finyoongi lilly lilly

Onde Jimin conta como foi sua experiência de quase morte e de como Jungkook o salvou.


Fanfiction Bandas/Cantantes Sólo para mayores de 18.

#Bts #Jungkook #Jimin #Jikook #kookmin #oneshot
2
2.4mil VISITAS
Completado
tiempo de lectura
AA Compartir

Antidepressivo

Dedicado à todos aqueles que, assim como eu, lutam contra suas batalhas internas, todos os dias.


°•°•°•°•°•°•°•°


O desespero beirava o insuportável. A cada dia, o sofrimento - físico ou emocional - ficava mais intenso e viver tornava-se um fardo pesado e angustiante. Minha dor parecia incomunicável; por mais que eu tentasse expressar a tristeza que sentia, ninguém parecia me escutar ou compreender.


A vida perdeu o sentido.


O mundo ao meu redor ficou insosso.


Eu sonhava com a possibilidade de fechar os olhos e acordar num mundo totalmente diferente, no qual minhas necessidades fossem saciadas e eu me sentisse outro.


Será que a morte é o passaporte para essa nova vida?, eu pensava.


Atire a primeira pedra quem nunca pensou em morrer para escapar de uma sensação de dor ou de impotência extremas.


Eu quis experimentar, pelo menos uma vez na vida, um momento de profundo desespero e de grande falta de esperança. Não desejei, de fato, me matar, apenas cogitei morrer - morrer para escapar do sofrimento, para me vingar, para chamar a atenção ou para se lembrarem.


Os adjetivos são mesmo esses: extremo, insuportável, profundo. Mas, aos poucos, os meus sentimentos e ideias se reorganizaram. Minhas experiências cotidianas passaram a fazer sentido novamente e eu consegui restabelecer a confiança em mim mesmo. O suicídio, então, me soava como um desatino.


A pergunta que fica é: por que algumas pessoas desistem e outras não?


A resposta é: existem várias causas - como perda do emprego, fracasso amoroso, morte de um algum parente ou falência financeira - que agem como o último empurrão para o suicídio. Talvez possa ser algo que aconteceu ao longo da vida ou no passado que leva o indivíduo à isso.


Eu descobri uma saída, procurei apoio, encontrei compreensão. Aquele desejo autodestrutivo, aquela vontade de resolver todos os problemas num golpe só, se diluiu. E eu segui adiante.


Por um momento.


Mais à frente, no entanto, não consegui encontrar uma alternativa. O suicídio me pareceu ser a última cartada, o xeque-mate contra o sofrimento, um gran finale para uma vida sem sentido, para um presente pesado demais ou para um futuro por demais amedrontador.


E eu quis me matar.


Logo, no entanto, eu já não sabia mais se queria morrer ou viver, se queria dormir ou ficar acordado, fugir da dor, agredir outra pessoa ou, de fato, encontrar o mundo que fantasiava. Afinal, eu tinha diante de mim duas iniciativas complexas e contraditórias a conciliar naquele momento: tirar a vida e morrer; viver e seguir em frente.


Mas, eu optava mais pela primeira opção. O suicídio ocorreria, então, num instante em que eu me encontrasse quase fora de mim, fragmentado, com os mecanismos de defesa do ego abalados e, por isso, "livre" para atacar a mim mesmo.


Ninguém nunca deixa de ter um bom motivo para o suicídio.


A minha angústia existencial sempre fornecia justificativas para a minha morte. Eu sempre enxergava a vida sem sentido e prevalecia em mim um sentimento neurótico de desvalia, derrota e de baixa auto-estima. Daí a criação de fantasias em torno da morte.


Por que eu não fui ouvido? Todos davam conselhos, mas ninguém ouvia o que eu tinha a dizer. Eu, portanto, ficava com a impressão de que não existia para o mundo.


Incapaz de comunicar a minha própria dor, eu recorria a algumas fantasias para justificar a mim mesmo a autodestruição. A busca de uma outra vida era uma das mais comuns. Eu enxergava no suicídio a oportunidade de interromper uma existência infeliz e recomeçar, com uma nova chance para acertar. Matar-me também podia ser um jeito de acelerar o encontro com a paz que eu precisava e almejava.


Como alguém tenta o suicídio e diz que não quer morrer?


Na verdade, eu queria acabar com uma situação de desespero. Como não conseguia ver outra alternativa, recorri ao suicídio. Mas, ao me deparar com a possibilidade concreta da morte, percebi que não queria, de fato, morrer.


O arrependimento foi imediato. Reconheci que foi uma atitude impulsiva, desesperada, ansiosa.


Como eu posso afirmar isso? Vou contar como entrei nessa situação.


Eu havia acabado de completar dezenove anos. Meus amigos e família se juntaram para me fazer uma festa surpresa, no apartamento do meu namorado da época, Kim Namjoon. Como não sabia que ocorreria a festa, eu convidei um outro amigo não tão próximo, para jogar videogame em minha casa, já que estávamos nos sentindo muito pressionados por causa das provas e trabalhos da faculdade.


Min Yoongi terminou por ficar para dormir por lá, já que não queria voltar e ter de lidar com seu namorado - com o qual estava brigado -, Hoseok. Quando estava saindo do banho, me deparei com Namjoon em frente à minha cama, na qual Yoongi estava deitado, já dormindo, virado para o lado oposto e inconsciente.


Naquele dia brigamos. Namjoon me acusou de traição e me disse coisas cortantes, me senti como se de fato estivesse traindo-o. Chamei Yoongi para ir à festa comigo, já que Namjoon já havia me contado sobre. Ele se sentiu constrangido, negou, me agradeceu pela tarde e foi embora.


Depois da festa, Namjoon e eu discutimos mais e isso passou a se tornar constante. Ele sempre sentia ciúmes de Yoongi próximo à mim e isso fez que o último se afastasse de vez.


Chateação preenchia meus sentimentos assim como o cansaço. Eu já não sabia mais o que fazer e estava começando a me isolar cada vez mais. Aquilo estava me destruindo emocionalmente e eu já apresentava alguns pensamentos depressivos.


Até que, em uma de nossas brigas, ele terminou comigo.


Eu, desesperado e já cansado de tudo, tentei me suicidar tomando um agrotóxico letal. A substância provoca, em algumas semanas, uma espécie de fibrose pulmonar que impede a respiração normal e eu morreria sufocado.


Eu tomei o veneno, não na intenção de morrer, mas, sim, afim de me livrar da rejeição que senti. Eu queria me livrar daquele sentimento ruim; a única pessoa que havia gostado de mim em todo esse tempo, havia me deixado.


Em pouco tempo, fui parar no hospital. Tive uma crise em meio à uma aula e me levaram para a enfermaria, mas como não conseguiram me ajudar, tiveram que me encaminhar para um centro médico.


Senti que ali seria o meu fim. Morreria por falta de ar. O desespero era real, eu sentia que não melhoraria, que tudo o que fizessem seria em vão. Os médicos não podiam fazer mais nada, mas eu suplicava para que não me deixassem morrer. O meu pânico era real, sabia que não sairia vivo de lá. De repente, a escuridão me engoliu.


Quando acordei mais tarde, estava atordoado, na cama do hospital ligado à um soro. No mesmo quarto, sentado na cama ao lado estava um outro rapaz, muito bonito por sinal e que me encarava. Ele se apresentou como Jeon Jungkook e começamos a conversar. Me contou que tinha caído de moto e que estava com algumas queimaduras e machucados na perna esquerda. A queda havia sido provocada, porque ele queria expressar sua rebeldia momentânea e bateu em uma árvore. Eu ri, pois ele contava com uma certa alegria.


Então, me dei conta de que estava vivo.


Eu não soube exatamente o que senti no momento, mas foi algo entre euforia e felicidade com confusão. Me recordava do que havia feito e não pude evitar o sentimento do arrependimento. Eu sabia que havia feito errado, mas não achei outra saída. Automaticamente pensei em minha mãe; será que ela estaria bem? Com certeza ela estaria chateada comigo, mas não poderia julgar. Afinal, eu a decepcionei.


Naquele mesmo dia, mais tarde, ela apareceu no quarto em que eu estava. Conversou comigo, chorou e disse que se sentia uma péssima mãe por não notar o que acontecia comigo, já que estava mais preocupada em se divorciar. Eu a confortei da minha maneira, mesmo que o sentimento de culpa prevalecesse fortemente em mim.


No outro dia eu pude voltar para a minha casa, onde pude voltar a viver minha vida normalmente, tentando deixar o que havia acontecido para trás. Não pude evitar de pensar em Jungkook. Eu mal o conhecia, mas senti um sentimento de leveza ao falar com ele. Me senti na obrigação de voltar ao hospital e agradecê-lo por ter me feito sentir melhor ao passar boa parte do tempo falando comigo e por ter me ajudado um pouco, mesmo sem saber do acontecido. Ele ficou surpreso. Aquela tarde foi regada de boa conversa e muitas cantadas (de brincadeira) vindas de sua parte.


Com o passar dos dias, fomos ficando mais próximos, e, logo, nos tornamos amigos. Jungkook se mostrou maravilhoso nesse tempo, me apaixonei rápido. Mas, eu tinha medo. Medo de me envolver novamente e de ele fazer pior comigo, medo de me prender a ele e tentar me matar outra vez, medo de tantas outras coisas... eu gostaria de voltar no tempo e poder mudar minha história e fazer tudo diferente. Eu me arrependia do feito e sentia que havia fracassado de algum jeito, duvidando se conseguiria seguir em frente. E sentia muita culpa por ter tentado tirar minha própria vida.


Passei muito tempo me negando a aceitar os sentimentos que nutria por Jungkook e vice-versa. Isso durou por quase um ano, e depois de muito esforço, consegui aceitar o seu pedido de namoro. Jungkook era... diferente. Seu jeito engraçado, a forma leve e libertina em que levava a vida e como contagiava a todos com sua felicidade. Graças a ele, consegui contato com Yoongi novamente. Voltamos à uma amizade, me aproximei mais de seu namorado e conheci seus amigos - que logo também se tornaram meus e de Jungkook. A propósito, Taehyung e Seokjin eram um casal maravilhoso, ambos lindos e encantadores.


Fui levando minha vida como pude. Uma vez perguntei para Jungkook o porquê de ele ter me contado de seu acidente de forma tão animada. Ele simplesmente me respondeu que estava feliz porque havia ganhado mais uma experiência e marcas que o faria lembrar daquele dia. Me disse que não podemos mudar nosso passado e apagar atitudes, mas que podemos mudá-las. Aprender a lidar com tudo o que vivemos e passamos não é fácil, mas o primeiro passo tem que vir de nós mesmo.


Eu fiz terapia por um longo período da minha vida, tive algumas recaídas por conta da culpa que carregava, mas Jungkook sempre estava lá para mim, o que me fazia amá-lo cada vez mais. Em cada momento, em cada lágrima, em cada olhar. Apesar de ter ele sempre perto, eu quem tive a primeira atitude e a força de vontade de procurar uma ajuda profissional. Eu estava cansado de toda a confusão que sentia, mas queria mudar e, dessa vez, sem me sabotar. Eu queria provar às pessoas e à mim mesmo que eu era capaz. Que eu sou capaz.


É fácil apontar e julgar o problema dos outros como simples quando não passamos por aquilo. As pessoas costumam diminuir os problemas alheios por pensarem que os dela são piores. Infelizmente, não podemos mudar a visão delas e nem forçá-las a abrir os olhos. Elas só os fazem, quando passam por situações parecidas.


Eu encontrei a minha cura no amor de Jungkook. Cada um tem a sua cura, alguns já a encontraram, outros ainda a procuram. Mas, o que realmente importa, é nunca desistir. Nem todos vão encontrar a sua cura no amor, como eu. Pode estar em uma amizade, família, algum bichinho ou até mesmo em algo que a sociedade julga ser "sem sentido". Eu acredito que cada um vai conseguir sair disso, mesmo que o maior causador de seu problema seja a sua mente.


Hoje sou um arquiteto, casado com Jungkook e tenho duas filhas e um garoto, os três adotados.


Meu nome é Park Jimin, essa é minha experiência de quase morte e Jeon Jungkook é o meu anti-depressivo.


Haverão pedras e pedras em seu caminho, mas não desista. Há alguém que se importa e precisa de você.


°•°•°•°•°•°•°•°


Oi.


Eu escrevi isso após um leve surto de ansiedade, mas confesso que meu plano era publicar essa oneshot no dia 1° de setembro. Não deu certo, mas aqui está.


Obrigada por terem lido e espero que tenham gostado.


Até uma próxima :)

8 de Julio de 2021 a las 02:16 0 Reporte Insertar Seguir historia
0
Fin

Conoce al autor

lilly lilly ᖴɩᥴωɾɩtᥱɾ, tɾᥲᑯᥙtoɾᥲ ᥱ ᑲᥱtᥲɾᥱᥲᑯᥱɾ ⇝ 𖥻 ✧ : mყ hᥱᥲrt ιs fᥙᥣᥣ of ᥣovᥱ for s᤻ᥱ᤻v᤻ᥱ᤻ᥒ᤻ boყs ᥲᥒd ᥕιᥣᥣ ᥴoᥒtιᥒᥙᥱ ᥣιkᥱ thιs for ᥱtᥱrᥒιtყ. ՞ 𝐁𝐓𝐒 ! - 사랑, ﹪ ʝɩƙooƙ + ყooᥒ⳽ᥱoƙ + tᥲᥱʝɩᥒ Fɑçɑ seu pedido de betɑgem ɑqui: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfAqv6gY3oIpd50pW2WT84GsJyw2I3g3zzImXXK52OMU3i0hA/viewform?usp=sf_link

Comenta algo

Publica!
No hay comentarios aún. ¡Conviértete en el primero en decir algo!
~