maxrocha Max Rocha

Não somos atingidos pelo que não vemos.


Historias de vida No para niños menores de 13.

#sociedade #desigualdade #drama
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A beleza da favela

A rua principal subia num serpenteio sem-fim, até onde a vista não alcançava mais. E lá no alto se viam as pipas multicoloridas, com suas rabiolas soltas ao vento, investindo no vazio do céu, soberanas.


Do alto do cruzeiro avistavam-se as pequenas construções, algumas sem reboco, outras mais bem acabadas, parecendo escalar as escarpas do morro. De longe se sobressaíam muitos terraços; muitos varais plenos de roupas. Às vezes uma ou outra bela morena se aquecendo ao sol. As vielas num vai-e-vem ininterrupto; um sobe-e-desce humano, tal como um enorme formigueiro.


À distancia não se percebiam os odores fétidos dos focos de esgoto, aflorando ladeira abaixo; tampouco se viam as armas, ostentadas de forma corriqueira... e não se ouviam os impropérios dos bares de esquina.


De longe não se divisavam os gatos sobre a rede elétrica e as vans piratas até pareciam confortáveis. De longe não se percebiam o choro convulsivo que às vezes emanava das muitas paredes de madeira velha; choro sentido de criança, de adolescente, de mãe, de avó... diante da realidade crua.


De longe as crianças pareciam felizes.


De longe a favela era bela, tal qual uma tela de Portinari ou de Romero Britto...

19 de Mayo de 2021 a las 20:27 0 Reporte Insertar Seguir historia
5
Fin

Conoce al autor

Max Rocha Médico e escritor amador, a procurar nas letras um alento para o cotidiano. Especialização na área do envelhecimento, mas com contato frequente com diversas faixas etárias, familiar e profissionalmente, fato inspirador de diferentes motivações literárias. Interesso-me por ficção histórica e científica, suspense, misticismo e mistério com um toque de humor. Às vezes enveredo pelo tom crítico e motivacional. Escrevo ouvindo música instrumental relacionada com o tema no Spotify.

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