou na porta vendo sua família sumir lentamente da sua vista.


A menina suspirou triste por não poder ir junto e ter que ficar aos cuidados da sua babá que também era uma caçadora.


- Vamos colocar sua camisola Edelayne? - dizia Lucy, uma jovem caçadora de cabelos castanhos claros lisos até o ombro. Lucy tinha estatura baixa e pele clara, olhos azuis lindos que sempre demonstravam alegria.


- Aham! - Edelayne deu a mão para Lucy que a levou para o seu quarto.


O quarto de Edelayne era o sonho de toda criança, as paredes eram pintadas em um tom de rosa claro. Sua cama era bem grande e fofa com um edredom lilás. Uma casa de bonecas ficava em um canto sob um tapete rosa escuro e ao lado da casinha um baú repleto de diversos brinquedos. O guarda-roupa da menina era imenso na cor branco com detalhes rosa. Um tapete roxo peludo ficava perto da cama para quando a menina descesse.


Edelayne correu e pulou na sua cama enquanto Lucy pegou sua camisola rosa bem clarinha de algodão com renda vintage. Lucy ajudou a pequena a se trocar e a levou até sua penteadeira branca onde fez uma linda trança para dormir.


- Prontinho, você está pronta para dormir. - Lucy sorriu através do espelho.


- Não quero dormir. - Edelayne se virou para a babá. - Deixa eu ficar acordada mais um pouquinho? - a pequena garotinha fez biquinho para a babá que concordou em deixá-la acordada mais um pouco.


- Ok,ok. Você pode ficar acordada mais um pouco. Mas quando for 22h a mocinha deve ir para a cama sem reclamar, ok? - perguntou sorrindo.


- Ok! - Edelayne pulou da cadeira e correu até sua cama pegando sua bonequinha que tinha o rosto feito de porcelana e o resto do corpinho de pano com vestido longo verde água de bordado. Seus cabelinhos cor mel bem cacheadinho. - Vou brincar com a Mila!


Edelayne correu descalça pela sua mansão brincando com a sua bonequinha. Ficou de joelhos no chão enquanto fazia sua boneca dançar e rodar sobre a mesinha de centro que ficava na entrada do corredor. Enquanto cantava uma canção para a boneca dançar escutou um som vindo do corredor escuro.


- Você escutou isso Mila? - perguntou para a boneca. - Você acha que devemos ir até lá ver o que é? - Edelayne fez a boneca acenar que sim. - Será? E se for perigoso? - a garotinha dizia olhando para o lindo rostinho de porcelana da sua boneca. - Você tem razão. Eu sou uma Raymond e não tenho medo de nada!


Edelayne se encheu de coragem e agarrada na boneca se adentrou no corredor escuro cheio de portas que sempre estavam fechadas.


- O-Ok, até agora não vi nada de assustador. - a garotinha caminhava devagar olhando para os lados até ouvir o que parecia um gemido de dor vindo de trás da porta que ficava no final do corredor. - S-Será que devemos ir até lá? - disse olhando novamente sua bonequinha que sempre mantinha o mesmo sorriso alegre assim como seus olhos azuis. - T-Tá bem. Vamos lá então.


Edelayne chegou no final do corredor e antes de empurrar a porta olhou para trás para ter a certeza que ninguém haveria,já que era proibido atravessar essa porta. Respirando fundo a menina empurrou a porta e um vento gelado e sombrio bateu no seu rostinho assustado fazendo alguns fios soltos da sua trança voarem para trás. Edelayne viu a longa e escura escada estreita e engoliu seco temendo que um terrível monstro saísse de lá e a agarrasse.


- Não tem nada aqui, acho que devemos ir e.... - a menina foi interrompida por um grunhido de dor assustador vindo do final da escada.


Edelayne gritou e correu para longe da porta agarrada à sua boneca. Seja lá o que tivera no final da escada, Edelayne não tinha coragem para enfrentá-lo, ela só conseguia correr sentindo arrepios por todo seu corpinho.


Com medo da criatura pegá-la, Edelayne correu para o seu quarto e fechou a porta, dentro do seu quarto se sentia mais segura para voltar a respirar. Antes da menina se acalmar por completo viu uma amedrontada sombra vindo detrás da sua cortina roxa, uma figura maligna querendo pegar a pobre garotinha. Edelayne correu para a sua cama e se escondeu embaixo do edredom junto com sua boneca, quando finalmente a menina criou coragem para ver o que era notou que era o galho de uma árvore e pode se acalmar.


Mas aquele grunhido voltava na sua mente para assombrá-la. Edelayne ficou agarrada na sua boneca embaixo do edredom enquanto suava de medo de quem quer que seja aquele monstro.




25 de Agosto de 2022 a las 00:26 0 Reporte Insertar Seguir historia
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