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Laura Oliveira


Inspirado em um caso real, "O Assassino do Zodíaco" conta a história de Valentina Zaga, uma jornalista recém formada que se muda para a cidade de Nova Iorque para trabalhar em um dos grandes jornais impressos da grande metrópole. Certo dia, um bilhete chega no trabalho de Tina anunciando a volta do famoso assassino do zodíaco. Para ter um destaque no trabalho, Tina vai atrás do assassino e nesse percurso acaba conhecendo um homem misterioso, que desperta não só sua curiosidade, como suspeita e atenção, em uma jornada de autodescobrimento.


Suspenso/Misterio Todo público.

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Capítulo Um - Livre para voar

Mudanças sempre foram difíceis para mim. Odiava ter que sair de minha zona de conforto e me reinstalar em uma cidade nova, completamente diferente ao que eu estava acostumada e sozinha. Eu estava sozinha e sendo sempre a garotinha do papai, não tinha me acostumado com a ideia de viver sem eles. Não gostava de despedidas. Me faziam chorar e eu odiava tudo que me fazia chorar, inclusive filmes tristes.

-Prometa que irá nos ligar assim que chegar!

Disse minha mãe, com os olhos azuis, que puxei dela, marejados. Ela estava com as luvas penduradas no ombro esquerdo e fazia o máximo para não chorar. Meu pai estava tão quieto que eu preferia todo um escândalo do que aquela aquietação toda. Desde que consegui um estágio remunerado na Foster News, um importante jornal impresso em Nova Iorque, ele tinha ficado assim, quieto. Era como se ele soubesse o que estava por vir.

-Pode deixar. -puxei minha mãe para um abraço forte e apertado. -Conseguirão dar conta disso tudo sem mim?

Deixei de abraça-la apenas para apontar o dedo para a plantação de morangos atrás de mim. Nossa fazenda era a mais famosa e procurada no interior do estado do Texas para a venda de morangos. Minha mãe, uma brasileira, havia dado a ideia para meu pai, já que a fruta fazia muito sucesso no Brasil. Meu pai, um norte-americano, logo se apaixonou pela fruta e pela ideia, e assim eles começaram. Todo nosso dinheiro vinha do trabalho feito na fazenda.

-Se já começamos isso sem você, certamente daremos conta. -brincou meu pai, sua primeira frase para mim naquele dia. Não tinha tristeza nenhuma em seu rosto. Pelo contrário, ele estava feliz. -Estou orgulhoso de você, querida. Venha aqui.

O loiro dos olhos castanhos me puxou para um abraço e não consegui me segurar. Chorei horrores e só parei porque meu pai mandou, eu meus olhos iriam inchar e eu não iria conseguir dirigir. Eles me ajudaram a colocar o restante das caixas da mudança no carro e segui meu longo caminho para Nova Iorque. Tentei não olhar para trás, porque se olhasse, acabaria voltando para os braços de meus pais. Respirei fundo e liguei o rádio, colocando "Take on me", uma de minhas músicas favoritas no último volume.

━────── •●• ──────━

O apartamento não era muito grande e ficava um pouco afastado do centro da cidade. A minha sorte era que eu tinha um carro, uma Tucson de 2008. Talvez um carro muito grande e talvez empoeirado para o tipo de cidade que Nova Iorque era, mas era tudo o que eu tinha. Minha mãe tinha me dado alguns potes, pratos e xícaras velhas que ela não usava mais, mas eu ainda tinha que comprar os móveis, como sofá, mesa e afins. Tudo o que eu tinha era minha cama, um colchão, minha escrivaninha e computador. Havia um balcão grudado com a pia da cozinha e um armário, caindo aos pedaços. No banheiro, havia uma pia, um espelho manchado com algumas bolinhas pretas e uma ducha. Como era extremamente organizada, decidi que limparia toda a casa antes de colocar minhas coisas. No quarto, havia um pouco de mofo nas paredes, mas nada que uma boa reforma não resolvesse. Dei graças por ser sábado. Estava tão cansada que me obriguei a jogar o colchão em um canto no chão, depois de varrer, é claro e decidi que organizaria tudo no domingo, já que começaria no trabalho na segunda.

Acordei com um barulho infernal de buzina. Nova Iorque era agitada e talvez fosse por esse motivo que mal dormi a noite. Quando liguei para os meus pais, disse que tudo ali era lindo e eu não poderia estar mais feliz, mas a vista para um beco cheio de lixo não era nada bonita e eu, não estava feliz. Quer dizer, até estava, mas a ansiedade falava mais alto.

Tirei as coisas da mala para tomar um banho e quase chorei quando a água fria me atingiu. Estávamos próximos do inverno, então o clima não era muito apropriado para se tomar um banho frio. Tinha me esquecido de mexer no chuveiro de tão cansada que estava e, provavelmente, isso não teria acontecido se eu tivesse me organizado, como sempre faço. Quando saí do banho, minha boca estava roxa, assim como as pontas dos dedos e imediatamente liguei para um faz tudo que encontrei na internet. Penteei meus cabelos castanhos e eles estavam curtos demais para se fazer um coque, mas não curtos demais para serem amarrados, por isso, fiquei com a segunda opção.

Depois que o faz tudo trocou minhas lâmpadas, arrumou a pia da cozinha e do banheiro, e deixou meu chuveiro quente, lhe paguei e segui meu caminho para o centro da movimentada cidade. Era domingo e por isso decidi passar em frente ao meu futuro trabalho. O enorme prédio do jornal ficava há 15 minutos de casa e mesmo sendo fim de semana, a rua estava movimentada. Tão movimentada que quase me envolvi em pelo menos cinco acidentes de trânsito. Toda aquela agitação ainda me deixaria louca.

Encontrei uma loja de móveis seminovos e usados, não tão longe da Times Square e me surpreendi com o tanto de coisas que haviam ali. Um senhor simpático me atendeu e tentei usar de meu charme e inteligência para ganhar algum desconto. Tinha um bom dinheiro guardado, mas quando se está sozinha, em uma nova cidade, toda precaução é necessária.

-Então, você acabou de se mudar, é isso?

-Sim!

Falei um pouco mais alto, já que o idoso mal me escutava. Ele usava um crachá escrito "Garry" e um avental vermelho. Parecia ser bem mais baixo que eu, que não era muito alta, já que beirava os 1.69 de altura que herdei de meu pai. Talvez fosse a forma como ele andava parecendo o corcunda de Notre Dame, pois, as costas estavam inclinadas para frente.

-Bom, tenho esse sofá aqui que custa 100 dólares e essa poltrona, que custa 60. -ele sorriu para mim, apontando para um sofá amarelo, com marcas de uso e depois para uma poltrona marrom, de couro.

-Hm...gostei das duas! -eu não tinha gostado, mas no momento, não tinha muitas opções. -O senhor não pode fazer as duas por 120 dólares. Ajude uma moça solitária, por favor!

Fiz minha melhor cara de dó. Um biquinho e os olhos semi abertos, junto com as mãos encostadas uma na outra, como se implorasse. O idoso pensou um pouco e então andou em direção a uma televisão de caixote pequena, provavelmente mais velha do que eu.

-Se você levar essa televisão eu faço por 160 dólares e não se fala mais nisso.

Cruzei os braços e suspirei, ponderando por alguns segundos.

-Tudo bem, mas isso funciona?

-Claro que sim. Olhe. -primeiro ele apertou o botão que ligava a TV e depois o botão que aumentava o volume. -Tem que fazer isso, se não, ela não liga. -tudo que dava para ver era um borrão na tela e o idoso acabou dando um tapa na lateral do aparelho, o que fez com que a imagem ficasse nítida. Um comercial de cereal passava na hora, mas eu sabia que estava em um dos canais de notícias mais importantes da cidade. -E só pega esse canal.

Tudo bem, aquilo era melhor do que nada e como uma jornalista recém-formada, era bom se manter atualizada de todas as notícias, mesmo que fosse aquelas dadas em apenas um canal. O idoso ficou tão feliz com a compra da televisão que acabou me dando desconto para comprar uma mesa para duas pessoas, uma cadeira e um pequeno armário para a cozinha. No fim, ele me disse que se um dia eu quisesse me livrar daquelas coisas, ele comprava de mim, o que me fez ter certeza de que ele era um acumulador.

No carro, levei a TV, a poltrona e a mesa com as cadeiras. O idoso me assegurou que um funcionário poderia levar o restante das coisas no dia seguinte, em um caminhão e confiei nele ao passar meu endereço. Depois de sair da loja, fui para uma outra, na mesma rua, onde vendiam eletrodomésticos. Dei graças por ter comprado a velha TV do idoso, já que as que vendiam na outra loja eram as mais caras. Comprei a geladeira mais barata que encontrei. Era pequena, mas eu não precisava de muito, já que seria apenas eu na casa.

Tentei fazer tudo o mais rápido possível e acabei chegando em casa no período da tarde. Foi um sufoco para subir as escadas com a poltrona e quase me ajoelhei para agradecer o sindico, que decidiu me ajudar na metade do caminho. Com a geladeira, ele foi mais rápido para me ajudar, mas acabou demorando o dobro para chegar ao décimo andar, onde meu apartamento ficava. Ele negou o agradecimento financeiro que eu quis dar e disse que depois eu o pagava com outro favor, o que me deu um pouco de medo. Enquanto varria toda a casa, os outros móveis que comprei acabaram chegando e dessa vez tive de pagar o funcionário que me ajudou. Foi uma arrastação de móveis para lá e para cá, e no fim do dia, eu estava morta de cansaço. Tão cansada que não acordei nenhuma vez naquela madrugada.

Para o primeiro dia de trabalho eu usava uma calça social preta, camisa branca por baixo do blazer cinza e mocassim preto. Odiava usar saltos e tentava optar pelo conforto sempre que podia. Não gostava de muita maquiagem também, por isso, tudo o que cobria meu rosto natural eram mascara de cílios, um pouco de blush e um leve batom de cor nude. A franja de meu cabelo estava presa no topo de minha cabeça, com uma presilha e o único acessório que eu usava eram brincos de pérolas.

Me arrependi amargamente por não ter passado em um supermercado para abastecer minha geladeira. Tinha me preocupado tanto com os móveis, com a decoração da casa, que acabei não pensando no meu bem-estar. Fui para o meu primeiro dia no trabalho com fome e decidi que me acabaria de comer no horário de almoço. Assim que coloquei os pés na calçada, encarei o prédio enorme, que parecia conseguir alcançar as nuvens, respirei fundo e então entrei. Aquele seria o primeiro dia de muitos em minha vida.

Quando o elevador parou no andar onde o jornal ficava, fui recepcionada por uma loira dos olhos castanhos e com o sorriso mais bonito que já vi. Me surpreendi ao ver que ela já sabia quem eu era e não questionei quando ela me levou direto para uma sala, me dizendo que o editor chefe gostaria de falar comigo, o Sr.Foster, dono do jornal.

-Tina! Por favor, sente-se. -um homem de meia idade, com cabelos grisalhos e olhos claros, sorriu para mim. Ele estava sentado em uma cadeira de couro preta, em frente a uma mesa de madeira marrom. -Espero que não se importe de chama-la assim. Prefiro não deixar as coisas tão formais assim.

-Ah, não, sem problemas. -fiz o que o homem pediu e me sentei na cadeira em sua frente. A mesa era grande o bastante para caber, pelo menos, uns sete computadores ali.

-Você veio de Texas, não?

Ele me perguntou, enquanto analisava o que eu achava que fosse meu currículo. Não tinha feito minha entrevista com ele e sim com um homem chamado James, provavelmente, do RH. Tudo tinha sido feito de forma online e algo me dizia que eu só tinha sido aprovada pelo portfólio que tinha feito durante meus anos na faculdade. Tinha organizado tudo por temas, em um blog gratuito do Google. Todos os meus trabalhos estavam lá e como era dedicada demais no que fazia, tinha ganho nota dez em todos eles. Também tinha participado de vários workshops, palestras e cursos extracurriculares durante a faculdade, o que me dava alguns pontos a mais.

-Isso mesmo! -concordei.

-Bom, Tina, acredito que James já tenha lhe dado informações sobre o salário, horários e afins. A minha parte é supervisiona-la em sua área. Aqui, os estagiários são responsáveis de cuidar da parte de entretenimento, oportunidades de empregos, cursos educacionais e afins. Essas matérias ficam nas últimas páginas do jornal, já que não são tão relevantes como as outras notícias. Bom, com o tempo vou começar a pedir para você fazer outros tipos de matérias, como esportes e bolsa de valores. Tem alguma área do jornalismo que você goste mais?

Mordi o lábio inferior e pensei para responder. Não porque não sabia o que queria, mas o que eu realmente queria era tido como perigoso demais e sabia que apenas os mais experientes ficavam responsáveis por aquela área. Não queria entretenimento, não queria esportes, muito menos investimentos. Eu queria o perigo. Queria o frio na barriga e a emoção de ver toda a ação de perto.

-Eu quero a parte investigativa.

E mal sabia eu, que ao responder aquilo, estava cavando minha própria cova.

⊱⋅ ────── ❴ • ✿ • ❵ ────── ⋅⊰

ELENCO

Valentina "Tina" Zaga - Alexandra Daddario

Jaden Foster - Stellan Skarsgård

Carl Stilinski - Donal Logue

Samantha "Sam" Moose - Shannon Purser

Camila 'Cami" Mayers - Shanina Shaik

Johnathan "John" Keller - Jason Morgan

Anthony "Tony" Styles - Michael B. Jordan


3 de Enero de 2021 a las 00:45 0 Reporte Insertar Seguir historia
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