Laura namorava Carlos. E, numa conversa de amigas, tratava de esculhambar os jeitos dele.
-Ele beija mal. - fazia cara de nojo - Não sei como fui namorar esse sujeito. Ele beija muito mal! - torcia o nariz para o lado.
Juliana, sua amiga íntima, tratava de aconselhar:
-Cuidado, Laura! Uma hora dessas chega ao ouvido dele. Aí já viu, né?
-Pois que saiba! Assim pode ser que melhore. - Laura insistia na conversa, aumentando o tom de voz. - Pois quero que todos saibam que ele beija mal!
Juliana somente balançava a cabeça negativamente para a atitude da amiga e ainda completou:
-Vai ver é tu que não sabe como beijar ele. - num tom de quem caçoa, mas Laura levou a sério.
-É mesmo?!?! Por que, então, tu não o beijas e tira a prova.
-Aham, Laura... Claaaaro! Vou beijar teu namorado! - Juliana ri das palavras da amiga sem imaginar as engrenagens que giravam dentro da cabeça de Laura.
-Juliana. Escuta… - diz Laura no seu tom sério - Você trouxe à tona algo muito importante. Preciso que tu beijes meu namorado.
-Deixa de ser louca, guria. Esqueceu que sou casada? Não viaja!
-Mas também é minha amiga e eu preciso que mais alguém confirme pra mim que o beijo dele é de fato ruim.
-Por que não pergunta para a ex dele?
-Não confio naquelas que um dia ele namorou, mas confio que irá me dizer a verdade.
A conversa tomou rumos que Juliana não esperava. A amiga estava aficionada em saber se o namorado beijava tão mal assim.
-Vou pensar. - Conclui Juliana.
Laura se despediu de Juliana. Dias mais tarde, em uma mensagem curta Juliana finalmente responde com “somente um beijo”. - Vou provar pra ela que estou certa! Certíssima! - Extasiava com a ideia de humilhar o namorado. - Veja, esse aí, beija mal! De que adianta esses lábios grossos se beija mal?! - Empolgada com a ideia, levantou da cama e se pôs em frente ao espelho. Começava a encenar sua postura para revelar o indiscutível na noite seguinte.
O combinado aconteceu. Juliana estava especialmente provocante naquele dia. Laura repassava em sua mente uma Juliana imaginária falando que Carlos beijava tão mal, que ela mesma não entendia por que ainda continuava com ele. A boate estava lotada. Juliana estava pedindo muitas bebidas enquanto via Laura inventar desculpas para não beijar um namorado que, claramente, estava sedento por alguns beijos. Juliana pensava e também ficava curiosa. Precisava saber o quão ruim era aquele beijo.
Carlos um tanto frustrado também estava bebendo bastante vendo a namorada belíssima a dançar toda sensual sem conseguir acesso aos seus lábios. O único motivo que o fazia permanecer naquele namoro era a promessa de escolher uma garota direita. Interpretava as recusas da namorada como algo de puro que havia nela, uma vez que nunca passaram disso. Com o tempo, começou a ser mais polido, educado. Não a puxava mais para beijos e até abandonou seus hábitos viris. No entanto, sua carência o fez olhar com desejo para Juliana que respondia a seus olhares. Laura anuncia:
-Vou ir pegar algumas bebidas, talvez eu demore, a fila está grande. - Era a deixa de Juliana.
-Rápido, vem comigo ao banheiro. Eu preciso te falar uma coisa.
-Puxando Carlos pela mão, o guiou até o esconderijo.
-O que houve? - Carlos, receoso, tentava compreender a situação.
-Me beija! -Juliana o puxou pelo braço e se escorou na parede fria.
Carlos correspondeu ao beijo com ânsia. Estava com gana e se sentiu desejado por alguém, finalmente. Não demorou muito e Juliana, em frenesi, levanta o vestido:
-Agora, me beija aqui.
No dia seguinte, Laura pergunta para a amiga:
-Conseguiu dar o beijo? - já questionava ansiosa.
-Sim…
-E?...
-Ele beija… mal…
-EU DISSE!!! EU DISSE!!! Sou demais para o Carlos. Beija mal! Eu sabia que não era só eu!
-Mas, Laura... Acho que tu não soubeste oferecer os lábios certos a ele.
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