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Park Jimin é um renomado ator de cinema. Encenando em diversos filmes de romance, ele conquista o coração de seu público com seus personagens galanteadores. O que muitos não sabem é que ele ama observar as reações das pessoas enquanto elas assistem aos seus filmes no cinema. Sempre disfarçado e sentado no fundo da sala, Jimin aproveita para analisar as sensações e reações que sua atuação passa para aqueles à sua volta. Mas, uma noite, quase coloca tudo a perder quando percebe que o dono de um de seus blogs favoritos está logo ao seu lado, assistindo ao seu mais novo filme: Amor em Daegu.


Fanfiction Bandas/Cantantes No para niños menores de 13.

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Escrito por: bbmoonie / Lua_Marchi


Notas iniciais: Oi! ^^ tudo bem? Essa fic é um romance bem levinho, com Park Jimin ator (um grande surto hehe TuT).

Muito obrigada @mimi2320ls/bebeh1320alsey pela betagem! E @Yoonieris / Yoonieris pelas capas e banners!!

Espero que gostem! Boa leitura <3


~~



O vento frio do ar-condicionado batia em meus cabelos enquanto eu me ajeitava na poltrona dura. Senti um leve arrepio percorrer meu corpo — frio ou, talvez, expectativa. Imaginei que me incomodaria se já não estivesse tão acostumado com aquela sensação.

Ergui a gola alta do casaco e puxei a touca para baixo, aproveitando o lugar gelado no fundo da sala para que ninguém suspeitasse das roupas pesadas. Quando comecei a frequentar cinemas assim, tentando ao máximo passar despercebido, considerava que o fundo da sala era um dos piores lugares: frio, longe da tela e das pessoas, perto demais da porta. Com o tempo, percebi que era um bom lugar exatamente por isso. As pessoas o evitavam e, por consequência, me evitavam também. E isso era tudo o que eu queria.

Desde o lançamento do meu primeiro filme, passei a ter a mania de frequentar salas de cinema no sigilo para ver a reação genuína das pessoas.

Queria saber se o público estava gostando da história, do roteiro, dos personagens, de mim… Desejava ver como elas se sentiam assistindo ao filme pela primeira vez. Depois, lia resenhas, críticas e o que quer que comentassem sobre meus filmes ou minha atuação, mas nada mudava a sensação de ver os sentimentos que os personagens provocavam nas pessoas em primeira mão. Era perigoso, e meus agentes odiavam que eu fizesse isso.

No começo foi realmente um pouco assustador, não posso negar, mas com o tempo a adrenalina e o medo de ser pego passaram a se tornar conforto e expectativa. Eu sentia que aquele lugar no fundo da sala me esperava, assim como esperava as pessoas que lentamente entravam pela porta.

Aos poucos, a sala encheu. As fileiras do meio já estavam quase totalmente ocupadas. Apenas algumas pessoas sentavam-se no fundo, longe umas das outras.

As luzes se apagaram, a expectativa aumentou, e então ouvi passos apressados de alguém que provavelmente havia se atrasado.

O homem entrou, lançou um rápido olhar pela sala, e deu de ombros, espremendo-se para passar pela última fileira.

Fechei meus olhos, torcendo mentalmente para que ele se sentasse longe ou fosse para o outro lado, mas o barulho da cadeira rangendo a alguns assentos de distância foi o suficiente para saber que ele havia decidido se sentar ali perto de mim.

Respirei fundo, cruzei as pernas e virei o corpo para o outro lado. Estava tudo bem. Ele só não podia me reconhecer.

Logo a tela acendeu e os trailers começaram a passar. Desde pequeno, eu sempre amei aquela sensação. Não havia nada que gritasse mais “cinema” do que o momento de espera antes do filme começar.

Senti um sorriso se alargar em meu rosto quando finalmente me vi na tela, estrelando o meu mais novo romance: “Amor em Daegu”.

Mesmo após anos, eu nunca havia me acostumado com a sensação de me ver encenando — era um misto de vergonha e orgulho. O Park Jimin que estava ali não era o mesmo que aquele sentado na cadeira desconfortável, encarando a si mesmo na tela. Ele parecia ser uma pessoa completamente diferente toda vez que aparecia nas telonas. Eram sempre personagens diferentes, com histórias diferentes, mas o pouco de mim que se incorporava a eles sempre mudava, sempre crescia.

Após alguns minutos, todas as pessoas já pareciam estar focadas no filme, esquecendo-se umas das outras, então aproveitei para dar uma olhada em volta. Tentando ser discreto, lancei um olhar de esguelha para o homem sentado a algumas cadeiras de distância e imediatamente senti meu coração acelerar. Eu o conhecia.

Pisquei algumas vezes, mal acreditando nos meus olhos.

Aquele era Min Yoongi, dono de um dos blogs de comentários sobre filmes do qual eu mais gostava.

Normalmente, ele só publicava sobre filmes de terror ou suspense e eu amava ler a forma como descrevia as cenas e o que sentia às assistindo. Seu blog, inclusive, havia sido o motivo de eu me arriscar a assistir alguns filmes de terror. Mas nunca, nunquinha, poderia imaginá-lo ali, assistindo a um filme meu.

A-ham. — Tossiu forçadamente, fazendo com que eu desviasse o olhar.

Minhas bochechas esquentaram pela vergonha. Eu sabia que ele havia percebido que estava o encarando.

Subitamente mais nervoso, ajeitei-me novamente na poltrona, cruzando as pernas para o lado contrário, esperando que ele não ficasse muito curioso em saber quem era o homem que estava o fitando.

Mordi o lábio sob a máscara, tentando conter um sorrisinho. Apesar do medo de ser percebido, eu estava radiante. Esperava que ele, assim como todas as pessoas naquela sala, gostasse do resultado do que eu considerava ser um dos meus melhores trabalhos.

Eu me mantive atento às reações enquanto o filme prosseguia. Suspiros, sorrisos, risadinhas... tudo fazia meu coração disparar e meu peito se encher de orgulho. Gostei de saber que havia feito um bom trabalho e contribuído para que o filme tirasse todas aquelas sensações das pessoas, por menores que fossem.

Tentei me segurar ao máximo para não encarar o homem ao meu lado de novo, mas foi impossível me conter quando uma das últimas cenas do filme tomou conta da tela.

Era uma cena romântica, mas sofrida, onde meu personagem se despedia da amada e deixava Daegu e seu amor para trás. Nós a repetimos algumas vezes no set antes de finalmente ficarmos satisfeitos. Após tanto esforço, eu sabia que aqueles curtos minutos eram carregados de sentimentos melancólicos, mas, ainda assim, não pude deixar de me surpreender ao ouvir leves fungadas próximas.

Olhei de canto para Yoongi e senti meu coração parar na garganta ao perceber que ele estava chorando.

Automaticamente, meus olhos também se encheram de lágrimas.

Desviei o olhar, ao tentar contê-las, e um sorriso largo se abriu em meu rosto. Vê-lo emocionado com aquela cena me fez sentir que meu dever como ator havia sido cumprido.

Eu tinha trabalhado duro para conseguir fazer as pessoas se divertirem, sorrirem, chorarem, sentirem. Saber que Min Yoongi, que tanto amava filmes com temas pesados e assustadores, estava chorando enquanto assistia, fez com que eu quisesse pular de felicidade.

Limpei as lágrimas dos olhos, mas pouco adiantou. Eu só me emocionei cada vez mais quando reparei em quão envolvidas as diversas pessoas nas fileiras à frente ficaram. Algumas sorriram, outras choraram, algumas encostaram a cabeça nos ombros de seus parceiros. E eu só consegui sorrir e chorar.

Era por esse motivo que, mesmo correndo tantos riscos, continuava a me esgueirar às salas de cinema para observar as pessoas assistindo aos meus filmes.

Eu me sentia completo ao perceber que o trabalho que toda a equipe tivera, desde a roteirização até minha atuação, havia conquistado o coração daqueles que assistiam, mesmo que por alguns curtos instantes.

Assim que as luzes se acenderam, eu me levantei e andei apressado para a porta, lançando um último olhar para as pessoas na sala — e para Min Yoongi.

Eu esperava que cada um deles tivesse aproveitado aquele momento tanto quanto eu o aproveitei.

[...]

— Se eu ver você atualizar essa página mais uma vez, juro que guardo seu celular até eu ir embora — reclamou Taehyung, jogando uma almofada em minha direção.

Cedi, colocando o aparelho de lado e me acomodei perto dele. Meu sofá era grande o suficiente para que cada um de nós ficássemos em uma das pontas sem sequer nos encostarmos, mas meu amigo gostava de ficar pertinho, e eu precisava de todo o conforto possível naquele momento.

— O blog dele é sobre filmes de terror, não é?

— É — murmurei, emburrado.

— Então talvez não saia nada, Chim. Talvez ele tenha assistido só por gostar.

— É, talvez. — Franzi o cenho e o empurrei para o lado, irritado com o peteleco que recebi após a resposta. — Ei!

— Pare de se lamentar. Isso é bom, não é?

— Por que seria?

Taehyung revirou os olhos, aproximou-se de novo e passou um braço por meus ombros até que estivéssemos presos em um abraço desconfortável.

— Se ele foi assistir sem comentar nada, então é porque se interessou. Ou quem sabe ele goste dos seus filmes!

Senti meu mau-humor se esvair um pouco com aquela possibilidade.

— Você acha?

— Por que não? Ele estava sozinho, não estava?

— Estava.

— Então foi porque quis — falou, como se fosse óbvio. — Se ele estivesse com alguém, eu até duvidaria. Tem toda aquela história de assistir a um filme romântico em um encontro e tal... Mas, se ele não estava com mais ninguém, não vejo outro motivo. Ele se interessou.

— E se ele não tiver gostado?

— Ele chorou, não chorou?

— Taehyung, isso não muda nada! — briguei, ainda estressado com a possibilidade de Yoongi não ter gostado de "Amor em Daegu" e, por isso, não ter comentado nada.

— Eu tenho certeza de que ele gostou, okay? — perguntou retoricamente e revirou os olhos. — Ele deve ter gostado de alguma coisa se estava tão envolvido com os personagens ou com a história a ponto de se emocionar. Você se emocionaria com um filme ruim, por acaso?

Encarei-o, descrente. Eu chorava até com comercial de refrigerante.

— Enfim, eu duvido que com ele seja assim. Pare de pensar demais nisso, você está criando uma tempestade em copo d’água. Não, não, está criando é a porra de um tsunami, na verdade.

Revirei os olhos, mostrando que eu ainda estava descontente.

— Agora sorria, estou com saudades da sua risada — falou, apertou minhas bochechas e abriu um largo sorriso quadrado.

Eu sabia que a minha expressão emburrada não mudaria tão cedo, então apenas forcei um sorrisinho sem graça.

— Ah, não. Isso não é o suficiente. — Em seguida, meu amigo se jogou sobre mim e me encheu de cócegas.

Eu ri, contorcendo-me no sofá e tentando empurrá-lo para longe.

— Para, para! Eu estou sorrindo, viu? Taehyung, eu vou te bater!

O Kim apenas ria junto, divertindo-se com o meu desespero enquanto ignorava minhas ameaças.

Em meio à bagunça, acabamos rolando para fora do sofá. Caí estatelado, sem conseguir conter um grunhido de dor quando Taehyung caiu sobre mim.

— Ai, merda, minhas costas — resmunguei, ainda sem conseguir parar de rir.

Ele riu em resposta, rolando para o lado e me deixou respirar novamente.

— Senti sua falta, galã — sussurrou, aproveitando para me prender em um abraço.

Eu também havia sentido falta dele.

Às vezes, os períodos de gravação eram extensos e eu podia passar semanas ou até meses sem ver qualquer um dos meus amigos. Mesmo conversando diariamente por mensagens ou chamadas de vídeo, a sensação nunca se comparava a finalmente estarmos juntos de novo.

Virei de lado e o abracei apertado.

— Também senti sua falta, Tae. Não via a hora de te encontrar de novo.

— Hum... — murmurou, aproximando-se ainda mais. — Vamos nos ver todos os dias, okay? Até você ir gravar de novo, pelo menos.

— Vamos sim — concordei, acariciando seus cabelos.

Nós havíamos nos conhecido ainda muito novos, então o Kim havia acompanhado todo o meu trajeto, desde as noites que passei chorando por ser dispensado de pequenos papéis até os meus mais importantes contratos. Ele era um dos meus maiores companheiros, um dos meus maiores apoios. E, é claro, a pessoa com quem eu, com certeza, passaria horas me lamentando por "Amor em Daegu" não ter sido comentado por Yoongi.

Passamos um tempo abraçados no chão, matando a saudade acumulada de meses, até que ele se afastou, ajeitando as roupas amassadas.

— Vou fazer o jantar para a gente. Vai escolhendo alguma coisa para assistir?

— Okay — respondi, dando de ombros. Aquela era nossa rotina de dias casuais: alguma comida rápida e fácil de fazer, um filme e diversos cobertores para não precisarmos sair do sofá por muito tempo.

Ouvir o barulho das panelas na cozinha enquanto passava por incontáveis filmes sem conseguir escolher um me trouxe uma sensação de tranquilidade. Aquela era uma noite bastante doméstica, calma, e me fez finalmente descansar a mente.

Pelo menos, até ouvir o barulho de notificação do meu celular.

Curioso, peguei o aparelho, arregalando os olhos em surpresa ao ver qual era a notificação que se destacava na tela.

Uma atualização do blog de Yoongi.

Uma atualização do blog de Yoongi falando sobre o meu filme.

Soltei um gritinho animado, sem conseguir me conter, e logo Taehyung correu na minha direção, curioso.

Nós nos apertamos um contra o outro no sofá, lemos juntos a postagem enquanto eu segurava o celular com as mãos trêmulas.

“Sobre um filme fofo que me fez chorar.

Ontem, pela primeira vez em muito tempo, fui ao cinema para assistir um filme de romance. Não me entendam errado, eu adoro romances, mas é muito difícil encontrar algum que prenda a minha atenção o suficiente para que eu vá assistir no cinema.

E posso afirmar que ‘Amor em Daegu’ foi realmente uma surpresa. Eu esperava que fosse interessante, mas não que me prendesse como me prendeu. Quando menos percebi, estava envolvido com a história a ponto de chorar.

Vocês sabem que quando comento de filmes aqui no blog, costumo focar nos elementos do terror e do suspense, porque já estou acostumado. Mas o que posso dizer sobre esse romance é que saí da sala com o rosto molhado e com o coração aquecido e doendo ao mesmo tempo.

A interpretação de todos os atores foi incrível e o filme passou voando, mal notei que já estava no final. Foi leve, envolvente e gostoso de assistir.

Então, se você gosta de romances — ou mesmo se não gosta, mas quer dar uma chance para um bom filme —, assistam 'Amor em Daegu'. Vocês vão sair apaixonados, ou pela história, ou pelos atores, ou pela montanha russa de sentimentos.

5 estrelas de 5, por Min Yoongi, 19h27min.”

Eu sorri tanto quando terminei a leitura que minhas bochechas chegaram a doer. Park Jimin estava radiante.

— Ele gostou — falei.

— Ele gostou — repetiu meu amigo. — Eu te avisei! Ele gostou!

Comecei a rir, feliz, e o abracei apertado para extravasar a animação. Toda a preocupação havia sumido e dado lugar a uma intensa euforia. Min Yoongi havia realmente curtido o filme.

Eu me sentia orgulhoso e contente por ter ajudado a fazer um trabalho bom o suficiente para que ele comentasse em seu blog, mesmo sem postar muito sobre romances.

— Eu vou explodir — murmurei, atônito.

— Não vai, não. Respira fundo.

— Tae, ele gostou — repeti.

O Kim revirou os olhos, brincalhão, mas sem conseguir conter um sorriso.

— Parabéns, Chim — falou, bagunçando meus cabelos. — Agora deixa de ser babão e vai escolher um filme para a gente ver.

Concordei e tentei me concentrar em escolher alguma coisa enquanto ele cozinhava, mas minha mente não me deixou pensar em mais nada a não ser na publicação de Yoongi. A reli algumas vezes enquanto esperava Taehyung terminar o miojo que fazia.

E outra vez no banheiro. E outra enquanto nos preparamos para dormir. E uma quando já estava na cama.

E então, deixei a postagem aberta no celular, para ler mais uma vez quando acordasse.

[...]

Era quinta-feira, às nove horas da noite, e a sala de cinema estava quase vazia. Apesar disso, não podia negar que momentos como esse, em que poucas pessoas saem de seus trabalhos e vão assistir a um filme para se divertir ou desestressar, eram meus favoritos. Isso significava que estar ali era algo bom para elas, de qualquer forma que fosse.

Eu estava sentado no mesmo lugar de sempre: fundo da sala, perto do ar-condicionado. E, é claro, completamente coberto, escondido sob um sobretudo enorme e um boné, torcendo para que ninguém fosse curioso o suficiente para tentar me reconhecer.

Algumas pessoas entravam, ajeitavam-se e esperavam atentas, outras conversavam umas com as outras. Todas a algumas fileiras de distância.

Eu estava quase certo de que ficaria sozinho no fundo da sala, até que vi alguém se aproximando pelo canto do olho.

— Com licença — pediu, com a voz rouca.

Engoli em seco e puxei os pés para o lado para que ele passasse.

Quando o homem se sentou a poucas cadeiras de distância, olhei-o de soslaio, curioso para saber quem era a pessoa que preferiu se sentar no fundo da sala em um cinema vazio.

Minha surpresa não podia ser maior ao perceber que a pessoa era, na verdade, Yoongi. De novo.

Desviei o olhar e senti minha perna começar a balançar — se era por animação, ansiedade ou surpresa, eu realmente não sabia.

O que ele estava fazendo ali? Ele realmente havia gostado tanto de "Amor em Daegu" a ponto de querer assistir de novo? A possibilidade fez meu coração disparar.

O filme começou e eu me controlei ao máximo para não o encarar a cada cena. Poxa, ele podia ter sentado um pouco mais para frente, para eu poder assistir às suas reações. Mas, com ele do meu lado, eu não podia fazer muito mais do que o lançar alguns olhares furtivos de tempos em tempos.

Enquanto observava as pessoas nas outras fileiras, divertindo-me com suas reações, também o analisava, tentando perceber qualquer coisa que me indicasse como estava se sentindo enquanto assistia, mas ele parecia impassível. Foi só quando uma das últimas cenas começou, a mesma que o havia feito chorar da última vez, que percebi que ele chorava novamente.

Automaticamente, entrei em pane. Eu não sabia o que fazer. Se já havia ficado surpreso da primeira vez, a segunda parecia ser ainda mais intensa. Meus sentimentos eram uma mistura de confusão, orgulho e vontade de fazer alguma coisa.

Por algum motivo, ver Yoongi chorando enquanto meu personagem se despedia de sua amada na tela me fazia querer confortá-lo.

Respirei fundo e tentei organizar meus pensamentos. Interagir com ele de qualquer forma seria muito perigoso. Estar ali já era arriscado o suficiente para fazer meus agentes enlouquecerem, se algo mais desse errado, eu estaria completamente encrencado.

Mas não consegui me conter.

Abri um dos guardanapos que havia conseguido junto com a pipoca e estendi para ele, abaixando a cabeça para que meu rosto ficasse coberto.

Eu podia ser impulsivo, mas não inconsequente — pelo menos, não muito.

Minha mão continuou estendida, sem que ele pegasse o papel. Pigarreei, tentando chamar sua atenção.

— Ah, obrigado — falou com a voz embargada.

Apenas assenti, sem responder. Meu coração bateu acelerado e eu pude jurar que meus dedos formigaram. No fundo, sabia que eu estava parecendo um adolescente emocionado, mas não podia fazer nada se uma das pessoas que eu acompanhava e tanto apreciava, parecia ter realmente gostado do meu mais novo trabalho.

Yoongi ainda fungava a algumas cadeiras de distância. Lancei um olhar singelo na sua direção, vendo que ele dobrava o papel já usado. Suas lágrimas já não caíam mais, porém ele ainda fungava, recuperando-se do choro.

Estendi mais um papel em sua direção, percebendo que ele não carregava mais nada consigo.

— Não precisa, estou bem. — Fungou mais uma vez, usando o papel dobrado para limpar o nariz. — Quer dizer... eu...

Balancei o guardanapo mais uma vez, querendo incentivá-lo a pegar.

— Tudo bem, então... Obrigado — sussurrou, meio incerto. — Desculpa, essa cena realmente me emociona. É tão injusto!

Um sorriso largo abriu-se em meu rosto sem minha permissão. A cena o emocionava.

Abanei a mão, para mostrar que estava tudo bem, e me ajeitei na cadeira para assistir o resto do filme. Alguns minutos depois, todos já se levantavam para sair da sala, então me apressei em ser um dos primeiros.

— Ei, muito obrigado pelos papéis — Yoongi disse.

Pego desprevenido, apenas o olhei rapidamente e assenti, correndo para fora logo em seguida. Esperava que, por baixo da máscara, do chapéu e dos óculos escuros, ele não pudesse me reconhecer — e muito menos, ver a expressão extasiada em meu rosto.

Naquela noite, cheguei em casa radiante e fiz Taehyung me ouvir falar sobre o quão contente estava até que nenhum de nós dois aguentou mais ficar acordado.

[...]

Eu corria apressado pelo corredor do cinema, atrasado para a sessão. Odiava chegar por último, porque a luz da porta se abrindo sempre atraía a atenção de alguém, e quanto mais atenção eu tinha, mais risco corria.

Abri a porta da sala e entrei o mais discretamente possível, pronto para me sentar no lugar de costume. Porém, quando coloquei os olhos sobre a fileira, percebi que não ia ser tão fácil passar despercebido por todos.

Min Yoongi estava ali. De novo.

Daquela vez, eu não estava surpreso, e sim confuso. Ele havia gostado tanto assim de "Amor em Daegu"? Era surpreendente vê-lo ali quase tantas vezes quanto eu mesmo ia.

O homem estava sentado na ponta da última fileira, encarando a tela concentrado enquanto comia pipoca. Eu esperava que minha intromissão não o distraísse tanto.

— Com licença — pedi, forçando a voz para parecer mais grave. Todo o cuidado era pouco em momentos como aquele.

Vi quando ele franziu o cenho, encolhendo as pernas para que eu pudesse passar. Não sabia se ele havia se irritado ou se surpreendido ao me ver ali de novo, mas o que quer que tenha sido, o fez me acompanhar com o olhar até que eu me sentasse no meio da fileira.

Daquela vez, não tive coragem de encará-lo durante o filme, temendo que ele percebesse e me olhasse, então me concentrei nas outras pessoas que estavam na sala.

Aos poucos, me distraí completamente. Era gostoso ver as reações, os sentimentos, e o quanto as pessoas se envolviam com a história. Momentos como aquele eram não só interessantes, mas muito especiais para mim. Eram tão bons que passavam voando. Quando eu menos percebia, as pessoas já se levantavam e saíam da sala, comentando animadas sobre o filme.

Levantei, pronto para ir para a porta, quando ouvi a voz rouca me chamar:

— Espera aí!

Congelei no lugar, de costas para Yoongi e a apenas alguns passos da saída.

— Você é o mesmo homem das outras vezes, não é? — perguntou, aproximando-se. — O que me ofereceu papel.

Sem saber o que responder, assenti com a cabeça. Aquilo não podia estar acontecendo. Eu precisava sair dali o mais rápido o possível.

Metade de mim queria correr para a porta, mas a outra me mantinha ali, parado. Talvez porque eu não conseguia dar as costas para Yoongi, talvez porque eu tivesse medo de atrair a atenção de mais pessoas.

— Você é um stalker?

A risada que escapou de meus lábios foi alta. Eu esperava qualquer coisa, menos aquilo.

— Eu estou falando sério. Todas as vezes que venho aqui, você também vem. Por acaso está me seguindo? — Sua pergunta foi claramente retórica, porque antes mesmo que eu pudesse responder, ele continuou: — Tudo bem, pode ter sido coincidência, mas é muito estranho. Isso nunca aconteceu comigo antes. E você está sempre aqui, coberto, no fundo da sala. É um stalker, não é? Você parece um stalker...

Eu sabia que se não o respondesse, suas suspeitas aumentariam ainda mais, então, mesmo sendo arriscado, falei o mais baixo o possível.

— Eu não sou um stalker. É só coincidência, okay?

— Sei... E por que você sempre está escondido? Por que não vira para mim? Não quer que eu te veja?

Engoli em seco, sem reação. Eu já estava completamente perdido, mesmo. Não ia adiantar nada tentar escapar sem lhe dar uma explicação. Lentamente, girei os calcanhares, finalmente encarando-o.

Yoongi estava muito bonito, como todas as outras vezes em que eu o vi. Porém, parecia tão irritado e confuso quanto no início do filme. Sua expressão fez meu coração se apertar e eu, rendido, tirei o chapéu e abaixei a máscara. Imediatamente, seus olhos se arregalaram e sua boca se abriu em surpresa.

— Entendeu agora por que fico coberto?

— Park Jimin? Ator do filme? É você mesmo?

Eu sorri, contente.

— Sim. Sou eu mesmo. E eu preciso ir embora — sussurrei, indicando a porta com a cabeça

— Mas... o quê? — perguntou, confuso.

Antes que eu pudesse responder, ouvi passos às minhas costas. A luz de uma lanterna iluminou o rosto do Min sobre o meu ombro.

— Vocês dois aí — chamou a lanterninha —, saiam já da sala. Precisamos arrumar as coisas. Vão conversar lá fora.

Entrei em pane, sem saber o que fazer. Eu devia ter fugido o mais rápido o possível quando tive a chance. Se ela me visse, não ia conseguir sair dali tão cedo. E, além de ser muito perigoso, eu definitivamente não estava pronto para ouvir uma bronca colossal dos meus agentes.

Acho que Yoongi percebeu meu desespero, porque rapidamente puxou-me por uma das mãos, andando até a saída do lado contrário para que eu não precisasse me virar para a mulher atrás de mim.

— Estamos indo, estamos indo — avisou, sinalizando para que eu puxasse a máscara para cima de novo.

Tentei me cobrir o máximo possível com minhas roupas e o chapéu que usava e o segui pelo corredor. Sua mão ainda apertava a minha enquanto ele me guiava pelos corredores.

— Estacionamento? — perguntou, olhando para trás.

Eu apenas assenti, sabendo que ele provavelmente não me ouviria no meio do barulho das conversas de outras pessoas pelo shopping.

O Min continuou me guiando pelos corredores apertados de banheiros e almoxarifados até entrarmos em um elevador de emergência.

— Tudo bem usarmos esse elevador? — perguntei, preocupado.

— Se está tudo bem, eu não sei — respondeu, sorrindo —, mas é menos arriscado do que pegar o elevador normal.

Também sorri em resposta. Seu sorriso era contagiante.

Eu mal podia acreditar que estava conversando com Yoongi e que ele havia me ajudado a sair do shopping em segurança. Parecia uma situação de filme, mas independente disso, eu estava completamente grato pela ajuda — e isso só me deixava ainda mais eufórico por estar ali.

— Então você vem assistir aos seus próprios filmes, Park Jimin?

— Não exatamente. Eu venho assistir às pessoas. — Vendo sua confusão, expliquei: — Parece estranho, eu sei, mas gosto de ver as reações das pessoas enquanto elas assistem. É genuíno, momentâneo e muito especial para mim. Me ajuda a entender se estou fazendo um bom trabalho ou não.

— Isso é bem legal, na verdade. Mas não é arriscado demais?

Seu olhar preocupado caía sobre mim como um manto — eu me sentia como se estivesse flutuando ali, completamente imerso no momento.

— É, sim. — Ri, dando de ombros. — Mesmo assim, é importante para mim, então vale o risco.

Yoongi assentiu, sorrindo timidamente mais uma vez em minha direção antes de virar para frente para sair do elevador. Agradeci mentalmente por ele não ter visto o sorrisinho bobo que se abria em meus lábios.

Assim que coloquei os pés para fora, puxei conversa de novo, não querendo deixá-lo ir ainda.

— Você gostou do filme? — perguntei antes que ele apertasse os botões do elevador.

Yoongi colocou a mão entre as portas, para evitar que elas se fechassem.

— Adorei. Não costumo ver o mesmo filme muitas vezes, sabe? Mas “Amor em Daegu” é muito bom. Não queria esperar meses para assistir de novo, então acabei voltando algumas vezes.

Eu já havia lido sua opinião um milhão de vezes na postagem do blog que eu teimava em reler todos os dias, porém o ouvir dizer aquelas palavras pessoalmente era uma sensação completamente diferente. Era uma completa euforia.

— Fico feliz. De verdade, fico muito feliz em saber que você gostou. — Ponderei por alguns segundos se deveria falar mais ou não, mas aquela poderia ser minha única chance de falar com ele, então soltei: — Eu acompanho seu blog.

Seus olhos se arregalaram em surpresa, e o tom vermelho que tomou suas bochechas o deixou extremamente fofo.

— Ai, minha nossa — murmurou, desviando o olhar para os próprios pés. — Que vergonha. É bastante amador, não é?

— Não! Eu adoro, sério! E fiquei muito surpreso quando vi a postagem de "Amor em Daegu".

Eu só iria omitir o quanto havia surtado a esperando e as dezenas de vezes que havia relido aquele texto.

— Eu realmente gostei muito. Não costumo comentar muito sobre romances, apesar de assistir bastante, mas não consegui não falar do seu filme. O final me deixou destruído. É tão triste eles não poderem terminar juntos!

A vontade de apertá-lo aumentou e eu aproveitei dela para me encher de uma coragem inesperada.

— Acho que vou voltar mais algumas vezes para assistir. Se você estiver por aqui, não vamos nos evitar de novo, okay?

— Okay. Normalmente venho de noite, depois do trabalho. Então, se você também estiver por aqui...

— Tudo certo, então. De noite. Okay. — Sorri, contente com o rumo daquela conversa. A ficha sobre o que estava acontecendo ainda não havia caído, então eu me sentia confiante demais. — Nos vemos alguma hora, Yoongi!

— Nos vemos alguma hora — concordou, acenando para mim enquanto liberava a porta do elevador. — E, ei, Jimin!

— Oi? — respondi, surpreso.

— Sobre o que você me contou agora há pouco — começou, coçando a nuca como se estivesse envergonhado —, você está fazendo um bom trabalho, sim.

As portas do elevador fecharam-se e eu fiquei sozinho encarando o ponto onde ele esteve por alguns segundos.

Lentamente me dei conta do que havia acabado de acontecer. Parecia ter sido um sonho muito estranho. Em uma só noite, eu conversei com Min Yoongi. E agi como um adolescente explorando sua primeira quedinha. E combinei de encontrá-lo outras vezes. E também tinha acabado de ouvir um elogio. E...

Resmunguei comigo mesmo, frustrado pela forma como reagi. Em menos de vinte minutos quase fugi dele, combinei de encontrá-lo ali outras vezes e revelei que acompanhava seu blog.

Entrei no carro, relaxando ao trancar as portas e descansei a cabeça no volante.

Aquela fora uma das situações mais aleatórias que eu já experienciei, mas, sem dúvidas, uma das mais gostosas dos últimos tempos. Eu estava um pouco envergonhado, não podia negar, mas muito animado para próximos momentos como aquele. Para os momentos em que eu iria ver Min Yoongi de novo.

[...]

Entrei na sala de cinema sentindo um nervosismo um pouco diferente do que normalmente sentia. A tensão de ser descoberto havia dado lugar à expectativa. Expectativa de vê-lo novamente.

Yoongi estava no mesmo lugar de sempre, no fundo da sala. Daquela vez, ele havia chegado muito antes do horário da sessão, provavelmente tentando evitar as outras pessoas.

Parei ao seu lado, sorrindo por trás da máscara.

— Oi.

— Oi, Jimin — sussurrou meu nome com um sorriso brincalhão nos lábios.

Sentei-me ao seu lado, garantindo que estava encoberto tanto por minhas roupas quanto por sua figura.

— Toma — disse, estendendo o pote de pipoca. — Peguei para a gente dividir. Tudo bem?

— Tudo! Obrigado! — respondi, sentindo minhas bochechas queimarem.

Eu nunca havia tido muitas experiências como aquela, mas os diversos filmes de romance adolescente que eu vi durante a minha vida inevitavelmente me fizeram pensar naquilo como um primeiro encontro.

Balancei a cabeça para afastar o pensamento. Nós éramos dois adultos e estávamos ali apenas para assistir um filme juntos. Não importava quantas vezes Taehyung me atazanou, brincando sobre como eu estava ansioso para que aquela noite chegasse logo.

As pessoas lentamente começaram a entrar na sala. Eu me encolhi automaticamente pelo costume de temer ser pego. Percebendo isso, o Min inclinou-se na minha direção para que ninguém conseguisse me ver em meio ao cinema já quase escuro.

— Obrigado — agradeci, um pouco tímido com a proximidade.

— Imagina — respondeu, desviando o olhar. — Não sei como você consegue fazer isso toda vez, deve ser estressante demais.

— Acho que eu me acostumei. — Ri, tentando descontrair. — A adrenalina é divertida, depois de um tempo fica mais tranquilo.

— Ninguém nunca te descobriu?

Seus olhinhos brilhavam cheios de expectativa e preocupação de uma forma tão fofa que me faziam querer apertar suas bochechas.

— Uma vez aconteceu.

— Oh?

— Mas deu tudo certo. Ele me ajudou a sair do cinema, sabe? E nós nos encontramos de novo depois.

Yoongi começou a rir baixinho, entendendo que eu estava falando dele, e eu só pude sorrir bobo com a sua reação.

O som alto do primeiro trailer nos fez encarar a tela, logo nos ajeitamos nas cadeiras para começar a ver o filme.

Apesar de ir constantemente ao cinema, fazia muito tempo que não ia acompanhado por outra pessoa. A sensação de ter alguém ao meu lado para comentar as cenas, dividir pipoca, ou só fazer companhia, era muito, muito boa.

Conforme os minutos passavam, eu observava as pessoas sentadas à nossa frente, observava a telona, e observava o homem ao meu lado — o mais discretamente possível para não ser pego. Era interessante ver suas reações depois de saber um pouco mais do que ele pensava das cenas.

Distraído de novo com o filme, estendi a mão para pegar um pouco da pipoca que estávamos dividindo, mas, para a minha surpresa, não foi na pipoca que eu toquei.

Assim que encostei nos dedos de Yoongi, trouxe minha mão de volta para perto do corpo, sentindo a vergonha tomar conta de mim. Respirei fundo, tentando me acalmar, sem saber como reagir.

Olhei de lado para ele, que também me olhava meio perdido, balancei as mãos para indicar que estava tudo bem. Nós dois voltamos a atenção para o filme, tentando ignorar aquele momento constrangedor.

Porém, a calmaria não durou muito. Quando a cena final, causadora dos choros de Yoongi, aproximou-se, resolvi provocá-lo para tirar sarro das outras vezes que o vira chorar.

O que eu não esperava era que ele fosse ter a mesma ideia de virar para falar comigo.

Parei com meu rosto a centímetros do seu. Congelado. Meu coração nem sequer parecia bater mais. Nós nos encaramos, os olhos arregalados em pura surpresa, sem conseguirmos nos separar. O choque era tamanho que qualquer movimento parecia ser brusco demais.

Automaticamente, analisei os detalhes de seu rosto, estando tão perto que podia até mesmo notar suas pintinhas. Foi só quando percebi que ele ainda olhava em meus olhos que consegui me afastar, subitamente tímido demais para continuar tão perto.

— Desculpa — sussurrei.

— Tudo bem. Desculpa também.

Assenti, ajeitando-me na cadeira. Não estava tudo bem. Apesar de constrangedor demais, o momento não havia sido de todo ruim. E isso era o que me preocupava.

Era para eu estar me remoendo de vergonha, e não sentindo aquela sensação estranha na barriga. Uma sensação de expectativa que surgia pequena e ia tomando conta de todo o meu peito, e que persistiu em ficar até que o filme acabasse.

No momento em que os créditos começaram a subir, o Min se levantou, liberando a passagem para que nós dois corrêssemos para a porta.

Trocamos poucas palavras enquanto percorríamos o mesmo caminho que havíamos percorrido algumas noites antes. Foi só quando já estávamos sozinhos no elevador de emergência que pude relaxar para conversar.

— Foi gostoso — disse, mais tranquilo em finalmente poder falar com ele sem me preocupar tanto com as outras pessoas.

— Foi mesmo. Sinceramente, eu não estou muito acostumado com toda essa tensão de se esconder e tudo mais... mas foi bem divertido até. Me senti em um filme.

Eu ri, dando de ombros, já acostumado.

— Espero que não tenha sido muito estressante para você.

— Não, não. Está tudo bem. — Sorriu, tentando me tranquilizar. — Foi bem legal. Fazia tempo que eu não vinha ao cinema com outra pessoa.

— Eu também! Nossa, fazia muito tempo! Tinha até esquecido o quão bom era ter uma companhia nesses momentos! E você é uma companhia muito boa, Yoongi.

Desviou os olhos para o chão, parecendo tímido.

— Você quer fazer de novo?

— Oi? — perguntei, no automático, logo sentindo vontade de bater em minha própria testa.

“Oi”? Por que diabos havia reagido daquela forma quando a resposta que eu queria dizer era claramente “Sim!”?

— É... quer dizer... — Engoliu em seco, ainda sem me olhar nos olhos. — Você quer se encontrar aqui de novo? Para assistir ao filme e tal...

— Quero! — respondi, sem perder mais tempo. — Quero sim. Nós podemos assistir outras coisas também, se você quiser, é claro.

Naquele mesmo instante, a imagem de Taehyung zombando de mim me veio à cabeça. E, daquela vez, eu não poderia discordar do meu amigo. Eu estava agindo como um adolescente em seu primeiro encontro, mas, sinceramente, era uma sensação gostosa demais para que eu me importasse.

— Na verdade, tenho algo para te perguntar.

— O quê? — questionou, confuso.

— Quer ir jantar comigo? — soltei, enchendo-me de uma coragem que eu não sabia que tinha.

— Jantar, tipo... Jantar?

Seu semblante trazia uma mistura de confusão e expectativa. Eu me dividia em querer dizer o quão fofo ele parecia e em garantir minhas melhores intenções.

— Jantar, tipo, ir em um encontro comigo.

Seus olhos se arregalaram em descrença, sua boca abriu e fechou enquanto ele pensava no que dizer. Por alguns segundos, eu me arrependi de ter perguntado. Não por não querer — eu queria muito —, mas por sua reação.

E se ele me achasse doido demais? Ou rápido demais? Ou imaturo? Ou...

— Tudo bem. Eu ia adorar.

— Ia? — perguntei, no automático, sentindo um sorriso se abrindo em meus lábios.

— Ia — respondeu, rindo. — Você também é uma boa companhia, Jimin.

Eu iria explodir.

— Quando eu poderia imaginar que o cara que me fez chorar assistindo um filme ia me chamar para sair? — brincou, revirando os olhos.

— Quando eu poderia imaginar que o cara que me fez começar a assistir filmes de terror ia aceitar sair comigo?

— Eu fiz?!

— Acredite, você fez uma das pessoas mais medrosas do mundo assistir filmes de terror, simplesmente porque falou que eram bons.

Yoongi riu alto, franzindo o nariz.

— Não ria! Eu passo noites sem dormir depois que eu assisto. — Isso só o fez rir ainda mais. — É sério! Me dá muito medo, mas eu sempre fico curioso.

— Ah, céus — murmurou, limpando as lágrimas que se juntavam no canto de seus olhos. — Vamos assistir a um filme desse estilo juntos, algum dia.

— Vamos, sim! — concordei de prontidão, pronto para aceitar qualquer chance de vê-lo novamente.

O barulho das portas do elevador abrindo nos tirou do momento gostoso. Doía um pouco saber que estávamos tão perto de dizer tchau — mesmo que fossemos nos ver de novo em algum outro momento.

— Me passa seu número? Para irmos combinando certinho — pedi.

— Claro!

Minhas mãos tremiam um pouco enquanto eu entregava meu celular.

Se eu estivesse assistindo esse momento em um filme, certamente xingaria o personagem. Mas, como aquela era a minha vida real, apenas ignorei a forma como eu estava reagindo, prometendo para mim mesmo que ia contar para Taehyung uma versão um pouquinho diferente de como tudo havia acontecido.

— Pronto. — Devolveu o celular, olhando em meus olhos e abrindo um sorriso fofo. — Obrigado por hoje, Jimin. Não imaginei que fosse ser tão divertido, mas foi bem legal assistir “Amor em Daegu” com você.

Eu ia derreter e virar uma poça no meio daquele estacionamento.

— Eu também gostei muito. Gostei de te conhecer, Yoongi.

Juntando toda a coragem que ainda havia em mim e um pouco da impulsividade que já me era natural, abracei-o em despedida.

— Nos vemos logo, então.

O Min entrelaçou seus braços às minhas costas.

— Até mais, Jimin.

Separei o abraço com o coração apertado, querendo ficar pelo menos mais um pouquinho naquele momento.

— Até, Yoongi. Obrigado por hoje. E por me ajudar aquele dia.

— Imagina — respondeu, abrindo o sorriso que eu rapidamente havia passado a adorar. — Obrigado pelos guardanapos.

Nós nos despedimos rapidamente com um aceno. Eu o esperei voltar para o elevador sem desviar o olhar até que as portas se fecharam.

Quando estava completamente sozinho no andar, sorri animado. Eu sentia vontade de dançar, de pular, de ligar para Taehyung e contar cada detalhe daquela noite. Poderia ser meu espírito de ator de romance me deixando daquela forma, ou talvez fosse apenas a única reação possível após ter um quase-encontro com Yoongi.

Se já estava assim naquele momento, mal podia imaginar como iria me sentir quando realmente combinássemos nosso jantar.

Entrei no carro, sentindo que ia explodir de felicidade a qualquer momento. Era como se eu estivesse vivendo um romance como aquele em que encenei dezenas de vezes.

Eu só esperava que esse romance não tivesse um final como “Amor em Daegu”, e que eu conseguisse juntar toda a minha experiência como galã para conquistar o coração de Min Yoongi.

Porque eu já estava total e completamente caidinho por ele.

~~



Notas finais: Foi isso ksjdsk T-T queria eu encontrar um Jimin no cinema kdjskj brincadeira!

Espero que tenham gostado. Muito obrigada por ler <3

Logo mais tem um extra mostrando um pouquinho de como foi esse encontro!

4 de Octubre de 2021 a las 19:15 0 Reporte Insertar Seguir historia
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