chiisanahana Chiisana Hana

A atriz Paradox escolheu a mesma carreira de seu ídolo, Shiryu Suiyama, para um dia ter a chance de contracenar com ele. Quando aconteceu, não foi bem como ela esperava. Universo Alternativo. História escrita para Desafio Cinematográfico, um desafio promovido pela comunidade Saint Seiya Super Fics Journal.


Fanfiction Anime/Manga No para niños menores de 13.

#saintseiyaomega #saintseiya #sobrenatural #universoalternativo
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Capítulo Único

Saint Seiya e Saint Seiya Omega não me pertencem. Eu escrevo por diversão e não ganho nada além disso.


A FEBRE
Chiisana Hana

Paradox gemia automaticamente enquanto Shiryu se movia sobre ela. Precisava parecer louca de tesão como dizia o roteiro e achou que realmente ficaria ao fazer esse tipo de cena com ele, mas a verdade é que estava absurdamente constrangida, com aquele tapa-sexo minúsculo e os seios expostos diante de uma equipe de vinte pessoas e... dele.

Ele. Shiryu Suiyama, o homem que se movia sobre ela e que também usava um tapa-sexo que não deixava muita margem à imaginação.

Ele a quem ela amou desde o primeiro segundo, quando ainda era criança e foi socorrida por ele do acidente de trânsito em que perdeu os pais. Desde então, ela alimentava esse amor que sentia por seu salvador, na esperança de um dia casar-se com ele.

Órfã de pai e mãe, a garota foi encaminhada para um orfanato. Nos primeiros anos depois do acidente, ele a visitou nos feriados e datas comemorativas, mas com o tempo as visitas foram ficando mais espaçadas, até pararem de vez. Desde então, Paradox só sabia dele através dos filmes que fazia e das notícias que lia nas revistas de fofoca. Foi numa dessas que soube que ele tinha se casado. Chorou a noite inteira e passou dias sentindo uma náusea inexplicável.

Quando saiu do orfanato, lutou para ter a mesma carreira dele na esperança de, quem sabe um dia, contracenar com o ídolo. Também queria ter a chance de frequentar o mesmo meio, quem sabe encontrá-lo em alguma festa, tentar alguma aproximação. Trabalhava duro em um supermercado de dia para pagar o curso de teatro que fazia à noite.

Depois de muitos testes frustrados, Paradox finalmente conseguiu um bom papel, no lugar das figurações que vinha fazendo ou dos papéis medíocres de amiga da amiga da prima da cunhada da mocinha. Era sua primeira protagonista e ela estava radiante! Só não esperava pela surpresa de quem seria seu primeiro galã: Shiryu Suiyama, o homem a quem ela idolatrava. Desmaiou quando recebeu a notícia e ganhou uma noite no hospital e um galo roxo na testa.

Quase desmaiou de novo depois de ler todo o roteiro do filme pois teria um romance com o personagem dele, o beijaria e, principalmente, teria essa fatídica cena de sexo. Ela sabia, tentou se preparar, achou que conseguiria ser profissional mas chorou desesperadamente na noite anterior à gravação da cena e entrou no set tremendo de medo.

Ele foi cordial, procurou deixá-la confortável e segura na cena, mas não importava. Paradox só pensava em sair correndo dali. Queria fazer tudo aquilo com ele e muito mais, mas de verdade e bem longe da equipe, das câmeras, das luzes, do diretor dizendo "pega mais aqui, aperta mais ali, geme mais assim", como ele estava fazendo. Deu graças a Deus quando o maldito diretor falou a palavra que ela mais queria ouvir: corta!

Apressou-se em vestir o roupão que a produção disponibilizou, apesar das pernas trêmulas e da cabeça girando. Deu um passo em falso e cambaleou, sendo amparada por Shiryu, que ainda estava só de tapa-sexo. Ele nunca se incomodava em ficar assim, exposto, pelo contrário, parecia até gostar, enquanto Paradox achava uma afronta ele ficar exibindo aquele corpo que ela desejava tanto e não podia ter.

Quando foram apresentados no primeiro dia de gravação, Shiryu reconheceu a garotinha a quem salvou e mostrou-se feliz com a incrível coincidência, mas ainda a via como a garotinha de oito anos a despeito de ela já ter vinte e três.

Desde que começaram a gravar o filme, voltaram a se aproximar e ela passou a frequentar a confortável casa onde ele vivia com a esposa e o filho de um ano que era uma cópia perfeita do pai. Sempre que ele a convidada Paradox ia, fingia se divertir, conversava com a esposa e brincava com o menino, mas chorava de raiva na volta para casa pois achava que era ela quem devia estar ali, ela que devia ser a mãe do menino!

– Parabéns, meu astro! – cumprimentou o diretor depois da cena. – Perfeito, como sempre. Já você, Paradox, pelo amor de Deus! Parecia uma estátua. Tive que chamar sua atenção várias vezes e mesmo assim não conseguiu deixar tudo exatamente como eu queria.

– Me desculpe eu... eu estava nervosa. Nunca tinha feito uma cena assim antes... é difícil e...

– Da próxima vez se solte! Enlouqueça, minha filha! Chacoalhe esses peitos!

– Pode deixar – disse engolindo a humilhação.

"Haverá uma próxima vez?" ela se perguntou. Não se lembrava de ter visto outra cena de sexo no roteiro e se apavorou diante da possibilidade de ter de fazer tudo de novo.

Shiryu finalmente vestiu o roupão e os dois foram conversando até o camarim.

– Eu vi que você estava muito constrangida – ele disse. – E não entendi, afinal, sou eu, seu amigo. Achei que você ficaria confortável comigo.

– Pois é, também pensei, mas acabei ficando nervosa – disse, embora estivesse pensando: "Confortável? Com você? Tá de brincadeira? Eu quase morri!"

– Da próxima vez vai ser mais tranquilo – ele disse e sorriu daquele jeito encantador que a fazia se derreter. – E no final das contas, acho que ficou bom você ter ficado constrangida daquele jeito... Acho que tinha a ver com a personagem. Ela tem muitos traumas, muito improvável que se soltasse na primeira vez.

– É – Paradox concordou e completou em pensamento: "Eu tenho medo é de você, seu infeliz. Por que ser tão lindo, tão perfeito e... casado?"

Ela entrou rapidamente no camarim para tentar se recompor. Ainda havia cenas para serem rodadas naquele dia e ela precisava estar pronta em cerca de meia hora. Mas como se recuperar daquilo?

"Ele. Quase pelado. Em cima de mim", ela pensava. Só agora, sozinha, conseguia ter a exata noção da cena. Reviveu os momentos em pensamento, imaginando-os reais e começou a sentir um calor percorrendo-lhe o corpo. Tanto calor que ela se enfiou debaixo do chuveiro. A água estava fria, mas não o suficiente para amainar a intensidade do calor. Minutos depois, quando a camareira entrou trazendo a roupa que ela ia vestir para a próxima cena, encontrou Paradox deitada no sofá, com o ventilador praticamente em cima dela, ligado na velocidade máxima.

– Está passando mal? – a mulher perguntou.

– Sim, eu estou – ela respondeu. – Estou morrendo de calor.

– Mas está tão fresquinho hoje, eu diria até que está ligeiramente frio.

– Mesmo assim estou com calor. Acho que vou entrar em combustão, Maria.

– Com-o-quê?

– Vou pegar fogo! Explodir! Virar cinzas!

A mulher providenciou uma bolsa com gelo e Paradox passou-a por todo o corpo, mas nada fazia a sensação parar. Chegou a hora de se vestir e ela deu graças a Deus porque o figurino era um vestido de alças bem fresco. No set, apesar do ar-condicionado gelado, Paradox suava e toda hora precisavam parar a cena para enxugar-lhe o suor e retocar a maquiagem.

– Minha filha, o que é isso? – o irritadiço diretor perguntou.

– Eu não sei... estou passando meio mal... – ela respondeu.

– Dá pra terminar?

– Dá sim... eu acho...

Com muito custo, terminaram a cena. O diretor disse que ela podia ir embora, mas que se cuidasse e amanhã voltasse a gravar sem se derreter.

Já em casa, Paradox ainda continuava com calor. Encheu a banheira com água fria, colocou todo o gelo que encontrou na casa e entrou nela. Melhorou temporariamente, mas quando saiu do banho a sensação voltou ainda pior.

– Mas que droga, esse maldito calor não passa! – ela exclamou de madrugada quando lutava para dormir. Ligou o ar-condicionado no máximo e mesmo assim havia aquele calor insuportável dentro dela. A sensação só piorava e ela começou a achar mesmo que ia entrar em autocombustão, pegar fogo e virar cinzas. Foi então que teve um insight e compreendeu o que poderia livrá-la daquilo: Shiryu. Só ele poderia… Ia se declarar de uma vez, colocar para fora todo o sentimento entalado dentro de si. Sabia que ele a rejeitaria, tinha certeza, mas talvez fosse necessário para ela esquecê-lo e seguir adiante. Paradox jogou um vestido leve sobre corpo e saiu.

Dirigiu feito uma louca, ultrapassando sinais vermelhos, fazendo retornos proibidos. Quando passou em um cruzamento sem parar, foi abalroada por outro carro que vinha no sentido contrário. Seu veículo capotou e foi jogado de encontro a um poste.

Paradox perdeu a consciência por alguns minutos e quando a recobrou, viu a movimentação frenética dos socorristas ao redor. Alguém lhe disse para ter calma, que logo dariam um jeito de tirá-la do carro, mas ela ouvia as vozes como se estivessem muito longe, quase como um eco. Depois alguém perguntou se sentia dor e ela disse que não. Começou a sentir-se letárgica e adormeceu. Sonhou que estava com Shiryu numa praia, mas o sol estava estranho, mais perto e meio azulado. Estavam deitados na areia, abraçados, despidos, e havia aquele sol extraordinário sobre eles. Então Paradox notou que já não sentia mais aquela febre, pelo contrário, havia uma brisa fresca soprando. Deitou a cabeça no peito de Shiryu e apreciou ouvir o coração dele batendo. Depois o beijou e aquilo foi a melhor coisa que ela já havia experimentado na vida. Mas, de repente, uma força puxou-a dos braços dele. Ela gritou para que ele a segurasse. Shiryu tentou, mas não consegui agarrá-la e ela foi ficando cada vez mais longe.

Quando abriu os olhos, Paradox sentiu-se estranha. Onde estava Shiryu? E a praia? O sol? Então lembrou-se do acidente. Não estava mais dentro do carro. Estava de pé do lado de fora, mas não sentia o asfalto sob os pés. Ao olhar para baixo, viu um corpo coberto por uma manta. Só uma mão estava aparecendo e, perplexa, ela reconheceu as próprias unhas esmaltadas de vermelho.


19 de Marzo de 2021 a las 00:22 0 Reporte Insertar Seguir historia
1
Fin

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