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Quando o desespero bate, Park Jimin não vê outra saída a não ser falar para sua colega de trabalho, Lee Yunah, que ele estava saindo com Min Yoongi, o novato na empresa. O problema era que Min Yoongi não sabia dessa história.


Fanfiction Bandas/Cantantes No para niños menores de 13.

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Capítulo Único

Escrito por: mindokyu /mindokyu


Notas iniciais: Olá, amores da Mari!! Tudo bem com vocês?? Espero que sim! <3 Mais uma fanfic Yoonmin saindo do forno, com uma temática que eu adoro demais, o clichêzinho do Fake Date que a gente taaanto gosta hahahahah Espero mesmo que gostem! Obrigada @taegoth/taegoth pela capa perfeita de linda! Obrigada pelo carinho! Obrigada @minie_swag/ minie_swag pela betagem, pelo carinho, paciência, puxões de orelha! Eu te amo demais <3 Boa leitura!


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Eu conseguia vê-lo sentado no outro lado da grande sala, sério e compenetrado, como se nada no mundo o abalasse. O cabelo loiro caindo sobre a testa nada tinha a ver com a personalidade que ele transmitia para os colegas de trabalho. O vendedor novo era o assunto mais comentado na pausa do cafezinho de todo dia, e eu, claro, não deixava escapar uma olhada ou outra.

— Não gosto de pessoas muito sérias — comentou Yuna, uma das vendedoras que trabalhava no meu setor.

— Ele só é quieto, mas parece ser uma boa pessoa — respondi de imediato. Quem ela pensava que era para julgar alguém sem nem mesmo o conhecer?

— Eu já tentei chamar ele para sair com a gente para o almoço e nada, ele nem sequer me respondeu direito — comentou Hoseok, dando o último gole no café.

— Viu só, Jimin? Eu disse que ele deve ser super sem educação.

— Aish, eu só acho errado julgar alguém sem nem conhecer a pessoa — rebati mais uma vez, revirando os olhos, sem tentar ser tão rude.

— Mas é só olhar para a postura dele que dá para saber como ele é.

Nada do que eu falasse iria adiantar, ainda mais que nosso curto tempo de pausa tinha acabado e precisávamos voltar para nossas cabines.

A empresa não era muito grande, mas nós éramos divididos em equipes de vendas, cada um com um catálogo para tomar conta. Estávamos prestes a começar outra temporada de vendas e, por isso, todos estávamos indo para a reunião com Namjoon, nosso chefe.

Olhei rápido para a mesa do novato, percebendo que ele não estava mais lá.

“Hunf, querendo causar uma boa impressão chegando cedo na reunião, mas quem diria.”

E o pior era que, no fundo, eu estava sendo igual Yuna e Hobi, julgando o pobre coitado sem nem mesmo o conhecer.


— Sejam todos bem-vindos, sentem-se por favor — disse Namjoon, ajeitando os papéis em cima da mesa. A reunião já estava prestes a começar e uma pontinha de ansiedade começava a subir pelo meu estômago. Toda virada de vendas era a mesma coisa, a ansiedade para saber qual produto iríamos vender, com quem iríamos cair, quanto tempo teríamos para bater a meta, essas coisas.

Eu tamborilava os dedos em cima do pequeno caderno de anotações que eu levava para toda e qualquer reunião. Era muito estranho pessoas que não levavam nada, nadinha de nada, para anotar. Era uma reunião, oras, assuntos importantes seriam discutidos. E quando olho para o novato, voilá, ele não tem uma folhinha sequer para anotar os tópicos da reunião.

— Eu sabia — sussurrei baixinho, falando apenas para que eu ouvisse. Mas não foi muito bem o que aconteceu.

— Quer falar alguma coisa, Jimin? — perguntou Namjoon, e só então percebi que o pequeno time de vendedores — uns quinze no total — me olhavam engraçado.

Ai, que merda!

— N-não, eu… estava falando sozinho — respondi o mais rápido que pude.

— Então, se ninguém tem nada a declarar, vamos começar!

Apenas quando percebi não ser mais o centro da atenção de todos ali que pude voltar a respirar direito. Tentei focar no que o chefe falava e fazer as anotações necessárias. Porém, sentia aquele frio na espinha de ser observado de longe. Sentia um par de olhos caindo sobre mim. Sorrateiramente, olhei na direção do novato, dando de cara com o tal par de olhos que sentia queimar minha pele. Respirei fundo e desviei o olhar. Não tinha por que ficar encarando alguém que eu nem conhecia, isso seria no mínimo estranho.

— Chega de baboseiras e vamos falar do que importa, não é mesmo? — Riu Namjoon, pensando que todas as piadas horríveis que ele fazia funcionavam com a gente, sendo que, na realidade, a gente só ria para não perder o emprego.

— Importantes do tipo se vamos ter pães doces para acompanhar nosso café? — perguntou Taehyung, arrancando o riso de muitos ali, inclusive um leve sorriso do novato.

— Não, vocês já passam tempo demais fofocando, se adicionar doces, aí que nada será vendido mesmo.

Não me entendam mal, Namjoon é um ótimo chefe, o problema é que existem limites.

Outra onda de risos pôde ser ouvida na sala de reunião. Eu segurava a vontade de revirar os olhos.

— Retornando ao assunto — disse o chefe, esperando os risos cessarem de vez. — As equipes de vendas estão montadas e eu espero que vocês consigam bater a meta.

E lá vamos nós para mais um mês de metas a serem batidas. Namjoon falava com tanto ânimo que nem parecia difícil conquistar o tão sonhado posto de primeiro lugar nas vendas.

Normalmente eu ficava com Hoseok e Yunah, e provavelmente esse mês não seria diferente. Até que Namjoon volta a falar:

— Min Yoongi é nosso novo vendedor e espero que possam ajudá-lo a se sentir em casa. — Os olhares se voltaram ao menino loiro, que ficou um tanto quanto tímido com tanta atenção. — Somos uma família, não é mesmo?

Dessa vez, não consegui segurar a audácia e rolei os olhos de puro tédio. Espero que ninguém tenha visto.

— Seja muito bem vindo, Yoongi-ssi — falou alguém sentado logo atrás de mim. Eu mantive minha cabeça baixa, fingindo escrever algo de muito importante no meu caderno, mas na realidade consegui apenas escrever “me tire daqui”.

Depois de algum tempo de falatório, Namjoon começou a chamar as equipes, normalmente formadas por três vendedores. Tudo estava indo bem até que:

— Park Jimin, Lee Yunah e Min Yoongi.

Levantei a cabeça de supetão, rezando para não estar parecendo apavorado, o que na realidade eu estava, com um sentimento ruim se instalando na boca do estômago.

— Espero que todos tenham um ótimo mês de vendas, qualquer coisa minha sala está aberta para todos.

E assim a reunião terminou, as pessoas começaram a se dispersar e voltar para suas respectivas mesas, inclusive o novato que nem mesmo olhou para minha direção.

— Então seremos eu e você contra o novato, é isso mesmo? — comentou Yunah, sentando-se ao meu lado.

— Yunah-ssi, não podemos ser contra ninguém, senão o salário não entra no final do mês — disse sério. Não estava a pessoa mais feliz do mundo com a notícia, mas não brincava com o meu salário do mês, meu ganha pão, meu sustento.

— Eu tô brincando, relaxa! Vai ser divertido tentar desvendar aquele mistério.

Yunah saiu andando, voltando para a mesa dela. Fiz o mesmo logo em seguida, focando em finalizar algumas planilhas, preparando-me para o novo mês que se iniciaria.


O fato é que eu não amo o meu trabalho, mas eu gosto da organização, isso quer dizer que quando eu começo a fazer algo eu foco naquilo até terminar. As planilhas me tomaram mais tempo do que eu esperava, e eu não vi a hora passar.

Senti uma presença bem ao meu lado, mas meus olhos continuavam grudados na tela.

— Er, olá! Sou Min Yoongi.

A voz dele era de fato muito bonita. Quem tinha a ouvido já pessoalmente comentava pelos corredores como ele era charmoso pessoalmente, por debaixo da cara fechada.

Olhei para cima, assustado, tentando não derrubar algumas canetas que estavam na minha mesa.

— A-ah, oi. Eu sou Park Jimin, prazer. — Estiquei a mão para cumprimentá-lo, mas o outro ficou apenas olhando sem se mover um centímetro sequer.

— Hum… tá! Amanhã podemos conversar sobre as vendas? Eu preciso saber como as coisas funcionam por aqui.

— Ninguém te mostrou nada? — perguntei, recolhendo a mão, sem graça.

— Não, ainda não tive tempo de falar com ninguém, mas como fazemos parte do mesmo time, creio que possa me ajudar.

O pior era que o filho da puta era bonito, mas não conseguia esboçar um sorriso sequer.

— Talvez se fosse mais simpático, as pessoas te ajudariam — disse baixo, esperando que o outro não ouvisse meu desabafo.

— O que disse? — Olhou-me desafiador.

Merda.

— N-nada, não disse nada! — Praticamente gritei a resposta, rápido demais. — Amanhã a gente se vê, então. — Engoli seco.

— Okay, amanhã na hora do almoço, pode ser?

— Claro.

E sem dizer mais nada, nem mesmo um tchau, Yoongi saiu andando porta afora.

O almoço de amanhã prometia ser uma baita diversão.


.x.

Ao abrir os olhos, percebi a claridade que vinha da janela. A preguiça me inundava e eu estava com zero vontade de ir trabalhar, mas meu cafofo não se pagaria sozinho, então essa nem era uma opção.

Olhei para o lado, dando de cara com Baz, meu gato preto da sorte, como eu costumava o chamar. Aqueles olhos amarelos me fitavam, como se me mandasse sair da cama logo e preparar o café da manhã — o dele, no caso. Arrastei-me para fora da cama, forçando-me ficar pronto para o dia.

Não queria admitir que um dos fatos de estar tão ansioso era o almoço com o novato.

Bati meu cartão faltando alguns segundos para constar atraso, eu nunca aprendia, esse era meu problema.

— Atrasado de novo? — Ouvi a voz do meu chefe bem pertinho de mim e pulei de susto.

— Namjoon-ssi, bom dia — disse, fazendo uma reverência. Preferi ignorar seu comentário.

— Não faça disso um hábito, Minnie! Eu gosto demais do seu trabalho para ter que te mandar embora. — E como se fosse a maior piada que já contara na vida, saiu dando risada.

Andei a passos lentos para minha mesa e comecei logo a fazer meu trabalho, quanto menos eu enrolasse, mais rápido me livraria. Fiz algumas ligações tirando dúvidas sobre o produto que vendia, respondi alguns e-mails e, como sempre, me perdi nas tarefas, não percebendo que a hora do almoço já estava quase batendo em minha porta. Bem, literalmente.

— Vamos? — perguntou a voz atrás da minha cadeira. Os pés impacientes podiam ser ouvidos também e isso me irritava.

— Vamos para onde? — rebati sem nem mesmo tirar os olhos da tela, digitando o relatório rapidamente.

— Almoço, oras!

— Mas já? Ainda não… — Olhei para o relógio do meu computador. Merda, já tinham se passado quinze minutos. — Okay, vamos.

Peguei algumas coisas que precisava em cima da mesa, fazendo apenas um sinal com a cabeça para que Min Yoongi me seguisse.

— Chamei Yunah para ir junto com a gente, tá? — comentou Yoongi, digitando alguma coisa em seu celular enquanto andávamos para o refeitório da empresa.

— Sem problemas, ela faz parte da equipe também, melhor que ela esteja presente.


Como esperado, o refeitório estava cheio, mas avistamos Yunah de braços erguidos, balançando de um lado para o outro, animadamente. Andamos até ela e nos sentamos.

— Finalmente chegaram, meus queridos. Pensei que almoçaria sozinha — disse Yunah, um tanto mais animada do que normalmente estaria. Estranho, muito estranho.

— Bom, vamos começar!

A comida já estava no prato e as garfadas eram dadas enquanto começávamos a discutir e explicar todos os trâmites da empresa. Yoongi apenas acenava, sem nem anotar nada. Claro que eu não esperava que ele levasse um caderno para o almoço, mas…

De repente senti uma mão no meu braço enquanto eu tentava comer. Era Yunah, sorrindo animadamente como se seu dia estivesse sendo o melhor de todos. Achei estranho, mas nada fiz, segui prestando atenção em como ela explicava tudo e me olhava de jeito duvidoso. Aish, o que será que deu nessa menina?

— E acho que por hoje é só — concluiu ela, depois de alguns minutos explicando. Nem parecia a pessoa que falou mal do novato sem nem mesmo conhecê-lo.

— Obrigado pela explicação, Yunah noona.

Yunah sorriu e logo depois se despediu, indo na direção oposta, provavelmente indo embora.

Não era muito do meu feitio ficar quieto por tanto tempo, mas nada naquele almoço foi normal. Yunah estava agindo completamente estranha, Yoongi mal abriu a boca, e eu fiz praticamente o mesmo. Até que, quando estávamos quase chegando em nossas mesas, Yoongi falou:

— Eu acho que ela gosta de você.

— Como é que é? — bradei, incrédulo. De onde ele tirou isso?!

— Ela não parava de olhar para você, por mais que quem precisasse de explicação fosse eu — comentou o outro, olhando-me engraçado. Ele sentou-se na mesa e ficou me olhando.

— Yoongi-ssi, eu sei que você é novo e não deve saber muito como as coisas funcionam por aqui — expliquei. — Mas Yunah é minha amiga, apenas.

— Posso ter acabado de chegar, mas tenho olhos.

E dito isso, Min Yoongi se levantou, pegou suas coisas e foi embora.


[...]


As vendas estavam indo muito bem, e, apesar de ter um começo conturbado, meu time não estava dos piores. Conseguimos emplacar um dos primeiros lugares de vendas rapidinho.

Conversar com Yoongi ainda era muito difícil, ele se mantinha calado a maior parte do tempo. Yunah continuava agindo estranho, e parece que a coisa desandou quando todos do escritório resolveram ir para o bar. Por um milagre de Deus, Yoongi decidiu ir junto.

Depois que o mais velho comentou como Yunah me olhava, passei a reparar e ficar incomodado. No bar, com o ambiente mais ameno e nada profissional, ela passou a me encarar ainda mais provocante, fazendo até mesmo Hobi me olhar estranho. Pedi licença da mesa onde todos bebiam e fui até o banheiro. Precisava tomar um ar.

Olhei no espelho e joguei água no meu rosto, vermelho por conta do álcool que tomava e da vergonha. Pois veja bem, eu sou assumidamente gay, pelo menos para Yunah eu sou assumido, por isso o choque inicial de perceber que ela estava descaradamente tentando flertar comigo.

Respirei fundo, olhando para o espelho e tentando tomar um rumo da minha vida, provavelmente eu iria embora em alguns minutos alegando que não estava me sentindo bem. Ouvi a porta do banheiro se abrindo e avistei Yoongi nela, olhando-me. Pelo estado em que estava, parecia um tanto quanto alterado pela bebida que ingerira mais cedo. Aish, o que ele quer aqui?

— Eu vim usar o banheiro, não pode? — respondeu apático. Não sei se era minha cara que dizia muito ou se eu realmente fiz a pergunta em voz alta.

— Não me importo, já vou embora mesmo — comentei por motivo algum. Meu cérebro funcionava de modo muito peculiar quando eu bebia.

— Ué, por quê? A festa mal começou.

— Festa… eu não ligo muito para essas reuniões.

— Você parecia estar se divertindo. — Yoongi se mantinha parado do meu lado, agindo completamente ao contrário do que disse que faria. Olhei-o questionador.

— Onde? Eu estava é sem jeito por conta da Yunah — desabafei, voltando a olhar para o espelho. Eu precisava ir embora.

— Por que não fica com ela? Ela é bonita e parece ser legal, será que…

— Eu sou gay, Min Yoongi — disse, sendo bem mal-educado e cortando a fala do outro. — E ela sabe muito bem disso.

— Oh — foi tudo o que ele disse por alguns segundos, até voltar a falar, ocupando o pesado silêncio no banheiro. — Não tem como falar para ela que não está interessado?

— Não quero ser rude, e nem sei mesmo se ela está flertando comigo, pode ser apenas um mal-entendido.

— Não parecia isso, ela não tirava os olhos de você.

A sensação de estar flutuando me abateu, o banheiro estava abafado demais e o álcool nas minhas veias não ajudava em nada. Joguei mais um pouco de água no rosto, respirando fundo. Não bastava estar me sentindo mal, ainda tinha Yoongi me observando.

Talvez meu rosto estivesse começando a perder a cor e meu equilíbrio indo de mal a pior, pois alguns segundos se passaram e meus olhos fecharam por conta própria. Senti a mão de Yoongi na minha cintura, segurando-me para não cair.

— Hey, Jimin. Você está bem? — Pela primeira vez, a voz dele tinha algum sentimento; era preocupação que eu ouvia ali. Ou era meu cérebro me enganando?

— Eu acho que…

— Quanto você bebeu? — Eu queria responder, mas não conseguia formular a frase; na real, eu não tinha bebido muito, mas talvez fosse o suficiente para estar me escorando em Yoongi com medo de desmaiar. — Vamos para fora.

Sentia meu corpo ser levado. Eu mantinha meu olho aberto, mas não conseguia focar em nada, e uma tontura leve começava a chegar de fininho. Merda, eu nunca mais vou beber.

Já do lado de fora, Yoongi me colocou sentado na calçada, voltando correndo para o bar e voltando com uma garrafa de água. Engoli quase metade do conteúdo em uma velocidade recorde, rezando para não vomitar tudo.

Ouvia vozes próximas de mim, mas apenas encostei a cabeça no ombro de Yoongi e fechei os olhos. Consegui reconhecer a voz de Yunah se misturando com a de Yoongi; mais gente ia chegando, até que tudo se apagou e eu não me lembro de mais nada.


[...]


Minha cabeça latejava e eu nem sequer tinha aberto os olhos. Quando Hobi falava que eu não lidava bem com bebida, era por isso. Não bastava muito para me derrubar como se eu tivesse entornando todas. Eu tinha tomado poucos drinks e isso foi o que bastou para eu acordar com uma ressaca brava.

Cocei meus olhos com a mão, abrindo-os de verdade e olhando para um teto que não era meu.

“Onde que eu ‘tô? Será que fui raptado?”

No meio do meu surto, ouvi leves batidas na porta.

— J-já acordei — falei, a voz saindo quase falha e rouca. Meu Deus, o que tinha acontecido comigo?

— Fiz café da manhã, quando estiver pronto venha para a cozinha. — Era Min Yoongi quem falava do outro lado da porta.

Min Yoongi tinha me raptado? Ou ele teria sido raptado junto comigo?

— Venha logo ou o café vai esfriar.

Sem pensar direito, levantei da cama, esperando alguns segundos até que tudo parasse de girar. Percebi que tinha um remédio do lado da cama, junto com um copo de água. Eu estava usando as mesmas roupas da noite anterior, mas estava sem camisa. Procurei pelo quarto até avistar a mesma dobrada num canto.

Com a maior cara da derrota de todas, saí do quarto, andando a passos leves pela casa desconhecida. Ela era pequena e aconchegante, aparentemente com dois quartos pequenos, do tamanho ideal para se morar sozinho. Entrei onde achava ser a cozinha e dei de cara com Yoongi me encarando.

— Você deu trabalho ontem — foi a única coisa que ele disse; tinha a feição séria, que nada combinava com o avental branco que tinha amarrado no corpo.

— Desculpa, eu não posso beber que passo mal, deveria ter…

— Da próxima vez, não beba, oras. Eu tive que te trazer para casa, você não acordava de jeito nenhum.

Fiquei sem graça, olhando para baixo e apertando a barra da minha camiseta.

— Obrigado por me trazer para cá, sério, não precisava.

Min Yoongi, que servia ovos em dois pratos, parou e me olhou.

— E eu te largaria desacordado na rua? Pelo amor de Deus, Jimin! — Ele tinha um ponto, um ponto bem bom, mas mesmo assim não achava que ele precisaria me ajudar. Na verdade, não achava que ele faria isso de bom grado.

— O-obrigado mesmo assim. — Decidi findar o assunto antes que eu ficasse mais sem graça e sem palavras.

— Venha comer, deve estar com fome.

Yoongi era realmente como eu imaginava que ele fosse, quieto e falava apenas o que era necessário, mas não era mal-educado ou rude como os rumores do cafezinho da empresa espalhava. Comemos praticamente em silêncio, trocando apenas algumas informações banais de nosso trabalho. Depois de comer, meu corpo voltou a ter vida, não me sentia mais fraco ou tonto. Foi muito mais agradável do que eu pensava.


— Você tomou café da manhã com Min Yoongi? — perguntou Hobi, debruçado na minha mesa como se fosse dele. — No caso, você dormiu com Min Yoongi e tomou café com ele.

— Pelo amor, Hobi. Não fale assim! — rebati incrédulo. — Eu dormi na casa de Min Yoongi porque ele foi o único que me ajudou.

— Desculpa, meu amigo, mas eu estava um tanto pior do que você, não teria condições nenhuma de te ajudar.

— Enfim, foi legal, sabe? Ele não é tão ruim assim.

Hoseok ainda ficou do meu lado, falando como achou uma garçonete gatinha e queria pegar o número dela, mas minha atenção já estava na tela do meu computador. Um e-mail de Yunah tinha chegado, pedindo para me encontrar no terraço da empresa mais tarde. Achei muito estranho, mas respondi aceitando o convite. Provavelmente ela queria falar sobre alguma estratégia, enfim.

Quando deu o horário marcado, peguei o elevador e subi até o último andar. Passei pela porta, percebendo que o bonito terraço estava vazio, apenas Yunah me esperava nos bancos.

— Oh, você chegou! — comentou ela assim que me viu chegar mais perto. Eu deveria saber que algo muito estranho estava acontecendo.

— Er, sim! Cheguei no horário marcado — respondi, deixando um riso sem graça escapar.

Eu conhecia Yunah há algum tempo e nunca a vi tão sem jeito assim.

— Então, eu te chamei para conversar.

— É sobre a estratégia de venda? Porque se for eu acho que seria rude não chamar Yoongi para participar e…

— Não, n-não é sobre trabalho.

Calei-me na hora, esperando para que ela continuasse a falar. Ao longe ouvi um barulho que parecia ser uma porta abrindo, mas não foquei tanto nisso, tinha coisas mais importantes para se prestar atenção.

— Pode falar.

— Jimin, eu… eu estou apaixonada por você.

Eu rezava para todos os santos que minha cara não demonstrasse o desespero que estava dentro de mim.

— Yunah…

— Eu sei… Eu sei que você é gay, mas, sei lá… Vai que eu tenho uma chance e…

— Mas, Yunah, desde… desde quando? — perguntei apenas para ganhar tempo e tentar ajustar os pensamentos dentro de minha cabeça. Mas que merda?!

— Desde sempre… eu acho.

Uma coloração vermelha se espalhava pelo rosto dela, a postura que Yunah sempre teve de superioridade não tinha nada a ver com o que eu via naquele momento. Ela estava quase que frágil.

— Eu… eu não sei o que dizer.

— Não precisa dizer nada agora, só… Talvez, se você tentar me dar uma chance…

Tudo o que ela falava me parecia absurdo! Como que ela tinha a coragem de me pedir algo daquela magnitude não era do meu entendimento. Comecei a olhar ao redor, tentando achar uma saída. Uma saída rápida!

Até que meu olhar caiu por cima de uma figura. Min Yoongi estava do outro lado do terraço e provavelmente não nos vira ali. Respirei fundo e falei a primeira desculpa esfarrapada que veio à minha cabeça.

— Eu estou com Min Yoongi.

O silêncio reinou pesado como nunca. Yunah me olhava como se eu fosse uma assombração.

— O quê?

— Eu estou saindo com Yoongi, Yunah.

— Desde quando? Por quê…? Então, era por isso que você defendia tanto ele?

— Sim… Era exatamente por isso — comentei na maior cara de pau, quase podendo concorrer a um Oscar de tão boa que minha atuação era. — Eu estou com ele faz um tempinho, desde que… desde que ele entrou na empresa.

Como se num chamado dos Deuses, Yoongi praticamente se materializou na nossa frente, totalmente alheio ao que nós conversávamos.

— Olha só quem está aqui — disse Yoongi, olhando para nós dois, mas logo em seguida focando o olhar em mim. — Você melhorou? — Sua mão segurou meu braço enquanto fazia a pergunta.

— Eu não acredito nisso! — Yunah vociferou, fechando a cara e saindo a passos largos e pesados.

— Mas que porra que aconteceu?

Como explicar para Min Yoongi que estávamos namorando?

.x.


Esperei até que todos da empresa fossem embora para tomar coragem de falar com Yoongi. Eu não fazia ideia do que falaria ou como falaria, mas, conhecendo Yunah, ela deixaria escapar a notícia e logo mais todos ficariam sabendo. Era melhor ele descobrir a merda que eu fiz por mim do que por fofocas.

Lançava olhares para a mesa de Yoongi, esperando ele dar algum sinal de que terminara o trabalho e estava pronto para ir embora. E assim que ele levantou para arrumar suas coisas, eu já estava do lado dele.

— Oi, Yoongi. Oi — falei, atropelando as palavras de nervoso. — Tem alguma coisa para fazer agora?

Min Yoongi me olhava como se eu fosse de outro mundo, e talvez eu fosse mesmo. Meu sorriso estava congelado na cara, meu olhar vidrado em Yoongi. Meu Deus do céu que bagunça.

— Eu… Não, estou indo embora para casa, por quê?

— Quer tomar um café comigo?

E mais uma vez o famoso silêncio, Min Yoongi me olhando estranho, tentando achar algum resquício de sanidade nas minhas feições. Não, ele não encontraria nada ali.

— Hum, tá? — A resposta dele veio em forma de pergunta.

— Ótimo, vamos!

Como de costume, Min Yoongi não falou nada durante o caminho, muito menos eu. Andávamos lado a lado, focando em qualquer outro lugar. Apenas quando estávamos sentados em uma mesa próxima a janela, com nossos cafés em mãos, Yoongi se pronunciou.

— Pronto, estamos aqui, desembucha.

— O quê? — Olhei-o incrédulo. Como ele sabia que eu queria falar alguma coisa?

— Jimin, você está agindo estranho o dia todo, principalmente depois que saímos do terraço. A Yunah, então, nem olhar na minha cara está olhando. O que aconteceu?

Não teria como fugir, a hora era agora. Respirei fundo.

— Yunah confessou que está apaixonada por mim — falei, esperando que Yoongi esboçasse alguma reação, mas seu rosto ficou impassível.

— A gente já achava que isso iria acontecer, eu te disse aquele dia, não é?

— Er, sim… Mas… Mesmo assim, eu fiquei em choque e acabei falando uma coisa pra ela.

— Que coisa? — perguntou, curioso, finalmente esboçando algum sentimento.

— Uma coisinha de nada.

— Tá, mas me fala que coisa. Você deu um fora nela?

— Sim, mas… eu… faleiqueagentetájunto.

Yoongi me olhava sem entender nada. Meu coração batia acelerado de tanto medo. Por que eu fui falar aquilo? Se arrependimento matasse...

— Eu não entendi.

— Eu falei que a gente está junto. Eu e você.

Pela primeira vez em meses que Yoongi trabalha na empresa, vi sua feição mudar drasticamente em meros minutos. Foi de pasmo para desesperado para puto numa velocidade que eu jurava ser impossível.

— O quê? Jimin, você é louco?

— E-eu fiquei desesperado, e você estava ali e foi a única coisa que se passou na minha cabeça! Desculpa, eu surtei!

Abaixei a cabeça, passando as mãos no meu cabelo. Eu não teria como esconder isso dele, e sabia que sua reação não seria das melhores. Nossos cafés, àquela altura, já estavam gelados e ruins. Que péssimo aquele dia estava sendo.

— Só resolvi te contar porque eu tenho certeza que amanhã todos do setor já estarão sabendo. Yunah saiu muito brava e ela espalha a fofoca muito bem. — Meu tom de voz já estava mais calmo, mas eu mantinha meu olhar para baixo, morrendo de vergonha.

Estava tentando achar formas de desmentir tudo e ficar ainda pior na situação, sabia que a culpa era minha e eu quem deveria arcar com as consequências. Meus pensamentos estavam longes quando Yoongi voltou a falar.

— E quanto tempo vamos ter que fingir estar namorando?

— O quê?

— Por quanto tempo, Jimin? — repetiu a pergunta, não soando tão mais puto quanto estava antes.

— Então, você… você vai me ajudar? — Meus olhos provavelmente estavam passando toda a surpresa e o desespero que estavam dentro de mim, já que Yoongi deixou escapar uma leve risada.

— Já que estamos aqui, por que não? Pelo menos por um tempo até ela desencanar de você.

Levantei da cadeira e comecei a dar pulinhos de alegria.

— Min Yoongi, você é a melhor pessoa!

.x.


Assim que pus meus pés na empresa, eu sabia que todos sabiam. Os sussurros podiam ser ouvidos enquanto eu andava a passos lentos para minha mesa. Larguei minha bolsa na mesa e, sem nem olhar para os lados, comecei a trabalhar.

Eu conseguia sentir o olhar dos meus dois colegas mais próximos queimando minha nuca. Era óbvio que Yunah contaria para Hobi assim que ela tivesse uma oportunidade, não conseguiria guardar esse segredo nem que sua vida dependesse disso. Eu não ligava, não mesmo, mas sabia que teria que dar explicações, só que não agora.

Tive alguns momentos de paz, alguns minutos em que as planilhas em meu computador tomavam toda a minha atenção. Até que eu senti uma movimentação atrás de mim e, antes que eu pudesse reagir, um estranho abraço me foi dado. Estranho porque eu estava sentado, focado no meu computador e a pessoa — que até aquele momento eu nem me toquei quem poderia ser — passou os braços pelo meu pescoço, desajeitado.

Quando finalmente consegui me soltar, percebi um silêncio mortal na sala, e a voz de Yoongi quebrando meu transe:

— Bom dia, meu querido, como você está?

Meu querido? Meu querido? Arregalei os olhos, virando-me para trás rapidamente. O sorriso que Yoongi tinha no rosto poderia facilmente ser confundido com gases, ou prisão de ventre. Meu Deus, o que eu tinha na cabeça quando tive essa ideia?

Dizer que o resto do dia foi melhor seria a mais pura mentira. Depois de presenciar aquele abraço estranho entre nós dois, o escritório foi à loucura, praticamente o rumor que tinha se instalado foi confirmado. Não sei se eu fiquei feliz ou triste por isso.

— Não tô entendendo porque você está bravo — questionou Yoongi, andando alguns passos na minha frente enquanto íamos embora. — Eu achei que era isso que você queria.

— Mas não assim, Yoongi-ssi. Tem que me avisar e…

— Mas foi só um abraço! — ele me cortou rudemente, parando de andar de repente. Olhei para ele e percebi como ele estava bravo. — Não precisava ficar com essa cara amarrada o dia todo!

— Eu não fiquei!

— Então não se olhou no espelho, porque você agiu como se eu tivesse feito a coisa mais errada do universo.

Não queria dizer que, na verdade, se ele fosse menos sem sentimentos, seria melhor. Não queria dizer que eu fiquei estranho porque o abraço foi, oras, estranho por parte dele. Por isso e exatamente por isso, resolvemos parar para tomar um café e conversar depois do expediente.

Abri a porta da cafeteria tão conhecida por mim. Era uma das melhores da região, eu sempre passava lá antes de ir para o trabalho ou depois de um dia muito estressante. Yoongi me seguia calado e, chegando ao balcão, pediu apenas um café preto, sem açúcar.

E esse foi o tema inicial da nossa conversa.

— Onde já se viu, pedir café sem açúcar?! — comentei despreocupado, adoçando meu mocha um pouco mais. Quando não recebi resposta, olhei para cima. Yoongi me encarava, incrédulo.

— Você percebeu que está adoçando uma bebida que já é doce? — Ele praticamente ignorou meu comentário. Fiz uma cara feia.

— Eu adoro bebidas doces!

— E eu gosto do meu café puro, então nem comece e me julgar, sendo que… — ele fez uma pausa e abriu um sorriso arteiro. — Eu estou certo.

Se era isso que eu teria que aguentar por contar uma mentira — que jurei ser inofensiva —, eu não quero mais.

Quase uma hora tinha se passado desde que chegamos ao café, as bebidas estavam praticamente terminadas e o bolo que pedimos para dividir também — pelo menos uma coisa tínhamos em comum.

— O combinado fica de mostrar o mínimo de afeto possível, então? — comentou Yoongi. — Não consigo entender sua lógica!

— Não é assim, Min Yoongi…

— Pode me chamar de hyung, seria até melhor pra encenação.

— … Min Yoongi-hyung… Eu só gostaria de não ser pego de surpresa!

Yoongi me olhava como se eu fosse de outro mundo, como se não entendesse nada do que eu estava falando.

— Você já namorou alguma vez, Park Jimin? — As mãos estavam segurando o queixo, olhando-me pensativo. Ou talvez ele estivesse se segurando para não rir da minha cara de espanto.

— Er… é… não! Tecnicamente não, mas…

— Tá explicado!

Não, não estava nada explicado! Eu sentia a vermelhidão subindo pelo meu rosto, de tanta vergonha. Se antes eu já achava que Min Yoongi iria tirar sarro de mim, dessa vez tinha certeza.

— E se a gente fizer assim, eu te ensino como fingir estar namorando e você só segue o que eu fizer, que tal?

— É…

— Te garanto que tenho mais experiência do que você, nesse quesito.

Era como se eu não conseguisse mais focar em nada, minha vista estava turva e eu queria cavar um buraco no chão de tanta vergonha. No fim, ele tinha um pouco de razão, acabei cedendo.

— Tá. — Balancei a cabeça, para enfatizar a resposta.

— Okay, então amanhã começamos a fingir melhor, mas agora de acordo com minhas regras.

Yoongi deixou apenas uma nota em cima da mesa, dando uma piscadinha de olho para mim, e saiu sem dizer nada.


A cada vez que eu via a porta principal se abrir, meu coração acelerava. Yoongi não me disse nada do que planejava fazer, ou se pretendia me avisar com antecedência. Então, era impossível eu não ficar apreensivo.

Até que, finalmente, vejo a cabeleira loira entrando na empresa, vindo direto para minha direção, como ele fez no outro dia. Prendi a respiração e esperei que ele fizesse algo.

— Bom dia, Jimin! Como está? — Como uma pergunta simples podia me tirar o ar?

— Estou bem, e você? — Juntei todas as minhas forças para responder sem parecer atordoado.

— Estou ótimo. Toma, para você! — disse Yoongi, deixando uma pequena caixa na minha mesa. Quando abri, dei de cara com um bolinho de chocolate, com um recadinho que dizia:

“Aja naturalmente, você precisa relaxar.”

Soltei um riso anasalado, olhando de volta para o menino ainda parado na minha frente.

— Obrigado, de verdade! Eu precisava disso.

— Logo de manhã já estressado?

A resposta estava na ponta da língua, mas eu preferi guardar para mim que ele era quem estava me deixando nervoso. Não saber o que ia acontecer estava me deixando nervoso.

— Algumas planilhas têm esse poder — disse eu, rindo tentando disfarçar.

E como resposta, recebi um beijo estalado na bochecha. Oh, Deus, eu ainda teria um troço por ter tido essa ideia.


[...]


— Então é verdade! — Era Yunah quem falava. Estávamos sozinhos na copa da empresa, enquanto eu pegava água, e ela, bom, pelo jeito ela foi apenas me seguir.

— Oi? — Fingi desentendimento. Eu adorava Yunah, mas, depois daquele episódio, ela não era mais a mesma coisa.

— Você e o novato, eu pensei que era algum tipo de brincadeira.

— Não, Yunah… Não é brincadeira. — Mantive a voz estável, a postura reta e o olhar no dela. Aprendi algumas técnicas de como convencer as pessoas antes de aceitar o cargo de vendedor. Era hora de colocá-las em uso.

— Entendo… Não sei de onde esse romance veio, mas…

A porta da copa foi aberta, chamando a nossa atenção e cortando a fala de Yunah.

— Estou interrompendo algo? — Claro que era Yoongi, carregando sua marmita recém-usada e a levando até a pia.

— Não, nós estávamos apenas conversando — respondeu Yunah, revirando os olhos. — Já estou de saída.

Senti meu corpo ser abraçado por trás, os braços finos de Yoongi na minha cintura. Relaxei, apenas me encostando em si e abrindo um sorriso terno.

— Fique à vontade.

Eu não conseguia ver a expressão de Yoongi, mas conseguia imaginar aquele sorriso vitorioso nos lábios finos.


.x.


Com o tempo, fui me acostumando com a situação e com a ideia de estar fingindo um relacionamento com Yoongi. Fui me acostumando com os toques inesperados e beijos deixados em meu rosto no meio do expediente. O jeito calado dele era mais uma fachada para que ele conseguisse se adaptar aos lugares do que uma personalidade mesmo. Não que eu tivesse tido alguma chance de conhecer esse outro lado de Yoongi.

Não até aquele dia.

Mais uma vez três das equipes de Namjoon tinham batido a meta de vendas, e mais uma vez todos saíram para beber. O clima estava descontraído, eu estava descontraído. A mão de Yoongi descansava em minha perna, a minha segurava seus braços. Quem via de fora facilmente falaria que estávamos juntos.

Até que a voz um pouco embriagada de Hoseok se sobressaiu das demais:

— Eu nunca vi esses dois pombinhos trocarem um beijinho sequer.

De repente, nós éramos o foco das mais de dez pessoas que estavam no local. Arregalei meus olhos, apertando o braço de Yoongi em reflexo.

— Não seja por isso — disse Yoongi, mexendo a mão que estava na minha coxa para cima e para baixo.

Olhei para o mais velho, tentando não parecer tão alarmado enquanto ele estava tão calmo. Tínhamos tomado uns drinks, mas nada alarmante para agir daquele jeito.

Porém, antes de eu ter qualquer reação, Yoongi aproveitou que eu estava olhando para ele e que estávamos perto, muito perto. Segurou meu queixo com a mão, olhando nos meus olhos.

— Hyung… — foi a única coisa que eu consegui sussurrar antes de ter meus lábios tomados pelo dele.

Os gritinhos de comemoração em torno de nós sumiram, eu só conseguia focar no meu coração quase explodindo dentro do peito e seus lábios macios acariciando os meus.

Yoongi se afastou um pouco, ainda com os lábios colados.

— Relaxa — sussurrou, voltando a me beijar.

E foi exatamente o que eu fiz. Levei minhas mãos para seu pescoço e o beijei calmamente, tentando não parecer tão afoito, tentando não parecer que era a primeira vez que nos beijávamos.

Durou pouco, mas foi o suficiente para eu passar o resto da noite pensando naqueles lábios e em como eu amei beijar Min Yoongi.


[...]


Subi os degraus para chegar na minha porta de entrada, mas parei antes de colocar a chave na fechadura e dar um fim naquela noite maluca. Onde era que eu estava com a cabeça? Olhei pra trás e lá estava ele, esperando-me entrar para poder ir embora. O carro de Yoongi estava estacionado na frente de casa, só esperando eu dar um tchau para dar partida.

— Eu… — comecei, incerto do que realmente queria dizer. — Acho que precisamos conversar.

— Acha mesmo? — Ele sabia que sim, mas esse jeito de Yoongi me provocar era um show à parte.

— Acho. Você não quer… entrar? — perguntei, tentando não reparar em como o sorriso que ele abriu era o mais lindo de todos.

Yoongi saiu do carro, chegando até mim quase no mesmo instante. Guardou as chaves no bolso, encarando-me.

— Eu gostaria muito de entrar, porque… temos realmente muito o que conversar.

Meu corpo cessou o pequeno espaço que nos separava, enlaçando mais uma vez o pescoço branquinho e cheiroso do mais velho. E por incrível que pareça, eu quem comecei aquele beijo afoito e muito mais profundo do que o outro no bar. Eu sentia minha cintura ser apertada, a língua pedindo passagem e massageando a minha com fervor. Meu corpo foi prensado na porta de entrada, que agradeci por não ter destravado — vai que a gente caísse com tudo no chão?

Eu sentia uma quentura subir pela minha espinha, as borboletas no meu estômago estavam alvoroçadas e eu tinha medo do que tudo aquilo significava. Mas não queria pensar naquilo, não enquanto tinha Yoongi colado em mim, beijando-me como se o mundo fosse acabar naquele instante.

— Acho que… — Respirei fundo, o fôlego me faltava. — Precisamos entrar, sabe? Preciso explicar para um tal de Min Yoongi, o novato na empresa, como que estamos namorando.

Yoongi riu, deixando um selinho em meus lábios.

— Estou ansioso para ouvir essa explicação. — Mais um selinho foi dado, um pouco mais demorado. — Aí eu já aproveito para explicar como eu sou apaixonado pelo baixinho e invocado do Park Jimin desde o dia que pisei naquela empresa.

Foi então que a história do namoro de mentirinha ficou ainda mais interessante.


Fim.

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Notas finais: Chegamos ao final de mais uma fanfic! Espero que tenham gostado, de verdade!

Quero deixar aqui meu agradecimento a todos os leitores do 2Min Project, que sempre me deram todo o carinho do mundo. Obrigada a todos que tiraram um tempo do dia para ler e comentar! Eu guardo no coração cada comentário <3 Eu amo vocês demais! Obrigada por fazerem parte disso tudo junto comigo!

9 de Diciembre de 2021 a las 01:48 0 Reporte Insertar Seguir historia
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Fin

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